Fanfics Brasil - Capitulo 20 Finale (Adaptada)

Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 20

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A noite de quinta chegou, e com ela, a completa transformação da casa da fazenda. Guirlandas de folhas de outono em vermelho, dourado e castanho, derramadas fora do beiral. Sacas de espigas de milho secas emolduravam a porta. Parecia que Marcie tinha comprado cada abóbora de toda Maine, e as alinhou ao longo de toda calçada, a garagem e cada centímetro quadrado da varanda. Foram esculpidas algumas lanternas de abóbora, piscando luz de velas em suas expressões assustadoras. Uma parte vingativa de mim queria dizer que uma loja de artesanato tinha sido jogada em nosso gramado, mas na verdade ela tinha feito um bom trabalho.


Dentro, música assombrada tocava do aparelho de som. Caveiras, morcegos, teias de aranha e fantasmas se confundiam com os móveis. Marcie tinha alugado uma máquina de gelo seco – como se nós não tivéssemos neblina de verdade o suficiente no jardim.


Eu tinha duas sacolas de papel nos meus braços cheias de itens que última hora que estavam faltando, e eu os levei até a cozinha.


— Voltei! — gritei. — Copos plásticos, um saco de anéis de aranha, dois sacos de gelo, e mais confetes de esqueleto, como você pediu. A soda ainda está no porta malas. Algum voluntário pra me ajudar a trazê-las para dentro?


Marcie escorregou do quarto, e eu fiz meu queixo cair. Ela usava um sutiã de vinil preto e calças legging correspondentes. Nada mais. Suas costelas apareciam através de sua pele e ela tinha coxas que nem palitos de picolé.


— Coloque a soda na geladeira, o gelo no freezer, e espalhe os confetes de esqueleto na mesa de jantar, mas não deixe cair na comida. Só isso por enquanto. Esteja por perto caso eu precise de mais alguma coisa. Tenho que terminar minha fantasia.


— Bem, isso é um alívio. Por um minuto, achei que isso fosse tudo que você estava planejando usar. — Eu disse, gesticulando para o vinil acanhada.


Marcie olhou para baixo.


— E é. Eu sou a Mulher Gato. Só preciso colar as orelhas de feltro preto na minha cabeça.


— Você vai usar sutiã na festa? Só sutiã?


— Um top.


Oh, essa vai ser boa. Mal posso esperar pelo comentário da Vee.


— Quem é o Batman?


— Robert Boxler.


— Então isso significa que Scott se salvou? — Essa era mais uma pergunta retórica. Apenas para dar uma facada notória na reviravolta.


Marcie deu de ombros numa caminhada pouco pomposa.


— Que Scott? — ela disse, e marchou escada acima.


— Ele escolheu Ane ao invés de você! — Eu disse triunfantemente atrás dela.


— Eu não ligo. — Marcie cantou de volta. — Você provavelmente fez a cabeça dele. Não é segredo que ele faz tudo o que você diz. Coloque a soda na geladeira antes da virada do século.


Eu dei língua para ela, mesmo sabendo que ela não podia ver.


— Eu tenho que me aprontar também, você sabe!


Às 19:00 os primeiros convidados chegaram. Romeu e Julieta, Cleopatra e Mark Anthony, Elvis e Priscila. Até mesmo vidros de ketchup e mostarda passeavam pela porta da frente. Eu deixei Marcie bancar a anfitriã e fui para a cozinha, empilhando no meu prato ovos cozidos, coquetel de salsichas e milho doce. Eu estava muito ocupada concedendo as ordens pré-festa de Marcie para jantar. Isso, e a nova fórmula de devilcraft que Dante tem me dado, parecia reduzir meu apetite após as primeiras horas que eu tomava.


Eu tinha feito um trabalho razoavelmente bom racionando isso e ainda tinha o suficiente para os próximos dias. Os suores noturnos, dores de cabeça e estranhas sensações de formigamento que me apanhavam nos momentos mais estranhos quando comecei a tomar a nova fórmula tinham ido embora. Eu tinha certeza que isso significava que os perigos do vício tinham passado e eu tinha aprendido a usar devilcraft seguramente. Moderação era a chave. Blakely pode ter tentado me ligar ao devilcraft, mas eu era forte o suficiente para definir meus próprios limites.


