Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

Cheguei em casa, jogando sobre minha mesa minha bolsa e chaves. Era um dia estranhamente agradável. Até um certo ponto do dia, claro, porque nada na minha vida é perfeita, muito menos quando eu estou menstruando. Resolvi que dar uma olhada no calendário só pra fazer a contagem de quando receberia meu seguro desemprego. Peguei-o, e comecei a olhá-lo, fiz as contas e percebi que até lá morreria de fome, sede, com a água e luz cortada, pois demoraria séculos para receber. Mas fazer o quê? Pelo menos agora posso dormir até tarde no dia que quiser. Já aproveitando o embalo comecei a fazer as contas de quando minha menstruação deveria, finalmente, parar de jorrar. Olhei, parei, pensei, pensei e ainda assim não conseguia me lembrar com exatidão o dia em que o “dito-cujo” desceu. Fui me lembrando dos fatos, contando, contando e então me dei conta do inacreditável. Ou o que deveria ser inacreditável. Desesperei-me. Não podia...Não devia... Não era possível... Ou talvez fosse?... Mas Deus não deixaria de novo? Não ele é bonzinho, não deixaria, e eu nem estou tão má assim. Socar alguém, brigar no transito, e desejar a morte de um ou outro não é tão mal assim, ou é? Ah, meu Deus, por favor, não! De novo não. Menstruar por duas semanas é uma cruz pesada demais. Eu não mereço esse ‘desregulamento’ assim. Eu sei que não ando sendo uma boa moça, meu Deus, mas também não vamos exagerar. Eu não mereço de novo ter o período menstrual desregulado e ficar por duas semanas jorrando sangue. Dê-me uma menstruação normal, como de todas as mulheres. Cinco diazinhos já bastam.
Orei esperando que Deus me sorrisse lá do alto e dissesse: “Sim, filha minha, cinco dias e nada mais.”. Sonhando que meu pedido seria atendido e que pela primeira vez na vida teria um ciclo menstrual como o de todas as demais mulheres, resolvi me jogar no sofá e ficar pensando na morte da bezerra e em sua cria. Sabem como é, finalmente sou uma mulher sem ter o que fazer, e agora sim posso pensar em tudo que é idiotice que me der vontade. Esse era o bom de não ter o que fazer. Eu estava feliz pensando no nada quando então a campainha tocou. Levantei-me reclamando e soltando algumas palavrinhas não muito “amorosas”. Quem ousava estragar meu momento de não fazer nada. Eu estava irritada, e para deixar bem claro ao visitante por isto coloquei a minha cara mais brava, misturada com a cara “você está me incomodando”.
Virei a maçaneta, e ao abrir a porta. Deparei-me com o inimaginável.
—Boa tarde, querida! - Ouço a voz de Dona Alexandra me cumprimentar feliz da vida. Meu queixo “caiu”. Eu fiquei boquiaberta. O que a família do Ucker fazia na minha porta?
Quando eu digo família, eu digo a família toda, entendem? A mãe e pai do Ucker, a avó e o avô, a tia e o tio (os pais da Dull) e, claro, a Dulce. Era uma reunião familiar no endereço errado. Só podia ser. Ou um sonho, pesadelo, miragem. Qualquer coisa, menos a realidade.

Continua...