Fanfic: A Irmã da Noiva *Adaptada AyA (Terminada)

- Imagino que todos os vizinhos também - respondeu Alfonso, com ironia. - Vamos tentar ser racionais e sensatos, está bem?

- Já te disse o que faremos, Poncho - disse Chris com seriedade. - Não preciso da tua aprovação!

Alfonso encarou-o por um momento.

- Já consideraste o que essa notícia causará ao nosso pai?

- Isso é chantagem emocional! - os olhos do jovem rapaz brilhavam de indignação. - Não precisamos de lhe contar sobre o bebê, por enquanto, se esse é o problema. Diremos apenas que irei casar.

- E onde pensa fazer isso?

Chris trocou um olhar com Dulce, como que a pedir confirmação de um prévio acordo.

- No cartório, é claro. Alfonso sorriu, sarcástico.

- E achas que papai não perguntará porquê? O derrame afetou as suas funções motoras, não a capacidade de raciocínio. Ele ainda sabe somar dois mais dois.

- Há possibilidade de ocorrer outro derrame? perguntou Anahí. - Quero dizer, os médicos disseram que deve ser poupado de situações que possam aborrecê-lo?

- Quem teve um corre sempre o risco de ter outro. Qualquer tolo sabe disso.

Anahí mordeu o lábio. Falara sem pensar, pretendendo só acalmar os ânimos.

- Deve cativar muitos amigos dessa forma - disse ela, sem se preocupar em ser amável.

- Foi um modo de falar, nada pessoal. Chris moveu-se, impaciente.

- Escuta, assim não chegaremos a lugar nenhum virou-se para Anahí, com determinação. - Está ou não do nosso lado?

- Estou - respondeu, com firmeza. Chris sorriu, parecendo aliviado.

- Obrigado.

- Parece que estou em minoria - disse Alfonso, resignado.

Anahí lançou-lhe um olhar desconfiado. Ele aceitara com muita facilidade para alguém tão contra o casamento. Agora, comprometida com Dulce e Chris, deixaria as dúvidas de lado e não permitiria que Alfonso estragasse os planos do jovem casal.

Levantou-se para tirar os pratos, evitando o contato com os longos dedos de Alfonso quando ele lhe entregou o seu. As mãos eram bem tratadas, a pele bronzeada, as unhas bem cortadas. Do que eram capazes, ela não queria nem imaginar.

- Levarei as travessas - ofereceu-se Alfonso, levantando-se. Ao notar que Anahí hesitava, olhou-a com ar interrogativo. - Algum problema?

Ela abanou a cabeça, incapaz de recusar a ajuda. Se Alfonso imaginava que poderia persuadi-la quando estivessem sozinhos, estava muito enganado. Não poderia, nem iria, voltar atrás na sua decisão. De que adiantaria, de qualquer modo? Como Dulce dissera, os dois já tinham idade para tomar as próprias decisões e estavam determinados a casar.

A cozinha era pequena e Alfonso deixou-a menor ainda. Colocou as travessas onde ela indicara, mas não fez nenhum gesto imediato de voltar à sala de jantar. Encostou-se no armário, observando-a transferir a torta de maçã da forma para a travessa.

- Foi você quem a fez, Anahí?

- Sim. No forno a gás, desta vez. Os bolos não ficam bons no microondas.

- A vida deve ter sido muito difícil para ti nestes anos. Tanta responsabilidade para uma pessoa tão nova! Disse que não tem outros parentes?