Os efeitos do devilcraft eram inacreditáveis. Eu nunca tinha me sentido tão excepcional fisicamente e mentalmente. Eu sabia que teria que parar de tomar isso eventualmente, mas com o estresse, perigos do Cheshvan e a guerra iminente, eu estava alegre de estar sendo cautelosa. Se mais algum dos meus duvidosos soldados nephilins me atacasse, dessa vez eu estaria preparada.


Depois de me encher de aperitivos e Sprite servida em um caldeirão preto, eu acotovelei o caminho até a sala de estar, procurando ver se Ane e Scott tinham chegado. As luzes tinham esmaecido, todos estavam fantasiados, e eu tinha dificuldade em encontrar rostos na multidão. Mais, espiei a lista de convidados. Foi fortemente ponderada em favor dos amigos de Marcie.


— Adorei a fantasia, Dulce. Mas você não passa de um demônio.


Olhei para o lado para Morticia Addams. Eu olhei confusa, e depois sorri.


— Oh, hey, Bailey. Quase não te reconheci com o cabelo preto. — Bailey sentava do meu lado na aula de matemática, e nós éramos amigas desde o ginásio. Peguei minha cauda de diabo, com uma pequena pontinha no fim, para salvá-la do cara atrás de mim, que ficava acidentalmente pisando nela, e disse: — Obrigada por vir esta noite.


— Você terminou o dever de matemática? Eu não entendi nada do que o Sr. Huron tentou nos ensinar hoje. Toda vez que ele começava a resolver um problema no quadro, parava na metade, apagava o que tinha feito, e começava de novo. Eu acho que ele não sabe o que está fazendo.


— Yeah, provavelmente vou passar horas fazendo isso amanhã.


Os olhos dela se iluminaram.


— Nós devíamos nos encontrar na biblioteca e fazer juntas.


— Prometi pra minha mãe que limparia o celeiro depois da escola. — Eu encobri. Verdade seja dita, dever de casa tinha se esvaído da minha lista de prioridades para fazer mais tarde. Era difícil me preocupar com a escola quando eu temia que qualquer dia agora o sinistro cessar fogo entre anjos caídos e nephilins estourasse. E eu daria qualquer coisa para descobrir qual.


— Oh. Talvez da próxima vez. — Bailey disse, soando desapontada.


— Você viu Ane?


— Ainda não. De quem que ela vem?


— De babá. Seu par é Michael Myers de Haloween. — Eu expliquei. — Se você a vir, Diga que a estou procurando.


Quando eu atravei a sala de estar, esbarrei em Marcie e seu par, Robert, Boxler.


— Como está a comida? — Marcie me perguntou autoritariamente.


— Minha mãe está cuidando disso.


— Música?


— Derrick Coleman é o DJ.


— Você está trabalhando na multidão? Todos estão se divertindo?


— Acabei de terminar a ronda. — Mais ou menos.


Marcie me olhou com criticismo.


— Onde está seu par?


— Isso importa?


— Eu soube que você está namorando um cara novo. Fiquei sabendo que ele não vai à escola. Quem é ele?


— Quem te disse isso? — O boato sobre Dante e eu estava rolando afinal de contas.


— Isso importa? — ela repetiu sarcasticamente. Ela torceu o nariz em desgosto. — Do quê você está vestida?


— Ela é uma diaba. — Robert disse. — Tridente, chifres e vestido vermelho de vampiro.


— Não esqueça as botas pretas de combate, — eu disse, mostrando-as. Eu tinha que agradecer a Ane por elas, assim como pelos laços vermelhos de glitter.


— Estou vendo. — Marcie disse. — Mas o tema da festa são casais famosos. Um diabo não sai com ninguém.


