Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*
Instalar-me na casa da Dull não foi tão desconfortável quanto eu imaginei. Já estava tudo em seu devido lugar, me esperando. Ela comprou comidas que eu gosto e não se esqueceu, é claro, dos meus preciosos chocolates.
Tudo estava indo bem até eu descobrir que no andar de cima morava a avó do Christopher com sua mãe, e, como se isso não me bastasse, o Christopher no apartamento da frente.
Droga!
—Por que vocês sempre moram um perto do outro? - Perguntei para Dulce revoltada, na segunda-feira, dia seguinte a minha chegada.
—Porque a vovó quer. Ela faz o maior drama e não descansa até que todos estejam a sua volta. Você já fez parte da família, deveria saber.
—Mas quando eu me casei sua avó não forçou a barra para que morássemos no mesmo prédio que ela.
—Não fez pra você. O Christopher que agüentou. - Dulce falou indiferente mexendo em suas maquiagens.
—Sério? - Perguntei surpresa.
—Sério.
—Não sabia disso. Ele nunca comentou.
—Eu sei. Ele dizia que não queria encher sua cabeça com assuntos sem importância.
Fiquei parada e por alguns segundos e comecei a relembrar momentos felizes do nosso casamento.
—Eu já vou. Se precisar de qualquer coisa pede para a empregada. Talvez eu não durma em casa. Estou pensando em fazer uma visitinha para o meu marido. - Ela piscou um olho para mim, com um sorriso malicioso.
— Sem problema. Que você se divirta.
Depois daquela conversa eu decidi que não sairia nem ferrando daquele apartamento sem antes ter a certeza, mais do que absoluta, que o Christopher não estava. E, quando ele aparecia no apê da Dull para conversar comigo eu saia correndo para dormir, ou ir ao banheiro com a desculpa de já estar sentindo os “efeitos colaterais” da gravidez sobre a minha bexiga.
Mas, em uma fatídica tarde de quinta-feira, quando eu abri a porta do apartamento da Dull feliz da vida, achando que era ela trazendo o bolo que eu pedi, me deparei com o Christopher. Fique constrangida, pois eu sabia que ele sabia que eu estava fugindo dele. Entenderam?
—Oi. - Ele sorriu sem graça. Eu não respondi. Não sabia o que responder, e pra ser sincera só conversava com ele o essencial (e “oi, tudo bem?” Não estavam na lista). Balancei a cabeça como quem diz “oi”, mas sem abrir minha boca ainda com os olhos arregalados, insultando Dulce, em pensamento, por não ter chegado antes com meu bolo; pois assim eu não teria aberto a porta e nunca o encontraria olhando para mim (como naquele momento) fiquei parada em sua frente.
—Como você está?
Balancei a cabeça acenando que estava bem.
—Hum. - Ele murmurou pensativo. - E o bebê?
Balancei a cabeça novamente.
—Que bom. - Ele sorriu e mais uma vez o deixei no vácuo, sem retribuir o sorriso. - Preciso conversar com você sobre umas consultas médicas. Posso entrar?
Meus olhos se esbugalharam. Ele entrar? Eu e ele sozinhos, frente a frente, falando da minha gravidez?
Isso não ia prestar. Mas mesmo assim abri espaço para que ele passasse. Seja uma mulher forte, enfrente seus medos, inclusive seu ex, pensei tentando me controlar, e uma vez na vida pôr em pratica tudo que eu li sobre mulheres bem-sucedidas.
Ele se sentou no sofá e eu na poltrona a sua frente.
—Marquei para amanhã seu obstetra. Algum compromisso que a empeça de ir? - Ele me perguntou.
—Não. - Murmurei uma das únicas monossílabas que eu me permitia falar com ele. As únicas eram “Sim”, “Não”, “Hã?”, “Uhum”, e nada além. Nada mesmo.
—Então às quatro da tarde venho te buscar.
—Hã? - Chegou à vez de demonstrar uma certa dúvida. E esse “hã?”, nesta circunstância, significava “Pirou? Bebeu? Cheirou? Quem te disse que você vai comigo?”.
