Fanfics Brasil - Capitulo 5 Finale (Adaptada)

Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 5

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Scott ficou parado na entrada, os braços cruzados.


— Então é assim que é o interior de um banheiro feminino. Tenho que dizer, é muito mais limpo.


Mantive a minha cabeça curvada e assoei meu nariz com as costas da minha mão.


— Dá licença?


— Não vou embora até você me dizer por que estava me seguindo. Acho que sou um cara fascinante, mas isso está começando a parecer uma obsessão doentia.


Fiquei de pé e joguei água fria no meu rosto. Evitando o reflexo do Scott no espelho, peguei um papel toalha e me sequei.


— Você também vai me dizer quem estava procurando no banheiro masculino, — Scott disse.


— Pensei ter visto o meu pai, — eu retruquei, convocando toda a raiva que consegui para mascarar a dor penetrante no fundo do meu interior. —Pronto. Satisfeito? — Amassei o papel e arremessei-o no lixo. Eu estava me dirigindo à saída quando Scott deixou a porta se fechar e inclinou-se contra ela, me bloqueando.


— Assim que encontrarem o cara que fez isso e o prenderem de uma vez, você se sentirá melhor.


— Obrigada pelo pior conselho que já recebi, — eu disse amargamente, pensando que o que faria eu me sentir melhor seria ter meu pai de volta.


— Confie em mim. Meu pai é policial. Contar aos membros sobreviventes da família que ele achou o assassino é o que ele mais gosta. Eles acharão o cara que destruiu a sua família e vão fazê-lo pagar. Uma vida por uma vida. É aí que você conseguirá paz. Vamos sair daqui. Me sinto um pervertido aqui parado no banheiro feminino. — Ele esperou. — Isso deveria fazê-la rir.


— Não estou com vontade.


Ele entrelaçou seus dedos no alto da sua cabeça e deu de ombros, parecendo desconfortável, como se odiasse momentos embaraçosos, e não soubesse como resolvê-los.


— Escuta, vou jogar sinuca numa espelunca em Springvale hoje à noite. Quer vir?


— Passo.


Não estava com vontade de jogar sinuca. Tudo que isso conseguiria era encher a minha cabeça com lembranças indesejadas do Ucker. Eu me lembrei daquela primeira noite quando eu o caçara para terminar o trabalho de biologia e encontrei-o jogando sinuca no porão do Fliperama do Bo. Me lembrei de quando ele me ensinou a jogar sinuca. Me lembrei da maneira como ele ficara atrás de mim, tão perto que eu sentira a eletricidade. Ainda mais, me lembrei da maneira como ele sempre aparecia quando eu precisava dele. Mas eu precisava dele agora. Onde ele estava? Ele estava pensando em mim?


 


 


                                    


 


Fiquei de pé na varanda esvaziando a minha bolsa de mão ao procurar pelas minhas chaves.


Meus sapatos encharcados pela chuva guinchavam contra o assoalho, e minha calça jeans molhada esfregava contra o interior das minhas coxas, formando uma erupção cutânea. Depois de perseguir o Scott, Vee me arrastara por diversas butiques para conseguir a minha opinião sobre os lenços, e enquanto eu lhe falava o que pensava em um violeta de seda ao invés de um simples pintado à mão em cores neutras, uma tempestade chegou inesperadamente do mar. Depois de corremos a toda velocidade pelo estacionamento e nos jogarmos dentro do Neon, tínhamos ido de secas para ensopadas. Nós ligáramos o aquecedor pelo caminho todo até em casa, mas meus dentes batiam, minhas roupas pareciam com gelo pintado na minha pele, e eu ainda estava balançada por ter acreditado ter visto meu pai.


Empurrei meu ombro contra a porta, que havia expandido devido à umidade, então tateei a parede interna até meus dedos apalparem o interruptor de luz. No banheiro do andar de cima, descartei as minhas roupas e as pendurei sobre a haste do chuveiro para secarem. Do outro lado da janela, relâmpagos forcavam pelo céu e trovões vociferavam como se estivessem pisando duro no teto. Eu ficara sozinha na casa da fazenda por numerosas tempestades antes, mas toda essa experiência não me deixara nem um pouco mais acostumada à elas. A tempestade desta tarde não era exceção.


Ane deveria estar aqui agora, passando a noite, mas ela decidira se encontrar com o Rixon por algumas horas já que tinha cancelado com ele mais cedo. Desejei poder voltar no tempo e dizer à ela que eu perseguiria Scott sozinha, se ela se certificasse de me fazer companhia na casa da fazenda esta noite.


