Fanfics Brasil - Capítulo 1 Nada Acontece Por Acaso

Fanfic: Nada Acontece Por Acaso | Tema: Vondy Adaptada


Capítulo: Capítulo 1

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CAPÍTULO UM
CHRISTOPHER NARRANDO


 


AQUILO NÃO era bom.


Como ex-centro defensivo, Jogador Mais Valioso e capitão do time dos New York Scorpions, Christopher Uckermann era um dos mais queridos heróis do esporte da cidade. Sua carreira no hóquei sempre fora um sucesso.


Até esse dia.


Olhei pela janela da sala de conferências do escritório do meu advogado, em Manhattan, onde estava há uma hora e meia, com as mãos nos bolsos da calça jeans, observando o tráfego do final da tarde ao longo da Park Avenue. O sol do início de junho batia com uma intensidade ofuscante nas janelas do prédio do outro lado da rua, e as calçadas estavam entupidas com pessoas que seguiam sua rotina diária. Empresários pegando táxis, mães empurrando carrinhos. Três semanas atrás eu era sido um deles, andando pela vida sem saber que meu mundo de repente viraria de cabeça para baixo.


Um acidente sem sentido roubara minha única família. Meu irmão, Tomás, e minha cunhada, Susana, estavam mortos, e as minhas sobrinhas gêmeas, orfãs.


Cerrei os punhos ao lembrar, lutando contra a raiva e a injustiça daquele acidente, mas o que ele queria mesmo era socar o vidro fumê.


Ao meus ainda tenho elas, lembrou ao olhar uma foto. Embora tivessem sido adotadas, as gêmeas não poderiam ter sido mais amadas por Tomás e Susana. Agora, elas estavam sob a minha responsabilidade, e estou determinado a fazer o que é certo para elas, quero dar-lhes o tipo de vida que meu irmão desejava que tivessem. Devo isso a Tom.


— Então, o que você achou da última? – perguntou-lhe Christian Chávez, meu advogado.


Ele se sentou à mesa de conferência, procurando os formulários e tomando notas das candidatas a babá que eles haviam visto naquela tarde.


Virei-me para Christian, incapaz de esconder a frustração.


— Eu não confiaria nela nem para tomar conta de um hamster.


Assim como todas as outras três mulheres que havíamos entrevistado naquele dia, a última candidata pareceu mais interessada na minha carreira do que nas gêmeas. Era fácil reconhecer aquele tipo de mulher. De saia curta e blusa decotada, a mulher estava na verdade procurando um marido famoso. No passado, eu supostamente teria apreciado aquela atenção, e provavelmente teria aproveitado a oportunidade, mas agora aquilo apenas me irritava. Não estava sendo visto como o guardião de duas meninas preciosas que perderam seus pais, mas como um pedaço de carne. Perdi o meu irmão há duas semanas, e nenhuma das candidatas à babá sequer oferecera meus pêsames.


Depois de dois dias e uma dúzia de entrevistas igualmente improdutivas, ele comecei a pensar que talvez nunca fosse encontrar a babá certa.


Minha governanta, que o tinha me ajudado a contragosto com as gêmeas, já havia ameaçado se demitir caso eu não encontrasse alguém para cuidar delas.


— Eu realmente sinto muito – disse Chris. — Acho que deveríamos ter previsto que isso poderia acontecer.


Talvez devesse ter seguido o conselho de Christian e usado uma empresa. Mas não costumar acreditar que pessoas estranhas possam escolher a melhor babá para cuidar das gêmeas.


— Eu acho que você vai gostar dessa próxima – afirmou Chris.


— Ela parece qualificada?


— Muito. – Chris entregou o formulário a Ucker. — Pode-se dizer que eu estava guardando a melhor para o final.


Dulca Savíñon, 26 anos. Enfermeira formada, Dulce trabalhava atualmente na área de enfermagem pediátrica. Christopher piscou, e então olhou para Christian.


— É isso mesmo?


Ele sorriu e acenou com a cabeça.


— Fiquei surpreso, também.


Ela era solteira e sem filhos, e sua ficha, totalmente limpa. Dulce não tinha nem mesmo multa por estacionar em local proibido! Em teoria, parecia perfeita.


— Existe alguma coisa errada com ela, afinal?


Christian deu de ombros.


— Talvez não. Ela está esperando no saguão. Pronto para conhecê-la?


— Vamos lá – disse ele, sentindo-se esperançoso pela primeira vez desde que aquela confusão havia começado.


