Fanfic: Finale (Adaptada) | Tema: Vondy
Acordei com a respiração acelerada. Meu quarto estava inundado em sombras, a lua brilhando como uma bola de cristal do outro lado da da janela. Meus lençóis estavam quentes e úmidos, o suor em torno das minhas pernas. O relógio marcava nove e meia.
Atirei-me para fora da cama e fui ao banheiro, preenchendo um copo de água fria. Engoli em seco para baixo, em seguida, encostei-me na parede. Eu não podia voltar a dormir. Não importa o que tivesse que fazer, não poderia deixar Patch voltar aos meus sonhos. Fui até o corredor que dava para as escadas, freneticamente tentando me manter acordada, mas eu estava tão agitada, que duvidei que poderia dormir novamente mesmo se eu quisesse.
Vários minutos depois, meus batimentos cardíacos tinham voltado ao normal, mas a minha mente não era tão fácil de se resolver. A Mão Negra. Aquelas três palavras me assombraram. Elas eram indescritíveis, ameaçadoras, insultantes. Eu não podia ir em frente e me obrigar a procurá-la. Não sem sentir o meu mundo que já estava frágil começar a se quebrar. Eu sabia que estava evitando encontrar uma maneira de deixar os arcanjos saberem que Ucker era a Mão Negra, e o assassino de meu pai, para me proteger da verdade vergonhosa: eu tinha me apaixonado por um assassino. Eu o deixei me beijar, mentir para mim, me trair. Quando ele tocou-me no meu sonho, todas as minhas forças se desintegraram, e eu me senti sendo enroscada em sua rede mais uma vez. Ele ainda segurava o meu coração em suas mãos, e esta era a maior traição de todas. Que tipo de pessoa eu era, quando eu não podia levar o assassino do meu próprio pai para a justiça?
Ucker tinha dito que eu poderia dizer aos arcanjos que eu queria ele como meu anjo da guarda novamente através do simples ato de dizer em voz alta. Parecia lógico, então, que eu poderia gritar, — Ucker matou meu pai! — e ser feito justiça com ele. Justiça seria feita. Ucker seria enviado para o inferno, e eu podia começar devagar a reconstruir a minha vida. Mas eu não conseguia fazer as palavras sairem, como se estivessem acorrentadas dentro de mim em algum lugar lá no fundo. Tantas outras coisas ficaram sem resposta. Por que ucker, que era anjo, estava misturado com uma sociedade de sangue Nefilim? Se ele era a Mão Negra, por que estava marcando recrutas Nefilins? Por que ele queria recrutá-los em primeiro lugar? Isso não era apenas estranho era irracional. A raça Nefilim odiava anjos, e vice-versa. E se a Mão Negra era o sucessor de Chauncey e novo líder da sociedade... como possivelmente essa pessoa poderia ser Ucker? Eu apertei a ponte do meu nariz, me sentindo como minha cabeça pudesse rachar devido a tantas perguntas repetidamente. Por que é que tudo em torno da Mão Negra parecia ser um labirinto de intermináveis alçapões?
Agora Scott era meu único elo de confiança para saber sobre a Mão Negra. Ele sabia mais do que estava aparentando, eu tinha certeza disso, mas ele estava com muito medo de falar. O tom de sua voz quando ele tinha falado da Mão Negra era de puro pânico. Eu precisava dele para me dizer o que sabia, mas ele estava fugindo de seu passado, e nada que eu disse ia fazê-lo voltar e enfrentá-lo. Eu apertei minha testa nas palmas das minhas mãos, tentando pensar claramente.
Liguei para Ane.
— Boas notícias, — disse ela antes que eu pudesse dar uma palavra. — Eu falei com meu pai para dirigir de volta para a praia comigo e pagar a multa para tirar a trava do meu carro. Estou de volta com o Neon.
— Bom, porque eu preciso de sua ajuda.
— Ajuda é meu nome do meio.
Eu tinha certeza que ela já me disse que seu nome do meio era ruim, mas mantive esse pensamento para mim mesma.
— Preciso de alguém para me ajudar a espionar o quarto do Scott. — Quais as chances de Scott manter as provas que denunciassem o seu envolvimento como nefilim da sociedade sangue, mas que alternativa eu tinha? Ele tinha feito um ótimo trabalho de não me dar as respostas anteriormente, e após nosso último encontro, eu sabia que ele estava desconfiado de mim. Se eu quisesse saber o que ele sabia, eu precisava fazer um pouco de trabalho braçal.
