Fanfics Brasil - Vinte e dois 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais)

Fanfic: 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais) | Tema: Vondy


Capítulo: Vinte e dois

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Mesmo Anahi se negando a responder nossas ligações, conseguimos ligar para Christian. E depois de convencê-lo a passar depois do ensaio, ele pareceu com Eric, e nós quatro passamos uma noite realmente divertida comendo, nadando e vendo filmes de terror ruins, e foi tão bom ficar com meus amigos de uma maneira tão relaxada, que quase me fez esquecer de Maite, Anahi, Evangeline, Drina, a praia e todo o drama desta tarde.

 

Quase me fez inconsciente do olhar distante que Christopher tinha cada vez que pensava que ninguém o olhava.

 

Quase me fez ignorar a corrente de preocupação borbulhando embaixo da superfície.

 

Quase. Mas não completamente.

 

E mesmo que eu fizesse entender perfeitamente claro que Sabine estava fora da cidade e que Christopher era mais que bem vindo para ficar, ele permaneceu só o suficiente até eu cair no sono, e depois silenciosamente deixou a casa.

 

Então, na manhã seguinte, quando ele chegou à porta com café, bolo, e um sorriso, não pude deixar de sentir-me um pouco aliviada.

 

Tentamos ligar para Anahi novamente, e ainda deixamos uma mensagem ou duas, mas não precisa de vidente para saber que ela não quer falar com nenhum de nós. E quando finalmente ligo para sua casa e falo com seu irmão menor, Austin, posso dizer que não está mentindo quando disse que não a tinha visto.

 

Assim, depois de um dia inteiro de risadas na piscina, estou pronta para pedir uma pizza quando Christopher tira o telefone da minha mão e diz:

 

— Pensei em preparar o jantar.

 

— Você sabe cozinhar? — Pergunto, embora não sei por que me surpreendo, porque a verdade é que eu ainda tenho que encontrar alguma coisa em que ele não possa fazer.

 

— Deixarei que você decida — ele sorri.

 

— Precisa de ajuda? — Me ofereço, mesmo quando minhas habilidades na cozinha estão severamente limitadas a ferver água e colocar leite no cereal.

 

Mas ele só balança negativamente a cabeça e se dirige para a cozinha, então vou para cima pra banhar e me trocar, e quando ele chama para comer, me surpreendo ao encontrar a mesa de jantar com a porcelana mais fina de Sabine, velas, e um vaso de cristal cheio de dezenas de – grande surpresa – Tulipas Vermelhas.

 

— Madeimoselle — ele sorri e afasta minha cadeira, seu sotaque francês perfeito.

 

— Não posso acreditar que você fez isso — olho para todos os pratos alinhados em minha frente, tão cheios de comida que me pergunto se estamos esperando convidados.

 

— É tudo para você — ele sorri, respondendo a pergunta que ainda não fiz.

 

— Só eu? E você não vai comer nada? — Eu presto atenção em como ele enche o meu prato com vegetais perfeitamente preparados, carnes finamente grelhadas, e um molho tão rico e complexo que nem sequer posso dizer o que é.

 

— Naturalmente — ele sorri — Mas a maior parte fiz para você. Uma garota não vive só de pizza, sabia?

 

— Ficaria surpreso — eu rio, cortando um pedaço suculento da carne grelhada.

 

Enquanto comemos, eu faço perguntas. Aproveitando-me do fato de que ele mal toca em sua comida, perguntando tudo o que eu estava louca para saber, mas sempre esquecendo no momento em que seus olhos cruzavam com os meus. Coisas sobre sua família, sua infância, as constantes mudanças, a emancipação – Essa parte porque estou curiosa, mas principalmente porque é estranho estar em um relacionamento com alguém que se conhece tão pouco. E quanto mais falamos, mais me surpreendo de que temos muito em comum. Primeiro, ambos somos órfãos, embora ele muito mais cedo do que eu, e mesmo que ele não dê muitos detalhes, não é como se eu fosse me oferecer para falar sobre a minha situação, por isso não insistir muito.

