Fanfics Brasil - 🎥 001🔫 Dama da Lei – AyA

Fanfic: Dama da Lei – AyA | Tema: Anahí e Alfonso - adaptação


Capítulo: 🎥 001🔫

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   Christopher A. Uckermann estava sentado no banco de vinil rasgado do Lou`s Caf, 7,5 quilômetros ao norte de Friendly. Bebia lentamente uma cerveja quente, escutando, distraído, uma canção country no rádi portátil de Lou. "A mulher nasceu para ser magoada" era o lamento do último e esperançoso lançamento Nashville. Christopher não sabia o bastante sobre mulheres para discordar.


 


   Estava retornando a Friendly após ter atendido a uma queixa de um dos ranchos das imediações. Roubo de ovelhaspensou, enquanto tomava mais um gole da cervej. Teria sido mais empolgante se a queixa fosse pertinente. Potts estava ficando velho demais para saber quantas ovelhas possuía. A xerife sabia que aquilo não ia dar em nada, pensou Christopher, desanimado. Sentado no pequeno e sujo estabelecimento, com o cheir de hambúrgueres e cebola frita no ar, Christopher pensou na injustiça de tudo aquilo.


   A coisa mais empolgante que ele tinha para fazer em Friendly, Novo México, era levar o velho Silas em cana quando ele se embebedava e causava problemas nas noites de sábado. Christopher A. Uckermann nascera tarde demais. Se estivesse vivendo na década de 1880, em vez de na de 1980, teria oportunidade de enfrentar bandidos, cavalgar com um grupo de cidadãos à procura de ladrões, encarar um pistoleiro... as coisas que um auxiliar de xerife devia fazer. E ali estava ele, disse a si mesmo, com quase 24 anos de idade, e a maior prisão que fizera na vida fora dos gêmeos Kramer, por destruírem o bar de sinuca da cidade.


   Christopher coçou a pele logo acima do lábio superior, onde estava tentando, sem muito sucesso, deixar crescer um bigode respeitável. A melhor parte da sua vida já passara, pensou ele, e nunca seria mais do que um auxiliar de xerife numa pequena cidade esquecida, caçando ladrões imaginários de ovelhas.


   Se ao menos uma vez alguém assaltasse o banco... Devaneou sobre isso por um minuto, imaginando-se numa perseguição em alta velocidade e num tiroteio. Isso seria divertido, sim, senhor. Sua foto sairia no jornal, talvez com um ferimento superficial no ombro. A ideia se tornou cada vez mais atraente. Poderia ficar com o braço numa tipoia por alguns dias. Se ao menos a xerife o deixasse carregar uma arma...


   — Christopher A., você vai pagar pela bebida ou pretende ficar sentando aí sonhando o dia todo?


   Christopher despertou de repente para a realidade e se levantou depressa. Lou o olhava com as mãos em seus largos quadris. Tinha olhos pequenos e escuros, a pele vermelha é uma impressionante massa de cabelos da cor de um morango. Christopher jamais ficava a vontade com mulheres.


   — Tenho que voltar — resmungo, enquanto pegava a carteira. — A xerife precisa do meu relatório.


   Lou deu uma pequena risada desdenhosa e estendou a mão, a palma úmida voltada pra cima. Ela pegou a nota amassada e Christopher saiu sem pedir o troco.


   O sol brilhante cegava. Automaticamente, Christopher semicerrou os olhos, para protegê-los. Os raios de sol refletiam na superfície da estrada em ondas, que se mexiam quase como se fossem líquidas. O dia estava quente e empoeirado. Os dois lados da estrada se prolongavam sem nada além de pedras e areia e algumas estreitas faixas de grama seca. Não havia uma só nuvem para interromper o azul intenso do céu ou filtrar o fluxo de luz branca do sol.


   Christopher abaixou a aba do chapéu sobre a testa enquanto se dirigia para o carro, desejando que tivesse coragem de pedir o troco a Lou. A camisa ficou molhada e pegajosa antes mesmo de chegar ao carro.


   Viu a luz do sol refletindo n parabrisa e na pintura cromada de um carro que se aproximava. Ainda estava a quase 2 quilômetros de distância, calculou ele distraidamente, enquanto o carro corria pela estrada longa e reta. Christopher continuou a observar seu progresso sem dar muita atenção, procurando as chaves no bolso. Quando o carro chegou mais perto, abriu os olhos de espanto, as mãos ainda no bolso.


   Que carro!, pensou, admirado. Um daqueles modelos estrangeiros, vermelho e brilhante. Passou por ele sem parar, e Christopher virou a cabeça para acompanhá-lo. Uau!, pensou, com um sorriso, aquilo, sim, era um carro. Devia estar a mais de 100 quilômetros por hora com facilidade. Provavelmente, tinha um desses painéis chiques, com... Cem quilômetro!


   Entrando rapidamente no carro, Christopher conseguiu tirar as chaves do bolso e girá-las na ignição. Ligou a sirene e saiu, jogando cascalho para todo lado e tirando fumaça dos pneus.


   Estava no paraíso.



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Autor(a): YSR

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