Christian pediu à recepcionista que a mandasse entrar.


Um minuto depois, a porta se abriu e uma mulher entrou. Imediatamente, percebi que ela era diferente das outras. Ela estava usando um uniforme de enfermeira – calça azul e blusa branca com os personagens da Vila Sésamo – e sapatos confortáveis. Não era uma roupa típica de uma pessoa que se apresenta para uma entrevista de emprego, mas muito melhor do que os trajes sumários das antecessoras. Ela era de altura e peso medianos... passaria despercebida. Mas aquele rosto não era nada comum.


Uma coisa estava clara. Essa mulher não era uma tiete.


— Muito prazer, srta. Saviñon – disse Chris, levantando-se e apertando a mão da candidata. — Eu sou Christian Chavez, e este é Christopher Uckermann.


Christopher acenou, mas ficou parado perto da janela.


— Eu peço desculpas por minha roupa – disse ela, com uma voz levemente rouca. — Vim direto do trabalho.


— Sem problemas. – Chris apontou para uma cadeira. — Por favor, sente-se.


Ela sentou-se, colocando sua bolsa na mesa ao lado. Permaneci em silêncio, observando-a enquanto Chris começava a ladainha de perguntas que ele fazia a cada candidata. Ela respondeu eficientemente a cada uma delas, me lançando olhares, mas mantendo sua atenção em Chris. As outras candidatas haviam tentado envolver-me na conversa, mas a Srta. Evans não tinha o mesmo olhar sonhador; não havia flerte nem insinuações. Na verdade, ela parecia evitar me olhar, como se a minha presença a deixasse nervosa.


— Você precisa saber que este é um cargo em que será responsável pelas gêmeas o dia inteiro, todos os dias da semana, e das 11h às 16h nos domingos. A cada quatro finais de semana, a partir das 8h do sábado, até as 20h do domingo, você terá uma folga, para usar como quiser – disse Chris.


Ela assentiu com a cabeça.


— Compreendo.


Christian se virou para Ucker.


— Você tem alguma coisa a acrescentar?


— Sim, tenho. – Ele abordou Dulce Evans diretamente. — Por que você deixaria um emprego como enfermeira pediátrica para ser babá?


— Eu amo trabalhar com crianças... Obviamente – afirmou ela com um sorriso tímido; um belo sorriso. — Mas o trabalho na unidade de terapia intensiva neonatal é muito estressante. É emocionalmente desgastante. Eu preciso mudar meu ritmo. E não posso negar que a oportunidade de dormir no trabalho me parece atraente.


De repente, algo pareceu estranho no ar.


— E por que você pensa assim?


— Meu pai está doente e incapaz de cuidar de si mesmo. O salário que você está oferecendo, junto com a oportunidade de não ter que pagar aluguel, possibilitaria que eu o colocasse em uma instituição de alto nível. Na verdade, há um lugar em Jersey que está sendo inaugurado esta semana, então o momento não poderia ser melhor para colocar esta ideia em prática.


Essa era a última coisa que eu esperava que ela dissesse, e por um momento ficou sem palavras. Não conheço muitas pessoas que sacrificariam uma grande parte de seu salário para cuidar de alguém da família. Até mesmo o Christian me parecia um pouco surpreso.


Ele lançou um olhar a Ucker, que parecia perguntar: “O que você acha?”


Da maneira como as coisas estavam, quis contratá-la na hora, mas não queria agir precipitadamente. Então..


— Eu gostaria que você voltasse aqui amanhã e conhecesse minhas sobrinhas – disse ele.


Ela olhou para ele, esperançosa.


— Isso significa que consegui o emprego?


— Quero vê-la interagir com elas antes que eu tome a decisão final, mas, para ser sincero, você é de longe a candidata mais qualificada que já vimos até agora.


— Amanhã é meu dia de folga, então posso vir a qualquer hora.


— Por que não combinamos às 13h, após o almoço das meninas? Eu sou um novato nessa coisa de ser pai, então, costuma demorar um pouco mais que o normal para que elas fiquem prontas.


Ela sorriu.


— O horário está ótimo.


— Eu moro no Upper East Side. Christian lhe dará o endereço.


Christian anotou o endereço de Christopher e o entregou a ela. Dulce pegou o pedaço de papel e colocou-o em sua bolsa.


Chris levantou-se, e Dulce também.


Ela pegou sua bolsa e a colocou no ombro.


