Fanfics Brasil - Capitulo 26 Finale (Adaptada)

Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 26

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Eu nunca acreditei que Dabria verdadeiramente tinha o dom da clarividência e profecia – não depois que ela tinha caído, de qualquer maneira – mas estava fazendo um bom trabalho recentemente de convencer-me a mudar a minha opinião. Menos de um minuto depois, a porta da garagem do Ucker abriu com um zumbido baixo, e ele apareceu no topo da escada. Ele parecia um pouco pior para o desgaste  - linhas de cansaço gravaram seu rosto, e seus olhos tinham uma ponta de cansaço - e ver Dabria e eu de pé em um confronto em sua sala de estar não parece melhorar seu humor. Ele considerava-nos com olhos escuros, avaliando.


— Isso não pode ser bom.


— Eu vou primeiro, — Dabria começou, sugando a respiração tremendo.


— Nem perto, — respondi. Encarei Ucker diretamente, cortando Dabria de fora da conversa. — Ela beijou você! E Dante, que tem seguido você, por sinal, pegou a câmera. Imagine minha surpresa quando é isso que tenho uma completa visão de hoje mais cedo. Você ao menos pensou em me contar?


— Eu disse a ela que beijei você, e que você me afastou, — Dabria protestou estridentemente.


— O que você ainda está fazendo aqui? — Explodi com Dabria. — Isso é entre mim e Ucker. Saia já!


— O que você está fazendo aqui? — Ucker ecoou para Dabria, seu tom de nitidez.


— Eu... despedacei, — ela estalou. — Eu estava com medo. Não conseguia dormir. Não consigo parar de pensar Hanoth e nos outros nephilins.


— Você deve estar brincando comigo, — eu disse. Olhei para Ucker para aprovação, esperando que ele não ia cair na estratégia de donzela indefesa dela.


Dabria tinha vindo aqui esta noite à procura de uma determinado tipo de conforto, e eu não aprovo. Nem um pouco.


— Volte para o esconderijo, — Ucker ordenou a Dabria. — Se você ficasse, estaria segura. — Apesar de seu cansaço, as suas palavras adotaram uma nota dura. — Esta é a última vez que vou dizer para você manter sua cabeça baixa e ficar fora de problemas.


— Por quanto tempo? — Dabria praticamente choramingou. — Estou sozinha lá. Todo mundo na casa é humano. Eles olham para mim engraçado. — Seus olhos insistiram com ele. — Eu posso te ajudar. Desta vez não vou cometer erros. Se você me deixar ficar aqui.


— Vá, — Ucker ordenou-lhe bruscamente. — Você já despertou bastantes problemas. Com Dulce, e com os Nephilins que você seguiu. Não podemos ter certeza de que conclusões eles tiraram, mas uma coisa é certa. Eles sabem que você está atrás Blakely. Se têm um cérebro pelo menos, eles também descobriram que significa que você sabe por que Blakely é vital para a operação deles, e o que ele está fazendo naquele laboratório secreto dele, onde quer que seja. Eu não ficaria surpreso se eles mudaram toda a operação. E estamos de volta ao estágio um, menos perto de encontrar Blakely e incapacitar o  devilcraft, — Ucker adicionou com frustração.


— Eu só estava tentando ajudar, — Dabria sussurrou, os lábios tremendo. Com um último olhar para Ucker que se assemelhava ao de um cachorro repreendido, ela saiu.


O que deixou eu e Ucker sozinhos. Ele atravessou a sala sem hesitar, mesmo que eu tenha certeza de que a minha expressão estava longe de ser convidativa. Ele descansou sua testa contra a minha e fechou os olhos. Exalou, longo e lento, como sob um peso de uma força invisível.