 

— Então, que lugar você prefere? — Pergunto, tendo limpado meu prato por completo e começando a sentir-me cheia.

 

— Exatamente aqui — sorri, tendo comido quase nada, mas fazendo um bom show de mover a comida em seu prato.

 

Entrecerro meus olhos, não acreditando em tudo. Quero dizer, claro, Orange County é lindo, mas não se pode comparar com todas essas cidades tão excitantes da Europa, pode?

 

— De verdade, sou muito feliz aqui — ele confirma, olhando-me fixamente.

 

— E não é feliz em Roma, Paris, Nova Deli ou Nova York?

 

Ele se encolhe, seus olhos repentinamente cheios de tristeza enquanto se afastam dos meus e toma um gole de sua estranha e vermelha bebida.

 

— Quer dizer isso? — sorri, erguendo-a para que eu veja. — Uma receita secreta de família — vira o conteúdo, e eu olho como brilha enquanto roda os lados da garrafa e agita a parte de baixo. Parece uma mistura entre um relâmpago, vinho e sangue, e uma minúscula poeira de diamante.

 

— Posso provar? — pergunto, não tão certa de querer, mas muito curiosa.

 

Ele nega com a cabeça.

 

— Você não vai gostar. Parece remédio. E isso porque provavelmente é remédio.

 

Meu estômago se embrulhou enquanto olhava para ele, imaginando uma enorme quantidade de enfermidades incuráveis, terríveis – sabia que era bom demais para ser verdade.

 

Mas ele só move a cabeça e sorri enquanto pega minha mão.

 

— Não se preocupe. Só preciso de um pouco de energia de vez em quando. E isto me ajuda.

 

— Onde você conseguiu? — Pergunto, procurando um rótulo, uma impressão, alguma marca, mas a garrafa está lisa e sem marcas.

 

Ele sorri.

 

— Eu te disse, receita familiar — ele disse, tomando um grande gole e terminando-o.

Logo ele se afasta da mesa e de seu prato ainda cheio, enquanto diz:

 

— Vamos nadar?

 

— Não se supõem que temos que esperar uma hora depois de comer?

 

Mas ele só sorri e pega minha mão.

 

— Não se preocupe, não vou deixar que se afogue.

 

Como havíamos passado a maior parte do dia na piscina, decidimos ficar na jacuzzi. E quando nossos dedos começaram a parecer ameixas secas, nos envolvemos em toalhas e fomos ao meu quarto.

 

Ele me seguiu até o banheiro. E atirou minha toalha molhada no chão, então vem por trás de mim, me puxa para ele, me mantém tão próxima que nossos corpos se combinam.

E quando seus lábios passam pela base do meu pescoço, sei que é melhor colocar algumas regras enquanto meu cérebro ainda funciona.

 

— Hum, você é bem vindo para ficar — murmuro, minhas bochechas queimando de vergonha quando eu encontro com o seu olhar divertido. — Quero dizer, o que eu quis dizer é que eu quero que você fique. De verdade. Mas, bem, não estou certa de que deveríamos, você sabe.

 

Oh Deus, o que estou dizendo? Um, olá, como se ele não soubesse o que eu queria dizer. Como se ele não fosse o que estava sendo afastado na caverna e em todo resto. O que estava acontecendo? O que eu estava fazendo? Qualquer garota mataria por um momento assim, um longo fim-de-semana sem pais ou nenhuma companhia, e mesmo assim aqui estou eu, pondo estúpidas regras por nenhuma boa razão.

 

Ele coloca o dedo embaixo do meu queixo e levanta meu rosto até estar na altura do seu.

 

— Dulce, por favor, já passamos por isso — ele sussurra, colocando meu cabelo atrás da minha orelha e pressionando seus lábios em meu pescoço. — Sei esperar, de verdade. Já esperei todo esse tempo para encontrar você, eu posso esperar ainda mais.