— Só mais uma coisa, srta. Saviñon – disse Christopher. — Você gosta de hóquei?


Ela hesitou.


— Hum... Este por acaso é um pré-requisito para o trabalho?


Ele sentiu um leve sorriso surgir nos lábios.


— De modo algum.


— Então, não, na verdade não. Não gosto muito de esportes. Mas meu pai, até recentemente, era um grande fã de hóquei.


— Quer dizer que você sabe quem eu sou?


— Existe alguém em Nova York que não saiba?


Provavelmente não.


— Mas isto não será um problema, certo?


Ela inclinou um pouco a cabeça.


— Não estou entendendo o que você está querendo dizer.


A confusão dela fez com que me sentisse um perfeito idiota. Sou tão acostumado à bajulação das mulheres que começava a só esperar isso vindo delas. Talvez não faça o tipo dela, ou talvez ela tenhaum namorado.


— Nada, deixe para lá.


Dulce se virou para sair, então parou e se voltou para ele.


— Eu queria dizer... Sinto muito por seu irmão e sua cunhada. Sei como é difícil perder alguém que se ama.


A compreensão naqueles olhos escuros me fez sentir um nó na garganta. Ficava irritado quando outras pessoas mencionavam aquilo, mas quando ela o fez, não fiquei tão desconfortável, quanto imaginei. Talvez porque ela parecesse realmente sincera.


— Obrigado – disse ele.


Já passei por muitas perdas. Primeiro meus pais, quando tinha 12 anos, e agora Tomás e Susana. Talvez esse fosse o meu preço, que tenhode pagar pela fama e pelo sucesso.


Confesso que desistira de tudo, venderia a minha alma se isso fosse necessário para trazer meu irmão de volta.


Depois que ela saiu, Christian perguntou-lhe:


— Então, você realmente acha que ela é a pessoa certa?


— Ela é sem dúvida qualificada, e parece que precisa mesmo do emprego. Se as meninas gostarem dela, está decidido.


— E é um colírio para os olhos, também...


Christopher olhou para Christian.


— Se eu conseguir encontrar uma babá que valha a pena contratar, você acha que eu arriscaria estragar tudo ao me envolver fisicamente com ela?


Christian sorriu.


— Posso ser sincero?


Tudo bem, um mês atrás, talvez isso acontecesse. Mas tudo mudara desde então.


— Eu prefiro as loiras – afirmou Christopher. – E que não tenham maiores expectativas... Além disso, cuidar das meninas – da forma como Tom e Susana gostariam – eram a minha prioridade. Devia isso ao meu irmão. Quando meus pais morreram, Tom tinha apenas 18 anos, mas ele colocou a própria vida em segundo plano para a minha educação. E bom, digamos, que não facilitei muito, a princípio. Estava prestes a se tornar um delinquente juvenil quando a psicóloga da escola disse a Tom que eu precisaria de algo para extravasar sua raiva. Ela sugeriu um esporte, e então Tom colocou-me no hóquei.


Nunca fui muito atlético ou interessado em esportes, mas gostei de jogar imediatamente, e embora tivesse entrado em um time em que os garotos já jogavam desde muito pequenos, logo ultrapassei a todos. Dentro de dois anos já estava viajando para jogar e me transformou na estrela do time. Aos 19 anos fui contratado pelos New York Scorpions.


Uma lesão no joelho, há dois anos, havia interrompido a minha carreira, mas investimentos inteligentes – de novo, graças à insistência de Tom – Me tornaram mais rico do que imaginei que poderia ser. Sem Tom, e os sacrifícios que ele fez, isto nunca teria sido possível. Agora ganhei a chance de recompensá-lo. Mas não tinha condições de fazer isso sozinho. Não sabia nada sobre cuidar de crianças, muito menos duas de uma só vez. Até quinze dias atrás, nunca havia trocado uma única fralda na vida. Sem a governanta para ajudar, certamente estaria perdido.


Se a srta. Savinõn fosse a pessoa certa para o trabalho – que é essa sensação que tenho – eu nunca arriscaria estragar tudo dormindo com ela.


Dulce estava fora de cogitação. Isso eu tenho em mente. 


 




  Olá, bem-vindos! Peço que se alguém já leu este livro.. Por favor, não comente! 
Quero dizer que apenas adaptei a narração. Eu gostei muito, e espero que gostem também!
Beijos, agradecida,


Joyce!


 



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Autor(a): JoycePortilla

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