— Eu sinto muito, — ele disse calmamente e com remorso genuíno. As palavras amargas, ‘Sente sobre o beijo, ou simplesmente sente por que eu vi?" Estavam na ponta da língua, pronta para sair, mas eu as engoli de volta. Eu estava cansada de arrastar meu próprio peso invisível – compreendido com ciúmes e dúvida. O arrependimento de Ucker era tão forte que era quase palpável. Por mais que eu não gostasse e desconfiasse de Dabria, eu não podia culpá-lo por salvar seu traseiro. Ele era um homem melhor do que se deu crédito. Eu suspeitava que anos atrás, um Ucker muito diferente teria respondido com a situação de outra maneira. Ele estava dando uma segunda chance a Dabria - algo que ele, também, lutava diariamente.


— Eu também sinto muito, — murmurei no peito de Ucker. Seus braços fortes dobraram-me para um abraço. — Eu vi as fotos, e nunca estive tão chateada ou com medo. O pensamento de perder você foi... inimaginável. Eu estava tão zangada com ela. Eu ainda estou. Ela beijou você quando não deveria. E pelo que sei, ela vai tentar de novo.


— Ela não vai, porque vou deixar muito claro como as coisas estão a ser entre nós a partir de agora. Ela cruzou a linha, e eu vou fazê-la pensar duas vezes antes de fazer isso de novo, — Ucker disse com determinação.


Ele inclinou meu queixo para cima e me beijou, deixando os lábios permanecem quando ele falava.


— Eu não estava esperando para voltar para casa com você, mas agora que você está aqui, não tenho nenhuma intenção de deixá-la ir.


Quente, a culpa dolorida passou por mim. Eu não poderia estar perto de Ucker e não sentir minhas mentiras penduradas entre nós. Eu menti para ele sobre devilcraft. Eu ainda estava mentindo. Como eu poderia ter feito isso? Desgosto ferveu em mim, cheio de vergonha e repugnância. Eu queria confessar tudo, mas por onde começar? Eu tinha sido tão negligente, deixando as mentiras arderem fora de controle. Eu abri minha boca para lhe dizer a verdade, quando mãos geladas pareceram deslizar pelo meu pescoço e apertá-lo. Eu não podia falar. Eu mal podia respirar. Minha garganta cheia de matéria espessa, como quando eu tinha tomado devilcraft pela primeira vez. Uma voz externa penetrou em minha mente e raciocinou comigo. Se eu dissesse a Ucker, ele nunca confiaria em mim novamente. Ele nunca me perdoaria. Eu só iria lhe causar mais dor, se eu dissesse a ele. Eu só tinha que passar pelo Cheshvan, e então eu pararia de tomar devilcraft. Apenas um pouco mais. Apenas mais algumas mentiras. As mãos frias relaxaram. Eu respirei duramente.


— Noite ocupada? — Perguntei a ele, querendo avançar em nossa conversa, qualquer coisa para esquecer minhas mentiras.


Ele suspirou.


— E não mais perto de derrubar o chantagista de Pepper. Eu fico pensando que tem que ser alguém que eu observei, mas talvez eu esteja errado. Talvez outro alguém. Alguém fora do meu radar. Eu tenho perseguido cada pista, mesmo aqueles que parecem uma ligação. Tanto quanto eu posso dizer, todo mundo está limpo.


— Existe uma chance de Pepper está inventando? Talvez ele não esteja realmente sendo chantageado.


Foi a primeira vez que eu considerava isso. O tempo todo eu tinha confiado na história dele, quando ele tinha provado ser qualquer coisa, menos digno de confiança. Ucker franziu a testa.


— É possível, mas eu não acho. Por que ter o trabalho de fazer uma história tão elaborada?


— Porque ele precisa de uma desculpa para prender você no inferno —  sugeri calmamente, apenas agora pensando nisso. — E se os arcanjos o colocaram nisso? Ele disse que está aqui na Terra em uma atribuição deles. Eu não acreditei nele primeiro, mas se ele realmente está? E se os arcanjos o deram a tarefa de te trancar no inferno? Não é nenhum segredo que eles querem isso.


— Legalmente, eles precisam de um motivo para me trancar no inferno. — Patch coçou o queixo, pensativo. — A menos que tenham ido tão longe ao fundo do poço, eles não se incomodam mais em ficar dentro da lei. Eu definitivamente acho que há alguns ovos podres no grupo, mas não acho que a população arcanjos inteira foi corrompida.


— Se Pepper está em uma missão para um pequeno grupo de arcanjos, e os outros descobrirem ou suspeitarem do jogo sujo, os empregados  de Pepper tem o disfarce perfeito: Eles podem alegar que ele foi desonesto. Eles tirar suas asas fora antes que ele pudesse testemunhar, e estariam fora de perigo. Isso não parece tão absurdo para mim. Na verdade, parece que o crime perfeito.


Patch olhou para mim. A plausibilidade da minha teoria parecia resolver sobre nós um frio nó na garganta.


— Você acha que é Pepper está a trabalho de um grupo de arcanjos desonestos para se livrar de mim de vez, — disse ele lentamente esse último.


— Você conhecia Pepper antes de você cair? Como ele era?


Patch balançou a cabeça.


— Eu o conhecia, mas não bem. Mais como eu sabia dele. Ele tinha uma reputação como um liberal, especialmente frouxo em questões sociais. Eu não estou surpreso que ele caiu nos jogos de azar, mas se bem me lembro, ele estava envolvido em meu julgamento. Ele deve ter votado para me banir; estranho, uma vez que está em desacordo com a sua reputação.


— Você acha que podemos fazer Pepper voltar-se contra os arcanjos? Sua vida dupla pode ser parte de seu disfarce... em seguida, novamente, ele poderia estar desfrutando de seu tempo aqui só um pouco demais. Se aplicarmos o tipo certo de pressão, ele pode falar. Se ele nos diz que uma facção secreta dos arcanjos o enviou aqui para te prender no inferno, pelo menos, nós sabemos o que estamos enfrentando.


Um sorriso pouco perigoso apertou a boca do Ucker.


— Eu acho que é hora de encontrar Pepper.


Eu balancei a cabeça.


— Tudo bem. Mas você vai jogar este jogo do lado de fora. Não quero que você cheggue perto de Pepper. De agora em diante, temos de assumir que ele faria qualquer coisa te prender no inferno.


As sobrancelhas de Ucker se juntaram.


— O que você está propondo, Anjo?


— Vou me encontrar com Pepper. E vou levar Scott comigo. Nem pense em discutir comigo, — eu disse em advertência antes que ele pudesse vetar a ideia. — Você levou Dabria como reserva em mais ocasiões do que eu quero pensar. Você jurou para mim que foi um movimento tático e nada mais. Bem, agora é a minha vez. Estou levando Scott, e ponto final. Até onde eu sei, Pepper não está segurando todos os bilhetes de ida para o inferno com o nome Scott neles.


A boca de Ucker se diluiu e seus olhos escureceram, eu praticamente podia sentir a objeção irradiando dele. Ucker não tinha cordialidade pelo Scott, mas ele não poderia jogar aquela carta, isso faria dele um hipócrita.


— Você vai precisar de um plano reserva, — ele disse por fim. — Eu não vou deixar você fora da minha vista se há alguma chance das coisas irem ralo abaixo.


Sempre havia uma chance das coisas darem errado. Se eu tinha aprendido alguma coisa durante meu tempo com Ucker, foi isso. Ucker sabia disso também, e eu me perguntava se isso era parte do plano dele para me impedir de ir. Eu de repente me senti como Cinderella, impedida de ir ao baile por um pequeno detalhe.


— Scott é mais forte do que você tem dado crédito a ele, — argumentei. — Ele não vai deixar nada acontecer comigo. Eu terei certeza que ele entenda que não pode conta a uma única alma que eu e você ainda estamos muito juntos. — Os olhos negros de Ucker ferviam.


— E terei certeza que ele entenda que se um único cabelo da sua cabeça for perdido, ele terá que lidar comigo. Se ele tiver alguma noção, é uma ameaça que ele vai levar a sério.


Eu sorri tensamente.


— Então está decidido. Tudo que precisamos agora é de um plano.


