Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

Lembro que quando o peguei nos braços foi como um poderoso remédio. Eu já não recordava mais da dor, e, realmente, parecia que eu já não sentia nada, além de uma felicidade boba, tonta, mas totalmente espontânea. Era a felicidade de ser mãe. Era a felicidade de ver o seu bebê lindo, loirinho, com os olhos castanhos em seus braços.
—Meu filho. - Murmurei, com ele nos braços, os olhos cheios de lágrima, e um sorriso bobo. Ele parou de chorar assim que ficou perto de mim. O que foi mais um bom motivo para meus olhos marearem.
O Christopher, que me acompanhou durante o parto, se aproximou, e com as mãos ainda com luvas, e olhos escorrendo lágrimas, abaixou-se a nossa altura, sussurrando para mim:
—Nossa família. - Talvez quem estivesse perto de nós não tenha entendido nada, mas eu sabia o que ele queria dizer. Sempre brincamos aquelas brincadeiras com um fundo de verdade, que só seriamos uma família de verdade quando tivéssemos um filho. E era aquele momento, pouco apropriado, assumo, e com alguns anos de atraso. Mas havia chegado, e era isso que importava.
Sorri para ele em resposta, que me respondeu com um carinhoso beijo em minha testa, molhada de suor.
—Obrigado. - Ucker falou olhando fixamente para o nosso bebê.
*\o/*

—Vai ser Gabriel. Ele tem cara de Gabriel. - Dulce dizia veemente.
—Vocês deveriam fazer uma homenagem ao bisavô da criança. Frederico é um nome tão bonito. - Vovó sugeria como quem não quer nada.
—Por que não Christopher? O nome do pai é uma boa sugestão. - Era Dona Alexandra a da vez.
—Não. - Eu e o Christopher dizíamos juntos, com a esperança de que todos calassem a boca e deixassem que nós falássemos o nome que havíamos escolhido, um mês antes, sem contarmos a ninguém, com aquela desculpa pouco convincente de que só escolheríamos depois do nascimento.
—Mas... - Mamãe tentou fazer-nos mudar de idéia. Ela queria Teodoro. Vê se tem cabimento: um filho meu com um nome “lindo” desse.
—Nós já decidimos. - Falei o que eu já estava tentando falar a mais de dez minutos, naquele quarto do hospital, onde, supostamente, eu tinha que estar descansando; mas quem disse que minha família me permitia? - Vai ser Gustavo. - Todos calaram (Finalmente!) a boca e ficaram nos olhando esperando uma explicação plausível para aquela escolha. - Simplesmente por que gostamos do nome.
—Gustavo... - Vovó repetiu, tentando avaliar se combinava com a criança. - Combina.
E uma seqüência de “Gustavos” foram sendo repetidas, conforme cada um ia avaliando a nossa escolha.
—Definitivamente nosso filho vai ter que sair da incubadora direto para algum psicólogo, antes de qualquer contato com essa família de doido. - Christopher sussurrou em meu ouvido, sorrindo.
*\o/*
—Ele é lindo... - O Christopher murmurou, quando pela primeira vez desde que nosso filho nasceu, podemos ficar a sós. Eu, ele e o nosso bebê.
—Eu sei. - Sorri como uma boba, enquanto olhava meu filho dormindo.
—Fizemos um bom trabalho.
—Eu sei. - Concordei, sem aprestar muita atenção no que ele falava. Eu estava encantada demais com meu filho para prestar atenção em qualquer coisa que não fosse ele.
—E merece uma família... Unida.
—Eu sei. - Murmurei não gostando nem um pouco o caminho em que aquela conversa estava indo.

—Talvez a vovó tenha razão.
—Eu sei. - Falei, pois eu realmente sabia que ela tinha razão.
—Talvez devêssemos tentar outra vez. - Ele falou receoso.
—E talvez não. - Rebati. - Se não deu certo quando casamos por amor, também não dará certo se nos casarmos por obrigação.
—Talvez. - Ele concordou a contragosto, encolhendo os ombros. - Mas talvez valesse à pena tentarmos. Talvez ainda tenha algo entre nós. - Ele disse com indiferença, como quem não quer assumir a importância de seu comentário.
—Sim. Claro que há. Há um filho. - Me esquivei da proposta. Sim, sei o que vocês estão pensando. E é verdade, pois eu ainda estou chateada por aquela história de eu ser só a mãe do filho dele, e o pedido de casamento era a prova da minha antiga teoria. - Mas talvez possamos ser apenas amigos. - Murmurei encolhendo os ombros sem saber o que dizer.
—Você se lembra a última vez que concordamos com isso? - Ele perguntou e nós dois rimos, olhando o nosso filho, dormindo quietinho. - Se recordo bem, foi após uma proposta dessas que fomos sair como “amigos” e acabamos gerando o Gustavo.
—Bem... - Eu ri. - Talvez dessa vez dê certo.
—E você acredita nisso? - Ele me perguntou sorrindo de forma maliciosa. Quando abri a boca para responder, ele acrescentou: - Seja sincera.
—Não, eu não acredito que vá ser diferente. - Ruborizei ao assumir. Mas logo sorri, ao perceber que meu filho, justo naquele momento, havia segurado com força o meu dedo. Seria aquilo um sinal divino?

CONTINUA... ULTIMO CAPÍTULO...