Fanfics Brasil - Trinta e cinco 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais)

Fanfic: 3ª Temporada -Terra de Sombras (os imortais) | Tema: Vondy


Capítulo: Trinta e cinco

355 visualizações Denunciar


emily14: Não é?


tatyellevondy: Fica tranquila um dia a Dul cria juizo, kkkk




 


 

Passo correndo pela porta, impaciente para subir e mostrar para Maite meu pirulito do dia dos namorados, esse que fez o sol brilhar, os pássaros cantarem, deixou meu dia de pernas por ar mesmo quando havia rejeitado tudo o que tinha haver com o remetente.

 

Mas quando a vejo sentada sozinha no sofá, segundos antes de se virar e me ver, vendo-a ali tão pequena e sozinha, me lembrou o que Ava disse. “Que tinha dito adeus a pessoa errada”.

 

O ar saiu bruscamente de mim.

 

— Hey — disse olhando-me — nunca vai acreditar o que acabo de ver na Oprah. Um cachorro sem as patas da frente e mesmo assim pode...

 

Deixo cair minha bolsa no chão e me sento ao lado dela, pegando o controle e colocando no mudo.

 

— O que foi? — Me disse franzindo o cenho, por eu ter silenciado a Oprah.

 

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto.

 

— Um, estendida no sofá, esperando você chegar em casa... — revira os olhos e mostra a língua. — Duh.

 

— Não, me refiro a por que você está aqui? Por que não esta em algum outro lugar?

 

Ela torce a boca e se vira para a TV, seu corpo tenso, rosto impassível, preferindo a Oprah muda do quê a mim.

 

— Por que não está com mamãe, papai e Buttercup? — Pergunto, vendo como seu lábio inferior começa a tremer, a princípio suavemente, mas depois, um tremor completo, fazendo-me sentir tão mal que tenho que forçar as palavras para poder continuar. — Maite — me detenho, engolindo duramente. — Maite, acho que você não deveria voltar aqui nunca mais.

 

— Está me expulsando? — Se coloca de pé em um salto, com seus olhos bem abertos.

 

— Não, nada disso, apenas...

 

— Você não pode me proibir de te visitar, Dulce! Posso fazer o que eu quiser! Qualquer coisa! E não há nada que você possa fazer! — Disse, balançando a cabeça e andando pela sala.

 

— Estou ciente disso — digo — mas eu não acho que deva te incentivar a isto.

 

Ela cruza os braços e aperta os lábios fortemente, deixando-se cair no sofá, lançando sua perna para frente e pra trás, como faz quando está zangada, aborrecida, frustrada, ou todos de uma vez.

 

— É só que, bem, por um tempo parecia que você estava ocupada com alguma coisa, em algum outro lugar, e parecia tão feliz com isso. Mas agora parece que você passa todo o tempo aqui novamente e me pergunto se é por minha causa. Porque mesmo não suportando a idéia de não ter você por aqui, é mais importante a sua felicidade. Espionando vizinhos e celebridades, vendo Oprah e me esperando, bem, não acho que seja a melhor maneira de estar — paro, tomando respiração, desejando não ter que continuar, mas sabendo que tenho que fazer. — Porque embora vê-la seja uma das melhores partes do meu dia, não posso deixar de pensar que exista outro lugar melhor para você estar.

 

Ela continua olhando a TV enquanto olho para ela, sentada em silêncio até que finalmente disse:

 

— Para sua informação sou feliz, estou perfeitamente bem e feliz — balança a cabeça e revira os olhos, cruzando os braços sobre o peito. — Às vezes vivo aqui, e outras vezes vivo em outro lugar. Em um lugar chamado Summerland, no qual é bastante impressionante, no caso de você não se lembrar — ela dá uma espreitada em mim.

 

Eu confirmo. Oh, definitivamente eu me lembro.

 

Ela encosta-se à almofada e cruza suas pernas.

 

— Então, o melhor de ambos os mundos, certo? Qual é o problema?