A noite seguinte era sábado. Depois de contar pra minha mãe que eu ia ficar todo o fim de semana na casa da Ane e nós iríamos juntas para a escola na segunda, Scott e eu fizemos uma viagem para o Devil’s Handbag. Nós não estávamos interessados em músicas ou bebidas, e sim no porão. Eu tinha ouvido rumores sobre o porão, um emergente paraíso de jogos de azar, mas nunca tinha realmente entrado. Coisa que Pepper não poderia dizer o mesmo. Ucker tinha nos suprido com uma lista dos refúgios favoritos de Pepper, e eu esperava que Scott e eu tivéssemos sorte na nossa primeira tentativa.


Ambos tentamos parecer sofisticados e sinceros, eu segui Scott pelo bar. Ele estava mascando chiclete, parecendo tão relaxado e confiante como sempre. Eu, por outro lado, estava suando tanto que sentia como se precisasse de outro banho.


Sacudi meu cabelo para um visual elegante e maduro. Atirada em algum delineador líquido, batom, saltos de 10 centímetros e uma bolsa de ponta emprestada por Marcie, eu tinha magicamente envelhecido 5 anos. Dado o físico totalmente desenvolvido e intimidador de Scott, eu não acho que ele tenha que se preocupar em mostrar a identidade. Ele usava aros de prata minúsculos em suas orelhas, enquanto seu cabelo estava estreitamente cortado, ele conseguiu parecer ao mesmo tempo resistente e bonito. Scott e eu éramos apenas amigos, mas eu podia facilmente apreciar o que Ane viu nele. Liguei meu braço através do dele, um sinal de ser sua namorada, enquanto ele sinalizou para falar com o barman.


— Nós estamos procurando o Storky, — Scott disse para o barman, inclinando-se para manter sua voz baixa.


O barman, que eu nunca tinha visto antes, nos olhos astutamente. Eu encontrei seu olhar, tentando manter meus olhos frios.


Não pareça nervosa, eu disse para mim mesma. E o que quer que você faça, não aparente como se tivesse algo a esconder.


— Quem está procurando? — ele perguntou rispidamente por fim.


— Nós soubemos que tem jogos de apostas altas essa noite, — Scott disse, pegando uma pilha de centenas alinhadas perfeitamente dentro da sua carteira.  


O barman elevou seus ombros e voltou para limpar o bar.


— Não sei do que você está falando.


Scott colocou uma das notas no bar, cobrindo-a com a mão. Ele a deslizou em direção ao barman.


— Que pena. Tem certeza que não podemos convencer você a repensar?


O barman olhou a nota de cem dólares.


— Eu já vi você por aí?


— Eu toco baixo no Serpentine. Eu também tenho jogava pôquer de Portland a Concord, para Boston, e todo o resto.


Um nó de reconhecimento.


— É isso. Eu trabalhava de noite no Z Pool Hall no Springvale.


— Boas lembranças do lugar, — Scott disse sem perder o ritmo. — Ganhei muito dinheiro. Perdi ainda mais.


Ele sorriu como se partilhasse uma piada particular com o barman. Deslizando sua mão com a de Scott, e olhando ao redor para ter certeza de que não estava sob vigilância, o barman embolsou a nota.


— Tenho que revistar vocês primeiro, — ele nos disse. — Armas não são permitidas lá embaixo.


— Sem problemas. — Scott respondeu facilmente.


Eu comecei a suar ainda mais. Ucker nos avisou que eles estariam à procura de armas, facas, e qualquer outro objeto pontiagudo que pudesse ser usado como arma. Então tivemos que ser criativos. O cinto segurando a calça de Scott, e escondido embaixo de sua camisa, era da verdade um chicote encantado com devilcraft. Scott tinha jurado de pés juntos que ele não estava ingerindo devilcraft, e que nunca tinha ouvido falar da super bebida, mas eu percebi que poderia muito bem fazer uso do chicote encantado que ele tinha tirado do carro de Dante por um capricho. O chicote brilhava na sombra reveladora de um azul iridescente, mas desde que o barman não levantasse a camisa de Scott, ele estaria seguro.


