Fanfic: This Love. | Tema: Portiñón

  January, 2004

     Essa é a última noite antes de voltarem as aulas, estudo em uma universidade da cidade grande, fico em uma república por lá e às vezes nos finais de semana volto para Round Top. A noite estava fria e nebulosa, parecia ser a noite mais escura da minha vida mas mesmo assim Christian e Ada estavam em casa há horas insistindo para que eu fosse à um bar em Austin para nos encontrarmos com os outros universitários que estariam lá aproveitando.

 - Vamos, Dulce! Será divertido, quem sabe você não encontra Anahí por lá?!

    Era o que diziam a cada cinco minutos enquanto me observavam trocar de roupa pois me por vencida, era ir ou aguentá-los a noite toda. Ver Anahí era uma das últimas coisas que eu desejava, realmente não queria, ela havia feito coisas antes do período acabar há um mês atrás, coisas que me machucaram.
     Viajamos uma hora e meia até Austin, as ruas de lá estavam vazias, não tinha sequer um carro além do nosso e isso foi motivo para se estranhar já que aquela é a 5ª cidade mais populosa de todo Texas. Mas tudo bem, sabia que o bar, Iron Cactus, estaria lotado. E realmente estava, ao chegarmos pude notar a música alta que animava a todos lá dentro, sai do carro e entrei correndo, já que o vestido curto que eu usava não combinava com o vento forte. O pessoal estava todo dividido, alguns jogavam pôquer, outros bilhar, uns dançavam e bebiam tudo o que não podiam e também havia gente no bar, talvez esperavam alguém que nunca mais iria voltar...

- Amiga, olha aquele boy magia que tudo! – falou para Ada. Christian é ciente de minha opção sexual e sabia que eu não me interessaria.
- Aonde, Chris?? – perguntou caçando o tal pelos cantos. Revirei os olhos tentando não rir.
- Dulce do céu, você precisa ver isso! – apareceu Maíte do nada e segurou minha mão.
- Ver o que? – ri.
- Vem, ta pra lá! Vamos logo! – me puxava.
- Gente, já volto. – falei para Christian e Ada que ficaram conversando entre si enquanto eu seguia Maíte até o banheiro, onde encontrei Christopher e outros colegas – O que foi? – perguntei a eles.
- Dentro do banheiro, Dul. – disse Chris, Maíte me empurrou para dentro do toilet e fechou a porta. Eu usava salto 15 então acabei me desequilibrando e só não cai por um motivo.
- Opa! Cuidado... – riu e me segurou com força – Enquanto eu estiver por perto não te deixarei cair. – me segurei nela, voltei a me equilibrar e ergui a cabeça, pude ver seu rosto tão conhecido.
- Anahí?! O que você ta fazendo aqui? – afastei-me dela.
- Ah, eu vim arrumar o cabelo e você? – soltou uma risada, a qual acho que senti ironia.
- Sei lá... – dei meia volta e girei a maçaneta para abrir a porta. – Ótimo, trancaram! – falei já com raiva.
- Oh meu Deus, sério?! E agora?? – perguntou surpresa em um tom sarcástico. Peguei o celular e disquei o número de Maíte.
- Não atende! – falei segundos depois.
- Ui, socorro! Estamos presas. – continuou com o sarcasmo e sorriu enquanto se olhava no espelho – Mas olhe que belo truque do destino, Dulce! Pelo menos estamos aqui eu e você, poderia ter sido alguém que você odiasse.
- Truque do destino? Ta me achando com cara de idiota? – abri os braços mostrando indignação.
- O que você quer dizer? – se aproximou de mim – Acha que tramei isso? – fez uma bela cara de espanto, segurou em minha cintura e colou nossos corpos. Nesse momento eu já não ouvia mais o Indie Rock que tocava, apenas o som da voz de Anahí ecoava em minha mente, apenas as batidas de seu coração que me ensurdeciam de tal forma... Fechei os olhos assim que senti sua boca tocar a minha, abri os lábios ao sentir sua língua pedir espaço, chupei-a com calma. Iniciamos um beijo e Anahí me encostou na pia, me sentei sob o granito, nesse momento voltei à lucidez.

- Para! – falei baixo e tentei afastá-la.
- Mas você quer... – voltou a se encaixar entre minhas pernas e beijou-me o pescoço.
- Não devemos... – levei minha mão até sua nuca e fechei os olhos, ela apertou meu sexo e eu mordi seu lábio, não lutei contra e cedi ao contato, logo estava sem calcinha e sendo tocada por minha amada. Eu gemia alto, gritava e não haviam problemas pois ninguém ouviria.
 Christopher é filho de um empresário dono de várias empresas, inclusive do Iron Cactus e estava com as chaves, como tenho certeza que a idéia dessa enorme confusão foi de Anahí eu sabia que ele só abriria quando ela mandasse.