— Aparentemente Ucker cancelou nosso encontro duplo, minha agenda está aberta, — Ane disse, um pouco ansiosa. Eu esperava que ela fosse perguntar o que estávamos bisbilhotando no quarto de Scott.
— Vasculhar o quarto de Scott não vai ser perigoso ou emocionante, — eu disse a ela, só para ter certeza de que estávamos na mesma página. — Tudo o que você vai fazer é sentar-se no Neon fora de seu apartamento e me chamar se vê-lo voltar para casa. Eu sou a única que vai lá dentro.
— Só porque eu não estou fazendo a espionagem não significa que não seja emocionante. Vai ser como assistir a um filme. Só que, no cinema o bom rapaz quase nunca é pego. Mas isso é vida real, e há uma forte probabilidade de você ser pega. Vê o que eu quero dizer? O fator de excitação é através do telhado.
Pessoalmente, pensei que Vee estava um pouco ansiosa demais para me ver ser capturada.
— Você vai me avisar se Scott chegar em casa, certo? — Perguntei.
— É óbvio que sim, querida. Eu tenho que te dar cobertura.
Minha próxima ligação foi para a casa de Scott. Sra. Parnell atendeu.
— Dulce, tão bom ouvir sua voz! Scott disse-me que as coisas estão esquentando entre os dois, — acrescentou, em uma voz de conspiração.
— Bem, uh.
— Sempre pensei que seria muito legal se Scott se casasse com uma menina local. Eu não gosto muito da ideia de ele se casar com alguém de uma família de estranhos. E se seus sogros forem malucos? Sua mãe e eu somos amigas íntimas, você pode imaginar a diversão que teríamos de planejar um casamento juntas? Mas estou me adiantando! Tudo tem seu tempo, como eles dizem. Oh cara!
— Scott está, Sra. Parnell? Tenho algumas notícias que acho que ele vai estar interessado — Eu a ouvi tampar o telefone com a mão e chamar Scott.
— Scott! Pegue o telefone! É Dulce! — Um momento depois, Scott se aproximou. — Você pode colocar no gancho agora, mamãe. — Sua voz tinha uma gota de desconfiança.
— Basta ter certeza que você pegou, querido.
— Eu já peguei.
— Dulce tem algumas notícias interessantes, — disse ela.
— Então, desligue para que ela possa me dizer.
Houve um suspiro de decepção, e um clique.
— Pensei que tinha lhe dito para ficar longe de mim, — disse Scott.
— Você já encontrou uma banda? — Perguntei, indo em frente, esperando para tomar o controle da conversa e despertar seu interesse antes que ele desligasse na minha cara.
— Não, — ele disse com aquele mesmo ceticismo. — Mencionei a um amigo que você toca guitarra.
— Eu toco baixo.
— E ele espalhou a notícia e encontrou uma banda que quer fazer um teste com você. Hoje à noite.
— Qual é o nome da banda?
Eu não tinha me preparado para essa pergunta.
— Uh... pigmentação da.
— Soa como algo dos anos 60.
— Você quer que o teste ou não?
— A que horas?
— Dez. No Devil`s Handbag. — Se eu soubesse de um armazém mais longe, eu teria mencionado ele. Assim, eu teria de me contentar com 20 minutos que iria ele iria levar para ir e voltar de lá.
— Vou precisar de um nome e número de contato.
Ele definitivamente não deveria ter me perguntado isso.
— Eu disse ao meu amigo que eu passaria as informações para você, mas não pensei em pedir os nomes e números dos membros da banda.
— Eu não vou comprometer minha noite em um teste sem primeiro ter uma ideia de quem são esses caras, o estilo que eles tocam, e onde eles ensaiam. Se eles são punk, indie-pop, metal?
— O que você toca?
— Punk.
— Eu vou pegar o número e te ligo de volta. — Desliguei e imediatamente disquei para Ane. — Eu disse a Scott que eu tinha uma audição com uma banda hoje à noite para ele, mas ele quer saber que tipo de música que a banda toca e onde eles ensaiam. Se eu lhe der o seu número, você finge ser a namorada de alguém da banda? Basta dizer que sempre atende o telefone do seu namorado quando ele está tocando. Não se aprofunde. Atenha-se aos fatos: Eles são uma banda punk, eles são a próxima grande promessa, e ele seria estúpido não fazer o teste.
— Estou realmente começando a gostar de todo esse trabalho de espionagem, — disse Ane. — Quando minha vida normal fica chato, tudo o que tenho a fazer é andar de lado a lado com você.
Eu estava sentada na varanda da frente com os joelhos dobrados contra o meu peito quando Ane cruzou para cima.
— Eu acho que devemos parar em Skippy para pegarmos cachorros-quentes antes de fazermos isso, — disse ela quando entrei no carro — Eu não sei o que é que tem nesses cachorros-quentes, mas eles são como uma fonte instantânea de coragem. Me sinto como se pudesse fazer qualquer coisa depois de comer um cachorro quente.
— Isso é porque você fica alta com todas as toxinas que estão dentro dessas coisas.
— Como eu disse, acho que devemos passar no Skippy.
— Eu já comi macarrão no jantar.
— Massa não enche muito.
— Massa enche muito.
— Sim, mas não com uma saborosa mostarda — Ane argumentou.
Quinze minutos depois, estávamos saindo do drive-through do Skippy com dois cachorros-quentes grelhados, uma caixa grande de batatas fritas e dois copos de milkshakes de morango.
— Eu odeio esse tipo de alimento, — disse eu, sentindo-se atravessar a gordura através do papel de embrulho do cachorro-quente na minha mão. —Não é saudável.
— Então é como a sua relação com Ucker, mas isso não a impediu.
Eu não respondi. Perto do condomínio de Scott, Vee dirigiu para o lado da estrada. O maior problema que eu tinha previsto era a nossa localização. Deacon Road terminava logo após o complexo. Ane e eu estávamos a céu aberto, e logo que Scott passasse e visse Ane sentada na Neon, ele saberia que algo estava acontecendo. Eu não tinha me preocupado dele reconhecer sua voz ao telefone, mas eu estava preocupada dele lembrar de seu rosto. Ele tinha nos visto juntas em mais de uma ocasião, e que tinha visto até mesmo nós o seguindo com o Neon. Ela era culpada por associação.
— Você vai ter que dirigir para fora da estrada e estacionar atrás dos arbustos, — eu instruí Ane.
Ela se inclinou para a frente, tentando enxergar na escuridão.
— Isso é um fosso entre mim e os arbustos?
— Não é muito profundo. Confie em mim, nós vamos passar.
— Parece-me bem fundo. Este é um Neon de que estamos falando, não um Hummer.
— O Neon não pesa muito. Se ficar preso, eu vou para fora e empurro.
Ane colocou o carro no drive e foi para fora da estrada, o som de ervas daninhas arrastando ao longo do percurso.
— Acelera m-mais, — eu disse, meus dentes batendo juntos como salto sobre o barranco rochoso. O carro inclinou para a frente e correu para a vala, e os pneus da frente bateram, parando o carro.
— Eu não acho que vamos fazer as pazes, — disse Ane, acelerando mais o Neon. Os pneus rodaram, mas não encontramos tração. — Eu preciso tentar de um outro jeito. — Ela tentou manobrar e acelerou novamente. — É mais como, — ela disse que o Neon entrincheirou e caiu para a frente.
— Cuidado com o pedra, — eu comecei, mas já era tarde demais.
Ane dirigiu o Neon reto durante uma meia grande rocha fincada na terra. Ela pisou no freio e o motor morreu. Saímos e olhei para o pneu dianteiro esquerdo.
— Algo não parece certo, — disse Ane. — Já viu uma coisa dessas?
Bati com a cabeça contra o tronco da árvore mais próxima.
— Então, nós temos um plano, — disse Ane. — E agora?
— Continuaremos com o plano. Vou vasculhar o quarto de Scott, e você vai continuar na retaguarda. Quando eu voltar, você vai chamar Rixon.
— E dizer-lhe o quê?
— Que vimos um veado e você desviou-se não acertá-lo. Foi quando caiu com o Neon na vala e depois bateu numa pedra.
— Eu gosto dessa história, — disse Ane. — Isso me faz soar como uma amante excitante. Rixon vai gostar disso.
— Alguma pergunta? — Perguntei a ela.
— Não, acho que entendi. Devo te ligar assim que Scott sair do condomínio. Ligar novamente se ele voltar para você cair fora de lá. — Ane baixou os olhos para o meu calçado. — Você vai para escalar o prédio e subir no meio de uma janela? Porque você ter que calçar um tênis para isso. Suas sapatilhas de balé são bonitas, mas não práticas.
— Eu vou pela porta da frente.
— O que você vai dizer para a mãe de Scott?
— Isso não importa. Ela gosta de mim. Vai me deixar entrar. — Estendi meu cachorro quente, que tinha ficado frio. — Você quer isso?
— De jeito nenhum. Você vai precisar dele. Se algo ruim acontecer, apenas dê uma mordida. Dez segundos depois, você vai sentir toda aquecida e feliz por dentro.
Corri o resto do caminho para baixo da Deacon, virando para dentro da sombras das árvores, logo eu pude ver uma forma humana movendo para trás e para frente através das janelas iluminadas de Scott que ficava no apartamento do terceiro andar. De onde estava podia dizer que, a Sra. Parnell estava na cozinha, e se deslocava entre a geladeira e a pia, o mais provável era que estavam fazendo um lanche. A luz do quarto de Scott estava acesa, mas as cortinas foram retiradas. A luz apagou, e um momento depois, Scott entrou na cozinha e deu um beijo na bochecha de sua mãe. Fiquei lá, esmagando mosquitos durante cinco minutos, antes de Scott sair pela porta da frente carregando o que parecia ser case de guitarra. Ele colocou o case no porta-malas do Mustang e saiu da vaga do estacionamento. Um minuto depois, o ringtone Ane soou no meu bolso.
— A águia voou do ninho, — disse ela.
— Eu sei, — eu disse. — Fique onde está. Eu vou pra dentro.
Caminhei até a porta da frente e toquei a campainha. A porta abriu, e logo que a Sra. Parnell me viu, ela deu um largo sorriso.
— Dulce, — ela disse, agarrando-me bem-humorada pelos ombros. —Você acabou de perder Scott. Ele foi para a audição com a banda. Eu não posso te dizer o quanto isso significa para ele, você se deu ao trabalho de proporcionar isso. Ele vai superar os outros membros da banda. É só esperar e ver. — Ela apertou minha bochecha carinhosamente.
— Na verdade, Scott me chamou. Ele deixou algumas das suas partituras música aqui e perguntou se eu poderia buscá-las. Ele teria vindo de volta, mas ele não queria chegar tarde à audição e fazer uma má impressão.
— Oh! Sim, claro! Entre, ele disse qual a música que queria?
— Ele me mandou uma mensagem de um par de partituras. Ela deixou a porta totalmente aberta.
— Eu vou levá-la ao seu quarto. Scott vai ficar tão triste se a audição não for justamente da maneira ele quer. Ele normalmente é tão cuidadoso sobre a escolha da música, mas tudo aconteceu em tão pouco tempo. Tenho certeza que ele não tirou de sua mente, pobre.
— Ele parecia muito triste, — eu concordei. — Eu vou me apressar o mais rápido possível.
Sra. Parnell abriu o caminho pelo corredor. Quando entrei no limiar para o quarto de Scott, percebi na hora a mudança de cenário. A primeira coisa que notei foi a tinta preta nas paredes. Eles estavam de branco a última vez que vim para cá. Os pôsters foram rasgados da parede. O ar cheirava muito a tinta e incenso.
— Você vai ter que me desculpar pelas paredes, — disse a Sra. Parnell. —Scott vem passando por um pouco de uma crise emocional. Seguir pode ser difícil. Ele precisa sair mais...
Ela olhou significativamente para mim. Eu fingi perder a deixa.
— Então essas são as partituras? — Perguntei, apontando para uma pilha de papel no chão. Sra. Parnell enxugou as mãos no avental.
— Você quer que eu ajude a a procurar as músicas?
— Não tem problema, realmente. Eu não quero te atrapalhar. Só vai demorar um segundo.
Assim que ela saiu, eu fechei a porta. Joguei o meu celular e o hot dog Skippy sobre a mesa em frente à cama, em seguida, me virei para o armário. Calças jeans e algumas t-shirt estavam no chão. Apenas três camisas de lenhador ficaram em cabides. Gostaria de saber se a senhora Parnell tinha comprado, porque eu não podia imaginar Scott com uma dessas. Sob a cama encontrei um bastão de alumínio, uma luva de beisebol, e um vaso de plantas. Liguei Ane.
— Com que a maconha se parece?
— Cinco folhas, — disse Ane.
— Scott está cultivando um pé de maconha aqui. Sob a sua cama.
— Você está surpresa?
Eu não estava, mas isso me explicava incenso. Eu não tinha certeza se poderia imaginar a figura de Scott fumando maconha, mas eu imaginaria ele vendendo. Ele estava desesperado por dinheiro.
— Eu te ligo de volta se eu encontrar outra coisa, — disse. Deixei o meu celular na cama e me virei num círculo lento em torno da sala. Não tinham muitos esconderijos. A parte inferior da mesa estava limpa. As aberturas de aquecimento estavam vazias. Nada foi costurado em seu cobertor. Eu estava prestes a desistir quando algo suspenso no closet chamou minha atenção. Houve danos na parede. Eu arrastei a cadeira e me aproximei mais. Um buraco de tamanho médio quadrado foi cortado da parede, mas o gesso tinha sido substituído para fazer parecer como se não tivesse um buraco lá. Utilizando um fio como gancho, cheguei tão alto o quanto podia e bati de fora o gesso. Até aonde eu via, era uma caixa laranja da Nike preenchia o espaço. Eu espetei ela com o gancho, mas acabou empurrando-o mais para trás.
Um som suave zumbido quebrou a minha concentração, e eu percebi que meu celular estava tocando no modo de vibrar nos cobertores na cama Scott abafando o som. Eu pulei para baixo.
— Ane, — eu respondi.
— Sai daí! — Ela sussurrou em um tom apavorado.
— Scott ligou novamente e pediu indicações para o armazém, mas eu não sabia que você disse a ele armazém. Eu meio que fiquei parado e disse que eu era apenas a namorada, e eu não sabia onde o banda realizou suas audições. Ele pediu armazém que eles ensaiavam, e eu disse que não sabia, tampouco. A boa notícia é, ele desligou, então não preciso mentir mais. A má notícia é que ele está a caminho de casa. Agora.
— Quanto tempo eu tenho?
— Como ele já voou por aqui a cerca de uma centena de quilómetros por hora, eu acho que tem um minuto. Ou menos.
— Ane!
— Não me culpe, você é que não estava respondendo suas chamadas!
— Persiga-o e ganhe tempo. Preciso de mais dois minutos.
— Persegui-lo? Como? O Neon tem seu próprio plano. — Com seus próprios pés!
— Você quer dizer exercício?
Segurei o telefone sob meu queixo, encontrei um pedaço de papel na minha bolsa e procurei uma caneta na mesa de Scott.
— É menos de um quarto de milha. Isso é uma volta ao redor da pista. Vá!
— O que eu digo quando pegá-lo?
— Isso é o que os espiões precisam improvisar. Você vai pensar em alguma coisa. Eu tenho que ir. — Eu desliguei. Aonde estavam todas as canetas? Como poderia Scott ter uma mesa sem caneta, sem lápis? Finalmente encontrei uma na minha bolsa e rabisquei uma nota rápida sobre o pedaço de papel. Enfiei o papel sob o cachorro-quente.
Lá fora, ouvi o barulho do Mustang no estacionamento do condomínio.
Fui até o armário e subiu pela segunda vez. Eu estava esticada na ponta dos pés, cutucando a caixa com o gancho. A porta da frente bateu.
— Scott? — Eu ouvi a senhora Parnell dizer da cozinha. — O que você está fazendo de volta tão cedo?
Eu tinha parte do gancho sob o borda da tampa e puxei para fora do compartimento. Uma vez eu tive que puxar a outra metade caminho, gravidade fez o resto. A caixa caiu em minhas mãos. Eu só a enfiei dentro da minha bolsa e um braço da cadeira de volta ao seu lugar na mesa, quando a porta do quarto foi aberta. Os olhos de Scott encontraram-me em um instante.
— O que você está fazendo? — perguntou ele.
— Eu não estava esperando você voltar tão rápido, — eu gaguejei.
— O teste era falso, não era?
— Eu.
— Você me queria fora do apartamento. — Atravessou-me em dois passos e pegou meu braço, me dando um aperto bruto. — Você cometeu um grande erro vindo aqui.
Sra. Parnell chegou até a porta.
— Qual é o problema, Scott? Pelo amor de Deus, deixe-a ir! Ela veio para pegar a partitura que você esqueceu.
— Ela está mentindo. Eu não esqueci nenhuma partitura.
A Sra. Parnell olhou para mim.
— Isso é verdade?
— Eu menti, — confessei trêmula. Engoli em seco, tentando injetar um pouco de calma na minha voz. — A única coisa que eu realmente queria era pedir para Scott ir à festa do solstício de verão em Delfos, mas eu não podia fazê-lo em pessoa. Isto é realmente estranho. — Andei à mesa e ofereci-lhe o cachorro-quente, juntamente com o pedaço de papel que eu rabisquei
— Não seja um orgulhoso, — Scott leu. — Venha ao Solstício de Verão comigo.
— Bem? O que você acha? — Tentei segurar um sorriso. — Você vai ser um orgulhoso ou não?
Scott olhou para a nota, para o cachorro-quente e para mim.
— O quê?
— Bem, não é que a coisa mais fofa do mundo, — senhora Parnell disse. — Você não quer ser um orgulhoso, não é, Scott?
— Nos dê um minuto, mamãe?
— Qual roupa deve-se usar num Solstício de Verão? — senhora Parnell perguntou. — Como a de um baile? Eu poderia fazer uma reserva em Tuxes Todd.
— Mãe.
— Ah. Certo. Eu vou estar na cozinha. Nora, tenho que dar o braço a torcer. Eu não tinha ideia que estava aqui para plantar um. Eu realmente pensei que você tivesse vindo pegar uma partitura. Muito inteligente.
Ela piscou, então se afastou, fechando a porta atrás dela.
Fiquei sozinha com Scott, e todos o meu alívio dispersou.
— O que você realmente está fazendo aqui? — Scott repetiu, sua voz significativamente mais obscura.
— Eu te disse
— Não acredito nisso. — Seus olhos percorreram além de mim, examinando o quarto. — No que você tocou?
— Eu vim para dar-lhe o cachorro-quente, eu juro. Procurei na mesa por uma caneta para escrever a nota, só isso.
Scott caminhou até a mesa, puxou cada gaveta, e vasculhou através do conteúdo.
— Eu sei que você está mentindo.
Voltei para a porta.
— Você sabe o quê? Fique com o cachorro quente mas esqueça o solstício de verão. Eu só estava tentando ser agradável. Eu estava tentando compensar a outra noite, porque me senti responsável pelo seu rosto machucado. Esqueça que eu disse qualquer coisa.
Ele avaliou-me em silêncio. Eu não tinha ideia se ele tinha caído nessa, mas não me importei. O único pensamento em minha mente era de sair dali.
— Vou manter meus olhos em você, — disse ele, finalmente, num tom que eu notei ser incrivelmente ameaçador. Eu nunca tinha visto Scott tão friamente hostil. —Pense nisso. Toda vez que você pensar que está sozinha, pense novamente. Estarei vendo você. Se eu te pegar no meu quarto novo, você está morta. Estamos claros?
Engoli em seco.
— Como cristal.
No meu caminho, eu passei pela Sra. Parnell em pé perto da lareira, a beber um copo de chá gelado. Ela tomou um gole, colocando o copo sobre a lareira, e acenou pra mim.
— Scott é muito menino, não é? — Disse.
— Essa é uma maneira de defini-lo.
— Eu aposto que você pediu a ele para ir com você à festa mais cedo, porque sabia que as outras meninas poderiam pedir antes se você não agisse rápido.
O Solstício de Verão era na noite de amanhã, e todos já tinham seus pares. Incapaz de contar isso para a Sra. Parnell, optei por um sorriso. Ela poderia interpretá-lo do modo que ela quisesse.
— Preciso arrumá-lo um smoking? — Perguntou ela.
— Na verdade, a festa é realmente casual. Jeans e camiseta vão muito bem. — Eu deixaria Scott dar a notícia a ela que não estávamos mais indo juntos.
O rosto dela caiu um pouco.
— Bem, há sempre um baile formal. Suponho que você esteja planejando pedir a ele que vá ao baile com você?
— Eu realmente não tenho pensado nisso ainda. E de qualquer forma, Scott pode não querer ir comigo.
— Não seja boba! Você e Scott voltarão. Ele é louco por você.
Ou totalmente louco.
— Eu tenho que ir, Sra. Parnell. Foi ótimo vê-la novamente.
— Dirija com cuidado! — Ela disse, balançando o dedo.
Encontrei Ane fora no estacionamento. Ela estava curvada, punhos pressionados em seus joelhos, quase sem ar. Uma mancha de suor na sua camisa.
— Ótimo trabalho de distração, — disse eu.
Ela olhou para cima, o rosto cor de rosa como o presunto de Natal.
— Você nunca tentou perseguir um carro? — Ela ofegou. — Eu vou disputar com você. Dei ao Scott meu cachorro- quente e perguntou se ele iria Solstício de Verão comigo.
— O que o cachorro-quente tem a ver com alguma coisa?
— Eu disse que ele ia ser um banana, se ele não fosse comigo.
Ane deu um riso.
— Eu teria que correr mais pesado se eu soubesse ia ver que você chamá-lo de banana.
Quarenta e cinco minutos depois, o pai de Ane tinha chamado o reboque e o Neon estava rebocado de volta para a estrada, e me largaram em frente a casa da fazenda. Eu não queria perder tempo e sacudi o conteúdo da caixa na mesa da cozinha. Múltiplas camadas de fita adesiva foram envolvidos em torno da caixa, quase um quarto de uma polegada de espessura. O que quer que Scott estavesse escondido, ele não queria que o resto do mundo o encontrasse. Eu serrei a fita com uma faca. E libertei a tampa, colocando-a de lado, e olhei para dentro da caixa. Um tubo de meia branca lisa estava inocentemente na parte inferior.
Eu olhei para a meia, sentindo meu coração com uma ponta de decepção. Então eu fiz uma careta. Estiquei a meia aberta apenas o bastante para olhar para dentro. Meus joelhos ficaram leves.
Dentro havia um anel. Um dos anéis da Mão Negra.
Prévia do próximo capítulo
Olhei fixamente para o anel. Eu mal pude controlar meus pensamentos. Dois anéis? Eu não sabia o que significava. Claramente a Mão Negra teve mais de um anel, mas por que Scott tem um? E por que ele teve trabalho em escondê-lo em um compartimento secreto em sua parede? E porque, se ele estava tão envergonhado da marca em seu peito, estava gu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 75
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Vanuza Ribeiro Postado em 17/07/2015 - 02:09:05
fooooooooooi estremamente linda a fanfic adorei *-----* parabéns.
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Vanuza Ribeiro Postado em 14/07/2015 - 00:50:36
estou lendo a fanfic ja a algum tempo e estou a m a n d o --- preciso de um anjo desses na minha vida, que dlc kkkkkkkkkk- vo começar a ler finale.
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juhcunha Postado em 05/04/2015 - 23:35:45
ai meu deus chorando litros morrendo quero mais nao acredito que terminou nisso queo mais muito mias a serie divergente e muito foda mais muito triste no final
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juhcunha Postado em 05/04/2015 - 22:06:38
posta mais
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juhcunha Postado em 01/04/2015 - 22:11:51
como e a Anie e um dele caranba quantas supresas e que essa cara ta fazendo na casa do ucker!
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juhcunha Postado em 30/03/2015 - 20:56:59
dante filho da puta traidor nao imaginava ele caranba !
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juhcunha Postado em 29/03/2015 - 02:25:13
Dabria vaca que beijo o homem dos outro puta se fudeeu dulce arazando
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juhcunha Postado em 26/03/2015 - 01:34:59
A porra fico seria agora!
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juhcunha Postado em 23/03/2015 - 23:13:32
marcie vaca robou o scott da ane puta e scott deveria te dado um fora nela ! O QUE O Que tinha naquele punhau era veneno caranba puta que paria
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juhcunha Postado em 23/03/2015 - 01:16:44
eu to descofiada que esse detetive basso e um arcanjo porque ele ta sempre vigiando sempre nos lugares errados