 

Eu pressiono meus lábios e a olho, não me deixando convencer por seus argumentos, acreditando que estou fazendo a coisa certa, a única coisa.

 

— O problema é este, acho que exista um lugar melhor, algum lugar onde mamãe, papai e Buttercup estão esperando você...

 

— Escute, Dulce — ela me corta — sei que pensa que estou aqui porque eu queria ter trezes anos e como isso nunca vai acontecer estou fazendo através de você. E sim, pode ser que seja verdade, mas nunca parou pra pensar que também não posso te deixar? — Me olha, seus olhos piscando rapidamente, mas quando começo a falar ela levanta a mão e continua — no começo os segui, bem, eles eram os pais e pensei que também deveria ir, mas quando vi que você tinha ficado, voltei para te encontrar, mas quando cheguei lá, você já tinha ido, não fui capaz de encontrar a ponte outra vez e então fiquei presa. Mas então conheci algumas pessoas que tinham estado ali durante anos, bem, a versão da terra para anos, e eles me mostraram o lugar...

 

— Maite... — começo, mas ela me corta bruscamente.

 

— E pra que você saiba, tenho visto mamãe, papai e Buttercup, e estão bem. Aliás estão melhor que bem, estão felizes. Só desejam que você pare de se sentir culpada todo o tempo. Podem vê-la. Você sabe disso, certo? Simplesmente você não pode vê-los. Você não pode ver aqueles que já cruzaram a ponte, só pode ver os que são como eu.

 

Mas não me importa a quem posso ver ou não ver. Fiquei na parte sobre eles quererem que eu pare de me sentir culpada, mesmo sabendo que só estão sendo amáveis e paternalistas, tentando aliviar minha culpa. Porque a verdade é que o acidente foi culpa minha. Se não tivesse feito meus pais voltar para que eu pudesse pegar esse estúpido agasalho do acampamento para animadoras Pinecone Lake que tinha esquecido, nunca teríamos estado naquele lugar, naquela estrada, no exato momento em que esse estúpido cervo correu na frente do carro obrigando meu pai desviar de repente, descendo o barranco, chocando-se contra a árvore e matando todo mundo menos a mim.

 

Minha culpa.

 

Toda ela. Inteiramente minha.

 

Mas Maite balança a cabeça negativamente e diz:

 

— Se a culpa tem que ser de alguém seria de papai, porque todo mundo sabe que não tem que desviar quando um animal sai correndo enfrente ao seu carro. Supõe-se que deveria batê-lo e seguir. Mas você e eu sabemos que ele nunca faria isso, ou seja, ele tentou salvar a todos, mas no final só salvou o cervo. Além do mais, talvez a culpa seja do cervo, quero dizer, ele não tinha nada o que fazer na estrada, quando tem uma floresta perfeitamente boa para viver dentro. Ou quem sabe a grade de proteção por não ser tão forte, firme, de um material mais resistente. Ou talvez a culpa seja da marca do carro por falhar na direção e ter uns freios de merda. Ou talvez... — ela para e me olha. — A questão é, que não é culpa de ninguém. Aconteceu assim. Aconteceu da forma que se supunha que teria que acontecer.

 

Eu desabo para trás soluçando, desejando poder acreditar nisso, mas não posso.

Conheço a verdade melhor que ela. Sei a verdade.

 

— Todos nós sabemos, e aceitamos. Então agora é hora de você saber disso e aceitar também. Aparentemente não era a sua hora.

 

Mas era minha hora. Christopher trapaceou e eu fui para um longo passeio!

 

Engulo duramente e olho para a TV. Oprah já havia terminado e o Dr. Phil está em seu lugar...

 

Uma cabeça calva e brilhante e uma boca grande que nunca para de se mover.

 

— Se lembra quando eu estava transparente? Isso era porque eu estava me preparando para cruzar. Todos os dias me aproximava mais e mais do outro lado da ponte. Mas justo quando decidi seguir em frente foi quando pareceu que mais precisava de mim. E não pude suportar te deixar... ainda não posso suportar te deixar — disse.

 

Embora eu realmente queira que ela fique. Já lhe roubei uma vida. Não quero roubar sua vida depois da morte.

 

— Maite, está na hora de ir — digo, sussurrando tão suavemente que parte de mim esperava que ela não tivesse ouvido. Mas uma vez que eu disse, sei que é o certo a se fazer e digo outra vez mais alto, as palavras soando mais convincentes. — Acho que deveria ir — repito, sem acreditar no que meus ouvidos estão escutando.

 

Ela se levanta do sofá, seus olhos abertos e tristes, seus cílios brilhando com lágrimas cristalinas. E então volto a engolir duramente e digo:

 

— Você não tem nem idéia do quando tem me ajudado. Não sei o que teria feito sem você. Você é a única razão de me levantar todo dia e colocar um pé na frente do outro. Mas estou melhor agora e é hora de você... — me detenho, com as palavras bloqueadas em minha garganta, incapaz de continuar.

 

— Mamãe disse que eventualmente acabaria me mandando de volta — ela sorri.

 

Olho para ela, perguntando-me o quê ela quis dizer.

 

— Ela disse, "Algum dia sua irmã finalmente crescerá e fará o correto.

 

E no momento em que ela disse, nós duas começamos a rir. Rindo do absurdo da situação. Rindo da tendência de nossa mãe ao dizer “algum dia crescerá e...

___________”. Rindo para aliviar da tensão e da dor de dizer adeus. Rindo por causa da sensação de bem-estar. E quando as risadas começam a ceder, olho para ela e digo:

 

— Mesmo assim virá verificar e dizer um oi de vez em quando, certo?

 

Ela balança a cabeça negativamente e olha para o outro lado.

 

— Duvido muito que você possa me ver, já que não pode ver nem mamãe e nem papai.

 

— E quanto a Summerland? Eu posso te ver lá? — Pergunto, pensando que posso voltar a Ava e ela pode me ensinar a remover o escudo, mas somente para visitar a Maite em Summerland, para nada mais.

 

Ela dá de ombros.

 

— Não tenho certeza. Mas farei o melhor que puder para enviar algum sinal, algo para que você possa saber que eu estou bem, algo especificamente de mim.

 

— Como o quê? — Pergunto em pânico porque já estou vendo-a desaparecer. Não esperava que ocorresse tão depressa. — E como saberei? Como posso saber que é de você?

 

— Confie em mim, você saberá — ela sorri, dando-me adeus enquanto desaparecia.


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): HellenCristyn

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

No momento em que Maite se vai, eu caio no choro, sabendo que fiz o certo, mas ainda sim desejando que não doesse tanto. Permaneço assim por algum tempo, encolhida sobre o sofá, meu corpo apertado como uma pequena bola, lembrando tudo o que ela disse sobre o acidente e que não era minha culpa. Mas embora queira acreditar nisso, sei que não ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 151



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Girl Postado em 26/01/2017 - 18:27:15

    mulher lembra de mim? te mandei uma mensageem vê láaa

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:59:10

    PS : vc sabe me indicar filmes e series super legais pra mim assistir ?

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:57:35

    CONTINUUUUUUUAAAAA PELO AMOR DE DEUS

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:56:53

    em quarto e ultimo lugar eu vou implorar pra vc continuar

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:55:58

    vc é super talentosa vc tem uma imaginaçao incrivel , vc tem futuro escrivendo livros contos etc . Eu queria ter metade do seu talento , mas eu sei que milagres nao acontecem kkkkk

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:53:15

    em terceiro lugar vou elogiar a autora dessa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:52:24

    eu amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amo amoooo essa fanfic super top super legal super espetacular super tudo

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:50:19

    em segundo lugar eu vou declarar meu amor por essa fanfic

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:49:07

    em primeiro lugar me perdoe pelo meu sumiço

  • loucas Postado em 24/01/2016 - 04:48:24

    euuu


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais