Fanfics Brasil - Capitulo 12 Finale (Adaptada)

Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 12

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Terça-feira depois da aula, estava fora do meu caminho para encontrar Ane, que tinha matado aula para sair com Rixon, mas me prometeu voltar à escola depois da aula para me levar para casa, quando meu celular tocou. Estava abrindo a mensagem quando Ane gritou meu nome do meio da rua.


— Ei, querida! Aqui!


Caminhei até onde ela estava estacionada paralela ao meio fio e cruzei os braços sobre a janela do carro que estava aberta.


— Bem, pelo menos valeu a pena?


— Matar aula? Claro que sim. Rixon e eu passamos a manhã toda jogando Xbox. Halo Two. — Ela estendeu a mão e destrancou a porta do passageiro.


— Parece romântico, — eu disse, subindo no carro.


— Até tentei não bater. Violência realmente deixa os caras com disposição.


— Com disposição? Tem alguma coisa que eu deveria saber?


Ane me deu um sorriso de cem watts.


— Nós nos beijamos. Oh cara, foi muito bom. Rixon começou devagar e gentil, depois ele realmente começou a ficar...


— OK! — Cortei em voz alta. Se eu tivesse tido mais energia quando Ucker e eu estávamos juntos, Ane seria a ouvinte agora? Eu não rezei. — Aonde agora?


De volta para o trânsito.


— Estou cansada de estudar, preciso colocar um pouco de emoção na minha vida, o que não vai acontecer se estiver com o nariz no livro.


— O que você tem em mente?


— Old Orchard Beach. Estou no clima sol e areia. Além disso, posso pegar um bronzeado.


Old Orchard Beach soou perfeito. Tinha um longo cais sobre a água, um parque de diversões na praia, fogos de artifício e danças depois do sol se pôr. Infelizmente a praia teria que esperar.


Balancei meu celular.


— Nós já temos planos para hoje à noite. — Ane se inclinou para o lado para ler a mensagem de texto e fez uma careta. — Lembrete da festa de Marcie? É sério? Eu não sabia que vocês eram MAI`s (melhores amigas de infância).


— Me foi dito que a falta na festa é o caminho mais seguro para sabotar a minha vida social.


— Ela é uma vadia. Faltando na sua festa é o caminho mais seguro para fazer minha vida completa.


— Acho melhor você reconsiderar, pois estou indo e você vai comigo.


Ane pressionou contra seu assento, braços rígidos ao volante.


— Qual é a sua ideia afinal? Porque ela nos convidou?


— Nós somos parceiras de química.


— Parece-me que você a está perdoando pelo seu olho roxo muito depressa.


— Eu devo isso a ela, ficar pelo menos por uma hora. Como sua parceira de química, — eu acrescentei.


— Então você está me dizendo que a razão pela estamos nos arrastando para a festa de Marcie esta noite, é porque você senta ao lado dela todos os dias na aula de química? — Ane me deu um olhar de alguém que sabe muito mais do que isso.


Eu sabia que era uma desculpa medíocre, mas não mais medíocre do que a verdade. Eu precisava ter absoluta certeza do envolvimento de Ucker e Marcie. Quando toquei suas cicatrizes duas noites atrás, e fui arremessada para as suas lembranças, ele parecia reservado com Marcie. Até o beijo deles tinha sido curto. Eu não tinha pensado ainda sobre como ele se sentia a respeito dela. Mas se ele estivesse seguido em frente, tornaria as coisas mais fáceis para mim. A certeza do envolvimento deles tornaria mais fácil odiá-lo. E eu queria odiá-lo. Para o bem de ambos.


— O seu hálito cheira a mentira, mentira pegando fogo, — disse Ane. — Isto não é sobre você e Marcie. Trata-se de Ucker e Marcie. Você quer saber o que está acontecendo entre eles.


Joguei minhas mãos para o ar.


— Ótimo! É tão errado assim?


— Oh, cara, — disse ela, abanando a cabeça. — Você realmente gosta de sofrer.


— Pensei que talvez pudéssemos olhar em seu quarto. Ver se encontramos alguma coisa que comprove que eles estão juntos.


— Como preservativos?


De repente, meu almoço foi subindo pelo meu esôfago. Eu não tinha pensado nisso. Eles estavam dormindo juntos? Não, eu não podia acreditar. Patch não faria isso comigo, não com Marcie.


— Já sei — Ane disse. — Nós poderíamos roubar o seu diário!


— O que ela vem carregando desde o primeiro ano?


— O que ela jura que deixaria o National Enquirer no chinelo, — disse ela, soando estranhamente alegre. — Se algo estiver acontecendo entre ela e Ucker vai estar naquele diário.


— Eu não sei.


— Ah, vamos lá. Devolvemos depois de lermos. Nenhum dano, nenhuma falta.


— Como? Pular da sua varanda e correr? Ela vai nos matar se achar que o pegamos.


— Claro. Pular da sua varanda, ou levá-lo durante a festa, lê-lo em algum lugar e depois colocar no lugar antes de irmos embora.


— Me parece errado.


— Nós não vamos dizer a ninguém o que lemos. Vai ser nosso segredo. Não será errado se ninguém se machucar.


