Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy
O celular tocou no meu bolso. E, após confirmar que eu não estava sendo olhada de cara feia pela bibliotecária, eu atendi.
— Mãe?
— Boas notícias, — ela disse. — O leilão acabou cedo. Entrei na estrada uma hora mais cedo que o planejado e devo chegar logo em casa. Onde você está?
— Oi! Eu não estava te esperando até mais tarde. Estou saindo da biblioteca. Como estava o norte de Nova York?
— O norte de Nova York estava... comprido. — Ela riu, mas pareceu esgotada. — Mal posso esperar para te ver.
Procurei ao redor por um relógio. Eu queria parar no hospital e ver a Ane antes de me dirigir para casa.
— É o seguinte, — eu disse à minha mãe. — Preciso visitar a Ane. Eu talvez me atrase alguns minutos. Eu irei me apressar, eu prometo.
— É claro. — Detectei uma pequenina decepção. — Alguma novidade? Recebi sua mensagem essa manhã sobre a cirurgia dela.
— A cirurgia acabou. Eles vão levá-la para um quarto particular a qualquer minuto agora.
— Dulce. — Eu ouvi a inflamação de emoção em sua voz. — Estou tão feliz por não ter sido você. Eu não poderia viver comigo mesma se algo acontecesse com você. Especialmente depois que o seu pai... — Ela dissipou. — Só estou feliz por ambas estarmos seguras. Diga `oi` para a Ane por mim. Te vejo logo. Beijinhos e abraços.
— Te amo, mãe.
O Centro Médico Regional de Coldwater é uma estrutura de tijolos vermelhos de três andares com um passadiço coberto que leva à entrada principal. Passei pelas portas giratórias de vidro e parei na bancada principal para indagar sobre a Ane. Foi-me dito que ela foi deslocada para um quarto a meia hora, e que o horário de visita acabava em quinze minutos. Eu localizei os elevadores e apertei os botões para me mandar para um andar.
No quarto 207, empurrei a porta.
— Ane?
Eu atraí para dentro um buquê de balões atrás de mim, cruzei o pequeno vestíbulo, e encontrei a Ane reclinada na cama, seu braço esquerdo com gesso e erguido sobre seu corpo.
— Oi! — eu disse quando vi que ela estava acordada.
Vee expeliu um suspiro luxurioso.
— Eu amo remédios. Sério. Eles são demais. Até melhores que um cappuccino Enzo. Ei, isso rimou. Cappuccino Enzo. É um sinal. Estou destinada a ser uma poetisa. Quer ouvir outro poema? Sou boa de improviso.
— Hãn...
Uma enfermeira assobiou e arrumou o intra-venoso da Ane.
— Está se sentindo bem? — ela perguntou à Ane.
— Esqueça ser uma poetisa, — Ane disse. — Estou destinada à comédia de stand-up. Toc, toc.
— O quê? — eu disse.
A enfermeira rolou os olhos.
— Quem é?
— Garra, — disse a Ane.
— Garra quem?
— Garra sua toalha, nós vamos para a praia.
— Talvez um pouco menos de analgésicos, — eu disse à enfermeira.
— Tarde demais. Acabei de lhe dar outra dose. Espere até vê-la daqui a dez minutos. — Ela saiu pela porta assobiando.
— Então? — perguntei a Ane. — Qual o veredito?
— O veredicto? Meu médico é um bundão. Lembra muito um Oompa-Loompa. Não me olhe severamente. Da última vez que ele veio, começou a cantar Funky Chicken. E ele está sempre comendo chocolate. Na maior parte animais de chocolate. Você sabe os coelhinhos sólidos de chocolate que eles vendem na Páscoa? Foi isso que o Oompa-Loompa comeu de janta. Comeu um pato de chocolate no almoço com Peeps amarelo.
— Eu quis dizer o veredito… — apontei para a parafernália médica enfeitando-a.
— Ah. Um braço quebrado, uma concussão, e cortes, arranhões, e contusões sortidas. Felizmente, por causa dos meus reflexos rápidos, pulei para fora do caminho antes que algum dano maior fosse feito. Quando se trata de reflexos, eu sou como um gato. Sou a mulher gato. Eu sou invulnerável. A única razão por ele ter me acertado foi por causa da chuva. Gatos não gostam de água. Nos enfraquece. É a nossa kriptonita.
— Eu sinto tanto, — eu disse à Ane sinceramente. — Devia ser eu na cama do hospital.
— E ficar com todos os remédios? Uh-uh. De jeito nenhum.
— A polícia achou alguma pista? — perguntei.
— Nada, necas, zero.
— Nenhuma testemunha?
— Nós estávamos em um cemitério no meio de uma tempestade, — Ane apontou. — A maioria das pessoas normais estavam dentro de casa.
Ela estava certa. A maioria das pessoas normais tinha estado dentro de casa. É claro, Ane e eu estávamos fora... junto com a garota misteriosa que seguiu Ane para fora da Victoria`s Secret.
— Como aconteceu? — perguntei.
— Eu estava andando até o cemitério, como planejamos, quando de repente eu ouço passos chegando perto por trás de mim, — Ane explicou. — Foi quando olhei para trás, e foi tudo muito rápido. Houve o relampejo de uma arma, e ele dando o bote em mim. Como eu disse aos policias, meu cérebro não estava exatamente transmitindo, ‘Consiga uma identificação visual.’ Estava mais para, ‘Santa bizarrice, estou prestes a virar papinha!’ Ele rosnou, me bateu três ou quatro vezes com a arma, agarrou minha bolsa de mão, e correu.
Eu estava mais confusa do que nunca.
— Espera. Foi um cara? Você viu o rosto dele?
— É claro que era um cara. Ele tinha olhos escuros... olhos de carvão. Mas foi tudo o que vi. Ele estava usando uma máscara de esqui.
Na menção da máscara de esqui, meu coração agitou-se por diversas batidas. Era o mesmo cara que tinha pulado na frente do Neon, eu tinha certeza disso. Eu não tinha imaginado ele, Ane era a prova. Eu me lembrava de como toda a evidência da batida desaparecera. Talvez eu não tivesse imaginado essa parte tampouco. Esse cara, quem quer que fosse, era real. E ele estava por aí. Mas se eu não tinha imaginado o dano no Neon, o que realmente aconteceu naquela noite? A minha visão, ou minha memória, de algum jeito... tinha sido alterada? Após um momento, uma enorme quantidade de perguntas secundárias surgiu em mente. O que ele queria dessa vez? Ele estava conectado à garota do lado de fora da Victoria`s Secret? Soubera que eu estava fazendo compras no pier? Usar uma máscara de esqui constituía em planejamento avançado, então ele deve ter sabido de antemão onde eu estaria. E ele não queria que eu reconhecesse seu rosto.
— Para quem você disse que iríamos fazer compras? — perguntei à Ane de repente.
Ela amassou um travesseiro atrás de seu pescoço, tentando ficar confortável.
— Minha mãe.
— Foi só? Ninguém mais?
— Eu talvez tenha falado para o Elliot.
Meu sangue pareceu parar de fluir repentinamente.
— Você contou ao Elliot?
— Qual o problema?
— Tem algo que preciso de contar, — eu disse sobriamente. — Lembra da noite que levei o Neon para casa e acertei um veado?
— Sim? — ela disse, franzindo a testa.
— Não foi um veado. Foi um cara. Um cara com máscara de esqui.
— Cala a boca, — ela sussurrou. — Você está me dizendo que o ataque não foi aleatório? Você está dizendo que esse cara quer algo de mim? Não, espera. Ele quer algo de você. Eu estava usando a sua jaqueta. Ele achou que eu fosse você.
Meu corpo todo pareceu chumbo.
Após uma contagem de silêncio, ela disse:
— Tem certeza de que não contou ao Ucker sobre as compras? Porque, refletindo mais, acho que o cara tinha o complexo do Ucker. Mais ou menos alto. Mais ou menos magro. Meio sexy, tirando a parte do ataque.
— Os olhos do Ucker não são da cor do carvão, eles são pretos, — eu apontei, mas eu estava desconfortavelmente ciente de que tinha dito ao Ucker que faríamos compras no pier.
Ane levantou um ombro indecisa.
— Talvez seus olhos fossem pretos. Eu não consigo me lembrar. Aconteceu realmente rápido. Posso ser específica quanto à arma, — ela disse auxiliadoramente. — Estava apontada para mim. Tipo, diretamente para mim.
Empurrei algumas peças confusas pela minha mente. Se Ucker tinha atacado a Vee, ele deve tê-la visto deixar a loja com o meu casaco e achou que fosse eu. Quando ele percebeu que estava seguindo a garota errada, ele acertou a Vee com a arma de raiva e desapareceu. O único problema era que eu não conseguia imaginar o Ucker sendo bruto com a Ane. Não parecia certo. Além do mais, ele supostamente estava numa festa na costa à noite toda.
— O seu atacante parecia com o Elliot? — perguntei.
Eu observei a Ane absorver a pergunta. Qualquer remédio que lhe fora dado parecia diminuir seu processo de pensamento, e eu podia praticamente ouvir cada marcha em seu cérebro entrar em ação.
— Ele era cerca de nove quilos mais leve e dez centímetros mais alto para ser o Elliot.
— Isso é culpa minha, — eu disse. — Eu nunca deveria ter deixado você sair daquela loja usando o meu casaco.
