emily14: Tipo, foi ele que não deixou ela morretendeu?
tatyellevondy: Kkkkk, dinada, olha mais n confia muito não eu posso mudar de ideia, quem sabe...vamos ver.
É estranho não ter Christopher sentado ao meu lado na Aula de Inglês, segurando minha mão, sussurrando em meu ouvido e agindo como meu botão de desligar. Acho que me acostumei tanto a tê-lo ao meu lado, que me esqueci de como detestável Stacia e Honor podem ser. Mas ao vê-las dando um sorriso debochado ao enviar mensagens de texto como “Aberração Estúpida” nenhuma surpresa nisso, sei que voltarei a depender do meu capuz, meus óculos escuros e meu Ipod.
Mas posso ver a ironia. Posso ver o lado cômico, porque para alguém que chorou em um estacionamento, implorando para seu namorado desaparecer para que ela pudesse sentir-se outra vez normal, bom, obviamente a parte cômica sou eu.
Porque agora, em minha nova vida sem Christopher, todos os pensamentos aleatórios, as profusões de cores e sons são tão insuportáveis, tão terrivelmente esmagadores que meus ouvidos estão vibrando constantemente, meus olhos enchem de água continuamente e as enxaquecas aparecem tão rapidamente, invadindo minha cabeça, sequestrando meu corpo e deixando-me tão rendida, nauseada e tonta, que eu só posso funcionar mal.
Mas é engraçado como eu estava tão preocupada por mencionar a Christian e a Anahi nosso rompimento, que passou uma semana completa antes que seu nome fosse mencionado e, mesmo assim, fui eu que trouxe o tema. Suponho que eles se acostumaram tanto a seu errático comparecimento que não viram nada incomum em sua ausência prolongada.
Então um dia, durante o almoço, limpei minha garganta, olhei para os dois e disse:
— Só pra vocês saberem, Christopher e eu terminamos — e quando suas bocas ficaram abertas e ambos começaram a falar, eu levanto uma mão e digo, — E ele se foi.
— Se foi? — Eles disseram, quatro olhos atentos, dois maxilares caídos, ambos negando-se a acreditar e mesmo sabendo que eles estavam preocupados, mesmo sabendo que eu devia alguma boa explicação, eu só balanço a cabeça, pressiono meus lábios e me recuso a dizer mais alguma coisa.
Mas a Srta. Machado não foi nada fácil. Uns quatro dias depois que Christopher foi embora, ela andou até meu cavalete, fez seu melhor para evitar olhar meu desastroso Van Gogh e disse:
— Eu sei que você e Christopher eram próximos e sei quão difícil isso pode ser pra você, então pensei que deveria ter isso. Creio que vai achar extraordinário.
Ela empurra uma lona pra mim, mas eu só encosto na perna do meu cavalete e continuo pintando. Não tenho dúvida nenhuma de que seja extraordinário; tudo o que Christopher fazia era extraordinário. Mas quando se fica vagando pela Terra por cento e cinqüenta anos, tem muito tempo para aperfeiçoar algumas habilidades.
— Não vai olhar? — Ela pergunta, confusa por minha falta de interesse na obra-prima de Christopher, réplica de outra obra-prima.
Mas me viro pra ela, forçando-me a sorrir quando digo:
— Não. Mas obrigada por me dar — e quando finalmente toca a campainha, eu carrego até meu carro, jogo no meu porta-malas, bato a porta sem nem mesmo olhá-lo e quando
Christian pergunta,
— O que é isso?
Eu só coloco a chave na ignição e digo:
— Nada.
Mas uma coisa que eu não esperava, era me sentir sozinha. Acho que não percebi o quanto dependia de Christopher e Maite para preencher o vazio, para selar as rachaduras em minha vida. E mesmo Maite me avisando que não seria por muito tempo, não pude evitar o pânico quando se passaram três semanas.
Porque dizer adeus a Christopher, meu lindo, assustador e possivelmente maléfico imortal namorado, era mais difícil do que eu gostaria de admitir, mas ser capaz de não dizer adeus a Maite é mais do que posso suportar.