Foi quando Ucker apareceu na porta da frente. Tive que conferir duas vezes para ter certeza de que era ele. Eu não esperava que ele viesse. Nós não tínhamos resolvido nossa briga, e eu orgulhosamente me recusei a dar o primeiro passo, me forçando a trancar meu celular em uma gaveta toda vez que eu era seduzida a ligar para ele e me desculpar, apesar da minha crescente angustia dele nunca ligar também. Meu orgulho imediatamente se transformou em alívio quando o vi. Eu odiava brigar. Odiava não ter ele por perto. Se ele estava disposto a consertar isso, eu também estava.


Um sorriso iluminou meu rosto quando vi a fantasia dele: jeans escuros, camisa preta e máscara preta. Este último ocultava tudo menos seu semblante fresco e taxativo.


— Lá está meu par. — Eu disse. — Elegantemente atrasado.


Marcie e Robert se viraram. Ucker me deu um pequeno aceno e colocou a jaqueta de couro em uma pobre novata que Marcie tinha enganado com a tarefa de pegar os casacos. O preço que algumas garotas pagariam para ir a uma festa dos populares era quase vergonhoso.


— Não é justo, — Robert disse tirando sua máscara de Batman. — O cara não se aprontou.


— O que quer que você faça, mas não o chame de ‘cara’. — Eu disse para Robert, sorrindo para Ucker enquanto ele fazia seu caminho.


— Eu o conheço? — Marcie perguntou. — Quem ele deveria ser?


— Ele é um anjo, — eu disse. — Um anjo caído.


— Não é com isso que um anjo caído se parece! — Marcie protestou.


Mostra o quanto você sabe. Eu pensei, enquanto Ucker pendurou seu braço em volta do meu pescoço e me puxou para um beijo leve.


Tenho sentido sua falta, ele falou nos meus pensamentos.


Sinto o mesmo. Não vamos mais brigar. Podemos deixar isso pra trás?


Considere feito. Como está indo a festa? Ele perguntou.


Eu ainda não quis pular do telhado.


Estou feliz em ouvir isso.


— Oi, — Marcie disse para Ucker, o tom dela mais galanteador do que eu poderia imaginar com o par dela a centímetros de distância.


— Hey, — Ucker retornou, estendendo o reconhecimento com um breve aceno.


— Eu conheço você? — ela perguntou, inclinando a cabeça curiosamente para o lado. — Você vai ao Coldwater High School?


—  Não. — Ele disse sem elaborar.


— Então como conhece Dulce?


— Quem não conhece Dulce? — ele retornou suavemente.


— Esse é meu par, Robert Boxler, — Marcie disse a ele com um ar de superioridade. — Ele é o quarterback do time de futebol.


— Impressionante. — Ucker respondeu, seu tom educado o suficiente para retornar se estivesse interessado. — Como está a temporada, Robert?


— Nós temos tido uns jogos difíceis, mas não é nada que não possamos nos recuperar. — Marcie cortou, dando tapinhas no peito de Robert consoladoramente.


— Qual academia você frequenta? — Robert perguntou a Ucker, olhando o físico dele com admiração. E inveja.


— Não tenho tido muito tempo ultimamente para academia.


— Bom, você está ótimo, man. Se você quiser levantar pesos com alguém, me chame.


— Boa sorte com o restante da temporada, — Ucker disse a Robert, dando a ele um daqueles apertos de mão complicados que todos os garotos parecem saber institivamente.


Ucker e eu fomos vagamos para dentro da casa, nos enrolando através dos corredores e quartos, tentando encontrar um canto isolado. No fim das contas ele me puxou para o lavabo, chutou a porta fechando-a, e a trancou. Ele se inclinou para mim contra a parede e passou o dedo em uma das minhas orelhas vermelhas de diabo, seus olhos profundamente negros com o desejo.


— Bela fantasia, — ele disse.


— Idem. Posso dizer que você pensou muito na sua. — Ele curvou a boca em divertimento.


— Se não gosta, eu posso tirar. — Bati no meu queixo pensativamente. “


— Essa deve ser a melhor proposta que eu tive esse noite.


— Minhas ofertas sempre são as melhores, Anjo.


— Antes da festa começar, Marcie me pediu para amarrar a parte de trás de seu traje de Mulher Gato. — Eu levantei e abaixei minhas mãos com um gesto de peso. — Entre as duas ofertas, é uma decisão difícil.


