Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

—Será que podemos conversar Any? - Ele me perguntou, segurando levemente o meu braço.
—Conversar? - Rebati a pergunta, sem gostar muito da idéia. Eu sabia que ele não gostaria do que eu havia feito e também sabia que não era coisa boa que vinha por aí.
—É. Acho que temos alguns assuntos a tratar, não?
Engoli em seco. Sim, tínhamos, mas eu preferia que ficasse como estava. Tudo na paz no amor, no meu emprego e em meu moquifo, também conhecido como “lar”.
—Se você não demorar e almoçar comigo, talvez, eu até possa. - Murmurei implorando a Deus que ele não pudesse.
—Claro. Em que restaurante você quer ir?
Olhei para os céus suplicando que alguém do hospital ligasse e para ele tivesse que sair às pressas, mas pelo visto Deus não estava a fim de atender meu pedido, pois minutos depois estávamos sentados cara – a - cara em um restaurante, enquanto eu tentava fingir que estava comendo as coisas “naturebas” que a médica receitou.
—Você está mesmo trabalhando? - Ele me perguntou, sério.
—Sim. - Murmurei tentando fingir indiferença brincando com os canudinhos do copo.
—O que te deu na cabeça, Any? Você sabe que não precisava. Eu e a Dull estávamos te dando tudo o que você precisava, não estávamos?
—Esse é o problema, Christopher. - Respondi, deixando de lado os canudinhos e me concentrando na conversa. - Vocês estavam me dando.
—E alguma vez reclamamos disso, Any? - Ele segurou minhas mãos entre as suas, e acariciou-as de forma amigável.
—Christopher, você tem a obrigação de me entender. Você sempre valorizou a sua “independência”. Acha mesmo que eu também não quero a minha?
—Entendo, Any. Mas você está grávida...
—Você é médico e sabe muito bem que gravidez não é doença, e que não impede ninguém de trabalhar. - Murmurei afastando minhas mãos das dele.
—Ainda mais trabalhar pra aquele...
—Christopher se for pra começar com “showzinho” já me avisa, que eu vou embora antes. - O interrompi pegando minha bolsa, disposta a sair.
—Não, fica. Não vou falar daquele... Seu amigo. - Ele novamente puxou minha mão para perto da dele e pude reparar em algo... Sua aliança não estava mais ali.
—Perdeu sua aliança? - Perguntei sem conseguir esconder a minha curiosidade.
—Perdi minha noiva, serve? - Ucker suspirou. - Parece que as pessoas a minha volta decidiram se afastar de mim. - Sorriu triste. - Você não foi à única dessa vez.
—Sinto muito. - Falei sem saber se eu realmente sentia. Ultimamente estava com raiva, chateada e talvez as coisas tenham mudado em relação a nós dois, ou pelo menos para mim, sim. - Ela desistiu do casamento? - Não consegui conter minha curiosidade.
—Colocamos tudo na balança e percebemos que não valia à pena.
—Já vi esse filme. - Sorri triste para ele, ao recordar a nossa separação. - Mas vamos mudar de assunto e tratarmos de algo mais feliz. - Ele se recostou na cadeira de forma relaxada. - Como está nosso filho?
—Bem. - Passei a mão em minha barriga.
—Você não se esqueceu que amanhã você vai ter a ultra-som para descobrirmos o sexo do bebê, ou se esqueceu? - Ele falou me olhando desconfiado.
—Não esqueci, simplesmente não recordava. - Brinquei sorrindo. Eu, por mais que anotasse nunca me lembrava dos médicos a ir, ainda bem que meu filho tem um pai eficiente, pois se dependesse da mãe...
—Sei. - Ele sorriu. - Logo depois já vamos a algumas lojas comprar roupas conforme o sexo. - Um daqueles sorrisos espontaneamente bobos se formou em seu lábio. - Estou ansioso por saber se é a nossa menininha, ou o garotão.

—Percebo, e assumo que também estou. Praticamente tudo que agente vai comprar não dá pra comprar com certeza sem saber o sexo, fica até sem graça ir a lojas.
—Mas se tudo der certo, isso irá dar um basta amanhã. - Ele sorriu. - Amanhã.

CONTINUA...