Já se passava das 18:30 quando Anahi finalmente saiu da sala do diretor, onde estava sendo aplicada sua prova. Particularmente, ela não tinha ido muito bem, estava sentindo dores nas costas e Analú não tinha parado quieta. Chegou a cantina e avistou Dulce e Maitê que acenavam de uma das mesas.
Dulce: Como foi a prova? - disse quando a loira sentou ao seu lado massageando as têmporas. - Hum, pelo jeito não foi boa. - concluiu.
Anahi: Não nasci pra contar carbonos saturados. Nasci pra desenhar roupas, fim. - disse encostando a cabeça no ombro de Dulce.
Dulce: Sai, tá calor. - empurrou a loira que fez um bico.
Maitê: Mas você acha que tirou quanto?
Anahi: Uns 4. - deu de ombros. - Não dou a mínima, não quero me estressar perto de parir. - acariciou a barriga.
Dulce: Ah! - lembrou de algo. - Tenho uma coisinha aqui, May. - mexendo no celular. - Esqueci de te mostar. - virou a tela para as amigas que puderam ver uma foto em que Maitê e Christian se pegavam descaradamente na festa.
Maitê: Porque tirou essa foto, Dulce Maria? - vermelha de vergonha.
Dulce: Pra provar pra sociedade que você é uma santa put*a. - disse bagunçando o cabelo da morena. As meninas riram, Dulce era cheia de graça mesmo.
Anahi: Não liga pra ela, May. - deu uma pedala na ruiva. - Mas vocês não me explicaram o rolo de vocês com os meninos.
Dulce: A gente tá ficando. - deu de ombros. - Falo por mim, da May eu não sei.
Anahi encarou a morena, esperando a resposta.
Maitê: Mesma situação que a Dulce. Nunca pensei que o Chris fosse assim. - suspirou.
A&D: Hmmm. Apaixonadinha. - disseram juntas e a morena revirou os olhos.
Maite: A única apaixonada aqui é você, Anahi.
Anahi: Nem te digo nada. - revirou os olhos. - Eu não estou apaixonada por... - parou de falar ao sentir um beijo em sua bochecha. Ela sorriu ao ver Alfonso. O moreno estava sem graça.
Anahi: Oi. - sorriu disfarçando o embaraço.
Ele puxou uma cadeira e sentou ao lado dela. Maitê e Dulce se entreolharam cúmplices.
Dulce: Poncho vai pedir a mão da Any quando?
Anahi arregalou os olhos, corada.
Anahi: Não liga pra ela, Poncho. - sorriu amarelo.
Dulce: Eu tô mentindo, Poncho? Na festa ele tava até chorando.
Poncho coçou a cabeça. Aquela ruiva era uma capeta.
Poncho: Do que você tá falando, Dul?
Dulce: Ora, não se faça de gay. - revirou os olhos. - Você tava gritando pros quatro cantos da festa que amava a Any, agora tá desfazendo.
Anahi estava quase se escondendo em baixo da mesa. A loira brincava com os dedos da mão completamente sem graça. Poncho, por mais que também estivesse, esboçou uma cara de paisagem, esse era cara de pa*u demais. Maitê, ao ver o nervoso da amiga, beliscou a coxa da ruiva por baixo da mesa.
Maitê: Menos. - bronqueou.
Dulce: Oxe, eu falo mesmo! Não sou baú. - disse a ruiva toda audaciosa.
Anahi: O que acham de passar um fim de semana em Cancun ein? - mudou de assunto.
Poncho: To incluído? - ele disse com um sorrisinho.
Dulce: Claro que tá, fofo. Ela não ia te deixar aqui solto na pista. - piscou.
Anahi revirou os olhos. Dulce estava encostada hoje.
Dulce: Falando nisso. - continuou. - A Valéria falou comigo sobre passar um fim de semana na casa do Vitor, mas eu disse que não íamos porque você ia fazer prova, mas podemos marcar depois.
Anahi: Isso, ela me disse. A gente pode marcar pra já né? Seria ótimo o contato com o mar, preciso. - suspirou.
Dulce: Vou resolver isso. Escuta, foi em Cancun que vocês encomendaram a Aninha ne?
Anahi: Vai começar de novo. - resmungou.
Poncho: Foi. - respondeu e Anahi o encarou. Ele deu de ombros. - Mas é a verdade ue. - com cara de inocente.
Dulce: Sempre rol*a uns flashbacks.
Maitê: Essa língua hoje está impossível. - ela disse e Anahi concordou.
Dulce: Vocês querem enganar quem? - encarou os dois, porém a ruiva estava séria. - Vocês ficam de briguinha, pirraça, todo mundo sabe que é amor disfarçado, até essa criança sabe. - apontou a barriga de Anahi. - Ela é a prova disso. - riu. - Qual a demora pra vocês ficarem juntos, namorarem, casarem? Pelo amor de Deus!
Os dois observavam a ruiva calados, só escutando. Maitê estava cheia de orgulho do momento #DulceSincera, até porque, ela mesma já teve vontade de falar isso para os dois, mas a papagaia da história é Dulce Maria, que convenhamos, merece palmas.
Dulce: Vou dizer uma coisa pra vocês. - continuou. - Vocês não costumam me levar a sério, mas levem, pelo menos hoje. Vocês sabem que se gostam. - ela disse convicta. - Porque fogem disso? Tá, no começo, o Poncho era um filho da pu*ta com você, mas Anahi, ta na cara que ele mudou. Presta atenção na cara de otário quando ele te olha, na adoração que ele tem pela sua barriga. Anahi, você é burrinha, mas eu tenho certeza que percebe isso, e se não percebe, passe a perceber.
Poncho: Olha, Dulce. - ele tentou interromper, sem graça, mas a ruiva não permitiu.
Dulce: Silêncio, a palavra está com Dulce Maria. - se achou, mas logo voltou a seriedade de antes. - Continuando... Porque fugir? Porque não se entregar logo? Ta fervendo dentro de vocês. Claro, se você fizer elas sofrerem eu corto seu pinto, Poncho, mas eu acredito em você vei. A felicidade não bate na porta mais de uma vez, caramba, presta atenção no que vocês estão deixando escapar, vocês podem se perder um do outro, não digo fisicamente, porque a Aninha vai unir vocês. Eu estou falando do amor, ele pode se perder, pode cansar e morrer. Para de orgulho, não vai levar a nada, pensem na Aninha, chega dessas brigas, vocês sabem como se entender, pode ser difícil um pouco, mas vocês sabem que podem. - suspirou por fim. - Olha, essas caras de vocês me cansam, vocês me cansam, me poupem, se poupem, nos poupem. Vocês não são crianças, sabem o que estão fazendo, minha parte já fiz. - ela disse por fim, concluindo seu discurso.
Anahi estava de cabeça baixa, não queria encarar Poncho. Ele por sua vez, encarava Dulce sem dizer nada. Os dois sabiam que a ruiva estava certa.
Maitê: Olha, eu concordo com a Dul ein? - disse batendo palmas pra ruiva que estava se sentindo a cupida, a fo*da, a psicóloga amorosa, a junta casais.
Dulce: Eu sou Dulce Maria Savinon querida, sou mais eu. - se achou. - Vou indo, Ucker ta me chamando. - ela disse ao ver o loiro lhe chamar de longe. - Refiltam. - disse para o casal que nem se olhava e saiu, mas logo voltou. - Maitê, sai daí caralh*o, vai ficar de vela é? - puxou a morena, deixando os dois sozinhos.
O silêncio pairou aquela mesa. Anahi encarava os dedos que mexiam freneticamente enquanto Poncho olhava pra direção oposta. Analú, também já cansada da chatisse dos futuros papais, deu um chute com vontade, fazendo a Anahi soltar um gemido de dor.
Poncho: Ta tudo bem? - ele disse preocupado ao vê-la com a mão na barriga.
Anahi: Ela chutou muito forte. - com uma careta. - Meu Deus que dor nas costas. - reclamou.
Poncho: Está com dor? - ela assentiu. - Como posso te ajudar?
Anahi: Não tem como você me ajudar, isso é normal da gravidez. - suspirou.
Poncho: Quer uma massagem? - perguntou com um sorrisinho. Anahi corou de leve, mas claro que não recusaria, estava latejando de dores.
Anahi: Pode ser, mas desde quando você sabe fazer massagem?
Poncho: Tenho vários talentos, um deles é esse. - piscou. - Vem. - pegou a mão dela.
Anahi: Pra onde vamos?
Poncho: Vem, sem perguntas. - ele disse e saiu segurando a mão dela.