As luzes do banheiro tremeluzem duas vezes. Esse é todo o aviso que consigo antes que elas sejam exauridas, deixando-me parada na escuridão sombria. Chuva é jogada contra a janela, correndo por ela como um rio. Fiquei parada no lugar por um instante, esperando para ver se a eletricidade seria restaurada. Com a chuva veio granizo, batendo nas vidraças forte o bastante para eu temer que fosse fazer uma fenda no vidro.


Liguei para a Ane.


— Minha eletricidade acabou bem agora.


— É, as luzes das ruas acabaram para mim também. Folgadas.


— Quer dirigir de volta e me fazer companhia?


— Vamos ver. Não muito.


— Você prometeu que iria passar a noite.


— Também prometi ao Rixon que o encontraria na Taco Bell. Não vou cancelar com ele duas vezes num dia. Me dê algumas horas, então serei toda sua. Te ligo quando eu acabar. Eu definitivamente estarei aí antes da meia-noite.


Desliguei e esforcei a minha memória, tentando me lembrar da onde tinha visto os fósforos pela última vez. Não estava escuro o bastante para eu precisar de velas para ver, mas eu gostava da ideia de iluminar o lugar o tanto quanto fosse possível, já que eu estava sozinha. A luz tinha uma maneira de manter os monstros da minha imaginação encurralados.


Havia castiçais na mesa da sala de jantar, eu me lembrei, me enrolando numa toalha e indo de escada até o térreo. E velas de igreja nos armários. Mas onde estavam os fósforos?


Uma sombra se moveu no campo atrás da casa, e eu virei minha cabeça na direção das janelas da cozinha. O forro da chuva entornava pelas vidraças, distorcendo o mundo do lado de fora, e eu dei um passo para perto para olhar melhor. O que quer que eu tinha visto desaparecera.


Um coiote, eu disse à mim mesma, sentindo uma onda repentina de adrenalina. Só um coiote.


O telefone da cozinha guinchou, e eu o agarrei, parcialmente por estar assustada e parcialmente por querer ouvir uma voz humana. Rezei para Ane ter ligado dizendo que tinha mudado de ideia.


— Alô?


Esperei.


— Alô?


Estática estalou no meu ouvido.


— Ane? Mãe? — No canto da minha visão, vi outra sombra fugir pelo campo. Sugando ar para me firmar, eu me lembrei que não havia possibilidade de eu realmente estar em perigo. Ucker podia não ser meu namorado, mas ele ainda era meu anjo da guarda. Se houvesse algum problema, ele estaria aqui. Mas mesmo enquanto eu pensava isso, eu me perguntava se eu ainda podia contar com o Ucker para qualquer coisa.


Ele deve me odiar, pensei. Ele não deve querer nada comigo. Ainda deve estar furioso, e é por isso que ele não fez esforço algum em me contatar.


O problema com essa linha de pensamento era que só me deixava brava novamente. Aqui estava eu, preocupada com ele, mas a probabilidade era de que, onde quer que estivesse, ele não estivesse preocupado comigo. Ele dissera que não ia simplesmente engolir a minha decisão de terminar, mas era exatamente o que ele tinha feito. Ele não tinha mandado uma mensagem ou ligado. Ele não tinha feito nada. E não era como se não tivesse uma razão. Ele podia bater na minha porta bem neste instante e me contar o que estivera fazendo na casa da Marcie há duas noites. Podia me contar porque tinha ido embora quando eu dissera que o amava.


Sim, eu estava brava. Só que, dessa vez, eu ia fazer algo sobre isso.


Bati o telefone residencial e rolei os números no meu celular, procurando pelo do Scott. Eu ia jogar a cautela aos ventos e aceitar a oferta dele. Mesmo eu sabendo que era pelas razões erradas, eu queria sair com o Scott. Eu queria mostrar o dedo do médio ao Ucker. Se ele achava que eu ia ficar em casa e chorar por ele, ele estava enganado. Nós tínhamos terminado; eu estava livre para sair com outros caras. E enquanto eu fazia isso, eu ia testar a habilidade do Ucker de me manter a salvo. Talvez o Scott realmente fosse um Nephilim. Talvez ele até mesmo fosse encrenca. Talvez fosse exatamente o tipo de cara de quem eu deveria ficar longe. Senti um sorriso duro cruzar o meu rosto enquanto eu percebia que não importava o que eu fazia, ou o que o Scott pudesse fazer; Patch tinha de me proteger.