Ucker tirou a máscara dele e sorriu suavemente no meu pescoço, colocando meu cabelo atrás dos meus ombros. Ele tinha um cheiro incrível. Era caloroso, sólido e muito próximo. Meu coração batia mais rápido, espremendo com a culpa. Eu tinha mentido para Ucker. Eu não podia esquecer. Fechei meus olhos, deixando a boca dele explorar a minha, tentando me perder no momento. Durante todo tempo, as mentiras batiam, batiam, batiam, em minha cabeça. Eu tinha tomado devilcraft, e tinha enganado a mente dele. Eu ainda estava tomando devilcraft.


— O problema da sua fantasia é, que não esconde sua identidade muito bem. — Eu disse, me afastando. — E nós não deveríamos ser vistos juntos em público, lembra?


— Apenas parei por um minuto. Não podia perder a festa da minha garota. — Ele murmurou. Ele abaixou sua cabeça e me beijou de novo.


— Ane ainda não está aqui, — eu disse. — Tentei o celular dela. E o de Scott. Fui encaminhada para o correio de voz nas duas vezes. Eu devo me preocupar?


— Talvez eles não queiram ser incomodados, — ele falou no meu ouvido, sua voz profunda e grave. Ele puxou meu vestido mais pra cima da minha perna, acariciando seu polegar sobre minha coxa nua. O calor se sua carícia anulou o peso da minha consciência. A sensação me fez estremecer. Fechei meus olhos de novo, dessa vez involuntariamente. Todos os nós soltos. Minha respiração era um pouco mais rápida. Ele sabia como me tocar.


Ucker me levantou para a borda da pia, com as mãos espalmadas sob meus quadris. Eu fiquei calorosa e tonta por dentro, e quando ele colocou sua boca na minha, eu podia jurar que saíram faíscas. O toque dele me queimava com paixão. O palpitante, inebriante calor líquido de estar perto dele nunca envelhecia, não importa quantas vezes nos tocamos, flertamos ou beijamos. Se qualquer coisa, que se intensificou com essa faísca elétrica. Eu queria Ucker, e não confiava em mim mesma quando eu queria.


Não sei quanto tempo a porta do banheiro ficou aberta antes que eu percebesse. Eu me afastei de Ucker, com a boca aberta. Minha mãe ficou como uma sombra na entrada, resmungando sobre como a fechadura nunca tinha funcionado corretamente, e ela estava querendo consertar há séculos, quando seus olhos se ajustaram à escuridão, porque ela parou a meia desculpa.


Sua boca se fechou. Seu rosto empalideceu... então corou em um profundo, vermelho escaldante. Eu nunca a havia visto tão enfurecida.


— Fora! — ela apontou seu dedo longe. — Fora da minha casa nesse instante, e não pense em voltar, ou tocar na minha filha de novo! — ela sibilou para Ucker, pálida.


Eu saltei da pia.


— Mãe...


Ela se virou para mim.


— Nenhuma palavra de você! — ela balbuciou. — Você disse que tinha terminado com ele. Você disse que esse... esse lance... entre você e ele... tinha acabado. Você mentiu para mim!


— Eu posso explicar, — comecei, mas ela tinha se voltada para Ucker.


— É isso que você faz? Seduz moças jovens em suas próprias casas, com as suas mães a metros de distância? Você deveria se envergonhar de si próprio!


Ucker entrelaçou sua mão na minha, agarrando-a firmemente.


— Pelo contrário, Blythe. Sua filha é tudo para mim. Completamente e totalmente. Eu a amo – é simples assim.


Ele falou calma e seguramente, mas seu maxilar estava tão rígido como se fosse esculpido de pedra.


— Você destruiu a vida dela! No momento que ela te conheceu, tudo desmoronou. Você pode negar o quanto quiser, mas sei que você estava envolvido no sequestro dela. Saia da minha casa. — Ela rosnou.


Me agarrei à mão de Ucker ferozmente, murmurando ‘Sinto muito, muito mesmo’ de novo, e de novo, na mente dele.