 

Com o corpo quente de Christopher enrolado no meu, e sua reconfortante respiração em meu ouvido, eu adormeci. E mesmo quando penso que vou estar muito desconfortável com a sua presença para descansar, é o sentimento aquecido de segurança de tê-lo junto a mim que me ajuda a dormir.

 

Mas quando eu acordo às 3:45 da manhã, só para descobrir que ele já não está mais ali, jogo o cobertor para o lado e corro para a janela, revivendo o momento na caverna de novo, quando procuro por seu carro surpreendida ao ver que está ali.

 

— Está me procurando?

 

Eu giro para encontrá-lo parado na porta, meu coração batendo loucamente, meu rosto enrubescendo.

 

— Oh, eu me virei e você não estava aqui e... — pressiono meus lábios, sentindo-me ridícula, pequena, estupidamente carente.

 

— Fui lá embaixo pegar um pouco de água — ele sorri, pegando minha mão e conduzindo-me de novo para cama.

 

Mas quando me deito ao lado dele, minha mão passando pelo seu lado, varrendo o lençol frio e abandonado, que parece que ele tinha saído por muito mais tempo.

 

Na segunda vez que me levanto, estou só novamente. Mas quando escuto Christopher na cozinha, coloco meu robe e desço para investigar.

 

— Há quanto tempo você levantou? — Pergunto, olhando a cozinha perfeita, a bagunça de ontem a noite havia desaparecido, substituída por uma torre de Donuts, cereais e beagels que não estavam no armário.

 

— Sou de levantar cedo — se encolhe. — Então pensei em limpar um pouco antes de ir ao mercado. Posso ter me excedido um pouco, mas não sei o que você iria querer — ele sorri, enquanto dá a volta na mesa e me beija na bochecha.

 

Tomo um gole de um copo de suco de laranja recentemente exprimido que ele coloca na minha frente e pergunto:

 

— Você quer? Ou você ainda está em jejum?

 

— Jejum? — Ele levanta a sobrancelha e me olha.

 

Reviro os olhos.

 

— Por favor. Você come menos do que qualquer um que conheço. Você só toma seu... remédio e empurra sua comida. Me sinto uma completa porca ao seu lado.

 

— Assim está melhor? — Sorri, pegando um donut e mordendo até a metade, seu maxilar trabalhando para morder a massa com glacê.

 

Encolho-me e olho pela janela, ainda sem me acostumar com o clima da Califórnia, o que parece ser uma sucessão interminável de dias ensolarados, ao mesmo tempo em que é oficialmente inverno.

 

— Então, o que deveríamos fazer hoje? — Pergunto, girando para olhá-lo.

 

Ele olha seu relógio e depois me olha.

 

— Preciso ir agora.

 

— Mas Sabine não voltará até tarde — digo, odiando como minha voz soa tão estridente e necessitada, e como meu estômago revira quando ele pega a chave.

 

— Preciso ir para casa e arrumar algumas coisas. Especialmente se quiser me ver na escola amanhã — ele disse, seus lábios tocando minha bochecha, minha orelha, a base do meu pescoço.

 

— Oh, escola. Nós ainda vamos lá? — Eu rio, havendo esquecido satisfatoriamente de pensar sobre minha recente ausência escolar e a repercussão que teria.

 

— Você é que acha isso importante — se encolhe. — Se fosse por mim, todos os dias seriam sábado.

 

— Mas então os sábados não seriam especiais. Seriam todos os mesmos — digo, pegando um pedaço de donut com glacê. — Um fluxo interminável de dias preguiçosos e longos, nada pelo o que trabalhar, nada pelo o que esperar, apenas um hedonista atrás do outro. Depois de um tempo, já não seria tão grandioso.

 

— Não esteja assim tão certa — ele sorri.

 

— Então, exatamente o que são essas tarefas misteriosas? — Pergunto, esperando ter um vislumbre de sua vida, das coisas menores que ocupam seu tempo quando não está comigo.

 

Ele se encolhe.

 

— Já sabe. Coisas — e embora ele esteja sorrindo quando diz, é bastante óbvio que está pronto para ir.

 

— Bem, talvez eu possa... — mas antes que eu termine a frase ele já está negando com a

cabeça.

