Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

Meus olhos ferviam de raiva... Ontem ele me beijava, e a menos de um minuto me encarava da forma mais constrangedora possível e safada. Cachorro, tarado, safado!
—Ei, Any... —Vi May em uma mesa no fundo do restaurante acenando. 
Fui em sua direção tentando controlar minha raiva. Era muito cara-de-pau mesmo. Muito!
Cheguei à mesa deles; sentando-me irritada, derrubando quase metade dos talheres da mesa.
—O que te mordeu criatura? - Perguntou Chris, pulando as saudações formais de “Oi, tudo bem?”.
—Um cachorro, safado, que só queria galinhar. - Respondi batendo os pulsos na mesa me remoendo de raiva.
—Era galinha ou cachorro? - Falou brincando May.
—É um zoológico inteiro! Cachorro, galinha, veado, cretino...
—Cretino não é animal.
—Ah, não enche, May! - Eu resmunguei, pegando o cardápio.
—O que quer beber, senhora? - Me perguntou um garçom.
—Qualquer coisa forte. Uísque, vinho... Qualquer coisa. - Ele fez um leve reverencia com a cabeça e saiu. 
—Uísque? A coisa está feia, hein? - Disse May.
—Deixe-me adivinhar: Tem algo a ver com um moço bonito sentado algumas mesas a nossa frente, não tem?
—Tem sim, Chris. - Suspirei melancólica.
— O que ele fez com a minha loira predileta? - Perguntou Chris, acariciando minha mão. Ele sempre fora tão fofo.
—Ontem... Não sei se a May te contou, mas eu bati o carro, quer dizer, bateram em mim... E era dele o carro da frente.
—May comentou sim.
—E aí quando ele me levou para o hospital por um curativo no machucado... Ele me beijou. - Falei tampando meu rosto com minhas mãos, evitando mostrar as lágrimas que molhavam meu rosto.
—Ah, querida, não fica assim... - Me abraçou, May.
—Eu sei que não deveria. A culpa foi minha... Eu que terminei.
—Mas ele deveria ter te entendido. Você estava na TPM. Eu não tenho isso, mas imagino como deve ser ruim... Uma vez Dull me explicou a dor que sentia, disse que era como um chute no saco com um sapato de ferro. - Ele fez uma careta de dor. - Não sei como vocês agüentam.
Não pude evitar sorrir. Dull e suas explicações esquisitas.
—Não agüentamos, buscopan serve para isso. - Respondeu May, voltando a se sentar no seu lugar.
—Continue, Any. - Pediu Chris.
—E aí depois do beijo, ele ficou frio. Eu não entendi o porquê, mas aceitei, de certa forma. Só que hoje ele me encarou de um jeito... Tão... Tão...
—Safado, como um cão no cio? 
—Não era bem isso, Chris, mas serve. E segundos depois uma loira oxigenada o beijou na boca. Ah, caramba! Há dois anos éramos noivos.
—Dois anos é muita coisa, Any.
—Eu sei, May, mas eu ainda tinha esperança, entende?
—Entendo. - Responderam os dois em uníssono.
Quando o garçom tinha acabado de me entregar um bom copo de uma bebida estranha, que por agora esqueci o nome, Dona Alexandra, a mãe do Ucker, se aproximou.
—Any? Querida, quando tempo! - Me levantei e a abracei. - Venha a nossa mesa, querida. Estávamos com saudades, e tenho certeza que todos da família querem vê-la.
Eu olhei para May e Chris sem saber o que fazer.
—Não aceito não como resposta. - Acrescentou Dona Alexandra.
Chris fez sinal para eu ir, e em ‘mímica’ com a boca dizia “Vá e mostre pra loira oxigenada quem manda lá, nele e na família”. Sorri encantada com a idéia. Era a minha chance.

CONTINUA...