À convite do barman, Scott e eu caminhamos pelo bar, fomos para trás de uma tela de privacidade e levantamos nossos braços. Eu fui primeiro, passando por um breve, superficial tapinha para baixo. O barman se moveu para Scott, escovando a parte de dentro de suas pernas e dando batidas nos braços e costas. Estava escuro atrás do bar, e mesmo se Scott estivesse usando uma espessa camisa de algodão, eu pensei ter visto o brilho do chicote vagamente através dela. O barman pareceu ter visto também. Suas sobrancelhas se juntaram, e ele alcançou a camisa de Scott.


Deixei minha bolsa cair nos pés dele. Várias notas de cem dólares foram derramadas. Só assim, a atenção do barman foi puxada para o dinheiro.


— Oops, — eu disse, fingindo um sorriso sedutor enquanto colocava as notas para dentro. — Esse dinheiro está ardendo no buraco. Pronto para jogar, coisa gostosa?


Coisa gostosa? Scott ecoou nos meus pensamentos. Ótimo.


Ele sorriu e inclinou-se para me beijar, forte, na boca. Eu estava tão surpresa com isso, que eu congelei com o toque dele.


Relaxa. Ele falou na minha mente. Estamos quase dentro.


Dei um aceno com a cabeça quase imperceptível.


— Você vai ganha muito essa noite, baby, eu posso sentir isso, —  sussurrei.


O barman destrancou a grande porta de metal, e agarrando a mão de Scott, o segui por uma escura e não convidativa escadaria que cheirava a mofo e água parada. Ao fundo, nós seguimos o corredor em volta de várias curvas, até sairmos num lugar aberto pouco decorado com mesas de pôquer. Uma única lâmpada pendurado em cima de cada mesa, derramando a mínima luz. Sem música, sem bebida, sem calor, uma recepção acolhedora.


Uma mesa estava em uso – quatro jogadores – e eu instantaneamente achei Pepper. Ele estava de costas para nós, e não se virou com a nossa aproximação. Não é incomum. Nenhum dos outros jogadores olhos para nós também. Eles estavam todos sintonizados com atenção para as cartas em suas mãos. Fichas de pôquer ficaram em torres arrumadas no centro da mesa. Eu não tinha ideia de quanto dinheiro estava envolvido, mas eu apostava que aquele que perdesse iria sentir, e profundamente.


— Estamos procurando por Pepper Friberg. — Scott anunciou. Ele manteve seu tom leve, mas o modo que seus músculos incharam quando ele cruzou os braços enviaram uma mensagem diferente.


— Desculpe, querido, meu cartão de dança está completo para a noite, — Pepper atirou de volta cinicamente, remoendo a mão que ele tinha sido abordado. Eu o estudei mais de perto, achando que ele estava muito envolvido no jogo para este ser um disfarce. De fato, ele parecia tão sugado que ele aparentemente não tinha percebido que eu estava de pé do lado de Scott.


Scott pegou uma cadeira da mesa ao lado e abriu espaço para a direita ao lado de Pepper.


— Eu tenho dois pés esquerdos de qualquer modo. Seria melhor você dançar com... Dulce Grey.


Agora Pepper reagiu. Ele colocou suas cartas viradas para baixo, virou o corpo, cheio de si para me ver por si mesmo.


— Olá, Pepper. Já faz um tempo. — Eu disse. — Da última vez que nos encontramos, você tentou me sequestrar, não estou certa?


— Sequestro é um crime federal para nós moradores da Terra, — Scott entrou na conversa. — Alguma coisa me diz que é visto com maus olhos no Céu, também.


— Mantenha sua voz baixa, — Pepper rosnou, nervosamente olhando os outros jogadores.


Levantei minhas sobrancelhas, falando diretamente com os pensamentos de Pepper.


Você não contou para seus amigos humanos o que você realmente é? Embora eu ache que eles ficariam felizes em descobrir que suas habilidades no pôquer têm muito mais a ver com controle mental do que sorte ou habilidade.


— Vamos lá pra fora, — Pepper me disse, dobrando o jogo.


— Assim que você for, — Scott disse, levantando-o pelo cotovelo.


No beco atrás do Devil’s Handbag, eu falei primeiro.


