Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu!*Versão Barken*

—O-O-I. - Droga! Eu gaguejei.
Respirei fundo. Eu não podia deixar que ele percebesse o meu nervosismo. Mas então como disfarçar o já gaguejado? Resolvi aplicar aquele velho truque de crise de toces. Coloquei a mão na boca e comecei com a seqüência de “cof, cof, cof”, só parando quando tive a certeza de ter sido o suficientemente convincente.
—Desculpa. - Falei mais calma. - Essas viroses me matam. - Menti sorrindo. Coisa feia, eu sei.
—Melhoras.
—Obrigada.
Em meio ao meu nervosismo eu não tinha parado para pensar em algo...
—Como você conseguiu meu telefone? - Perguntei curiosa.
—Uma amiga sua me passou.
—Dulce Maria! - Conclui.
Quem mais falaria de algo tão “intimo” a ele?
Ele não confirmou, nem negou, se limitou a rir. Sim, tinha sido aquela... Aquela... Aquela... Intrometida!
—Any, vamos ver se sou bom em adivinhar - Adivinhar? - Você está em casa, com o carro quebrado, e com uma virose que não permitiria que você saísse para jantar comigo esta noite. Acertei? - Me perguntou ele.
Sabem o que é pior? É que ele tinha acertado. Caso ele me convidasse para sair seriam justamente essas desculpas que eu falaria.
Será que ele é médium?
—Sim... Não que eu não queira, é que não posso. - Me apressei em explicar. - Fora que estou ocupada, então... Você já sabe.
—Que ótimo!
“Ótimo?”, pensei irritada. Ele me liga, tira conclusões, e quando eu confirmo que não irei sair com ele, ele diz “ótimo”? Se não queria sair comigo por que me ligou?
—Por que eu estou aqui embaixo, na entrada do seu prédio. - Ele acrescentou.
COMO É QUE É?! Deixei o telefone cair da minha mão. Ele estava brincando, só podia estar brincando. Porque ele não viria para cá... Viria? Por meu prédio ser um prédio de pobre, não tinha porteiro. Tendo na entrada os números de cada apartamento e o interfone. E se ele estivesse mesmo na entrada do prédio eu o veria, pois a janela da sala ficava na mesma direção da entrada, sendo dois andares a baixo. Não resiste e fui dar uma “conferida” na janela. Quando olhei para baixo o vi parado, olhando para cima sorrindo para mim. MEU DEUS! Em um reflexo voltei para o sofá, com a mão no peito, assustada. Como ele tinha chegado aqui? O que ele queria? Eu sei que o fato de que eu moro aqui há anos, e ele já ter me visitado diversas vezes contribuía para esta “visita” inesperada. Ouvi o interfone tocar. Gelei. Deveria ser ele. Com as pernas bambas fui me aproximando do interfone. A cada segundo seu som se tornava mais assustador. Era um pesadelo. Tinha que ser um pesadelo.
Pequei o interfone. “Vai ser outra pessoa, não se preocupe”, eu tentava me convencer de que tudo tinha sido fruto da minha imaginação.
—Pois não? - Atendi receosa.
—Anny, não vai me deixar subir? - Era ele! - E dessa vez não tente arrumar desculpas. De hoje você não me escapa.

Continua...