— Você já foi para Springvale? — perguntei ao Scott, após discar seu número.


— Andar comigo não é tão ruim, afinal?


— Se você vai se vangloriar, eu não vou.


Eu o escutei sorrir.


— Calma, Grey, só estou brincando com você.


Eu tinha prometido à minha mãe que ficaria longe do Scott, mas eu não estava preocupada. Se o Scott mexesse comigo, Ucker teria que interferir.


— Você vai me buscar ou o quê?


— Bem? — eu disse.


— Eu passo aí depois das sete.


 


Springvale é uma pequena cidade pesqueira, e a maior parte dela está concentrada na Rua Principal: o correio, alguns restaurantes servindo peixe e batata frita, lojas de equipamento, e a Sinuca Z.


O Z ficava no primeiro andar, com uma janela de vidro laminado oferecendo uma visão para dentro da sinuca e do bar. Lixo e ervas daninhas decoravam o exterior. Com homens com cabeças raspadas e barbichas fumavam na calçada bem do lado de fora das portas; eles amassaram seus cigarros e desapareceram do lado de dentro.


 


Scott estacionou numa vaga angular perto das portas.


— Vou andar umas quadras e achar um caixa eletrônico, — ele disse, desligando o motor.


Estudei a placa da fachada pendurada acima da janela. SINUCA Z. O nome estimulava a minha memória.


— Por que esse lugar soa familiar? — perguntei.


— Há algumas semanas um cara morreu sangrando numa das mesas. Briga de bar. Estava em todos os jornais.


Ah.


— Eu vou com você, — ofereci rapidamente.


Ele saiu, e eu fiz o mesmo.


— Nem, — ele falou por cima da chuva. — Você vai se ensopar. Espere aí dentro. Volto em dez minutos.


Sem me dar outra chance de acompanhá-lo, ele encurvou seus ombros contra a chuva, enfiou suas mãos em seus bolsos, e correu pela calçada.


Tirando a chuva do meu rosto, me enfiei debaixo da projeção da construção e calculei as minhas opções. Eu podia ir lá para dentro sozinha, ou podia esperar aqui pelo Scott. Eu não esperara cinco segundos antes da minha pele começar a coçar. Embora a calçada tivesse pouco tráfego de pessoas, ela não estava completamente desolada. Aqueles que estavam do lado de fora neste tempo usavam camisas de flanela e botas de trabalho. Eles pareciam maiores, mais duros, e mais malvados do que os homens que vadiavam pela Rua Principal em Coldwater. Alguns me olharam enquanto passavam.


Olhei para a calçada na direção que Scott tinha ido e vi-o contornar a construção e desaparecer pela viela lateral. Meu primeiro pensamento era de que ele ia ter dificuldade em achar um caixa eletrônico numa viela perto do Z. Meu segundo pensamento era de que talvez ele tenha mentido para mim. Talvez ele não estivesse em busca de um caixa eletrônico, afinal. Mas, então, o que ele estava fazendo numa viela, na chuva? Eu queria segui-lo, mas não sabia como ia ficar imperceptível. A última coisa que eu precisava era que ele me pegasse espionando-o de novo. Certamente não promoveria a confiança entre nós.


Achando que talvez pudesse descobrir o que ele estava fazendo ao observar por uma das janelas dentro do Z, pressionei a maçaneta. O ar dentro era gelado e coberto de fumaça e suor masculino. O teto era baixo, as paredes de concreto. Alguns pôsteres de carros imponentes, um calendário da Sports Illustrated, e um espelho da Budweiser eram a única decoração. Nenhuma janela adornava a parede me separando do Scott. Eu passeei pelo corredor central, arrastando-me mais profundamente pelo corredor sombrio, e mantive minha respiração superficial, tentando filtrar a minha ingestão de carcinógenos.


Quando cheguei à parte de trás do Z, fixei meus olhos na saída que dava para a viela traseira. Não era tão conveniente quanto uma janela, mas teria que servir. Se o Scott me pegasse observando-o, eu sempre podia fingir ser inocente e dizer que tinha saído para tomar ar fresco.


Depois de me certificar que ninguém estava observando, abri a porta e enfiei a minha cabeça para fora.


Mãos agarraram o colarinho da minha jaqueta jeans, me puxaram para fora, e me apoiaram contra o exterior de tijolo.


— O que você está fazendo aqui? — Ucker exigiu.


Chuva sibilava atrás dele, derramando-se pelo toldo de metal.