Eu passei a vista trancada contra minha vontade numa cabana distante. Hank Millar foi o mentor da minha prisão, mas minha mãe não sabe disso. A mente dela ergueu uma muralha em volta das lembranças dele, prendendo tudo de bom, e jogando fora o resto. Eu culpava Hank, e culpava o devilcraft. Ela colocou na cabeça que UCker tinha sido responsável pelo meu sequestro, e isso era tão verdade para ela como o nascer do sol de manhã.


— Eu deveria ir, — Ucker me disse, dando em minha mão um aperto tranquilizador. Te ligo mais tarde, ele adicionou privadamente em meus pensamentos.


— Eu acho que sim! — minha mãe retrucou, os ombros subindo com o esforço de respirar pesadamente.


Ela deu um passo para o lado, permitindo que Ucker saísse, mas fechou a porta antes que eu pudesse escapar.


— Você está de castigo. — Ela disse com voz de ferro. — Aproveite a festa enquanto ela dura, pois este vai ser seu último evento social por um bom tempo.


— Você está mesmo interessada em me ouvir? — atirei de volta, enfurecida pelo modo como ela havia tratado Ucker.


— Preciso de um tempo para esfriar. É de seu interesse me dar algum espaço. Posso estar com espírito para falar amanhã, mas essa é a última coisa em que estou interessada agora. Você mentiu para mim. Agiu pelas minhas costas. Pior, eu tive que encontrar você tirando sua roupa com ele no nosso banheiro. Nosso banheiro! Ele quer uma coisa de você, Dulce, e vai levar para onde quer que possa conseguir. Não há nada de especial em perder sua virgindade num banheiro.


— Eu não estava... nós não estávamos... minha virgindade? — Eu balancei minha cabeça e fiz um gesto de aversivo. — Esquece. Você está certa – não quer ouvir. Você nunca quer. Não quando se trata de Ucker.


— Está tudo bem aqui? — Minha mãe e eu nos viramos para encontrar Marcie do lado de fora da porta. Ela segurava um caldeirão vazio nos braços e atrelou seus ombros se desculpando. — Desculpe interromper, mas ficamos sem olhos de monstro, também conhecidos como uvas sem casca.


Minha mãe colocou um pouco de cabelo no rosto dela, tentando se recompor.


— Dulce e eu estávamos terminando. Eu posso ir até a loja rapidinho comprar umas uvas. Mais laguma coisa que tenhamos pouco?


— Molho de queijo nacho, — Marcie disse numa tímida voz de ratinho, como se ela odiasse impor a bondade da minha mãe. — Mas você realmente não precisa se preocupar. Quero dizer, é só molho de queijo nacho. Não haverá nada para acompanhar os salgadinhos, claro, e é o meu favorito, mas realmente e verdadeiramente – não é grande coisa. — Um pequeno suspiro escapou dela.


— Ótimo. Uvas e molho nacho. Mais alguma coisa? — Minha mãe perguntou.


Marcie abraçou o caldeirão e sorriu.


— Não, é só isso.


Minha mãe pescou as chaves no bolso e saiu, cada movimento seu duro e rígido. Marcie, no entanto, ficou.


— Você sempre pode enganar a mente dela, sabe. Fazer ela pensar que Ucker nunca esteve aqui.


Voltei os olhos frios para Marcie.


— O quanto você ouviu?


— O bastante para saber que você está em uma profunda encrenca.


— Eu não vou enganar a mente da minha própria mãe.


— Se você quiser, eu posso falar com ela.


Soltei um riso.


— Você? Minha mãe não por que você acha, Marcie. Ela pegou você sob alguma forma equivocada de hospitalidade. E provavelmente para provar alguma coisa para sua mãe. A única razão para você estar vivendo debaixo desse teto é que é assim que minha mãe pode jogar na cara da sua mãe: ela era a melhor amante, agora ela é a melhor mãe.


Era uma coisa horrível de se dizer. Tinha soado melhor na minha cabeça, mas Marcie não me deu tempo de alterar minha declaração.


— Você está tentando fazer me sentir mal, mas não vai funcionar. Você não vai arruinar minha festa. — Mas eu acho que vi a oscilação em seu lábio. Com uma inspiração, ela parecia se recompor.