No sábado, quando Christian e Anahi me convidaram para ir com eles a peregrinação anual de Winter Fantasy, aceitei porque sei que está na hora de sair de casa, fora da minha depressão e tornar a reunir-me com os vivos, e como é a primeira vez que estou indo para isso, eles estão muito animados para me mostrar todos os cantos.
— Não está tão bom como o Sawdust Festival no verão — Christian disse logo que compramos nossos ingressos e nos dirigimos à entrada.
— Isso porque é melhor — disse Anahi, saltando à frente e sorrindo para nós. Christian faz uma careta.
— Bem, com exceção do clima, não importa muito porque ambos têm sopradores de vidro e essa é a minha parte favorita.
— Que surpresa — Anahi ri, entrelaçando seu braço com o de Christian enquanto eu sigo ao lado deles, minha cabeça girando por causa da energia gerada pela multidão, todas as cores, visões e sons em torno de mim, desejando ter tido sensatez e ficado em casa onde tudo é tranquilo e seguro.
Então levanto o meu capuz e estou a ponto de colocar meus fones de ouvido quando Anahi se vira pra mim e diz:
— Sério? Você vai realmente fazer isso aqui?
Então eu paro e guardo de volta no meu bolso porque mesmo querendo me desligar de tudo isso, não quero que meus amigos pensem eu estou tentando afastá-los também.
— Vamos, tem que ver os sopradores de vidro, é incrível — disse Christian, guiando-nos enquanto passamos por um Papai Noel que parece autêntico e muitos ourives, até finalmente nós paramos diante de um belo rapaz que criava vários vasos coloridos usando só a boca, um tubo metálico largo e fogo. — Tenho que aprender como fazer isso — ele suspira, completamente paralisado.
Eu paro ao lado dele, observando como o emaranhado de cores líquidas se moldam e tomam forma, então vou para a próxima banca, onde estão vendendo umas bolsas realmente bonitas.
Pego uma da prateleira e acaricio seu macio e brilhante couro, pensando que seria um bom dar de presente de natal para Sabine, embora seja algo que ela nunca compraria, mas poderia querer em segredo.
— Quanto custa este? — Pergunto, encolhendo-me quando minha voz ecoa em minha cabeça com uma percussão interminável.
— Cento e cinqüenta.
Eu olho para mulher, observando sua túnica Batik azul, jeans desbotado e um colar com o símbolo da paz, sabendo que ela está disposta a baixar mais o preço. Mas meus olhos estão ardendo tanto e a pressão em minha cabeça está tão severa, que eu não tenho forças para barganhar. Na verdade só quero ir para casa.
Coloco a bolsa de volta onde estava e começo a andar, quando ela diz:
— Mas pra você, são cento e trinta — e, embora eu saiba que ela ainda está no topo da oferta, que ainda tem muito pra barganhar, eu apenas aceno e me afasto.
Então alguém atrás de mim fala:
— Você e eu sabemos que o limite dela é noventa e cinco. Porque se rendeu tão fácil?
Quando me viro, vejo uma mulher pequena, de cabelos castanhos, rodeada por uma aura de um brilhante roxo.
— Ava — ela acena e estende sua mão.
— Eu sei — lhe digo, ignorando-a.
— Como tem passado? — Ela pergunta, sorrindo como se eu não tivesse acabado de fazer algo incrivelmente frio e rude, o que me faz sentir ainda pior por ter feito.
Eu dou de ombros, observando o soprador de vidros, procurando por Christian e Anahi e sentindo um pouco de pânico quando não os vejo.
— Seus amigos estão na fila em Laguna Taco, mas não se preocupe, eles também pediram algo pra você.
— Eu sei — digo, embora não seja verdade. Minha cabeça doendo demais para ler a mente de qualquer um.
Justo quando começo a me afastar outra vez, ela agarra meu braço e fala:
— Dulce, quero que saiba que minha oferta ainda está de pé. Eu quero realmente te ajudar — ela sorri.
Meu primeiro instinto é de ir embora, afastar-me dela o mais rápido possível, mas no momento em que ela coloca sua mão sobre meu braço, minha cabeça deixa de doer, meus ouvidos deixam de zunir e meus olhos deixam de fabricar lágrimas. Mas quando eu olho em seus olhos, recordo quem é realmente – A mulher horrível que roubou minha irmã – e entrecerro meus olhos e me liberto meu braço, encarando-a quando digo:
— Não acha que já ajudou o suficiente? — Pressiono meus lábios e a fulmino com o olhar. — Já me roubou a Maite, o que mais quer? — Respiro com dificuldade e tento não chorar.
Ela me olha, suas sobrancelhas unidas de preocupação, sua aura de um belo e vibrante violeta.
— Maite nunca foi tirada de ninguém, ela sempre estará contigo, mesmo quando não puder vê-la — ela disse, tentando alcançar meu braço.
Meu eu me recuso a escutar e me recurso a permitir que me toque novamente, não importa o quanto seja calmo.
— Só... Fique fora da minha vida — lhe digo, afastando-me. — Me deixe só. Maite e eu estávamos bem até você chegar.
Mas ela não vai embora. Não vai a nenhum lugar. Ela só fica ali, olhando-me com esse irritante olhar suave e compreensível.
— Eu sei sobre as dores de cabeça — ela sussurra com uma voz suave e tranquilizadora.
— Não tem que viver assim, Dulce. Eu realmente posso te ajudar.
E mesmo que eu amasse ter um momento de paz e deixar de ter essas avalanches de dor e ruído, me viro e me afasto depressa, esperando não voltar a vê-la.
— Quem era aquela? — Anahi pergunta, mergulhando uma tortilha em um pequeno recipiente de salsa enquanto eu me sento ao lado dela e me encolho.
— Ninguém — sussurro, encolhendo-me ainda mais quando minhas palavras vibram em meus ouvidos.
— Se parece com a vidente da festa.
Eu alcanço um prato que Christian deslizou pra mim e pego um garfo de plástico.
— Não sabíamos o que iria querer, então trouxemos um pouco de tudo — ele disse. — Comprou a bolsa?
Balanço a cabeça dizendo que não e no momento que faço me arrependo, porque só serviu para intensificar a dor.
— Muito caro — lhe digo, cobrindo minha boca enquanto mastigo, a trituração ecoando tão forte que meus olhos estão cheios de lágrimas. — Comprou um jarro? — Mas eu sei que não comprou, não só porque sou psíquica, mas porque não vejo nenhuma bolsa.
— Não, só gosto de olhá-los assoprando — ele ri e toma um gole de sua bebida.
— Ei pessoal, shh! É meu celular? — Anahi procura em sua enorme e sobrecarregada bolsa, que muitas vezes tem servido de armário.
— Bem, como você é a única nesta mesa com um toque de Marilyn Manson... — Christian dá de ombros, ignorando a casca do taco e só comendo o recheio.
— Está evitando os carboidratos? — Lhe pergunto, observando como ele escolhe sua comida.
Ele diz que sim com a cabeça.
— Mesmo que Tracy Turnblad seja gorda não significa que eu tenho que ser.
Eu tomo um gole do meu Sprite, olho para Anahi e quando vejo a expressão eufórica em seu rosto, eu sei. Ela se aproxima de nós cobrindo seu outro ouvido e fala:
— Oh, Meu Deus! Pensei que tinha desaparecido. Eu saí com Christian. Sim, Dulce está aqui também. Sim, estão aqui agora. Ok — Ela cobre o telefone e se dirige até nós, seus olhos iluminados quando diz, — Drina está dizendo “oi!” — então ela fica esperando uma resposta, mas como não respondemos, ela revira os olhos, se levanta e se afasta dizendo, — Eles mandam “oi” também.
Christian balança a cabeça e me olha.
— Eu não disse nada. Você disse alguma coisa?
Eu dou de ombros e misturo o feijão ao arroz.
— Problemas — ele disse, olhando-a e movendo a cabeça, e embora sabendo que é verdade, me pergunto a quê ele se refere exatamente porque a energia deste lugar está borbulhando e transbordando como uma grande sopa cósmica muito encaroçada para caminhar entre ela ou tentar me ajustar.
— A quê se refere? — Lhe pergunto, olhando-o com os olhos entrecerrados.
— Não é obvio?
Dou de ombros, minha cabeça latejando tão forte que não posso ler a mente dele.
— Têm algo tão... Assustador... Nessa amizade. Quero dizer, um inofensivo amasso entre garotas é uma coisa, mas isto... Isto simplesmente não faz sentido. É assustador.
— Como assim assustador? — Tiro um pedaço da casca do meu taco e olho pra ele.
Ele ignora seu arroz e só come o feijão.
— Sei que isso vai soar horrível e acredite, não quero que seja assim, mas é quase como se ela estivesse convertendo Anahi em uma discípula.
Levanto minhas sobrancelhas.
— Uma seguidora, uma adoradora, um clone, uma “mini-eu” — ele dá de ombros. — E isso é tão...
— Assustador — concluo.
Ele toma a sua bebida e olha pra mim e pra Anahi.
— Olha como ela começou a se vestir como Drina, as lentes de contato, a cor dos cabelos, a maquiagem, a roupa, também age como ela. Ou pelo menos tenta.
— E é só isso, não tem mais nada? — Lhe pergunto, querendo saber algo mais específico, ou se é apenas um mau pressentimento.
— E precisa de mais? — Ele me olha boquiaberto.
Me encolho e deixo cair o taco no prato, sem ter mais fome.
— Mas entre você e eu, esse assunto da tatuagem tomou um novo nível. Quero dizer, que diabos? — Ele sussurra olhando de relance para Anahi, certificando-se de que ela não pode escutar. — Quero dizer, Ok, eu sei o que significa, mas o que significa pra ela? A última moda de vampiros? Porque Drina não é exatamente uma gótica. Não tenho certeza de que ela está tentando ser, com esses vestidos de seda esculpidos e essas bolsas que combinam com os sapatos. É uma seita? Algum tipo de sociedade secreta? E sem começar a falar naquela inflamação. Desagradável. E, aliás, não tem nada de normal, como ela pensa. Provavelmente foi isso que a deixou doente.
Eu pressiono meus lábios e o encaro fixamente, sem ter certeza de o quê responder o que dizer a ele e perguntando-me por que continuo tão determinada a guardar os segredos de Christopher. Segredos que lhe daria um novo significado a palavra “assustador”. Segredos que, quando penso nele, não tem nada haver comigo. Mas hesito demais e Christian continua, garantindo que o baú continue fechado, pelo menos por hoje.
— Tudo isso é tão... Doentio — ele estremece.
— O que é doentio? — Anahi pergunta sentando-se subitamente ao meu lado e atirando seu celular dentro da bolsa.
— Não lavar as mãos depois de ir ao banheiro — esquiva-se Christian.
— E é disso que vocês estão falando? — Ela nos olha suspeitosamente. — E supõe-se que eu acredite nisso?
— Eu estou te dizendo, Dulce se recusa a usar o sabão e eu estava tratando de adverti-la dos perigos a que ela se expõe e a nós também — ele balança a cabeça e olha para mim.
Eu reviro meus olhos, meu rosto tornando-se carmesim, mesmo sabendo que não é verdade.
Observando enquanto Anahi procura em sua bolsa, vagando pelos tubos de batom, cacheador de cabelos sem fio, pastilhas de menta sem embalagem, até finalmente encontrar um pequeno frasco prateado, destampa e coloca em nossas bebidas uma grande quantidade de um líquido transparente e inodoro.
— Bem, tudo isso é muito divertido, mas é óbvio que vocês estavam falando de mim. Mas quer saber? Estou tão loucamente feliz, que nem me importa — ela sorri.
Eu alcanço sua mão, determinada a evitar que encha demais meu copo.
Desde a noite em que eu vomitei até as tripas no acampamento de líderes de torcida, depois de ter bebido mais do que deveria a garrafa que Rachel contrabandeou para nossa cabana, eu jurei ficar longe de Vodka.
Mas quando a toco, me encho de terror, vendo um flash de um calendário em minha frente com a data de 21 de dezembro circulada em vermelho.
— Deus, relaxa. Deixa de ser tão rígida. Viva um pouco, que tal? — Ela balança a cabeça e revira os olhos. — Não vão me perguntar por que estou tão feliz?
— Não, porque sei que nos dirá de qualquer jeito — Christian disse, deixando seu prato depois de ter comido todas as proteínas e deixado o restante para os pombos.
— Tem razão, Christian, absolutamente têm razão. Mas de qualquer maneira, é bom quando as pessoas perguntam. Enfim, essa foi Drina. Ainda está em Nova York desfrutando de uma grande exposição de lojas. Inclusive comprou muitas coisas pra mim, se podem acreditar — ela nos olha com seus olhos enormes, mas como não respondemos, ela fecha a cara e continua falando. — Enfim, ela lhes mandou “oi”, mesmo vocês nem se importando em responder e não acreditem que ela não percebeu — ela disse, olhando-nos com a testa franzida — Mas ela voltará logo e acaba de me convidar para uma festa e estou ansiosa para ir!
— Quando? — Lhe pergunto, tentando fazer com que minha voz não saia cheia de pânico embora seja assim que eu me sinto. Perguntando-me se será em 21 de dezembro.
Mas ela só sorri e diz que não com a cabeça.
— Sinto muito, não digo. Prometi não dizer nada.
— Por quê? — Christian e eu perguntamos ao mesmo tempo.
— Porque é super exclusivo, somente para convidados e eles não querem que apareçam pessoas que não foram convidadas.
— E é assim que nos vê? Como penetras de festas?
Anahi dá de ombros e toma um bom gole de sua bebida.
— Isso não está certo — Christian balança a cabeça. — Nós somos os seus melhores amigos, então por lei, tem que nos contar.
— Não desta vez — Anahi disse. — Jurei guardar segredo. Apenas saibam que eu estou tão animada que poderia explodir!
Eu a encaro fixamente, ali sentada na minha frente, seu rosto um rubor de felicidade que me deixa de mau-humor, mas minha cabeça me dói tanto, meus olhos realmente estão lacrimejando e sua aura está tão fundida com o resto das outras auras, que eu não posso ler nada.
Tomo um gole de minha bebida, esquecendo da vodka que deixa um rastro de líquido quente em minha garganta, percorre minhas veias e faz minha cabeça girar.
— Continua doente? — Anahi pergunta, olhando-me com preocupação. — Deveria ir devagar. Talvez não esteja completamente curada.
— De quê? — Lhe pergunto com os olhos entrecerrados, tomando mais um gole e depois outro, enquanto meus sentidos vão enfraquecendo um pouco mais a cada gole.
— O resfriado com as febres e os sonhos! Se lembra de quando desmaiou aquele dia na escola? Eu disse que todo esse enjoo e náusea era só o começo. Só me prometa que você vai me disser se tiver os sonhos, porque eles são incríveis.
— Que sonhos?
— Não te disse?
— Não detalhadamente — eu tomo outro gole, notando como minha cabeça se sente embaçada e livre. Livre de todas as visões, dos pensamentos aleatórios, das cores e dos sons que de repente se encolhem e desaparecem subitamente.
— Eram selvagens! E não se envergonhe, mas Christopher esteve em alguns deles, mas não era como qualquer coisa que aconteceu. Não era esse tipo de sonho. Era como se ele estivesse me salvando, como se ele estivesse lutando contra as forças do mal para salvar a minha vida. Bem bizarro — ela ri. — Ah, e falando dele, Drina viu Christopher em Nova York.
Eu olho fixamente para Anahi, meu corpo tornando-se frio apesar de que o álcool está circulando dentro de mim. Mas quando tomo outro gole, o frio vai embora, levando com ele minha dor e minha ansiedade.
Então eu tomo outro.
E depois outro.
Então olho fixamente pra ela e digo:
— Por que me disse isso?
Mas Anahi só dá de ombros.
— Drina queria que você soubesse.