Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

—Anahí, precisamos conversar. Agora se possível. - Uma mão interrompeu meu trajeto. Era o... O... Ucker?!
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Perdi a cor mirando-o. Não, eu não podia... Eu não queria... Eu... Nós... Ele... Não tínhamos o que conversar. Não depois do que eu com minha boca grande havia confessado. Mas se ele queria conversar, talvez quisesse... Voltar? Se manca, Anahí Giovanna! Ele tem namorada. A Karen. Esqueceu-se?
—Desculpa Christopher, mas eu estou atrasadíssima. - Menti conferindo o horário no relógio. - Outro dia quem sabe. - Sorri com o sorriso mais amarelo que eu já dei em toda minha vida. “Cara-de-pau!”, eu mesma não conseguia parar de me repreender.
—Sem problema. Então outro dia marcamos. - Respondeu ele com um longo suspiro. Ele parecia desconcertado.
—Então até... Um dia desses. - O dia de São Nunca pra ser mais exata. 
Marcar? Outro dia? Sonha.
Ele continuava segurando meu braço. Olhei para meu braço, para ele, novamente para meu braço.
—Desculpe. - Falou soltando-me. - Então... Até. - Ele foi se afastando passando a mão no cabelo. 
Eu saí correndo atravessando a avenida. A única coisa que eu queria era ir para casa tomar um banho e dormir o sono dos justos, ou dos quase isso.
***
Na manhã do dia seguinte eu estava jogada na cama, sem conseguir mover um músculo sequer. Meus seios estavam tão doloridos que todo movimento que eu fazia pareciam refletir neles. Era uma dor insuportável.
Já estava nessa luta constante a bem umas duas horas: Entre tomar vergonha na cara enfrentar a dor e ir escovar os dentes, ou continuar assistindo TV. Já tinha me dado por vencida. Não conseguiria me mover com uma dor daquelas. Não sem um bom remédio.
—Ei, Any? - Ouvi a voz da May vindo da sala. Mas que diabos ela fazia na minha casa? E como ela entrou aqui?
—Aqui... No quarto. - Berrei em uma altura mais do que suficiente para ela ouvir.
—Boa tar... Como você está horrível! - E eu achando que essa “compreensão” com meu estado ao acordar, dolorida, fosse só da parte da Dulce. O que a convivência não faz? Até a May nesse grau de chatice.
—Boa tarde pra você também, Maite. - Sorri sarcástica. - E posso saber como você entrou no meu apartamento? Com que chave? E com a autorização de quem?
—Ah... Sabe aquela chave que você havia perdido? - Confirmei com um leve movimento da cabeça. - Então, ela estava lá em casa, debaixo do sofá... E como eu que não ia varrer lá sem empregada acabou ficando por séculos perdida. Mas hoje pude pagar uma diarista. - Sorriu ela orgulhosa.
—Oh, pague uma para mim também.
Ela pulou do meu lado da cama. Senti toda a dor que eu tentei evitar a manhã toda. Obrigado, Maite, por fazer minha cama tremer, que por sua vez me movimentou toda, me fazendo sentir uma dor sem igual. 
—O que você tem? Cólica? - Perguntou-me ao ver minha careta de dor.
—Também, mas as dores nos seios hoje estão de matar.
—Ainda bem que eu já passei por isso esse mês.
Suspirei vencida me levantando e indo escovar os dentes. Fui ao banheiro, peguei minha escova e comecei a minha higiene.
—Any... - Ouvi a voz da May do quarto. - Vamos almoçar hoje no shopping?
Parei, pensei, analisei, e conclui:
—Nem morta!
—Ah, Any... - Veio ela ao banheiro, com voz manhosa. - Eu estou precisando tanto sair. Sabe, faz meses em que só trabalho sem parar... E hoje em pleno sábado o meu... O meu... - Quando ela começava com essa seqüência imensa de “O meu...” é por que nem ela sabe o que o cara com quem sai.
—O cidadão com quem você sai. - Conclui para ela.
—É, acho que ele é isso aí. Mas, voltando ao assunto... Ele está viajando então estou só e gostaria muito que minha amiga, que eu amo tanto, ficasse comigo para me distrair. E se ela topasse, eu seria capaz de pagar a sua caixa de chocolate predileta, só pra que não fique tão mal. - Ela sabe como me agradar, não posso negar.
—Ok, May, eu vou. - Falei voltando ao quarto. Nunca negue uma caixa de chocolate, esse era o meu décimo primeiro mandamento.
—Te amo, amiga! - Ela me abraçou amassando meus doloridos seios. O dia prometia, eu sabia bem.
***
Almoçamos no “restaurante de sempre”, e depois compramos minha saborosa caixa de chocolates. Nada de especial no shopping e a minha dor nos seios ainda não tinha “ido embora”, por isso em menos de três horas eu já me encontrava novamente em casa, deitada na cama, assistindo filme e comendo pipoca. Eu sabia que não era o melhor passa-tempo para um final de semana, muito menos para um sábado em que no dia seguinte você irá trabalhar (Sim, fui convocada para trabalhar em pleno domingo). Quando estava pensando na morte da bezerra, na pobre bezerrinha que perdeu a mãe e em como foi seu enterro, ouço meu celular tocar. Reclamando atendi, esperando que fosse a Dull, ou o Chris (que sempre ligam nos momentos inconvenientes). Já tinha até pensado em como mandá-los à m*erda.
—Alô. - Atendi com a voz firme, tentando demonstrar minha irritação.
—Bom dia, Anahí. - Ah Meu Deus! Christopher me ligando? Droga de mania de nunca olhar o codificador de chamadas.
Fiquei sem saber o que falar o que responder, e o “Bom dia” não queria sair da minha garganta.
—Sou eu, o Christopher. - Ele, após alguns segundos sem eu ter falado nada, acrescentou. Como se eu não soubesse que era ele.

CONTINUA...