Eu não estava convencida a roubar o diário dela, mas eu poderia dizer que Ane não ia deixar pra lá. A coisa mais importante era conseguir que ela concordasse em ir à festa comigo. Eu não tinha certeza se teria coragem de ir sozinha. Especialmente porque eu não encontraria nenhum amigo por lá. Então eu disse:


— Você vai me pegar hoje então?


— Conte com isso. Ei podemos tocar fogo no quarto dela antes de irmos embora?


— Não, ela não pode desconfiar que estávamos espionando nele.


— Sim, mas sutileza, realmente não faz meu estilo.


Olhei para o lado, sobrancelhas levantadas.


— Não está brincando?


 


Passava das nove quando eu e Ane subimos o morro em direção ao bairro de Marcie. O mapa socioeconômico de Coldwater é facilmente determinado por um simples teste. Coloque uma bola de gude em qualquer rua na cidade. Se a bola rolar para baixo, você é da classe alta. Se não rolar, você estará num bairro de classe média. Se você perder a bolinha no meio da névoa antes de perceber se ela vai rolar, bem... você está no meio bairro. No sertão.


Ane levou o Neon para cima. O bairro de Marcie era um dos mais velhos, com árvores centenárias que derramavam sobre a rua, bloqueando o luar. As casas jardins profissionais e semicírculos nas calçadas. A arquitetura era georgiana colonial, as casas eram brancas, com acabamento em preto. Ane baixou as janelas do Neon, e a uma distância, ouvimos o pulsar da música de hip hop.


— Qual é o mesmo o endereço? — Ane perguntou, olhando através do pára-brisa. — Estas casas estão tão longe da rua que eu não consigo ver os seus números.


— Mil duzentos e vinte da Brenchley Street.


Chegamos a um cruzamento e Ane virou para Brenchley. A música se intensificou à medida que cruzávamos o quarteirão, e eu presumi que estávamos indo na direção certa. Carros estavam estacionados em ambos os lados da rua. Ao passarmos por uma elegante casa, a música alcançou um nível de som tão alto que vibrou o carro. Um bando de pessoas estavam cortando o gramado e entrando dentro da casa. Da casa da Marcie. Um olhar sobre ela, e eu vi a maravilha que devia ser sua vida. Qual a emoção dela? Para escapar de seus pais? Eu não podia especular mais. Uma dor profunda me socou no estômago. Estacionado na rua estava o Jipe dele. Obviamente ele deve ter sido um dos primeiros a chegar. Ele provavelmente ficou sozinho com Marcie horas antes da festa começar. Fazendo o que, eu nem quero saber. Respirei fundo e disse a mim mesma que poderia lidar com aquilo. E não eram essas as provas que eu queria?


— O que você está pensando? — Ane perguntou, com seu olhar também vidrado no Jipe enquanto estávamos passando.


— Que eu quero vomitar.


— Se for em toda a sala de Marcie seria bom. Mas, falando sério. Você está bem com o Ucker estando aqui?


Respondi com meu queixo, inclinando-o um pouco.


— Marcie me convidou. Tenho o mesmo direito de estar aqui como Ucker. Eu não vou deixá-lo ditar para onde eu vou ou o que eu devo fazer. — Engraçado, porque é exatamente isso que eu estava fazendo.


A porta da frente de Marcie estava aberta, nos levando a um salão de mármore escuro, cheio de gente dançando ao som de Jay-Z. A sala tinha um teto alto, mesclado com móveis vitorianos. Toda a mobília, incluindo a mesa de café, estava sendo usada como assentos. Ane hesitou na porta.


— Preciso de um tempo para me preparar mentalmente para isso, — ela me falou por cima da música. — Quero dizer, o lugar vai estar infestado com coisas da Marcie. Fotos Marcie, móveis Marcie, odores Marcie. Falando em retratos, podemos tentar encontrar fotos velhas da família. Eu gostaria de ver como o pai Marcie se parecia há dez anos atrás. Quando vejo seus comerciais na TV, eu não consigo decidir se é a cirurgia plástica que o faz parecer tão jovem, ou apenas uma quantidade enorme de maquiagem.


A segurei pelo braço e a puxei para perto de mim.


— Você não vai me abandonar agora.


Ane olhou para dentro, franzindo a testa.


— Tudo bem, mas estou te avisando, se eu ver um único par de calcinhas, caio fora daqui. O mesmo vale para uso de preservativos.


Abri minha boca, mas a manti fechada. A chance de vê-los juntos hoje era grande, e era do meu interesse não contrariar os seus termos. Eu fui salva de uma possível discussão mais séria por Marcie, que surgiu da escuridão, segurando uma taça de ponche. Ela dividiu um olhar crítico entre nós duas.


— Eu convidei-te, — ela me disse, — Mas eu não a convidei.


— É bom ver você também, — disse Ane.


Marcie examinado Ane lentamente, da cabeça aos pés.


— Você não está fazendo uma daquelas estúpidas dietas de cores? Parece-me que desistiu antes mesmo de começar. — Ela voltou sua atenção para mim. —E Vocês, simpáticos olhos negros.


— Você ouviu alguma coisa, Dulce? — Ane perguntou. — Pensei ter ouvido alguma coisa.


— Você certamente ouviu alguma coisa, — concordei.