— Jogando sinuca, — gaguejei, meu coração ainda congelado com a surpresa de ser levantada do chão.


— Jogando sinuca, — ele repetiu, não parecendo nem um pouco perto de comprar isso. — Estou aqui com um amigo. Scott Parnell.


A expressão dele se endureceu.


— Você tem um problema com isso? — Retruquei. — Nós terminamos, se lembra? Posso sair com outros caras se eu quiser. — Eu estava brava com os arcanjos, com o destino, com as consequências. Eu estava brava por estar aqui com o Scott, e não com o Ucker. E eu estava brava com o Ucker por não me puxar para seus braços e me dizer que queria deixar para trás tudo que tinha acontecido entre nós nas últimas vinte e quatro horas. Tudo nos dividindo fora apagado, e de agora em diante era só eu e ele.


Ucker deixou seu olhar cair para o chão e apertou a ponte do seu nariz. Eu conseguia afirmar que ele estava invocando paciência de muito profundamente.


— Scott é um Nephilim. A primeira geração de uma raça pura. Bem como Chauncey fora.


Eu pestanejei. Era verdade, então.


— Obrigada pela informação, mas eu já suspeitava.


Ele fez um gesto de nojo.


— Acaba com essa encenação de bravura. Ele é um Nephilim.


— Todos os Nephil não são como o Chauncey Langeais, — eu disse com irritação. — Todos os Nephil não são malvados. Se você desse uma chance ao Scott, veria que ele na verdade é...


— Scott não é um Nephil velho, — Ucker disse, me cortando. — Ele pertence a uma sociedade de sangue Nephilim cujo poder está crescendo. A sociedade quer libertar os Nephilim do laço aos anjos caídos durante o Cheshvan. Eles estão recrutando membros loucamente para lutar contra os anjos caídos, e uma guerra territorial está fervendo entre os dois lados. Se a sociedade se tornar poderosa o bastante, os anjos caídos irão recuar... e começar a depender de humanos como seus vassalos, ao invés.


Mordi meu lábio e olhei para ele de modo constrangedor. Sem querer, eu me lembrei do sonho da noite passada. Cheshvan. Nephilim. Anjos caídos. Eu não conseguia escapar de nada disso.


— Por que os anjos caídos não possuem geralmente os humanos? — perguntei. — Por que eles escolhem os Nephilim?


— Corpos humanos não são tão fortes ou resilientes quanto os corpos de Nephilim, — Ucker replicou. — Uma possessão com duração de duas semanas os matará. Dez mil humanos morreriam todo Cheshvan. E é muito mais difícil possuir um humano. Anjos caídos não podem forçar humanos a jurar fidelidade, eles têm que convencê-los a entregarem seus corpos. Isso toma tempo e requer persuasão. Corpos humanos também deterioram mais rápido. Não são muitos os anjos caídos que querem se dar ao trabalho de possuir um corpo humano se ele morrerá em uma semana.


Um tremor de mau presságio arrastou-se por mim, mas eu disse:


— Essa é uma história triste, mas é difícil culpar o Scott ou qualquer Nephilim, a propósito. Eu não iria querer um anjo caído tomando controle do meu corpo por duas semanas cada ano, tampouco. Isso não parece um problema dos Nephilim. Isso parece um problema dos anjos caídos.


Um músculo em sua mandíbula saltou.


— O Z não é o seu tipo de lugar. Vá para casa.


— Eu acabei de chegar aqui.


— O fliperama é leve comparado a esse lugar.


— Obrigada pela dica, mas não estou realmente no clima de ficar em casa a noite toda sentindo pena de mim mesma.


Ucker dobrou seus braços e me estudou.


— Você está se colocando em perigo para se vingar de mim? — ele adivinhou. — Em caso de você ter esquecido, não fui eu quem terminei.


— Não se vanglorie. Isso não é sobre você.


Ucker caçou em seu bolso por suas chaves.


—Vou te levar para casa.


O tom dele me dizia que eu era uma grande inconveniência, e que se ele visse alguma alternativa, ele a aceitaria alegremente.


— Não quero uma carona. Não preciso da sua ajuda.


Ele riu, mas faltava humor ao som.


— Você vai entrar no Jipe, mesmo que eu tenha que te arrastar para dentro, porque você não vai ficar aqui. É perigoso demais.


— Você não manda em mim.


Ele meramente olhou para mim.


— E falando nisso, você vai parar de andar com o Scott.


Eu senti a minha raiva borbulhar. Como ele ousava assumir que eu era fraca e indefesa. Como ele ousava tentar me controlar ao dizer onde eu podia ir e onde não podia, e com quem eu podia passar tempo. Como ele ousava agir como se eu não tivesse significado nada para ele.


Lhe mandei um olhar de desacato frio.


— Não me faça favor algum. Eu nunca pedi. E não quero mais você como meu anjo da guarda.


Ucker ficou parado sobre mim, e uma gota de chuva deslizou do cabelo dele, pousando como gelo na minha clavícula. Senti-a deslizar pela minha pele, desaparecendo entre o decote da minha blusa. Os olhos dele seguiram a gota de chuva, e eu comecei a tiritar por dentro. Eu queria dizer a ele que sentia muito por tudo que tinha dito. Queria dizer a ele que eu não me importava com a Marcie, ou com o que os arcanjos pensavam. Eu me importava conosco. Mas a verdade nua e crua era que nada que eu dissesse ou fizesse poderia realinhar as estrelas. Eu não podia me importar conosco. Não se eu quisesse manter o Patch por perto. Não se eu não quisesse que ele fosse banido para o inferno. Quanto mais brigávamos, mais fácil ficava ser engolida pelo ódio e me convencer de que ele não significava nada para mim, e de que eu podia ir em frente sem ele.


— Retire o que disse, — Ucker disse, sua voz baixa.


Eu não conseguia me forçar a olhar para ele, e eu não conseguia me forçar a retirar o que tinha dito. Eu inclinei meu queixo para cima e fixei meus olhos no borrão de chuva sobre seu ombro. Maldito seja o meu orgulho, e maldito seja o dele, também.


— Retire o que disse, Dulce, — Ucker repetiu de modo mais firme.


— Não posso fazer o certo com você na minha vida, — eu disse, odiando a mim mesma por permitir que meu queixo tremesse. — Será mais fácil para todos se nós simplesmente, eu quero me separar sem brigar. Pensei bem nisso. — Eu não tinha. Eu não tinha nenhum pouco pensado bem nisso. Eu não quisera dizer essas palavras. Mas uma parte pequena, horrível e desprezível de mim queria machucar o Ucker o tanto quanto eu estava machucada. —Quero você fora da minha vida. Definitivamente.


Após uma batida pesada de silêncio, Ucker esticou a sua mão ao meu redor e enfiou algo profundamente pelo bolso traseiro da minha calça jeans. Eu não conseguia afirmar se tinha imaginado que a mão dele ficara lá por meia batida a mais que o necessário.


— Dinheiro, — ele explicou. — Você vai precisar.


Eu retirei o dinheiro.


— Não quero o seu dinheiro. — Quando ele não pegou a bola de dinheiro esticada, eu a golpeei contra seu peito, querendo passar por ele enquanto fazia isso, mas Patch pegou a minha mão, prendendo-a contra seu corpo.


— Pegue. — O tom da voz dele me dizia que eu não sabia de nada. Eu não entendia ele, ou seu mundo. Eu era uma estranha, e nunca me encaixaria. — Metade dos caras aqui está carregando algum tipo de arma. Se algo acontecer, jogue o dinheiro na mesa e se dirija às portas. Ninguém vai te seguir quando tem uma pilha de dinheiro para pegar.


Me lembrei de Marcie. Ele estava sugerindo que alguém poderia querer me esfaquear? Eu quase ri. Ele honestamente achava que aquilo me assustaria? Eu querendo ele ou não como meu anjo da guarda era irrelevante. O negócio era que, nada que eu dissesse ou fizesse mudaria a responsabilidade dele. Ele tinha que me proteger. O fato dele estar aqui neste momento provava isso.


Ele soltou a minha mão e puxou a maçaneta, os músculos ao longo de seu braços rígidos. A porta se fechou atrás dele, as dobradiças vibrando.



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Encontrei o Scott inclinado contra seu taco de sinuca numa mesa próxima à frente. Ele estava estudando uma difusão de bolas de bilhar quando cheguei até ele. — Achou um caixa eletrônico? — Perguntei, jogando a minha jaqueta jeans úmida numa cadeira dobrável de metal empurrada contra a parede. —&nb ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 75



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  • Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05

    fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.

  • Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36

    estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45

    ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38

    posta mais

  • juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51

    como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!

  • juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59

    dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !

  • juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13

    Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando

  • juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59

    A porra fico seria agora!

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32

    marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44

    eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados


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