Fanfics Brasil - Treze 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais)

Fanfic: 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais) | Tema: Vondy


Capítulo: Treze

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Se eu pensava que a voz dele era incrível com o jeito que ela me envolvia em silêncio, se eu achava que o toque dele era incrível na forma em que acordava minha pele, bem, o jeito que ele beijava era de outro mundo. E embora eu não seja expert, tendo beijado apenas alguns garotos antes, eu ainda estou disposta a apostar que um beijo assim, um beijo tão completo e transcendente, é uma coisa única na vida.

 

E quando ele se afasta e olha para meus olhos, eu fecho os meus de novo, agarro sua lapela, e o trago de volta para mim.

 

Até que Anahi diz:

 

— Hunf, estive procurando por você. Eu deveria saber que você estaria escondida aqui.

 

Eu me afasto, horrorizada por ter sido pega no ato, não muito tempo depois de jurar que eu nem gosto dele.

 

— Nós só estavamos 

 

Ela ergue sua mão e me para.

 

— Por favor. Me poupe dos detalhes. Eu só queria que você soubesse que Evangeline e eu estamos indo embora.

 

— Já? — eu pergunto, me perguntando quanto tempo eu estive ali.

 

— Sim, minha amiga Drina passou aqui, ela vai nos levar para outra festa. Vocês são bem vindos para vir junto também – embora pareçam estar ocupados.

 

Ela faz uma careta.

 

— Drina? — Christopher diz, levantando tão rápido que todo corpo dele é um borrão.

 

— Você a conhece? — Anahi pergunta, mas Christopher já saiu, se movendo tão rápido que lutamos para o seguir.

 

Eu corro atrás de Anahi, ansiosa por alcançar, desesperada para explicar, mas quando chegamos à porta francesa e eu a agarro pelo ombro eu sou preenchida por tanta escuridão, uma raiva tão sobrepujante e desespero, que as palavras se congelam na minha língua.

 

Então ela se afasta e olha por cima do ombro, dizendo:

 

— Eu disse a você que você mente mal — antes de continuar a andar.

 

Eu dou um profundo suspiro e sigo atrás, passando pela sala, cozinha, escritório, e chego à porta, meus olhos fixos na nuca de Christopher, notando o quão rápido e seguro ele se move, como se ele soubesse exatamente onde encontrá-la. E quando eu finalmente entro no hall, eu congelo quando os vejo juntos – ele em seu esplendor do século XVIII – e ela também vestida como Maria Antonieta, tão rica, tão amável, tão delicada, que me coloca no chinelo.

 

— E você deve ser... — Ela ergue seu queixo enquanto seus olhos param nos meus, duas brilhantes faíscas de um profundo verde esmeralda assim como Anahi.

 

— Dulce — eu murmuro, absorvendo a peruca loura pálida, a pele cremosa e sem falhas, e sua linda voz, observando os perfeitos lábios rosa que mostram dentes tão brancos que eles nem parecem reais.

 

Eu viro para Christopher, esperando que ele possa explicar, dar alguma explicação lógica para como a Loira do St. Regis acabou no meu hall. Mas ele está muito ocupado olhando para ela, para notar minha existência.

 

— O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta, a voz dele quase um sussurro.

 

— Anahi me convidou. — Ela sorri.

 

E enquanto eu olho dela para ele, meu corpo se enche com um frio temor.

 

— Como vocês se conhecem? — Eu pergunto, notando como todo comportamento de Christopher mudou, de repente se tornando frio, gelado, e distante – uma nuvem negra onde o sol costumava estar.

 

— Eu a conheci na Nocturne — Drina diz, olhando diretamente para mim. — Estamos indo lá agora. Eu espero que você não se importe que eu a roube a sua amiga?

 

Eu estreito os meus olhos, ignorando o aperto no meu coração, a dor no estômago, enquanto eu luto para conseguir alguma leitura. Mas os pensamentos dela estão inacessíveis, selados completamente, e a aura dela é inexistente.

 

— Oh, como sou boba, você estava se referindo a Christopher e eu, não estava? — Ela ri, os olhos dela viajando devagar por minha fantasia, até voltarem a encontrar os meus. E quando eu não respondo ela acena e diz, — Nos conhecemos no Novo México.

 

— New Orleans — Christopher corrige.

 

Drina dá uma risada de um jeito que nunca alcançou os olhos dela.

 

— Vamos apenas dizer que nos conhecemos a um bom tempo. — Ela acena, estendendo sua mão até minha manga, os dedos dela passando pela ponta, antes de deslizarem até meu pulso. — Lindo vestido — ela diz, me segurando com força. — Você mesma fez?

 

Eu me solto, menos pela ofensa e mais pelos dedos frios dela, a pressão das unhas afiadas dela na minha pele pareciam injetar gelo pelas minhas veias.

 

— Ela não é legal? — Anahi diz, olhando para Drina com uma admiração que ela normalmente reserva para vampiros, roqueiros góticos, e Christopher. Enquanto Evangeline fica parada ao lado dela, virando os olhos e olhando o relógio.

 

— Nós realmente precisamos ir se quisermos chegar à Nocturne até a meia noite — Evangeline diz.

 

— Você é bem vinda a se juntar a nós. — Drina sorri. — O freezer da limusine está totalmente abastecido.

 

E quando eu olho para Anahi, eu posso ouvir ela pensando: diga não, diga não, por favor diga não!

 

Drina olha pra mim, depois para Christopher.

 

— O motorista está esperando — ela canta.

 

Eu viro para ele, meu coração desmoronando quando vejo o quão conflitado ele está.

 

Então eu limpo minha garganta e me forço a dizer:

 

— Você pode ir se quiser. Mas eu preciso ficar. Eu não posso sair da minha própria festa.

 

Então eu rio, tentando soar leve e calma, quando a verdade é que, eu mal consigo

respirar.

 

Drina olha para nós, sobrancelhas arqueadas, rosto ansioso, traindo só um breve brilho de choque quando Christopher balança a cabeça e pega minha mão ao invés da dela.

 

— Tão maravilhoso encontrar você Dulce — Drina diz, pausando antes de subir na Limusine. — Embora eu tenha certeza de que vamos nos ver de novo.

 

Eu observo enquanto eles vão da entrada da garagem até a rua, então eu viro para Christopher e digo:

 

— Então, quem eu devo esperar em seguida, Stacia, Honor, e Craig?

 

E no segundo em que eu falo, eu me arrependo por ter dito, por revelar o quão patética, ciumenta e pequena eu sou. Não é como se eu não soubesse mais. Então eu não deveria me sentir tão surpresa.

 

Christopher é um jogador. Puro e simples.

 

Hoje a noite só aconteceu de ser minha vez.

 

— Dulce — ele diz, passando seu polegar pela minha bochecha.

 

E quando eu começo a me afastar, indisposta a ouvir a desculpa dele, ele olha para mim e sussurra, — eu provavelmente deveria ir também.

 

Eu busco nos olhos dele, minha mente aceitando a verdade que meu coração se recusa, sabendo que há mais no que ele diz, palavras que ele falhou em incluir – eu deveria ir – para poder alcançar ela.

 

— Ok, bem obrigado por vir.

 

Eu finalmente digo, soando menos como uma possível namorada e mais como uma garçonete depois de um turno particularmente longo.

 

Mas ele só sorri, remove as penas da minha peruca, e a guia pelo meu pescoço, batendo sua ponta no meu nariz enquanto ele diz:

 

— Posso levar essa lembrancinha?

 

E eu mal tive a chance de responder antes de ele ir para seu carro e se ir embora.

 

Eu afundo nas escadas, minha cabeça em minhas mãos, a peruca se apertando, desejando poder desaparecer, voltar no tempo, e recomeçar. Sabendo que eu nunca deveria ter permitido que ele me beijasse, nunca deveria ter convidado ele a entrar...

 

— Aí está você! — Sabine diz, pegando meu braço e me levantando. — Estive te procurando. Ava concordou em ficar só para te fazer uma leitura.

 

— Mas eu não quero uma leitura — eu digo a ela, sem querer ofender, mas sem querer passar por isso também. Eu só quero ir para o meu quarto, me livrar da peruca, e cair num longo sono sem sonhos.

 

Mas Sabine esteve bebendo mais do que devia, o que significa que ela está muito alegre para ouvir. Então ela agarra minha mão e me leva até a onde Ava está esperando.

 

— Olá, Dulce.

 

Ava sorri enquanto afundo no assento, agarro a mesa, e espero pela energia inebriante de Sabine sumir.

 

— Leve todo tempo que precisar. — Ela sorri.

 

Eu olho para as cartas de tarô colocadas diantes de mim.

 

— Um, nada pessoal, mas eu não quero uma leitura — eu digo, encontrando os olhos dela antes de desviar meu olhar.

 

— Então não vou fazer uma leitura. — Ela dá nos ombros, juntando as cartas e começando a fazer uma confusão. — O que você diz de só irmos levando para fazer sua tia feliz? Ela se preocupa com você. Se pergunta se está fazendo a coisa certa – dando liberdade o bastante, dando muita liberdade. — Ela olha para mim. — O que você acha?

 

Eu dou nos ombros e viro os olhos. Isso dificilmente se qualifica como uma revelação.

 

— Ela vai se casar, sabe.

 

Eu olho para cima, encaro, meus olhos encontrando os dela.

 

— Mas não hoje. — Ela ri. — Nem mesmo amanhã. Então não se preocupe.