— Poderia ser um... pum do cachorro que eu ouvi? — Ane me perguntou.


Eu balancei a cabeça.


— Eu acho que sim.


Os olhos Marcie estavam diluídos em fendas.


— Ha ha.


— Olha só, ouvi novamente, — disse Ane. — Aparentemente, este cão tem sério problema de gases. Talvez nós devemos alimentá-lo com sal de frutas.


Marcie empurrou a tigela de ponche para nós.


— Doação. Ninguém entra sem fazer uma doação.


— O quê? — Ane e eu dissemos ao mesmo tempo.


— Não. Você realmente não achou que te convidei aqui, sem nenhum interesse, não é? Eu preciso do seu dinheiro. Pura e simplesmente.


Ane e eu olhamos a taça, que estava nadando com algumas notas de dinheiro.


— E para o que é o dinheiro? — Perguntei.


— Novos uniformes de cheerleading. O time quer aqueles que deixam a barriga de fora, mas a escola não terá dinheiro até Primavera, por isso estou angariando fundos.


— Isso deve ser interessante, — disse Ane. — O termo Slut Squad (esquadrão de putas) terá um significado completamente novo.


— Isso faz isso! — disse Marcie, ficando vermelha de raiva. — Você quer entrar? É melhor ter uma nota de vinte. Se você fizer outro comentário, vou aumentar o valor para quarenta.


Ane me cutucou no braço.


— Eu não vim aqui para isso. Você paga.


— Dez cada um? — Eu ofereci.


— De jeito nenhum. Esta foi ideia sua. Você paga.


Eu questionei Marcie que abriu um sorriso.


— Vinte dólares é muito, — eu argumentei.


— Sim, mas vai ser incrível me olhar no uniforme, — ela afirmou. — Eu tenho que fazer quinhentos abdominais todas as noites para que eu possa manter a minha cintura de 60 centímetros. Não posso ter um centímetro de gordura, pois como poderia deixar o umbigo à mostra.


Eu não ousava poluir minha mente com uma imagem mental de Marcie em um uniforme de líderes de torcida promíscuas, e instantaneamente disse:


— Que tal quinze?


Marcie com uma mão em concha, e a outra mão em seu quadril, estava pronta para bater a porta na nossa cara.


— Ok, calma, vamos pagar, — disse Ane, colocando a mão em seu bolso de trás. Ela colocou um maço de dinheiro na taça, mas estava escuro e eu não poderia dizer quanto tinha sido. — Você vai me dever por muito tempo, — disse-me.


— Você deveria me deixar contar o dinheiro primeiro, — Marcie disse, vasculhando na tigela, tentando recapturar a doação de Ane.


— Eu só presumi que vinte era uma quantia muito alta para que você pudesse contar — Ane afirmou. — As minhas desculpas.


Marcie nos olhou estreitando o olhar novamente, então ela se virou nos calcanhares e levou a taça de volta para casa.


— Quanto você deu a ela? — Perguntei para Ane.


— Eu nada. Joguei alguns preservativos.


Eu levantei minhas sobrancelhas.


— Desde quando você anda com preservativos?


— Peguei aqui fora no gramado quando caminhavamos até aqui. Quem sabe, talvez Marcie vá usá-lo. Então eu já teria feito a minha parte para manter seu material genético fora de circulação.


Ane e eu pisamos no interior da sala e nos posicionamos de costas para a parede. Em uma espreguiçadeira de veludo na sala de estar, vários casais estavam entrelaçados como um monte de clipes de papel. O centro de sala estava cheio de corpos a dançar. Fora da sala de estar, uma porta arqueada nos levou para a cozinha, onde as pessoas estavam bebendo e rindo. Ninguém notou a nossa presença lá, e eu achando que entrar no quarto de Marcie seria uma tarefa difícil. Ninguém deu atenção a mim ou a Ane. Tentei preparar meu espírito de que ficar dentro do quarto de Marcie despercebida não ia ser tão difícil quanto eu achava. O problema era que eu estava começando a pensar que eu não tinha vindo aqui esta noite para bisbilhotar por quarto Marcie e encontrar evidências dela com Ucker. Na verdade, eu estava chegando a perigosa conclusão que eu vim porque sabia Ucker estaria aqui. E eu queria vê-lo.


Parecia como se eu estivesse indo ter a minha chance. Ucker apareceu na entrada da cozinha de Marcie, vestido com uma camisa pólo preta e calça jeans escura. Eu não estava acostumada a observá-lo à distância. Seus olhos eram da cor da noite, seus cabelos ondulando estavam sob suas orelhas, parecia que não era cortado há umas seis semanas. Ele tinha uma corpo que instantaneamente atraia o sexo oposto, mas sua postura dizia `eu não estou aberto a conversa`. O chapéu ainda estava faltando, o que significava que provavelmente estivesse na posse Marcie. Não é grande coisa, me lembrei. Já não era da minha conta. Ucker poderia dar o boné para quem quisesse. Apenas porque ele nunca emprestou-me que iria ferir meus sentimentos.


Jenn Martin, uma menina com quem eu estudei no primeiro ano de matemática, foi conversar com Patch, mas ele parecia distraído.