 

— Esqueça. Você não vai lavar minha roupa — ele muda o peso de um pé para o outro como se estivesse se aquecendo para uma corrida.

 

— Mas eu quero ver onde você vive. Nunca estive na casa de alguém emancipado e tenho curiosidade — e embora trate de soar despreocupada, minha voz soa ainda menor e desesperada.

 

Ele move a cabeça e olha para a porta como se fosse um potencial amante que não pudesse esperar para vê-la. E embora seja óbvio que esteja na hora de levantar minha bandeira branca e render-me, não posso deixar de tentar mais uma vez quando digo:

 

— Mas por quê? — Enquanto o encaro, esperando uma razão.

 

Ele me olha, seu maxilar tenso quando diz:

 

— Porque está uma desordem. Um desastre horrível. E não quero que veja assim e tenha uma idéia errada de mim. Além do mais, nunca poderei colocar em ordem se você estiver lá; só conseguirá me distrair. — Sorri, mas seus lábios estão forçados e seus olhos impacientes, e é claro que suas palavras são só para preencher o espaço entre agora e quando ele finalmente vai embora. — Ligarei pra você está noite — ele disse, virando e se dirigindo para a porta.

 

— E o que acontece se eu decidir seguir você? O que você faria? — Pergunto, minha risada nervosa detendo-se quando ele se vira.

 

— Não me siga, Dulce.

 

E a maneira como ele disse isso me fez perguntar se ele disse, não me siga, nunca; ou não me siga, Dulce. Mas de qualquer maneira, significa o mesmo.

 

Quando Christopher sai, pego o telefone e tento ligar para Anahi, mas quando cai no correio de voz não me incomodo de deixar uma mensagem. Porque a verdade é que já deixei várias mensagens e agora é a vez dela me ligar. Depois de eu ir para cima e tomar um banho, sento em minha escrivaninha, determinada a acabar minhas tarefas, mas não chego a ir muito longe quando meus pensamentos voltam para Christopher, e todas suas estranhas, misteriosas peculiaridades que não posso mais ignorar.

 

Coisas como: Como é que sempre parece saber o que estou pensando quando eu não posso ler nada do que ele pensa? E como, em seus curtos 17 anos, encontrou tempo para viver em todos esses exóticos lugares, dominando arte, futebol, surf, cozinhar, literatura, história mundial e sobre cada outro assunto que eu não posso pensar? E tem a maneira como ele se move, tão rápido que parece um borrão? E como as rosas, tulipas e a caneta mágica? Sem mencionar que em um momento fala como uma pessoa normal e no outro soa como Heathcliff, ou Darcy, ou algum outro personagem de um livro das irmãs Bronte. Adicione a isso o modo como agiu com se pudesse ver a Maite, o fato dele não ter aura, de Drina também não ter aura, o fato de eu saber que ele esconde algo relacionado a como ele realmente a conheceu. E agora não quer que eu veja aonde ele vive?

Depois de que dormimos juntos?

 

Ok, talvez a única coisa que fizemos foi dormir, mas mesmo assim, acho que eu mereço respostas de algumas -se não todas- das minhas perguntas. E embora eu não esteja muito preparada para ir até a escola e procurar seus arquivos, sei de alguém que está.

Só que eu não sei se posso envolver Maite nisso. Sem mencionar que não sei como chamá-la já que nunca fiz isso antes. Quero dizer, chamo o seu nome em voz alta? Acendo uma vela?

 

Fecho meus olhos e faço um desejo?

 

Como acender uma vela me parece um pouco bobo, me conformo em parar no meio do quarto, com os olhos bem fechados, enquanto digo:

 

— Maite? Maite se puder me ouvir de verdade preciso falar com você. Bem, para dizer a verdade preciso de um favor. Mas se não quiser fazer, eu vou compreender totalmente, e não haverá nenhum ressentimento. E Hum, me sinto um pouco tonta agora, parada aqui falando sozinha, então se estiver me escutando, talvez você pudesse me dar um sinal?