— Nós vamos simplificar para você Pepper. Tão divertido quanto foi você ter me usado para chegar ao Ucker, estou pronta para seguir em frente. O modo que eu entendo, isso só vai acontecer quando eu realmente descobrir quem está chantageando você, — eu disse, testando ele. Eu queria contar a ele minha teoria: que ele estava bancando o garoto de recados para um grupo secreto de arcanjos e precisava de uma desculpa meio decente para enviar Ucker para o inferno. Mas em nome de jogar seguramente, eu decidi adiar e ver como isso o balançou.


Pepper olhou para mim, suas características tanto insatisfeitas quanto céticas.


— Que história é essa?


— O que é onde nós entramos, — Scott entrou na conversa. — Estamos motivados a encontrar seu chantagista.


Pepper estreitou os olhos ainda mais em Scott.


— Quem é você?


— Pense em mim como a bomba relógio embaixo do seu assento. Se você não tomar a decisão de concordar com os termos da Dulce, eu farei isso por você.


Scott começou a arregaçar as mangas.


— Você está me ameaçando? — Pepper perguntou incrédulo.


— Aqui estão minhas condições, — eu disse, — encontraremos seu chantagista, e o entregaremos à você. O que queremos em troca é simples. Faça um juramento para deixar Ucker em paz.


Bati um palito de dentes pontudo na palma carnuda de Pepper. Desde que o barman tinha me revistado, era o melhor que eu podia fazer.


— Um pouco de sangue e algumas palavras sinceras devem fazer o truque. — Se eu o fizesse fazer um juramento, ele teria que se esgueirar de volta para os arcanjos com o rabo entre as pernas e confessar o fracasso. Se ele se recusasse, apenas daria mais validade a minha teoria.


— Arcanjos não juram votos de sangue, — Pepper zombou.


Aquecendo, eu pensei.


— Será que eles enviam aos anjos caídos que estão no inferno um carninha? — Scott perguntou. Pepper olhou para nós como se estivéssemos loucos.


— Sobre o que vocês estão delirando?


— Como é a sensação de ser peão dos arcanjos? — eu perguntei.


— O que eles te oferecem em retorno? — Scott demandou?


— Os arcanjos não estão aqui embaixo, — eu disse. — Você está sozinho. Você realmente quer ir contra Ucker sozinho?


Qual é, Pepper, pensei. Me diga o que quero ouvir. Que essa história inventada de chantagem é uma desculpa para cumprir sua missão para um grupo de arcanjos desonestos para se livrar de Ucker.


A expressão de Pepper de descrença se aprofundou, e eu aproveitei o seu silêncio.


— Você vai fazer o juramento agora, Pepper.


Scott e eu nos aproximamos dele.


— Sem juramento! — Pepper gritou. — Mas vou deixar Ucker em paz – eu prometo!


— Se eu apenas pudesse confiar em você para manter sua palavra, — retornei. — O problema é, que não acho que você é um cara muito honesto. De fato, acho que toda essa coisa de chantagem é uma estratégia.


Os olhos de Pepper se alargaram com o entendimento. Ele gaguejou em descrença, seu rosto ficando rosa.


— Deixa eu ver se entendi. Você acha que eu estou atrás de Ucker por me chantagear? — ele guinchou por fim.


— É, — Scott forneceu. — Sim, nós achamos.


— É por isso que ele tem se recusado a me encontrar? Por que ele acha que quero trancafiá-lo no inferno? Eu não estava ameaçando ele! — Pepper gritou, seu rosto redondo ficando mais corado pelo momento. — Eu queria oferecer um emprego a ele. Estive tentando conseguir o tempo todo!


Scott e eu falamos ao mesmo tempo.


— Um trabalho?


Nós compartilhamos um olhar cético e apressado.


— Você está falando a verdade? — eu perguntei a Pepper. — Você realmente tem um emprego para Ucker – só isso?


— Sim, sim, um trabalho, — Pepper rosnou. — O que você achou? Caramba, que bagunça. Nada saiu como deveria.


— Qual o trabalho? — eu o interroguei.


