Fanfic: E se... (lesbian love) | Tema: Bruno Mars

Era sexta, véspera do evento que seria na praça principal da cidade. Todos os alunos envolvidos estavam arrumando as barracas para que ficasse tudo perfeito, no dia seguinte. 

- Emily, as garotas para o desfile, nenhuma desistiu? - Leila a mulher do prefeito, linda e de bom coração, perguntou-me, enquanto eu terminar de prender algumas flores em uma barraca. 

- Não, mas eu vou falar com a Jenna, que ficou encarregada delas. - Sorrio colocando as flores de lado e saio caminhando em direção a casa de Jenna, que fica bem ali perto. Ela é mãe de uma garota que estuda na mesma sala que eu, e já foi miss em nossa cidade. 

Enquanto caminho, retiro o celular do bolso do casaco e fico mexendo, até então desviar o olhar dele, diretamente para o outro lado da praça onde vejo Mel e a tal Pietra sentadas rindo de algo que devia ser muito engraçado - Mel costumava ser a garota mais séria de nossa turma - Continuo andando e observando-as até esbarrar em algo e quase cair. 

- Ai droga! - Só então, percebo a lixeira. 

- Tudo bem Emmy? - Mel grita rindo, de mim por sinal. Olho para Pietra e ela está séria. Apenas faço sinal de ok com os polegares e sigo meu caminho. 

A festa seria a noite, mas durante o dia teria barracas de frutas, comidas e várias outras coisas. Ao fim da tarde de sexta, estava tudo muito bem organizado, e tudo arrecadado seria doado para a ala pediátrica de crianças com câncer, que havia sido aberta a pouco tempo no maior Hospital da cidade. 

(...) 

Era um sábado ensolarado, e as pessoas usavam chapéus para se proteger. Porém o clima estava gostoso, afinal nossa cidade localiza-se a beira do mar. 

Eu usava um vestido floral. Justo, até a altura dos quadris e solto, até minhas coxas. Não era muito minha cara, mas mamãe insistiu, e também fez uma trança que eu adorei. Caminhava por entre as barracas a procura de minhas uvas prepreferidas. 

- Porque gosta tanto de uvas? - pergunta Natasha, que está ao meu lado. 

- Não sei. Eu apenas gosto. - Dou de ombros. 

- Vocês ficaram sabendo que o Geoge quebrou braço? - Tessa uma garota de nossa sala chega de supetão, tagarelando. 

- O quê? Como? - Nath pergunta já demonstrando nervosismo. 

- Ele estava ajudando com a iluminação, caiu da escada e quebrou. Parece que foi feio e vai ter que fazer cirurgia. - Nath quase chorava ao ouvir aquilo. 

- Calma, vamos procurar saber melhor, não deve ter sido isso tudo. - lanço um olhar para Tessa e ela encolhe os ombros - Calma Nath, não adianta ficar nevorsa. 

- Eu vou para o hospital, agora mesmo - Sai apressada feito louca e quando penso em segui-la, Jenna chama a mim e Tessa para ajudá-la. 

Enquanto arrumamos algumas coisas no palco do desfile Tessa se aproxima de mim e cochicha. 

- Qual é a da Mel com a lésbica? - arqueio a sobrancelha olhando para ela. 

- Eu sei lá ! - respondo grossa, já me sentindo irritada por tocar naquele assunto. 

- Já estão comentando sobre aquilo. - finjo não lhe dar ouvidos - Eu não entro no banheiro quando ela está. - Reviro os olhos e saio de perto dela. 

A noite, antes de ir para a praça novamente, passo antes no hospital para ver George. Nath não saiu de lá um minuto se quer. Mas não pude vê-lo, pois estava fazendo cirurgia. Realmente foi grave. 

Quando cheguei na praça, o desfile já ia começar. Fiquei olhando de longe, sem muita empolgação por estar sozinha. Claro, eu poderia me juntar a qualquer grupo, pois seria bem recebida, mas preferia ficar sempre com Natasha. Comprei algodão doce e sentei-me em um banco vazio me sentindo desanimada, sem nem saber o porque. 

E assim foi minha noite, sem grande animação e uma vontade insuportável de acender um cigarro. 

