Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

Saí da casa do Ucker, naquela tarde, ainda flutuando, sem ter a mínima idéia se tudo que eu tinha escutado tinha sido fruto da minha imaginação, devido à grande vontade de que acontecesse, ou era a mais pura e maravilhosa verdade.
Verdade ou não, só sei que me joguei em minha cama, e comecei a imaginar as 1001 noites de casada, o vestido que eu escolheria a igreja, a decoração... Imaginar como tudo seria se eu realmente casasse com o Ucker.
Era exagero, mas eu não pude evitar.
Se eu contar que fiquei assim durante... Uns... três ou quatro dias vocês me chamariam de louca, mas se eu contar passei a semana inteira com absorvente mesmo sem menstruar só pra não correr o risco de ter uma “surpresinha” daquelas que a minha menstruação ama aprontar, vocês já estariam vestindo em mim uma camisa de força.
Mas hoje (Finalmente!) eu posso gritar para o mundo:
MINHA MENSTRUAÇÃO ACABOU ESSE MÊS!
Sinceramente quando passei no teste, (que eu mesma criei) de usar absorvente durante a semana inteira sem uma única gota de sangue, eu até chorei pela felicidade. Agora minha vida andaria para frente e não para trás. Agora eu posso procurar emprego e ter a certeza que não matarei meu chefe. Agora eu posso dizer a vocês que eu vou me casar daqui a seis meses, sem terminar por uma tampa de privada.
Casar? Sim, sim... E SIM! Ele me pediu ontem! Com direito as nossas alianças velhas, me pedindo do mesmo jeitinho... Ah, foi tão emocionante! Crianças vomitando, velhinhos de ossos quebrados, mães desesperadas perguntando se não era virose... Tudo isso ao nosso redor e ele com as alianças na mão. Ah, tudo tão romântico!
Mas vamos voltar ao assunto... Que... Era qual mesmo?
Seja lá qual for não importa, o que importa é que a maré está ao meu favor. Eu não estou menstruando, eu vou casar, eu vou ser feliz, eu não vou matar meu chefe, e eu vou providenciar agora mesmo minha querida injeção anticoncepcional só para garantir que nos próximos três meses não menstruarei.

Passei pelos corredores do hospital transbordando alegria. Quando cheguei enfrente a enfermeira, a que sempre me atendia, eu com um sorriso de lado a lado falei para ela:
—Vim tomar a injeção anticoncepcional. - Ela pestanejou e riu.
—Não podemos, senhora.
—Como assim não podem? - Um nó em minha garganta se formou. Mas que história é essa? 
—Elas foram proibidas em todo país. A senhora não sabia? - Ela estava brincando. Ela tinha que estar brincando! Não, era muita crueldade do senhor presidente fazer algo desse tipo comigo. Logo comigo! Que voto nele há anos. Ah, não... Ele não faria isso, porque dá importância ao meu voto, não dá?
—Como... Assim... Proibidos? - Murmurei, sentindo minha garganta seca e um desespero se apoderando em mim.
—Uma universidade americana comprovou que as injeções aumentavam as chances de enfarte, então foi proibido em nosso país. - Ela respondeu sorrindo.
Nãão! Ela não entendia. Isso não pode seer! Menstruar todo mês? TODO MÊS!? 
—Você está brincando, né? - Perguntei ainda sem acreditar em tudo aquilo.
—Não, senhora. Não estou.
Minhas pernas ficaram bambas. Era como ter levado uma facada em meu peito. Mas se isso for verdade... Quer dizer que daqui há... - Parei para contar quanto tempo estou sem menstruar. - Três semanas tudo vai voltar?
Não eu não mereço. Eu realmente não mereço!
Cabisbaixa, com vontade de chorar, resolvi aceitar minha sina: Menstruação é e sempre será a minha cruz, até que a menopausa nos separe. Amém.

CONTINUA...