Seus olhos circulou o sala de estar, atento, como se não estivesse disposto a confiar em uma única alma ali. Sua postura era descontraída, mas atenta, quase como se ele esperasse que algo acontecesse a qualquer momento. Antes que seus olhos me encontrassem, eu mudei o meu olhar. Melhor, para não ser pega com olhar de arrependimento e saudade.


Anthony Amowitz sorriu e acenou para mim do outro lado da sala. Eu automaticamente sorri de volta. Tínhamos uma aula juntos esta ano e, embora eu não tivesse trocado mais que dez palavras com ele, foi bom pensar que alguém estava animado em me ver aqui com Ane.


— Porque é que Anthony Amowitz está dando seu sorriso de chaveco para você? — Ane perguntou.


Revirei os olhos.


— Você está apenas reparando, porque ele está aqui na festa de Marcie.


— Sim, e daí?


— Ele está sendo legal. — Dei-lhe uma cotovelada. — Sorria de volta.


— Sendo legal? Ele está excitado. — Anthony ergueu a taça de plástico vermelho para mim e gritou alguma coisa, mas era muito difícil ouvir sobre a música.


— O quê? — Eu respondi de volta.


— Você está ótima! — Um sorriso pateta estava estampado em seu rosto.


— Oh cara, — disse Ane. — Não é apenas um chavequeiro, mas um chavequeiro bêbado.


— Então talvez ele esteja um pouco bêbado.


— Bêbado e com a esperança de ficar sozinho com você em um quarto lá em cima.


— Ugh.


Cinco minutos depois, ainda estávamos mantendo a nossa posição em frente da porta de entrada. Eu tinha uma lata de cerveja acidentalmente jogada nos meus sapatos, mas felizmente, não havia nenhum vômito. Eu estava a sugerir a Ane que nos afastássemos da porta aberta — a direção em que todos pareciam correr momentos antes derramar o conteúdo de seu estômago — quando Brenna Dubois veio e me ofereceu um copo de plástico vermelho para mim.


— Isto é para você, com os cumprimentos do cara do outro lado da sala.


— Não te disse — Ane sussurrou para os lados. Eu dei um rápido olhar para Anthony, que piscou.


— Uh, obrigada, mas não estou interessada, — disse a Brenna. Eu não era muito experiente quando se trata desses assuntos de festas, mas eu sabia que não deveria aceitar bebidas de estranhos. Por tudo que eu sabia, poderia ter sido contaminado com alguma substância ilícita. — Diga Anthony não quero beber nada que não esteja lacrado.


Uau. Eu devia parecer mais burra do que eu pensava.


— Como? Anthony? — Seu rosto torcido com a confusão.


— Sim, Anthony-chavequeiro-Witz, — disse Ane.


— O cara que está te fazendo da menina de entrega.


— Você pensou que foi Anthony que me deu o copo? — Ela balançou a cabeça. — Tente o cara do outro lado da sala. — Ela virou-se para o lugar onde Ucker tinha estado em pé a poucos minutos atrás. — Bem, ele estava lá. Eu acho que ele saiu. Ele era gostoso e estava vestindo uma camisa preta, se isso ajuda.


— Oh cara, — disse Ane novamente, desta vez sob sua respiração.


— Obrigada, — disse a Brenna, não tendo outra escolha a não ser pegar o copo. Ela desapareceu de volta para a multidão, e eu deixei o copo do que cheirava a Coca-Cola de cereja em cima da mesa de entrada atrás de mim. Foi Ucker tentando enviar uma mensagem? Lembrando-me do meu fracasso de luta na Devil`s Handbag, quando Marcie me molhou com Coca-Cola de cereja? Vee empurrou algo em minha mão.


— O que é isso? — Perguntei.


— Um walkie-talkie. Peguei eles com meu irmão. Vou sentar nas escadas e vigiar. Se alguém aparecer, eu falo no rádio.


— Você quer que eu vá bisbilhotar no quarto Marcie agora?


— Eu quero você vá lá para roubar o diário.


— Sim, sobre isso. Acho que mudei de ideia.


— Você está brincando comigo? — Ane disse. — Você não pode pular fora agora. Imagine o que tem nesse diário. Esta é sua chance de encontrar algo verdadeiro sobre o que está acontecendo entre Marcie e Ucker. Você não pode passar por cima.


— Mas isso está errado.


— Não vai se sentir mal se roubá-lo tão rápido, não terá nem tempo de sentir culpa.


Eu dei-lhe um olhar aguçado.


— Será de auto-ajuda também, — acrescentou Ane. — Se disser a si mesma que isto não está errado muitas vezes, você vai começar a acreditar nisso.


— Eu não estou aqui para roubar o diário. Eu só quero... dar uma olhada. E pegar o boné do Ucker de volta.


— Eu vou te pagar plano anual da eZine se você entregar o diário para mim nos próximos 30 minutos, — disse Ane, começando a soar desesperada.


— É por isso que você quer o diário? Para publicá-lo no eZine?


— Pense nisso. Poderia fazer deslanchar a minha carreira.


— Não, — eu disse com firmeza. — Isso é ainda pior Ane.


Ela soltou um suspiro.


— Bem, não custava tentar.


Olhei para o walkie-talkie na mão.


— Por que não podemos simplesmente mandar texto?


— Os espiões não não usam mensagens de texto.