— Como se eu fosse te contar! Se você tivesse me ajudado a alcançar Ucker em tempo, eu não estaria em uma confusão. Essa coisa toda é sua culpa. Minha oferta de trabalho é para Ucker, e Ucker sozinho!


— Deixe-me ver se entendi, — eu disse. — Você não acha que Ucker está te chantageando?


— Por que eu imaginaria quando eu já sei quem está me chantageando? — ele disparou de volta, irritado.


— Você sabe quem é o chantagista? — Scott repetiu.


Pepper me lançou um olhar de repulsa.


— Tire essa nephil da minha frente. Se eu sei quem está me chantageando? — ele bufou impacientemente. — Sim! Eu deveria encontrá-lo hoje a noite. E vocês nunca vão adivinhar quem é.


— Quem? — eu perguntei.


— Ha! Seria muito amável se eu pudesse te dizer, não seria? O problema é, que o chantagista me fez jurar não revelar sua identidade. Não se incomodem em sondar. Meus lábios estão selados, literalmente. Eles disseram que ligaram com o local do encontro vinte minutos antes de eu ter que estar lá. Se eu não acobertar essa bagunça logo, os arcanjos vão estar no meu rastro. — Ele adicionou, torcendo suas mãos. Notei que seu comportamento rapidamente mudou para medo na menção de outros arcanjos.


Tentei permanecer estável. Não era esse o movimento que eu esperava que ele fizesse. Me perguntei se essa era uma tática para nos tirar do seu rastro – ou nos levando para uma armadilha. Mas o suor brilhando em sua sobrancelha e o olhar desesperado de seus olhos parecia genuíno. Ele queria que isso acabasse tanto quanto nós queríamos.


— Meu chantagista quer que eu encante objetos usando todos os poderes do Céu que todos os arcanjos possuem. — Pepper limpou a testa cor de rosa com um lenço. — É por isso que eles estão me ameaçando.


— Que objetos? — perguntei. Pepper sacudiu a cabeça.


— Eles vão trazê-los no encontro. Eles disseram que se eu os encantasse de acordo com as suas especificações, eles me deixarão em paz. Eles não entendem. Mesmo se eu encantasse os objetos, os poderes do Céu só podem ser usados para o bem. Quaisquer que sejam as ideias do mal que eles estejam tramando, não irão funcionar.


— Entretanto, você realmente está considerando fazer isso? — perguntei em reprovação.


— Preciso tirá-los das minhas costas! Os arcanjos não podem saber o que eu tenho estado fazendo. Eu serei banido. Eles arrancarão minhas asas e tudo estará terminado. Eu ficarei preso aqui embaixo para sempre.


— Nós precisamos de um plano, — Scott disse. — Vinte minutos entre a ligação e o encontro não nos dão muito espaço de manobra.


— Quando seu chantagista ligar, concorde com o encontro, — eu instruí Pepper. — Se disserem para você ir sozinho, diga que você irá. Soe tão complacente e cooperativo o quanto você poder sem exagerar.


— E então o que? — Pepper perguntou, agitando os ombros como se para arejar suas axilas. Eu tentei não encarar. Nunca poderia imaginar que o primeiro arcanjo que eu encontraria seria um rato tão chorão e covarde. Muito para os arcanjos dos meus sonhos – poderosos, inevitáveis, oniscientes, e talvez mais importante, exemplares.


Fixei meus olhos nos de Pepper.


— E então eu e Scott iremos no seu lugar, derrubar o chantagista, e os entregar para você.



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— O quê! Você não pode fazer isso! — Pepper cuspiu as palavras veementemente. — Eles não vão ficar felizes, e irão se recusar a trabalhar comigo. Pior, eles podem ir diretamente aos arcanjos! — Seu chantagista não trabalha mais com você. De agora em diante, ele ou ela lida diret ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 75



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  • Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05

    fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.

  • Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36

    estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45

    ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38

    posta mais

  • juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51

    como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!

  • juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59

    dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !

  • juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13

    Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando

  • juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59

    A porra fico seria agora!

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32

    marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44

    eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados


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