 

E quando meu som toca de repente a canção de Kelly Clarkson que ela sempre canta, abro meus olhos e a vejo na minha frente, rindo histericamente.

 

— Oh meu Deus, parecia como se estivesse a dois segundos de fechar as cortinas, acender uma vela e puxar o tabuleiro de Ouija debaixo de sua cama! — Ela balança a cabeça negativamente e me olha.

 

— Oh, me sinto como uma idiota — digo, meu rosto se tornando vermelho.

 

— Você está com um olhar de idiota — ela ri. — Ok, deixa-me ver se isso está claro, quer corromper a sua pequena irmã para espiar seu namorado?

 

— Como você sabia? — Olho-a surpreendida.

 

— Por favor — ela revira seus olhos e se atira na minha cama. — Acha que a única por aqui que pode ler mentes?

 

— E como sabe disso? — Pergunto, querendo saber o que mais ela pode saber.

 

— Ava me disse. Mas, por favor, não fique louca, porque realmente explica alguns de seus novos hábitos de vestir.

 

— E o que há sobre seu novo hábito de se vestir? — Digo, sinalizando seu disfarce de Star Wars.

 

Mas ela só se encolhe.

 

— Então quer saber aonde encontrar seu namorado ou não?

 

Vou até a cama e me sento ao lado dela.

 

— Honestamente? Não estou certa. Quero dizer, sim eu quero saber, mas não me sinto bem em envolver você.

 

— Mas e se eu já fiz? O que acontece se eu sei? — Ela disse, levantando suas sobrancelhas.

 

— Você invadiu a escola? — Pergunto, pensando em que mais ela estaria fazendo desde a última vez que falamos.

 

Mas ela apenas ri.

 

— Ainda melhor, eu o segui até sua casa.

 

Encaro-a boquiaberta.

 

— Mas, Quando? E como?

 

Ela move a cabeça.— Vamos Dulce, não é como se eu precisasse de rodas para ir aonde quero. Além disso, sei que está toda apaixonada por ele, e não culpo você, ele é bastante encantador. Mas se lembra daquele dia quando ele agiu como se me visse?

 

Eu confirmo. Quero dizer, como poderia esquecer?

 

— Bem, me assustou bastante. Então decidi fazer um pouco de investigação.

 

— E, bem, não estou certa de como dizer isso, e espero que você não me leve a mal, mas – tem algo estranho — ela se encolhe. — Quero dizer, ele vive em uma casa enorme na Newport Coast, o que é estranho, considerando sua idade e tudo. Então, de onde ele tira dinheiro? Porque ele não trabalha.

 

Recordo aquele dia nas corridas. Mas decidi não mencioná-lo.

 

— Mas isso nem sequer é a parte mais estranha — continua. — Porque o que é realmente estranho é que a casa dele está completamente vazia. Isto é, nenhuma mobília.

 

— Bem, é homem — digo, perguntando-me porque sinto a necessidade de defendê-lo.

 

Ela move a cabeça.

 

— Sim, mas estou falando de estranho de verdade. Quero dizer, as únicas coisas lá dentro são uma base para iPod e uma TV de tela plana. É sério, isso é tudo. E acredite, eu já verifique a casa inteira. Bem, com exceção desse quarto que estava trancado.

 

— Desde quando um quarto trancado te detém? — Digo, já tendo a visto ela passar por paredes muitas vezes nos últimos tempos.

 

— Acredite, não foi a porta trancada que me deteve. Fui eu que me detive. Quero dizer, Deus, só porque estou morta não quer dizer que não posso ter medo — ela balança a cabeça e me encara.

 

— Mas ele ainda não vive há muito tempo aqui — digo, apressando-me para dar mais desculpas, como o pior tipo de idiota dependente. — Então talvez ele ainda não tivesse tempo de arrumar tudo. Quero dizer, talvez seja por isso que ele não quer que eu vá até lá, não quer que eu o veja assim — e quando analiso o que acabo de dizer não posso deixar de pensar: “Oh, Deus, estou pior do que pensei.”