— Como você sabe?


— Como você sabe o que eles fazem?


Descobrindo que não valia a pena uma discussão, coloquei a walkietalkie no cós da calça.


— Você tem certeza que o quarto da Marcie fica no segundo andar?


— Um de seus ex-namorados se senta atrás de mim na aula de espanhol. Ele disse me que todas as noites às dez em ponto Marcie se despe com as luzes acesas. Às vezes, quando ele e seus amigos estão entediados, eles dirigem até aqui para assistir ao show. Ele disse Marcie nunca para, quando ela termina, ele está com cãibra no pescoço de olhar para cima. Ele também disse que houve uma vez...


Bati as mãos nos ouvidos.


— Pare!


— Ei, se meu cérebro tem de ser contaminado com este tipo de detalhes, eu acho que o seu deveria também. A razão para eu saber de toda essa informação inútil é porque eu estava tentando te ajudar.


Levei meus olhos em direção às escadas. Meu estômago parecia pesar o dobro do que tinha a três minutos atrás. Eu ainda não tinha feito nada, e já estava doente de culpa. Quando eu que ser baixa o suficiente para bisbilhotar no quarto de Marcie? Quando eu tinha deixado Ucker bagunçar a minha rotina dessa maneira?


— Eu acho que estou indo agora — eu disse pouco convincente. — Você estará na minha retaguarda?


— Com certeza.


Subi as escadas. Havia um banheiro com molde da coroa na porta. Eu fui caminhando pelo corredor à minha esquerda, passei pelo que parecia ser um quarto de hóspedes, e um quarto de ginástica pois a sala equipada com esteira de corrida. Neste momento, vi o corredor à direita. A primeira porta estava aberta, e eu espiei para dentro. A cor do quarto era um rosa total — paredes rosa, cortinas rosa e um edredon rosa com rosa jogada nos travesseiros. Parecia que o armário tinha vomitado sobre a cama, piso e outras superfícies dos móveis. Diversas fotografias, incluindo um poster gigante, foram pregados nas paredes, e todos eram de Marcie fazendo pose sedutoramente com seu uniforme e pompons de líder de torcida. Eu experimentei uma onda de náusea, então vi o boné de Ucker sobre a cômoda. Desligando-me do resto, peguei o boné e o enrolei em forma de cone estreito e o soquei em meu bolso de trás. Debaixo do boné, deitado sobre a cômoda, havia uma unica chave de carro. Parecia uma cópia, mas tinha uma marca Jipe. Ucker tinha dado uma cópia da chave do seu Jipe para Marcie.


Peguei a chave do armário, depois empurrei profundamente no meu outro bolso de trás. Já que eu estava lá, percebi que poderia muito bem olhar para ver se não achava mais nada que lhe pertencesse. Eu abria e fechava gavetas um pouco. Olhei embaixo da cama, com esperança, de achar alguma coisa. Finalmente esbarrei minha mão entre o colchão e uma caixa de primavera. Eu retirei o diário. O pequeno diário azul de Marcie, que supostamente devia conter mais escândalo do que um tablóide. Segurando-o entre as minhas mãos, senti a tentação irresistível para abri-lo. O será que ela tinha escrito sobre Patch? Que coisas secretas estavam escondidos na páginas?


Meu walkie-talkie chiava.


— Oh merda, — disse Ane através dele.


Eu me atrapalhei para pegá-lo  na minha cintura e apertei o botão para falar.


— Qual é o problema?


— Cachorro. Um grande cachorro. Ele só está atravessando a sala, ou o que vocês chamam deste espaço aberto. Está olhando para mim. Como, olhando direto para mim.


— Que tipo de cachorro?


— Eu não estou atualizado sobre as raças de cães, mas acho que é um Doberman. Cara pontuda e rosnando. Assemelha-se a Marcie um pouco, se isso ajuda. Uh-oh. Suas orelhas estão levantandas para cima. Ele está vindo em minha direção. Acho que é um daqueles cães psiquicos. Ele sabe que eu não estou apenas sentada aqui cuidando da minha vida.


— Fique calma


— Xô, cachorro, eu disse shoo! — O rugido inconfundível de um cão de grande veio através do walkie-talkie.


— Hum, Dulce? Nós temos um problema, — disse Ane um momento posterior.


— O cão não saiu?


— Pior. Ele apenas subiu as escadas.


Só então houve umas patas estalando na porta. O latido não parava de crescer mais alto e rosnando.


— Ane! — Eu sussurei para o walkie-talkie. — Livre-se do cão!


Ela disse algo em resposta, mas eu não podia ouvir por causa do latido do cão. Eu achatava minha mão ao meu ouvido.


— O quê?


— Marcie está chegando! Sai daí!


Comecei a empurrar o diário de volta sob o colchão, mas me atrapalhei. Punhados de papéis e fotos cairam do diário. Em pânico, eu recolhi os papéis e fotos em uma pilha e joguei-os de volta para dentro do diário. Então me ocorreu que o diário, que era bastante pequeno considerando o número de segredos que ela guardava. Peguei meu walkie- talkie na cintura e apaguei a luz. Eu iria lidar com a reposição do diário novamente mais tarde. Agora, eu tinha que sair.