— Eu sei que você não quer escutar isso, — disse a Ane, parecendo estar lutando contra um bocejo induzido por remédio. — Mas quanto mais penso nisso, mais similaridades eu vejo entre o Ucker e o meu atacante. Mesmo complexo. Mesma passada longa. Pena o arquivo escolar dele estar vazio. Nós precisamos de um endereço. Precisamos achar uma avózinha crédula vizinha que pode ser persuadida a instalar uma webcam em sua janela e direcioná-la na casa dele. Porque algo no Ucker simplesmente não é certo.
— Você honestamente acha que o Ucker poderia ter feito isso com você? — perguntei, ainda não convencida.
Ane mastigou seu lábio.
— Acho que ele está escondendo algo. Algo grande.
Eu não ia discordar disso.
Ane se afundou mais em sua cama.
— Meu corpo está formigando. Eu me sinto bem por toda parte.
— Nós não temos um endereço, — eu disse. — Mas sabemos onde ele trabalha.
— Você está pensando o que eu estou pensando? — Ane perguntou, os olhos brilhando brevemente através da névoa de sedação química.
— Baseada em experiências passadas, espero que não.
— A verdade é que precisamos reciclar nossa habilidade de investigação, — disse Ane. — Ou nós a usamos ou a perdemos, foi o que o Treinador disse. Precisamos descobrir mais sobre o passado do Ucker. Ei, aposto que se a gente documentar, o Treinador até mesmo nos dará pontos extras.
Altamente duvidoso, já que se a Ane estava envolvida, a investigação mais provavelmente daria uma guinada ilegal. Para não mencionar que esse trabalho particular de investigação não tinha nada a ver com biologia. Nem remotamente.
O leve sorriso que Ane tinha tirado de mim se dissipou. Por mais divertido que fosse ficar despreocupada quanto à situação, eu estava apavorada. O cara com a máscara de esqui estava lá fora, planejando seu próximo ataque. Meio que fazia sentido que o Ucker pudesse saber o que estava acontecendo. O cara com a máscara de esqui pulou na frente do Neon no dia em que o Patch se tornou meu parceiro de biologia. Talvez isso não fosse uma coincidência.
Uma enfermeira enfiou sua cabeça dentro da porta.
— São oito horas, — ela me disse, batendo em seu relógio. — O horário de visita acabou.
— Eu já sairei, — eu disse.
Assim que seus passos se dissiparam no corredor, fechei a porta do quarto. Eu queria privacidade antes de contar a ela sobre a investigação de assassinato cercando o Elliot. Contudo, quando voltei para a cama da Vee, estava aparente que sua medicação tinha surtido efeito.
— Aqui vem, — ela disse com uma expressão de pura alegria. — Corrente de remédios... a qualquer momento agora... a onda de calor... tchauzinho, Sr. Dor...
— Ane...
— Toc, toc.
— Isso é realmente importante...
— Toc, toc.
— É sobre o Elliot...
— Toc, tooooc, — ela disse numa voz cantante.
Eu suspirei.
— Quem é?
— Bu.
— Bu quem?
— Buá, alguém está chorando, e não sou eu! — Ela caiu numa risada histérica.
Percebendo que era inútil forçar o assunto, eu disse:
— Me liga amanhã após ser liberada. — Abri a minha mochila. — Antes que eu esqueça, eu trouxe a sua lição de casa. Onde quer que eu a coloque?
Ela apontou para a lata de lixo.
— Bem ali estará bom.
Coloquei o Fiat na garagem e guardei as chaves no bolso. No céu faltaram estrelas na viagem para a casa, e como previsto, uma chuva leve começou a cair. Puxei a porta da garagem, abaixando-a ao chão e trancando. Entrei na cozinha. Uma luz estava acesa em algum lugar do andar de cima, e um instante mais tarde minha mãe veio correndo pelas escadas e jogou seus braços ao meu redor.
Minha mãe tinha cabelos pretos ondulados e olhos verdes. Ela é dois centímetros menor que eu, mas compartilhamos a mesma estrutura dos ossos. Ela sempre cheira a Love, do Ralph Lauren.
— Estou tão feliz por você estar salva, — ela disse, apertando-me forte.
Mais ou menos salva, eu pensei
luaahuckermann_4326: São 30 capitulos jaja acaba o primeiro livro :/
Prévia do próximo capítulo
Na noite seguinte, às sete, o estacionamento do Bordeline estava apinhado. Após aproximadamente uma hora implorando, Ane e eu havíamos convencido seus pais que precisávamos celebrar sua primeira noite fora do hospital com chiles rellenos e virgin strawberry daiquiris. Afinal, era isso o que estávamos planejando. Mas também ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 75
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Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05
fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.
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Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36
estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.
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juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45
ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final
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juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38
posta mais
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juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51
como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!
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juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59
dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !
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juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13
Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando
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juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59
A porra fico seria agora!
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juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32
marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria
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juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44
eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados