Anahi foi levada a sala de pré parto. Os enfermeiros a colocaram na cama,a loira suava. Poncho olhava apreensivo.
Valéria: O que você andou fazendo, senhorita? - disse posicionando as pernas de Anahi.
Anahi: Nada. - apertou a mão de Poncho.
Valéria: Não era para ela nascer agora. - começou a fazer o toque. Anahi e Poncho a olhavam.
Anahi: É agora?
Valéria: Não. Você está com 4 cm de dilatação. - Anahi olhou Poncho com cara de choro. - Precisa chegar em 10.
Anahi: Eu vou morrer. - choramingou.
Valéria: Não vai morrer, Anahi. Não diga besteiras. - colocou o estetoscópio na barriga de Anahi para escutar o coração do bebê. - Ela tá bem.
A enfermeira fez uma cara preocupada ao medir a pressão de Anahi.
Valéria: O que foi, Sueli? - a encarou assim como Anahi e Poncho.
Sueli: A pressão dela está 14/8. - Valéria ficou séria de repente.
Valéria: Qual sua pressão arterial normal, Anahi?
Anahi: 12/8 - respondeu apreensiva. - O que houve?
Valéria: Sua pressão está alta. Eu vou precisar te medicar.
Poncho: Ela corre algum risco? - preocupado.
Valéria: Já converso com você. - ele assentiu. Valéria escreveu algumas coisas em sua prancheta e viu Anahi se contorcer de dor. - Monitore o tempo entre as contrações, Sueli. - A enfermeira assentiu.
Anahi: O que tá acontecendo? - levou a mão a barriga que estava dura.
Valéria: Você comeu, Anahi? - ela negou. - Vou pedir para trazerem um lanche para você. Você precisa comer e se hidratar ou terá exaustão no parto.
Anahi: Eu não estou com fome.
Valéria: Mas precisa comer. A Sueli vai fazer uma massagem em você. Vai te ajudar a relaxar e também com a dilatação. - Anahi assentiu. Valéria saiu do quarto com a enfermeira.
Poncho estava bolado. Tinha certeza que algo ali estava errado. Ele segurou a mão de Anahi e lhe beijou a testa. Não deixaria que nada acontecesse com elas.
**
Na sala de espera estava Dulce, Maitê, Christian e Ucker apreensivos. Pouco tempo depois, chegou Peter e Mari. A garota estava preocupada e muito nervosa. Não demorou para que Tisha chegasse desesperada na recepção.
Tisha: Minha filha. Cadê ela? - disse para atendente.
Atendente: Quem é sua filha senhora? - perguntou paciente.
Henrique apareceu atrás da esposa com Júlia dormindo em seu colo.
Henrique: Senhora, desculpe a minha esposa. - encarou Tisha.
Tisha: Eu quero a minha filha.
Atendente: Pode me informar o nome da sua filha?
Henrique: Tisha, se sente por favor. - pediu com calma e a mulher sentou ao lado de Mari. - Anahi Giovanna Puente Portilla. Está em trabalho de parto.
Atendente: É a paciente da dra. Valéria? - Henrique assentiu. - Preciso que preencha a ficha dela. Acabou de entrar na sala de pré parto e está acompanhada de um garoto. - ela entregou uma caneta para o homem. Henrique preencheu tudo com certa dificuldade, pois tinha a filha adormecida em seu colo.
Tisha: Como ela entrou em trabalho de parto? Faltavam três ou quatro semanas ainda.
Maitê: Do nada, tia. - suspirou com a cabeça encostada no ombro de Christian. - Eu e a Dul estávamos dormindo, e ela nos acordou e vimos que a bolsa estourou.
Dulce: Aí eu chamei o Poncho e eles trouxeram ela. - explicou.
Henrique sentou ao lado da mulher e arrumou Júlia no colo.
Mari: Porque a trouxe, mamãe? -
Tisha: A babá não trabalha a noite. E hoje era o dia de folga das empregadas. Quando a Dulce me ligou, estávamos dormindo e tivemos que pegar a Júlia do jeito que estava.
Nesse momento Ruth e Fernando apareceram trazendo Lipe pela mão. O menino estava sonolento.
Ruth: Querida, como ela está? - se aproximou de Tisha. - Cadê o meu filho?
Tisha: O Alfonso está com ela. Ainda não tenho notícias. - suspirou.
Ruth: Que susto que essas crianças me dão. Eu ainda tive que trazer o Lipe, pois ele acordou e chorou. - pegou o menino e sentou com ele no colo.
Christopher: Ruiva. - sussurou no ouvido dela que o encarou. - Vou pegar um café, você quer? - ela assentiu.
Dulce: Já voltamos. - saiu de mãos dadas com Christopher.
Valéria apareceu na sala de espera acompanhada de Poncho e Tisha correu até a médica.
Tisha: Como ela está?
Valéria: Preciso conversar com a senhora. - disse séria. - No momento ela está bem. - tranquilizou. - Vem comigo por favor? - Tisha, Henrique e Poncho seguiram a médica até uma parte do corredor mais vazia.
Os demais que estavam na sala de espera ficaram preocupados. Henrique deixou Júlia no colo de Mari antes de acompanhar a médica.
Tisha: O que está acontecendo? - apreensiva.
Valéria: Bom, durante todo o pré natal da Anahi eu não encontrei nenhum problema. Fora o descolamento da placenta, estava correndo tudo bem. - começou a explicação. - Porém, no momento em que ela chegou aqui em trabalho de parto, a pressão está de 14/8. - Tisha arregalou os olhos. - Eu já pedir para medica-lá, mas a pressão tende a subir na hora do parto e ela pode ter uma eclampsia. - Tisha abraçou o marido começando a chorar. Poncho não sabia bem o que era, mas sabia que não era bom. - Se acalme dona Tisha. Já está sob controle. Mas se houver complicações, a vida do bebê e dela estão em risco. - Poncho sentiu como se socassem sua barriga. Ouvi que Anahi e Ana poderiam morrer era demais para ele.
Poncho: Como assim elas correm risco? - interrompeu. - Elas não podem morrer. - adentrou a mão nos cabelos.
Valéria: Alfonso, não pense no pior. - suspirou tristemente. Acompanhou a gravidez de Anahi desde o começo e temia um final como aquele. - Se houver complicações, eu vou precisar fazer uma cesariana de emergência.
Henrique: Faça o que for, mas salve elas. - a médica assentiu. Encarou Poncho que tinha a testa colada na parede.
Valéria: Eu farei o possível. Com licença. - Poncho a segurou pelo braço.
Poncho: Doutora por favor. - ele a encarou. - Eu não posso viver sem elas, elas não podem ir. Por favor, salve a Anahi e a minha filha. - ele implorou e uma lágrima rolou pelo rosto do moreno.