—Eu sei que você ainda está brava comigo, mas eu quero participar de tudo que tem a ver com vocês. - Olhei para ele arqueando uma sobrancelha. Não estava gostando desse papo. -Só quero acompanhar todo o processo da sua gravidez, Anny. Esse filho também é meu.
Agora você tem certeza que o filho é seu, não é, seu cachorro?
Com um largo suspiro eu resolvi aceitar sua proposta. Por mais que ele não merecesse, é o pai, não é? Fazer o quê? Pensasse nisso antes.
—Sim. - Eu esperava fielmente que ele entendesse que isso significava um “aceito”, pois aceito tinha silabas demais para eu pronunciar, com ele.
Ele sorriu radiante. Então entendeu, constatei.
—Any, posso te pedir algo? - Arqueie minha sobrancelha, desconfiada. - Posso ver sua barriga?
—Minha barriga?! - Fique tão sobressaltada, que nem me dei conta que havia falado uma frase completa, cheia de silabas.
—É. - Ele sorriu constrangido. - Meu filho está aí, não está?
Balancei a cabeça em estado de choque, mas isso não significava que ele podia ver minha barriga. Isso significava que o nosso filho estava na minha barriga. O que, pelo visto, ele não entendeu, pois se ajoelhou em minha frente e levantou de vagar minha blusa.
Eu estava tão perplexa com tudo que não tive outra ação a não ser esbugalhar mais meus olhos (se é que é possível). Fiquei petrificada. Até mesmo a Estatua da Liberdade se movia mais do que eu naquele instante.
—Já está com uma quase perceptível saliência. - Ele sorriu bobo.
—Eu engordei. - Murmurei como uma múmia, ainda sob o efeito do choque.
—Não, essa barriguinha é de grávida. - Em pensamento agradeci pelo “barriguinha”, quando eu denominaria de “Barrigão”.
E, para minha total surpresa, senti seus lábios encostarem sobre minha barriga. Minha cabeça começou a dar voltas, e toda a minha musculatura ficou tensa. Ele estava me beijando. Na barriga, mas não deixava de estar me beijando.
Ele afastou seus lábios e acariciou com a mão minha barriga.
—Dá pra acreditar que aqui dentro tem o nosso filho? - Com os olhos arregalados, fiquei quieta. Pois nem eu acreditava muito nisso. Parecia surreal. Era tudo muito pequeno para se transformar em um ser humano. E estava dentro de mim. Quando eu parava para pensar nisso, começava a entender o que tanto mamãe falava sobre “o milagre da vida”.
—Não. Às vezes nem eu consigo acreditar. - Respondi, e naquele instante me dei conta que pela primeira vez em semanas, nós conversávamos como deveríamos conversar dês do dia que eu descobri a minha gravidez.
Conversávamos como pai e mãe.
CONTINUA...
Autor(a): Babi
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—Você não parece estar bem. - Christopher falou olhando para mim, na sexta-feira, quando estávamos voltando da minha primeira consulta no obstetra, que, graças a Deus, me garantiu que tudo estava bem e que a minha saúde e do meu filho melhor impossível.—E não estou. - Respondi, ainda sentindo embrulhos no estô ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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thaisabarken Postado em 13/02/2013 - 14:31:17
web perfeita quase chorei hahah parabéns!
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jbyrbd Postado em 24/02/2012 - 19:48:48
Olá carolsinhabelga, Seja bem-vinda a Merda... O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken* Espero que goste, Beijos, Babi.
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carolsinhabelga Postado em 24/02/2012 - 10:03:17
Sou sua nova leitora achei bem legal sua web.
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jbyrbd Postado em 22/02/2012 - 15:55:50
Olá luiiseloiirinha22, Seja bem-vinda a Merda... O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken* Espero que goste, Beijos, Babi
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luiiseloiirinha22 Postado em 22/02/2012 - 13:59:47
AMEII ;d Continua postando