Fanfics Brasil - Vinte e tres 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais)

Fanfic: 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais) | Tema: Vondy


Capítulo: Vinte e tres

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emily14: Kkkkk, que bom




 


Christopher vive em um condomínio com acesso controlado. Um detalhe que Maite não revelou. Suponho que como a presença de barras de ferro e seguranças uniformizados não iria parar alguém como ela, não lhe pareceu de muita importância. Embora eu acredite que não iria parar alguém como eu também, porque simplesmente sorri para a guarda e disse:

 

— Oi, sou Megan Foster. Estou aqui para ver a Jody Howard — então observo enquanto ela procura na tela do computador, olhando para o nome que eu sei que está listado como a entrada número três.

 

— Deixe isto na janela do lado do motorista — ela disse, entregando-me um pedaço de papel amarelo com a palavra “Visitante” e a data marcada na parte da frente — e não estacione no lado esquerdo da rua, só no lado direito — ela assente e volta à sua cabine enquanto eu passo pela entrada, desejando que ela não note que eu passei da rua onde vive Jody e me dirijo para a rua de Christopher. Quase chego ao topo da Colina quando vejo a próxima rua no meu mapa, depois viro a esquerda, rapidamente seguido por outra passagem à esquerda, paro ao final do bloco onde ele vive, desligo o motor e me dou conta de que tinha perdido toda a coragem.

 

Quer dizer, que tipo de namorada psicótica eu sou? Quem em sã consciência pensaria em recrutar a sua irmã morta para que ajude a espionar seu namorado? Mas também não é como se algo em minha vida fosse remotamente normal, então por que meus relacionamentos seriam diferentes?

 

Sento-me no meu carro, concentrando em minha respiração, lutando para mantê-la lenta e regular, mesmo meu coração batendo como louco e as palmas das minhas mãos estão lisas com o suor, enquanto eu olho pela vizinhança limpa, arrumada e próspera, me dou conta que não poderia ter escolhido um pior dia para fazer isso. Primeiro de tudo, é quente, ensolarado e glorioso dia, o que significa que todos estão andando em suas bicicletas, passeando com seus cães ou trabalhando em seus jardins, o que acredito ser a pior condição que posso imaginar para espionar e, enquanto me concentrava pra chegar aqui sem nem sequer considerar que uma vez que estou aqui, não comecei a ter um plano.

 

Embora isso provavelmente não importasse muito. Quero dizer, o que de pior poderia acontecer? Eu ser apanhada e Christopher confirmar que estou louca? Ele provavelmente já pensou isso depois de eu parecer tão carente e desesperada esta manhã.

 

Desço do meu carro e me dirijo para a casa dele, que fica no final da rua sem saída, plantas tropicais e a grama cortada. Mas eu não vou rastejando e nem me escondendo para não fazer nada que atraia atenção, eu só caminho tranquilamente, como se tivesse o direito de estar ali, até que me detenho em frente a sua enorme porta dupla, sem saber o que fazer.

 

Dou um passo para trás e olho pelas janelas que estão com as cortinas abaixadas e, mesmo não tendo ideia do que vou dizer, mordo meu lábio inferior, pressiono o botão da campainha, prendo a respiração e espero.

 

Mas depois de alguns minutos sem resposta, eu pressiono outra vez e quando ele não responde, giro a maçaneta e certifico-me de que está trancada. Depois, caminho pela calçada, para ter certeza de que nenhum vizinho esteja olhando, deslizo pela entrada lateral e esquivo-me para o quintal.

 

Eu fico perto da casa, observando vagamente a piscina, as plantas e a vista incrível, enquanto eu caminho diretamente para a porta deslizante de vidro, que, naturalmente, também está fechada.

 

Então, quando eu estou prestes a desistir ir para casa, escuto uma voz em minha cabeça urgentemente dizendo – “a janela, a que está no dissipador”. E a encontro levemente aberta, mas o suficiente para colocar meus dedos e abri-la completamente.

 

Eu coloco minhas mãos na borda da janela e uso toda a minha força para puxar-me para dentro e no segundo que meus pés tocaram o chão tinha, oficialmente, cruzado a linha.

Não deveria continuar. Não tenho o direito de fazer isso. Deveria escalar de volta, sair e correr até meu carro. Voltar enquanto eu posso para minha casa tranquila e segura, mas essa voz em minha cabeça fica me dizendo para apressar-me, e como já cheguei até aqui, acho que é melhor ver aonde vai me levar.

 

Exploro a grande e vazia cozinha, a sala vazia, a sala de jantar desprovida de mesa e cadeiras, o banheiro com apenas uma barra de sabão preto e uma toalha, e fico pensando que Maite tinha razão, este lugar está vazio de uma maneira que parece abandonado e assustador, sem memórias pessoais, sem fotos, sem livros. Nada exceto pelo chão de madeira escura, paredes brancas, armários vazios, uma geladeira cheia com uma quantidade de incontáveis garrafas desse estranho líquido vermelho, e nada mais. E quando chego à sala, vejo a TV de tela plana que Maite mencionou, uma poltrona reclinável, a qual não mencionou, e uma grande pilha de DVDs de língua estrangeira cujo os títulos não pude traduzir. Então eu paro ao pé da escada sabendo que eu deveria sair, já tinha visto mais que o suficiente, mas algo que eu não posso definir me força a continuar.

 

Seguro o corrimão, encolhendo-me quando a escada geme sob meus pés, de uma maneira alarmantemente alta neste espaço vazio, e quando chego ao fim, fico frente a frente com a porta que Maite encontrou fechada. Só que desta vez está entreaberta.

 

Eu continuo lentamente, chamando a voz em minha cabeça, desesperado por alguma orientação. Mas a única resposta que consigo é o som do meu coração palpitante enquanto pressiono a palma da minha mão contra a porta, abrindo-a, e diante de mim vejo um quarto tão ornamentado, tão formal, tão magnífico que parece tirado de Versalhes.

 

Eu paro na entrada, tentando captar tudo. As tapeçarias finamente tecidas, os tapetes antigos, os lustres de cristal, os candelabros dourados, as cortinas de seda, o sofá de veludo, a mesa de mármore coberta de volumes. Mesmo as paredes, todas cobertas por pinturas emolduradas de ouro, todas elas capturando Christopher em trajes que abrange vários séculos, incluindo uma dele montado em um cavalo branco, com uma espada de prata ao seu lado e usando exatamente o mesmo casaco que usou na noite de Halloween.

 

Me aproximo dessa pintura, meus olhos procurando o furo no ombro, a área desgastada com a qual ele tinha brincado dizendo que havia sido caudado por fogo de artilharia.

Surpreendendo-me por encontrar o furo ali, na pintura, enquanto meus dedos traçam enfeitiçada, fascinada, perguntando-me que tipo de truque usou enquanto meus dedos percorrem até o fim da pintura, até a parte inferior onde encontra-se uma pequena placa de bronze que diz:

 

CHRISTOPHER ALEXANDER LUIS CASSILAS VON UCKEMANN, MAIO 1775

 

Viro-me até a pintura que está ao lado, meu coração disparando enquanto observo um retrato de um Christopher sério, vestido com um severo traje escuro, rodeado de azul, sua placa carregando as palavras:

 

CHRISTOPHER UCKERMANN, PINTADO POR PABLO PICASSO EM 1902

 

A pintura que está ao lado desta, tem uma textura pesada e cheia de espirais, semelhante às de...

 

CHRISTOPHER ALEXANDER, PINTADO POR VINCENT VAN GOGH

 

E ainda, todas as quatro paredes mostrando o rosto de Christopher pintada por todos os grandes mestres.

 

Deixo-me cair no próprio sofá de veludo com os olhos lacrimejando, joelhos fracos, a minha mente disparando com mil possibilidades, cada uma delas igualmente ridículas.Então eu pego um livro mais próximo, busco o título, pagino e leio:

 

Para Christopher Alexander Uckermann.

Por William Shakespeare.

 

Eu deixo-o cair no chão e alcanço o livro seguinte, O Morro dos Ventos Uivantes.

 

Para Christopher Uckermann, por Emily Brontë.

 

Todos os livros dedicados para Christopher Alexander Uckermann, ou Christopher Uckermann, ou só Christopher.

 

Todos eles assinados por autores que morreram a mais de um século.

 

Fecho meus olhos, tentando concentrar-me na minha respiração enquanto meu coração acelera e minhas mãos tremem, convencendo-me de que tudo é uma piada, que Christopher é um aficionado por história, um colecionador, um falsificador que passou dos limites. Talvez tenha sido uma herança familiar, deixados por uma longa linha de tataravós, todos carregando o mesmo nome e uma estranha semelhança.

 

Mas quando olho outra vez ao meu redor, o frio que percorre minha espinha me diz a inegável verdade: estas não são meras antiguidades e muito menos são heranças. Estes são os bens pessoais de Christopher, seus tesouros favoritos que têm sido colecionados através de anos.

 

Coloco-me de pé tropeçando e me dirigindo para o corredor, sentindo-me insegura, instável, desesperada para fugir deste quarto assustador, este mausoléu medonho, esta casa mais parecida com uma cripta. Querendo colocar entre nós uma distância enorme, o tanto quanto possível, e nunca, sob nenhuma circunstância, voltar aqui.

 

Acabo de chegar ao degrau inferior quando ouço um grito alto, seguido de um longo e baixo gemido, e sem sequer pensar, eu me viro e corro em direção a ele, seguindo o som até o final do corredor e correndo para a porta, encontrando Christopher no chão, sua roupa rasgada, do seu rosto sangue escorrendo, enquanto Anahi se contorce e geme embaixo do corpo dele.

 

— Dulce! — Ele grita, colocando-se de pé em um salto e parando-me enquanto eu avanço, e luto desesperada para chegar até ela.

 

— O que você está fazendo com ela? — Grito, olhando para eles, observando sua pele pálida, os olhos dela ficando branco e sabendo que não a tempo a perder.

 

— Dulce, por favor, pare — ele disse, sua voz soando muito segura, muito proporcional para as circunstancias incriminadoras em que se encontra.

 

— O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? — Eu grito, chutando, mordendo, esperneando, arranhando, usando toda a minha força, mas mesmo assim não posso competir com a dele. Ele só permanece lá, segurando-me com uma mão, enquanto suporta meus golpes com apenas uma mão.

 

— Dulce, por favor, deixe-me explicar — ele disse, esquivando-se do pontapé furioso que está apontado para ele.

 

Enquanto olho a minha amiga que está sangrando profundamente, com uma cara de dor, e me dou conta da terrível verdade.

 

— Por isso que você tentou me manter afastada.

 

— Não! Não é isso. Você entendeu tudo errado. Sim, não queria que visse isso, mas não é o que você está pensando.

 

Ele me mantém no alto, minhas pernas balançando como uma boneca de trapo, e apesar de todos os meus golpes e lutas, ele nem sequer derramou uma gota de suor.

 

Mas eu não me importo com Christopher. Nem estou preocupada comigo mesma. O único que me importa é a Anahi, que seus lábios tornaram-se azuis e sua respiração havia enfraquecido alarmantemente.

 

— O que você fez a ela? — Eu o encaro com todo o ódio que posso demonstrar. — O que você fez a ela, seu monstro?

 

— Dulce, por favor, preciso que me escute — ele me pede, seus olhos suplicando pelos meus.

 

E apesar de toda a minha raiva, apesar de toda a minha adrenalina, eu ainda posso sentir o calor de suas mãos que causam formigamentos em minha pele e faço o possível para ignorá-lo.

 

Gritando e chutando, tentando chutar suas partes mais vulneráveis, mas sempre falhando porque ele é muito mais rápido que eu.

 

— Você não pode ajudá-la, acredite em mim, eu sou o único que posso.

 

— Você não está ajudando-a, está matando-a! — Grito.

 

Ele move sua cabeça e me olha, seu rosto parecendo cansado quando sussurra:

 

— Dificilmente.

 

E outra vez tento soltar-me, mas não consigo, não posso vencê-lo. Então eu paro, relaxando meus músculos enquanto fecho meus olhos em rendição.

 

Pensando: Então é assim que acontece. Assim é como desapareço.

 

E quando ele relaxa, chuto o mais forte que eu posso, minha bota acertando o alvo enquanto ele afrouxa seu aperto e caio no chão.

 

Vou rapidamente ao encontro de Anahi, meus dedos procurando sua ensanguentada mão para verificar seu pulso, meus olhos fixos nos dois pequenos furos no centro de sua horrível tatuagem, enquanto suplico que continue respirando, que resista.

 

E quando alcanço meu celular, tentando ligar para 911, Christopher se aproxima por trás, agarra o celular de minhas mãos e diz:

— Eu esperava não ter que fazer isso.



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Autor(a): HellenCristyn

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 151



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  • Girl Postado em 26/01/2017 - 18:27:15

    mulher lembra de mim? te mandei uma mensageem vê láaa

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:59:10

    PS : vc sabe me indicar filmes e series super legais pra mim assistir ?

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:57:35

    CONTINUUUUUUUAAAAA PELO AMOR DE DEUS

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:56:53

    em quarto e ultimo lugar eu vou implorar pra vc continuar

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:55:58

    vc é super talentosa vc tem uma imaginaçao incrivel , vc tem futuro escrivendo livros contos etc . Eu queria ter metade do seu talento , mas eu sei que milagres nao acontecem kkkkk

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:53:15

    em terceiro lugar vou elogiar a autora dessa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:52:24

    eu amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amoooo essa fanfic super top super legal super espetacular super tudo

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:50:19

    em segundo lugar eu vou declarar meu amor por essa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:49:07

    em primeiro lugar me perdoe pelo meu sumiço

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:48:24

    euuu


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