 

Maite balança a cabeça e me olha como se estivesse a ponto de dizer-me a verdade sobre a Fada dos Dentes, o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel, tudo de uma vez. Mas logo ela se encolhe de ombros e apenas disse:

 

— Talvez devesse ver por si mesma.

 

— O que quer dizer? — Pergunto, sabendo que está escondendo algo.

 

Mas ela se levanta da cama e se dirige para o espelho, olhando seu reflexo e ajeitando sua fantasia.

 

— Maite? — Digo, perguntando-me porque age de maneira tão misteriosa.

 

— Escuta — disse ela, finalmente virando-se para me encarar — Talvez eu esteja errada. Quero dizer, eu sou apenas uma garota — ela se encolhe. — E provavelmente não sei nada, mas...

 

— Mas...

 

Ela respira fundo.

 

— Mas acho que deveria ver por si mesma.

 

— Então como chegamos lá? — Pergunto, já levantando e alcançando as chaves.

Ela nega com a cabeça.

 

— De maneira nenhuma. Esqueça. Estou convencida de que ele pode me ver.

 

— Bem, sabemos que ele pode me ver — eu a lembro.

 

Mas ela se mantém firme.

 

— Isso não vai acontecer. Mas eu posso te desenhar um mapa — Como Maite não é muito boa desenhando mapas, ela se conforma fazendo uma lista de ruas indicando quando dobrar a direita ou à esquerda, desde que norte, sul, leste e oeste me confunde sempre.

 

— Tem certeza de que não quer vir? — Eu ofereço, pegando minha carteira e saindo do quarto.

 

Ela assente e me segue pelas escadas.

 

— Ei, Dulce?

 

Eu me viro.

 

— Poderia ter me dito todo esse lance de ser psíquica. Me sinto mal por ter zombado de sua roupa.

 

Abro a porta principal e me encolho de ombros.

 

— Você realmente pode ler minha mente? — Ela nega com a cabeça e sorri.

 

— Só quando está tentando se comunicar comigo. Achei que era só uma questão de tempo até me pedir que o espionasse — ela ri. — Mas, Dulce?

 

Eu viro e a encaro novamente.

 

— Se não apareço por um tempo, não é porque estou zangada com você e nem porque estou tentando te castigar ou algo assim, Ok? Prometo que vou continuar te observando e vou me certificar que esteja bem, mas, bem, pode ser que eu vá por um tempo. Eu posso ficar um pouco ocupada.

 

Eu congelei, a primeira sensação de pânico começando a surgir.

 

— Você vai voltar, não vai?

 

Ela assente.

 

— É só que, bem... — ela se encolhe. — Prometo voltar, só que não sei quando — e embora ela esteja sorrindo, é obvio que está forçando.

 

— Não está me deixando, está? — Mantenho a respiração, exalando somente quando ela balança a cabeça.

 

— Ok, bem, boa sorte então — digo, desejando poder abraçá-la, convencê-la a ficar, mas sabendo que não é possível, então me dirijo ao meu carro dando a partida no motor.


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Autor(a): HellenCristyn

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 151



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  • Girl Postado em 26/01/2017 - 18:27:15

    mulher lembra de mim? te mandei uma mensageem vê láaa

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:59:10

    PS : vc sabe me indicar filmes e series super legais pra mim assistir ?

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:57:35

    CONTINUUUUUUUAAAAA PELO AMOR DE DEUS

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:56:53

    em quarto e ultimo lugar eu vou implorar pra vc continuar

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:55:58

    vc é super talentosa vc tem uma imaginaçao incrivel , vc tem futuro escrivendo livros contos etc . Eu queria ter metade do seu talento , mas eu sei que milagres nao acontecem kkkkk

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:53:15

    em terceiro lugar vou elogiar a autora dessa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:52:24

    eu amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amoooo essa fanfic super top super legal super espetacular super tudo

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:50:19

    em segundo lugar eu vou declarar meu amor por essa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:49:07

    em primeiro lugar me perdoe pelo meu sumiço

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:48:24

    euuu


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