De repente, como se não tivesse acontecido, ela disse numa voz bizarramente alegre.


— Eu acho que é hora de jogar Bob-for-a-Date.


— Bob o quê?


— É como pegar maçãs, exceto que cada maçã tem o nome de alguém da festa atrelado. Quem quer que você tire é seu próximo encontro às cegas. Nós jogamos todo ano na minha festa de Halloween. — Eu fiz uma careta. Nós não tivemos essa ideia do jogo de antemão.


— Parece brega.


— É um encontro às cegas, Nora. E já que você está de castigo pela eternidade, o que tem a perder? — Ela me puxou para a cozinha, em direção à gigante banheira de água com maçãs vermelhas e verdes flutuando nela.


— Hey, todo mundo, ouçam! — Marcie chamou por cima da música. — Hora de jogar Bob-for-a-Date. Nora Grey vai primeiro.


Aplausos eclodiram através da cozinha, junto com vaias e alguns gritos e assobios de incentivo. Fiquei ali, com a boca movendo-se, mas sem emitir palavras, amaldiçoando Marcie fluentemente em minha mente.


— Eu não acho que eu seja a melhor pessoa para isso. — Gritei por cima do barulho. — Posso passar?


— Sem chance. — Ela me deu o que parecia um empurrou brincalhão, mas foi forte o bastante para me fazer cair de joelhos em frente à banheira de maçãs. Lancei para ela um olhar de pura indignação.


Eu vou fazer você pagar por isso, eu disse a ela.


— Puxe o cabelo pra trás. Ninguém quer desagradáveis cabelos dispersos flutuando na água. — De acordo, a multidão rugiu um coletivo “Booo!”


— Maçãs vermelhas correspondem aos nomes dos meninos, — Marcie adicionou. — Maçãs verdes das meninas.


Tudo bem! Tanto faz! Apenas acabe logo com isso, eu disse para mim mesma. Não era como se eu tivesse alguma coisa a perder: começando amanhã, eu estava de castigo. Não haveriam encontros às cegas no meu futuro, com jogo ou sem.


Mergulhei meu rosto na água fria. Meu rosto esbarrou em uma maçã após a outra, eu não podia afundar meus dentes em nenhuma delas. Subi para pegar ar, e meus ouvidos zumbiam com vaias e assobios zombeteiros.


— Me deem um tempo, — eu disse. — Eu não tenho feito isso desde os 5 anos. Isso já diz muito sobre esse jogo! — adicionei.


— Dulce não tem um encontro às cegas desde que ela tinha 5 anos, — Marcie disse, interpretando mal o que quis dizer e acrescentando seu próprio comentário.


— Você será a próxima, — eu disse a Marcie, encarando-a de joelhos.


— Se houver próxima. Me parece que você vai ficar sugando o rosto com maçãs a noite toda, — ela retornou docemente, e a multidão gritou em diversão.


Eu mergulhei minha cabeça na banheira, atirando meus dentes nas maçãs. Água caiu sobre a borda, encharcando a frente da minha fantasia vermelha de diabo. Cheguei bem perto de pegar uma maçã com a mão e apertá-la em minha boca, mas percebi que Marcie desqualificaria o movimento. Eu não estava com disposição para fazer tudo de novo. Assim como eu estava prestes a subir para pegar outro fôlego, meus dentes da frente prenderam uma maçã vermelho sangue.


Eu surgi, sacudindo a água do meu cabelo ao som de aplausos e mais aplausos. Joguei a maçã na Marcie e agarrei uma toalha, acariciando meu rosto para secá-lo.


— E o sortudo que conseguiu um encontro às cegas com nossa rata afogada aqui é... — Marcie retirou um tubo selado do miolo da maçã. Ela desenrolou o papel que estava dentro do tubo, e enrugou o nariz. — Baruch? Só Baruch?


Ela pronunciava tipo Bar-ooch.


— Estou falando certo? — Ela perguntou ao público.


Nenhuma resposta. As pessoas já estavam indo embora agora que o entretenimento imediato havia acabado. Eu estava agradecida que Bar-ooch, seja lá quem ele fosse, parecia ser uma inscrição falsa. Ou isso, ou ele estava muito envergonhado de ter um encontro comigo.