Levantei a janela, esperando ter que remover a tela de proteção, mas isso já havia sido feito para mim. Provavelmente Marcie tinha removido há muito tempo para evitar o incômodo quando ela precisasse sair. Esse pensamento me deu um pequeno grau de esperança. Se Marcie tivesse saido antes, eu poderia também. E ia cair e me matar. Claro, que Marcie era líder de torcida e tinha muito mais flexibilidade e coordenação.


Colocando a cabeça para fora da janela aberta, eu olhei para baixo. A porta da frente estava diretamente abaixo, sob um telhadinho sustentado por quatro pilares. Pus uma perna para fora, e procurei um lugar seguro sobre as telhas. Depois que eu tinha certeza que eu não ia escorregar, eu trouxe minha outra perna para fora. Balanceamento de meu peso, eu me agachei embaixo da janela. Me encolhi abaixo linha da janela quando vi o quarto cheio de luz e as unhas do cachorro clicado contra o vidro, e ele soltou uma rodada de latidos furiosos. Com meu estômago embrulhado, eu me apertei o mais próximo possível da casa que podia e rezei para não abrir a janela e olhar para baixo.


— O que é isso? — Voz abafada de Marcie vinha através da janela.


— Qual é o problema, Boomer?


Um filete de suor desceu em minha coluna. Marcie estava vindo para olhar para baixo, e ela ia me ver. Fechei os olhos e tentei esquecer que sua casa estava repleta de pessoas que eu tinha que frequentar a escola com ela para os próximos dois anos. Como eu fazer para explicar o motivo de estar no quarto de Marcie? Como eu iria explicar estar segurando seu diário? O pensamento era muito humilhante para suportar.


— Cale-se, Boomer! — Marcie gritou. — Será que alguém pode segurar o meu cão enquanto eu abro a janela? Caso contrário, ele é estúpido o suficiente para saltar para fora. Ei você, no corredor. Sim, você. Segura a coleira do meu cão e não deixar vir. Apenas faça isso.


Esperando que os latidos do cão tampasse que todo o barulho que eu estava fazendo, eu me virei e plantei as minhas costas contra as telhas. Engoli o nó de medo na minha garganta. Eu tinha uma espécie de fobia de alturas, e o pensamento de todo aquele espaço entre mim e o terreno estava brotando suor da minha pele.


Tentando ficar o mais escondida possível no telhado, eu lutava com o walkie-talkie na mnha cintura.


— Ane, — sussurrei.


— Onde está você? — Disse ela através da música aos berros no fundo.


— Você poderia se livrar do cão a qualquer momento a partir de agora?


— Como?


— Seja criativa.


— Como dar veneno a ele?


Limpei o suor da testa com a palma da minha mão.


— Eu estava pensando em você trancá-lo em um armário.


— Você quer dizer, tocá-lo?


— Ane!


— Ok, ok, vou pensar em alguma coisa.


Trinta segundos se passaram antes que eu pudesse ouvir a voz Vee através da janela do quarto de Marcie.


— Ei, Marcie? — Ela chamou através dos latidos.


— Não queria atrapalhar, mas a polícia está na porta da frente. Eles disseram que estão respondendo a uma queixa de barulho. Você quer que eu vá convidá-los para entrar?


— O quê? — Marcie gritou diretamente acima de mim. — Eu não vejo nenhum carro de polícia.


— Eles provavelmente foram estacionar alguns quarteirões mais para frente. Enfim, como eu estava dizendo, notei substâncias ilegais nas mãos de alguns convidados.


— Então? — Ela estalou. — É uma festa.


— O álcool é ilegal para menores de 21.


— Ótimo! — Marcie gritou. — O que eu posso fazer? — Ela uma pausa, depois levantou a sua voz novamente. — Você provavelmente chamou eles!


— Quem, eu? — Ane disse. — E perder a comida de graça? De jeito nenhum.


Um momento depois, os latidos frenéticos Boomer desapareceu, e a luz do quarto apagou. Esperei ainda mais um momento, escutando. Quando eu tive certeza que Marcie tinha saído do quarto, eu me rastejei de barriga até a janela. O cão estava desaparecido, Marcie já tinha ido embora, e se eu pudesse...


Pressionei minhas mãos para forçar a janela para cima, mas não saiu do lugar. Aproveitando as minhas mãos no painel inferior, coloquei todas as minhas força para cima. Nada aconteceu. Ok, pensei. Não é grande coisa. Marcie deve ter bloqueado o janela. Tudo o que eu tinha a fazer era ficar aqui mais cinco horas até que a festa acabasse, então, fazer Ane voltar com uma escada. Ouvi passos de caminhada abaixo e estiquei o pescoço para ver se por algum golpe de sorte era Ane vindo ao meu socorro. Para meu horror, Ucker estava de costas para mim, caminhando em direção ao Jipe. Ele digitou um número em seu celular e levou-o aos seus ouvidos. Dois segundos depois, meu celular cantou no meu bolso. Antes que eu pudesse arremessar o celular dentro do mato na beira da propriedade, Ucker parou de repente. Ele olhou por cima do ombro, seus olhos subindo. Seu olhar caiu sobre mim, e eu pensei que teria sido melhor se Boomer tivesse me comido viva.


— E olha que pode ser chamada de voyeurs. — Eu não precisava vê-lo para saber que ele rindo.


— Pare de rir, — disse eu, meu rosto quente com humilhação. — Me ajude a descer.


— Pule.


— O quê?


— Eu vou pegar você.


— Você está louco? Vá para dentro, suba e abra a janela. Ou pegue uma escada.


— Eu não preciso de uma escada. Pule. Eu não vou deixá-la cair.


—Ah, com certeza! Como eu acredito nisso!


— Você quer a minha ajuda ou não?


— Você chama isso ajuda? — Eu contestei furiosamente. — Isso não é ajudar!


Ele girou a chave do carro em torno de seu dedo, depois começou a andar.


— Você é um idiota! Volte aqui!


— Idiota? — Ele repetiu. — Você é a espiã na janela.


— Eu não estava espionando. Eu estava... eu estava... — Pense em algo!


Os olhos Ucker foi para a janela acima de mim, e eu assisti como a compreensão tomou seu rosto. Ele inclinou a cabeça para trás e deu uma gargalhada.


— Vocês estavam espionando o quarto de Marcie.


— Não. — Eu revirei os olhos como se fosse a ideia mais absurda.


— O que você estava procurando?


— Nada. — Eu peguei o boné dele do meu bolso de trás e atirei para ele. — E aqui está o seu boné estúpido, a propósito!


— Você entrou aí só para pegar o meu boné?


— Uma grande perda de tempo, obviamente!


Ele encaixou o boné na cabeça.


— Você vai pular?


Eu dei um olhar inquieto sobre a borda do telhadinho, e o chão parecia a vinte metros fora do alcance. Com medo da resposta, perguntei:


— Por que você me ligou?


— Eu perdi você de vista lá dentro. Eu queria ter a certeza de que você estava bem.


Ele parecia sincero, mas ele era um mentiroso habilidoso.


— E a Coca-Cola de cereja?


— Uma oferta de paz. Você vai pular ou o quê?


Não vendo outra alternativa, fui cautelosamente até a borda do telhadinho. Meu estômago virou círculos.


— Se você me derrubar, eu... — adverti.


Ucker tinha os braços erguidos. Fechei os olhos apertados, deslizei para a borda. Senti quebrar o ar em volta do meu corpo e então eu estava nos braços de Ucker, ancorada contra ele. Fiquei lá por um momento, coração martelando tanto da adrenalina da queda, quanto da sensação de estar tão perto dele. Ele me fez sentir quente e familiar. Me fez sentir firme e segura. Queria agarrar sua camisa, enterrar meu rosto na curva quente de seu pescoço, e nunca mais largar. Ucker colocou um cacho do meu cabelo atrás da minha orelha.


— Você quer voltar para a festa? — ele murmurou.


Balancei minha cabeça que não.


— Eu vou te levar para casa. — Ele usou seu queixo gesticulando ao Jipe, porque ele ainda não tinha desdobrado seus braços ao redor de mim.


— Eu vim com a Ane, — eu disse. — Eu deveria voltar com ela.


— Ane vai pegar comida chinesa no caminho de casa.


Comida chinesa. Isso implicaria em Ucker entrando dentro da minha casa para comer. Minha mãe não estava em casa, o que significava que teríamos que ficar sozinhos. Baixei minha guarda um pouco mais. Provavelmente, estavamos seguros.


Provavelmente, os arcanjos não estavam por perto. Ucker não parecia preocupado, por isso eu também não deveria. E era apenas um jantar. Eu tinha tido um dia longo e insatisfatório na escola, e eu estava faminta depois de uma hora de academia. Jantar com Ucker soou perfeito. Um jantar juntos vai doer? As pessoas jantavam juntos o tempo todo e nada demais.


— Só um jantar. — Eu disse, mais para me convencer do que Ucker.


Ele deu uma saudação de escoteiro, mas seu sorriso era o que há de bom. O sorriso de um menino mau. O sorriso perverso e encantador do cara que Marcie que tinha beijado há duas noites atrás... e está oferecendo-se para jantar comigo esta noite, provavelmente com a esperança que o jantar poderia acabar em algo completamente diferente. Ele me deu um sorriso de derreter o coração, o necessário para apagar a minha mágoa. Para me fazer esquecer que ele tinha beijado Marcie.


Todo o tumulto no meu interior se espatifou enquanto eu era empurrada para o presente. Minhas especulações morreram, sendo substituído por um sentimento súbito e forte de mal-estar que não tinha nada a ver com Ucker, ou domingo à noite. Arrepios deixaram a minha pele arrepiada. Estudei as sombras que tocavam o gramado.


— Hum — Ucker murmurou, detectando a minha preocupação, apertando braços protetoramente em torno de mim. E então eu senti novamente. Uma mudança no ar. Uma névoa invisível, estranhamente quente, pendendo para baixo, pressionando tudo, ziguezagueando como mais de uma centena de cobras furtivas no ar. A sensação foi muito perturbadora, que eu até tinha dificuldade em acreditar que Ucker não tinha notado nada, mesmo que ele não pudesse sentir diretamente.


— O que foi isso, Anjo? — Sua voz era baixa, me questionamento.


— Estamos seguros?


— Será que isso importa?


Mudei meus olhos pelo jardim. Eu não estava certa porque, mas continuei com o pensamento nos arcanjos. Eles estão aqui.


— Quero dizer... os arcanjos, — eu disse, tão baixo que mal ouvi a minha própria voz. — Não são eles observando?


— Sim.


Tentei recuar, mas Ucker recusou a me deixar.


— Eu não me importo com o que eles vêem. Estou cansado da farsa. — Ele tinha parado de roçar o seu nariz em meu pescoço, e eu vi uma certa provocação atormentado em seus olhos.


Esforcei-me um pouco mais para me afastar.


— Me deixe ir.


— Você não me quer? — Seu sorriso era astuto como uma raposa.


— Esse não é o problema. Não quero ser responsável por qualquer coisa que aconteça com você. Deixe-me ir embora.


Como ele pode ser tão irresponsável sobre isso? Eles estavam à procura de uma desculpa para se livrar dele. Ele não podia ser visto me segurando. Ele acariciou os lados dos meus braços, mas como tentei me aproveitar da oportunidade para me afastar, ele pegou as minhas mãos. Sua voz entrou em minha mente.


Eu poderia ser desonesto. Eu poderia seguir em frente, poderíamos parar e jogar pelas regras dos arcanjos.


Ele disse tão decididamente, tão facilmente, que eu sabia que essa não era a primeira vez que ele havia pensado nisso. Este foi um plano que ele tinha secretamente fantasiou muitas e muitas vezes.


Meu coração batia freneticamente. Seguir em frente? Parar de jogar pelas regras?


— Do que você está falando?


Eu viveria em movimento, sempre escondido, esperando que o arcanjos não me encontrasse.


— E se eles te encontrar?


Eu iria a julgamento. Eu seria considerado culpado, mas isso nos daria algumas semanas sozinhos, digo, enquanto deliberassem.


Eu podia sentir o olhar ferido em seu rosto.


— E então?


Eles me mandariam para o inferno. Ele fez uma pausa, depois acrescentou com calma e convicção, não tenho medo do inferno. Mereço o que está por vir. Eu menti, enganei, fui enganado. Machuquei pessoas inocentes. Cometi mais erros do que me lembro. De uma forma ou outra, eu deveria pagar por eles mais do que a minha existência. O inferno não terá diferença. Sua boca se curvou em um sorriso breve e irônico. Mas tenho certeza que os arcanjos têm algumas cartas na manga. O seu sorriso desvaneceu, e ele olhou para mim com uma honestidade despojada. Estar com você nunca me fez sentir errado. Foi a única coisa que eu fiz certo. Você é a única coisa certa pra mim. Eu não me preocupo com os arcanjos. Diga-me, o que quer que eu faça. Diga a palavra. Vou fazer o que você quiser. Podemos sair agora mesmo.


Levei um momento para compreender as suas palavras, olhei para o Jipe. A parede de gelo entre nós derreteu. O muro só estava lá por causa dos arcanjos. Ucker e eu estávamos brigando por nada. Eles eram o problema. Eu queria deixá-los, e tudo mais para trás e seguir com Ucker. Eu queria ser imprudente, o pensamento só do aqui, agora. Nós poderíamos fazer um ao outro esquecer sobre as consequências. Não nos importaríamos com as regras, limites, e acima de tudo, com o amanhã. Seria apenas eu e Ucker, e nada mais importava.


Nada além da promessa do que iria acontecer quando essa semana chegasse ao fim. Eu tinha duas opções, mas a resposta foi clara. A única maneira que eu poderia manter Ucker foi ter que deixá-lo ir. Nada mais poderia fazer com ele.


Eu não sabia que eu estava chorando até Ucker tocar meu rosto com seus polegares sob meus olhos.


— Shh, — ele murmurou. — Vai ficar tudo bem. Eu quero você. Não posso continuar fazendo o que estou fazendo agora, viver pela metade.


— Mas eles vão mandar você para o inferno, — eu gaguejei, incapaz de controlar o tremor no meu lábio inferior.


— Eu tive muito tempo para chegar a um acordo com eles.


Eu estava determinada a não mostrar a Ucker o quão difícil estava sendo para mim, mas engasguei com as lágrimas escorrendo pelo meu pescoço. Meus olhos estavam úmidos e inchados, e meu peito doía. Isso tudo foi minha culpa. Se não fosse por mim, ele não seria um anjo da guarda. Se não fosse por mim, os arcanjos não estariam inclinados a destrui-lo ele. Eu era responsável por guiá-lo até este ponto.


— Eu preciso de um favor, — eu finalmente disse em voz baixa que soava mais como de um estranho que a minha. — Diga a Ane que fui andando para casa. Preciso ficar sozinha.


— Anjo? — Ucker pegou minha mão, mas eu a puxei soltando-a. Senti meus pés se afastando, um passo em frente do outro. Mais longe e mais distante do ucker possível, como se apenas minha mente tivesse guiando o meu corpo.


 


juhcunha: Eu tb :/



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 75



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  • Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05

    fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.

  • Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36

    estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45

    ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final

  • juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38

    posta mais

  • juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51

    como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!

  • juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59

    dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !

  • juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13

    Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando

  • juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59

    A porra fico seria agora!

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32

    marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria

  • juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44

    eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados


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