Eram quase 10 horas quando Eric, finalmente me achou e contou que iria uma galera para o cais, tomar vinho. Decidi sair daquele tédio e ir com ele. 

Quando ele estacionou o carro a certa distância, já podia-se ouvir a voz melódica de Mel, cantando Bruno Mars, uma das minhas músicas preferidas. Peguei meu casaco que estava preso na bolsa mediana atravessada em meu corpo e o vesti, por conta do frio. Logo em seguida peguei meus cigarros e isqueiro. 

Chegando de fato ao cais, estavam todos consentrados na música que Mel cantava. E para minha surpresa quem tocava era Pietra. Sentei-me, acendi o cigarro e no mesmo momento um carrinha que eu conhecia apenas de vista me entregou um copo de vinho. 

- Porquê vinho? - perguntei curiosa. 

- Essa é a semana do vinho, semana passada foi caipirinha - ele da uma piscadela e levanta-se em seguida - galera que tal irmos para a areia, fazer uma fogueira ? 

- Boa! - todos concordam, e o rapazes que eram três seguidos de duas garotas saem empolgados. 

Permaneceram eu, Eric, Pietra e Mel que termina a música e apenas observa, parecendo hipnotizada com os dedos de Pietra no violão. 

- É a minha favorita. - Falei antes de soprar a fumaça e olhar para o céu. 

- Também é a da Pietra - Diz Mel, me fazendo olhar para a garota segurando o violão. - Ela também é fã do Bruno Mars igual a você - Mel sorria sem tirar os olhos de Pietra. Com certeza estava rolando alguma coisa. 

Ficamos em silêncio, baixo a cabeça enquanto noto Eric falar algo no ouvido de Mel, e ela rapidamente levanta e sai com ele. Fico olhando para minha mão livre descansando sobre minhas pernas cruzadas. Pensando sobre levantar e também sair dali, quando sou surpreendida pela a voz de Pietra. 

- Isso mata, sabia? - Olho para ela que agora que coloca o violão de lado. 

- Sei - mantenho a voz e postura séria ao olhá-la. 

- Qual seu problema comigo? - Ela sorrir - Não que eu não saiba, mas é que seus amigos me tratam de boa. Só acho que podemos manter uma relação amigável. - Acabo rindo. 

- Não tenho problema com você - dou de ombros - só não quero ficar tipo a Mel. - Ela ri baixando a cabeça e não sei porque mas aquilo me irrita. 

- Porque se importa tanto com imagem? aparência? - fico em silêncio, trago o cigarro, sopro a fumaça e volto a olhá-la. 

- De onde você veio? - ela parece confusa por conta da pergunta repentina. 

- Nova York. - sorrio. 

- Está vendo, você não entenderia. - apago o cigarro - Vem de uma grande cidade. 

- Sabe que isso só vai te fazer infeliz - olho para ela - Nunca vai conseguir felicidade se continuar vivendo baseada no que pensam a seu respeito. Se bem que eu nem deveria estar te alertando,por conta da forma que falou comigo da última vez. 

- Não preciso de seus conselhos, garota. - Levanto, com raiva e saio caminhando para longe, na intenção de ir para casa. Mas sou surpreendida por uma mão segurando meu braço,fazendo-me virar e encarar aqueles olhos claros e o cabelo bagunçado. 

- Não precisa ir embora por minha causa - ela me solta - Eu mesma posso ir. Afinal eu sou a penetra não é? - reviro os olhos - eu não deveria me importar com o que uma patricinha idiota pensa sobre mim ou o que ela faz da vida dela... 

- Isso é verdade, você não deveria - a interrompo, ignorando a parte do "patricinha, idiota " 

- Mas é que, eu sonho com você desde a primeira vez que te vi. - franzo o cenho, olhando-a confusa. - Aquele dia em que quase te atropelei, e vi perfeitamente seu rosto, desde então, não saiu de meus sonhos. - minha boca estava entre-aberta, e minha mente tentava processar o que aquela garota estava me dizendo. Permanecemos em silêncio até eu formular uma frase. 

- Você está dando encima de mim? - dou alguns passos para trás. - É uma cantada? - sorrio - Ridícula. Me esquece! - Viro e saio caminhando rapidamente.