Marcie me encarou, como se esperasse que eu conhecesse o rapaz.


— Ele não é um dos seus amigos? — perguntei a ela enquanto eu torcia as pontas do meu cabelo na toalha.


— Não. Achei que fosse um dos seus.


Eu estava a ponto de imaginar se esse seria mais um de seus jogos bizarros, quando as luzes da casa piscaram. Uma vez, duas vezes, então elas se apagaram completamente. A música desapareceu no silêncio assustador. Houve um momento de confusão assustada e, em seguida, a gritaria começou. Perplexos e confusos no início, aumentando a nota para arrepiar os cabelos de terror. Os gritos antecederam o barulho inconfundível de corpos sendo jogados contra as paredes da sala.


— Dulce! — Marcie chorou. — O que está acontecendo?


Eu não tive a chance de responder. Apenas uma força invisível me fazia recuar um passo, paralisando-me. Uma energia fria e nítida enrolava o meu corpo. O ar estalava e flexionava com o poder de vários anjos caídos. Sua súbita aparição na casa da fazendo era tão tangível como uma rajada de vento ártico. Eu não sabia quantos eram, ou o que eles queriam, mas eu podia senti-los entrar mais profundamente para dentro da casa, espalhando para preencher todos os quartos.


— Dulce, Dulce. Saia para brincar. — Uma voz masculina cantou. Estranha e assustadoramente falsa.


Eu dei duas respirações superficiais. Pelo menos agora eu sabia o que eles queriam.


— Eu vou te achar minha querida, meu bichinho, — ele continuou a cantarolar em uma voz fria.


Ele estava perto, bem perto. Eu me rastejei atrás do sofá da sala, mas alguém chegou antes de mim no esconderijo.


— Dulce? É você? O que está acontecendo? — Andy Smith me perguntou. Ele sentava duas cadeiras atrás de mim em matemática e era amigo da Marcie, namorado da Addyson. Eu podia sentir o calor de seu suor transpirando.


— Quieto. — Eu o instruí suavemente.


— Se você não vier até mim, eu vou até você. — O anjo caído cantou.


Seu poder mental me cortava como uma faca quente. Engoli em seco enquanto ele se sentia dentro da minha mente, sondando todas as direções, analisando meus pensamentos para determinar onde eu estava escondida. Levei paredes e mais paredes para detê-lo, mas ele passava por elas como se eu tivesse as construído de poeira. Tentei me lembrar de cada mecanismo de defesa que Dante havia me ensinado contra invasão de mente, mas o anjo caído se moveu muito rápido. Ele sempre estava dois – perigosos – passos a frente. Um anjo caído nunca teve esse efeito em mim antes. Havia apenas uma maneira de descrevê-lo. Ele estava dirigindo toda sua energia mental em mim através de uma lente de aumento, ampliando o efeito.


Sem aviso, um brilho laranja queimou minha mente. Uma grande fornalha de energia explodiu pela minha mente. Eu sentia que o calor disso derreteria minhas roupas. Chamas crepitavam através do tecido, limpando minha pele com um tormento quente. Em uma agonia inimaginável, eu me enrolei em uma bola. Coloquei minha cabeça entre os joelhos, rangendo os dentes para não gritar. O fogo não era real. Tinha que ser um engana... mente. Mas eu realmente não acreditava nisso. O calor fervia tanto, que eu realmente tinha certeza de que ele tinha acendido fogo em mim.


— Pare! — Eu finalmente chorei, me lançando para o exterior e me contorcendo no chão – qualquer coisa para sufocar as chamas devorando minha carne.


Naquele instante, o calor ardente desapareceu, apesar de eu não ter visto a água que com certeza tinha apagado ele. Eu deitei de costas, meu rosto banhado de suor. Doía respirar.


— Saiam todos, — o anjo caído comandou.


Eu quase havia esquecido que tinham outras pessoas na sala. Eles nunca esqueceriam isso. Como poderiam? Eles entendiam o que estava acontecendo? Eles sabiam que isso não era encenado para a festa? Rezei para que alguém fosse buscar ajuda. Mas a casa da fazenda era muito remota. Levaria tempo para trazer ajuda.


E a única pessoa que poderia ajudar era Ucker, e não havia como eu alcançar ele.


Pernas e pés se embaralhavam pelo chão, correndo para a saída. Andy Smith se esquivou de trás do sofá e saiu freneticamente pela porta.


Levantei minha cabeça apenas alto o bastante para ver o anjo caído.


Estava escuro, mas vi uma silhueta imponente, esquelética e seminua. E dois olhos selvagens e brilhantes.


O anjo caído com peito nu do Devil’s Handbag e da floresta me observou. Seus hieróglifos desfigurados pareciam contrair e relaxar sobre sua pele, como se fosse ligado por fios invisíveis. Na verdade, eu tinha certeza que elas se moviam conforme sua respiração. Eu não podia tirar meus olhos do seu ferimento, pequeno e bruto em seu peito.


— Eu sou Baruch. — Ele pronunciou Bar-rewk.


Eu fugi para o canto da sala, fazendo uma careta de dor.


— Cheshvan começou, e eu não tenho um vassalo nephil. — Ele disse. Manteve seu tom coloquial, mas não havia brilho em seus olhos. Nenhum brilho, nenhum calor.


Tanta adrenalina fez minhas pernas se sentirem inquietas e pesadas. Eu não tinha muitas opções. Eu não tinha força o suficiente para passar por ele. Eu não poderia lutar com ele – se eu tentasse, ele chamaria seus colegas e eu estaria em desvantagem em segundos. Amaldiçoei minha mãe por ter expulsado Ucker. Eu precisava dele. Eu não poderia fazer isso sozinha. Se Ucker estivesse aqui, eu saberia o que fazer.


Baruch traçou sua língua da parte de dentro do seu lábio.


— A líder do exército do Mão Negra, e o que eu vou fazer com ela?


Ele mergulhou na minha mente. Eu o sentia fazer isso, mas eu estava impotente para evitar. Eu estava muito exausta para lutar. A última coisa que eu sabia, era que tinha rastejado obedientemente e deitado nos seus pés como um cachorro. Ele chutou minhas costas, olhando predatoriamente para mim. Eu queria negociar com ele, mas meus dentes estavam cerrados com tanta força, que era como se minha mandíbula tivesse sido costurada.


Você não pode discutir comigo, ele assobiou hipnoticamente na minha mente. Você não pode me recusar. O que quer que eu mande, você deve fazer.


Tentei sem sucesso impedir a entrada da voz dele. Se eu pudesse quebrar esse controle, eu poderia revidar. Era minha única chance.


— Como é a sensação de se um nephil novo? — ele murmurou numa voz fria e de desprezo. — O mundo não é lugar para um nephil sem um mestre. Eu vou te proteger de outros anjos caídos, Dulce. De agora em diante, você pertence a mim.


— Eu não pertenço a ninguém. — Cuspi, as palavras saindo de mim com um esforço extenuante.


Ele exalou, lento e deliberado. Saiu como um castigo assobiado entre os dentes.


— Eu vou te quebrar meu bichinho. Apenas veja se não vou. — Ele rosnou.


Eu olhei para ele.


— Você cometeu um grande erro vindo aqui esta noite, Baruch. Você cometeu um grande erro vindo atrás de mim.


Ele sorriu, um flash de afiados dentes brancos.


— Eu vou gostar disso. — Ele deu um passo mais perto, poder irradiando dele. Ele era quase tão forte como Ucker, mas havia uma ponta sanguinária em seu poder que eu nunca tinha sentido com Ucker. Eu não sabia há quanto tempo Baruch tinha caído do Céu, mas sabia que, sem sombra de dúvidas ele havia se entregado ao mal, de todo coração.


— Faça seu juramento de fidelidade, Dulce Grey. — Ele ordenou.



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Comentários da Fanfic 75



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  • Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05

    fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.

  • Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36

    estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45

    ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38

    posta mais

  • juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51

    como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!

  • juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59

    dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !

  • juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13

    Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando

  • juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59

    A porra fico seria agora!

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32

    marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44

    eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados


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