 

— Porque eu me preocuparia? — Eu mudo minha posição no assento, observando enquanto ela corta o baralho no antes de espalhar as cartas numa lua crescente. — Eu quero que Sabine seja feliz, e o que for necessário –

 

— Verdade. Mas você já experimentou tantas experiências esse ano passado, não foi? Mudanças as quais ainda está tentando se ajustar. Não é fácil,é?

 

Ela olha para mim.

 

Mas eu não respondo. E porque eu deveria? Ela ainda está pra dizer qualquer coisa remotamente, revelador ou importante. A vida está cheia de mudanças, grande coisa. Eu quero dizer, não é esse o ponto? Crescer, e mudar, e seguir em frente? Além do mais, não é como se Sabine seja um enigma. Não é como se ela fosse muito complexa, ou difícil de se entender.

 

— Então como está lidando com seu dom? — Ava pergunta, virando algumas cartas, enquanto deixa outras de cabeça para baixo.

 

— Meu o que? — Eu olho para ela, me perguntando onde ela pode estar indo com isso.

 

— Sua mediunidade. — Ela sorri, acenando como se fosse um fato.

 

— Eu não sei do que você está falando.

 

Eu pressiono meus lábios juntos e olho ao redor da sala, vendo Christian e Eric dançar com Sabine como sua parceira, e perto deles, Maite.

 

— É difícil no início. — Ela acena. — Acredite em mim, eu sei. Eu fui a primeira a saber sobre a morte da minha avó. Ela veio direto para o meu quarto, parou na beirada da minha cama, e acenou dando adeus. Eu só tinha quatro anos, então você pode imaginar como meus pais reagiram quando eu corri para a cozinha para dizer a eles. — Ela balança a cabeça e ri. — Mas você entende, porque você também os vê, certo?

 

Eu encaro as cartas, minhas mãos apertadas juntas, sem dizer uma palavra.

 

— Pode ser tão sobrepujante, tão isolador. Mas não precisa ser. Você não tem que se esconder sob um capuz, matando seus tímpanos com música que você nem gosta. Tem formas de lidar com isso, e eu ficaria feliz em te mostrar que, Ever, você não tem que viver assim.

 

Eu agarro a ponta da mesa e me levanto, minhas pernas tremendo, inseguras, meu estomago instável. Essa senhora é louca se ela acha que o que eu tenho é um dom. Porque eu sei melhor que isso. Eu sei que é só mais uma punição por tudo que eu fiz e tudo que eu causei. É meu próprio fardo, e eu só tenho que lidar com ele.

 

— Eu não faço ideia do que você está falando — eu finalmente digo.

 

Mas ela só acena, e desliza seu cartão em minha direção.

 

— Quando estiver pronta, você pode falar comigo aqui.

 

Eu pego o cartão, mas só porque Sabine está observando do outro lado da sala e eu não quero parecer rude. Então eu o dobro na palma da minha mão, o aperto na minha mão, fazendo uma bola, enquanto pergunto:

 

— Terminamos? — Ansiosa para me afastar.

 

— Só mais uma coisa. — Ela desliza o deque no estojo de couro marrom. — Estou preocupada com sua irmã. Eu acho que é hora dela seguir em frente, não acha?

 

Eu olho para ela, sentada ali tão convencida e se sábia, julgando minha vida quando ela nem me conhece.

 

-Para sua informação Maite seguiu em frente! Ela está morta! — eu sussurro, derrubando seu cartão amassado na mesa, sem me importar com quem irá ver.

 

Mas ela apenas sorri e diz:

 

— Eu acho que você sabe o que eu quis dizer.


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Autor(a): HellenCristyn

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Essa noite, algum tempo depois que a festa terminou e todos os convidados já tinham saído, eu estava deitada em minha cama pensando em Ava, pensando no que ela me disse sobre Maite e de como eu era a culpada. Eu sempre pensei que Maite não tinha assuntos pendentes, que não havia nada prendendo ela aqui, e que me visitava porque ela assim queria, p ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 151



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  • Girl Postado em 26/01/2017 - 18:27:15

    mulher lembra de mim? te mandei uma mensageem vê láaa

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:59:10

    PS : vc sabe me indicar filmes e series super legais pra mim assistir ?

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:57:35

    CONTINUUUUUUUAAAAA PELO AMOR DE DEUS

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:56:53

    em quarto e ultimo lugar eu vou implorar pra vc continuar

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:55:58

    vc é super talentosa vc tem uma imaginaçao incrivel , vc tem futuro escrivendo livros contos etc . Eu queria ter metade do seu talento , mas eu sei que milagres nao acontecem kkkkk

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:53:15

    em terceiro lugar vou elogiar a autora dessa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:52:24

    eu amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amoooo essa fanfic super top super legal super espetacular super tudo

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:50:19

    em segundo lugar eu vou declarar meu amor por essa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:49:07

    em primeiro lugar me perdoe pelo meu sumiço

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:48:24

    euuu


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