emily14: Ai gatinha sempre comentando, voltei para sua alegria, e bem ainda n sei quando será a hot, mas fique tranquila.Fico super feliz que contou, minutos, horas e segundos para hoje kkkkk
tatyellevondy: vc tbm gatinha estou muito felis por vcs duas comentarem, e sim vai abalar nossos corações :(, e como eu disse a hot ainda n foi "marcada"
— Feche os olhos e imagine. Você pode ver?
Eu confirmo com a cabeça, com meus olhos fechados.
— Imagine bem na sua frente. Veja sua textura, forma e cor. Conseguiu?
Eu rio, retendo a imagem em minha cabeça.
— Bem. Agora estenda sua mão e o toque. Sinta seus ombros com a ponta de seus
dedos, segure seu peso na palma de suas mãos, então combine todos os seus sentidos: visão, tato, olfato e sabor. Pode saboreá-lo?
Eu mordo meu lábio e suprimo um sorriso.
— Perfeito. Agora combine isso com o sentimento. Você tem que acreditar que isso existe bem na sua frente. Senti-lo, vê-lo, tocá-lo, prová-lo, aceitá-lo, manifestá-lo — ele disse.
E eu faço isso. Faço todas essas coisas e quando ele geme, abro meus olhos e vejo por mim mesma.
— Dulce. — Ele balança a cabeça. — Era pra você pensar em uma laranja. Isso nem sequer parece uma laranja.
— Não, não há nada frutífero nele. — Eu rio, sorrindo para a minha réplica de Christopher. A réplica que manifestei bem na minha frente, e a versão em carne e osso que tenho ao meu lado. Ambos igualmente altos, escuros e tão devastadoramente lindos, que dificilmente parecem reais.
— O que vou fazer com você? — Pergunta o Christopher real tentando demonstrar um olhar de desaprovação, mas falhando miseravelmente. Seus olhos sempre o traindo, mostrando nada mais que amor.
— Hmmm... — Eu olho meus dois namorados: um real e outro conjurado. — Suponho que poderia vir aqui e me beijar, mas se estiver muito ocupado irei pedir a ele. Não acho que ele se importará.
Começo a me aproximar do Christopher manifestado, rindo quando ele sorri e pisca pra mim, mesmo quando seu contorno esteja desaparecendo e em breve terá ido.
Mas o Christopher real não ri. Ele apenas balança a cabeça novamente e diz:
— Dulce, por favor. Precisa ser mais séria. Há muito para te ensinar.
— Por que tanta pressa? — dou de ombros, abraçando minha almofada e batendo no espaço ao meu lado, desejando que ele se mova de minha mesa para me acompanhar. — Não parece que o que mais temos é tempo? — Rio e quando ele me olha todo meu corpo se aquece, minha respiração se detém em minha garganta e não posso evitar me perguntar se alguma vez me acostumarei a sua incrível beleza, sua pele macia de oliva, seu lustroso cabelo castanho clarp, seu rosto perfeito e seu esbelto e escultural corpo. O perfeito ying escuro para o meu yang louro pálido. — Eu acho que vai encontrar em mim uma estudante bastante entusiasmada — lhe digo enquanto meus olhos encontram-se com os seus, dois poços de insondável profundidade.
— Você é insaciável — ele sussurra, sacudindo sua cabeça e movendo-se junto a mim, tão atraído a mim, como eu estou por ele.
— Estou tratando de repor todo o tempo perdido — murmuro, sempre tão ansiosa por estes momentos, os momentos quando apenas estamos ele e eu e não tenho que compartilhá-lo com ninguém. Mesmo sabendo que temos toda a eternidade pela frente não me faz ser menos gananciosa.
Ele se inclina para me beijar, claramente esquecendo nossa lição. Todos os pensamentos para manifestar, visão remota, telepatia; todos esses assuntos psíquicos substituídos por algo muito mais imediato, enquanto ele me coloca sobre a pilha de almofadas e cobre meu corpo com o seu, ambos fundindo como duas videiras desfrutando do calor do sol.
Seus dedos serpenteiam embaixo de minha blusa e logo se deslizam por meu estômago até a borda do meu sutiã enquanto eu fecho meus olhos e sussurro:
— Te amo — Palavras que uma vez guardei para mim.
Mas depois de dizê-la pela primeira vez, é quase tudo o que digo.
Escuto como geme suavemente enquanto solta o feixe do sutiã, sem muito esforço, tão perfeito, sem qualquer desconforto ou nervosismo.
Cada movimento que faz é tão gracioso, tão perfeito, tão...
Talvez, perfeito até demais.
— O que há de errado? — ele pergunta, enquanto me afasto. Sua respiração está entrecortada enquanto seus olhos buscam os meus. A área ao redor de seus olhos enrijecendo e contraindo-se da maneira que estou acostumada.
— Não há nada de errado. — Lhe dou as costas enquanto ajeito minha blusa, contente de ter completado minha lição de como proteger meus pensamentos, já que é a única coisa que me permito mentir.
Ele suspira e se levanta da cama, negando-me o formigamento de seu toque e o calor de seu olhar enquanto anda pra lá e pra cá na minha frente, e quando ele para e me encara, pressiono meus lábios sabendo o que está vindo. Nós já passamos por isso antes.
— Dulce, não estou tentando te pressionar nem nada disso. Realmente, não estou — ele disse com seu rosto cheio de preocupação. — Mas em algum momento você terá que terminar com isso e aceitar quem sou. Posso manifestar qualquer coisa que você desejar, enviar-te pensamentos por telepatia e imagens cada vez que estamos separados, levá-la a Summerland a qualquer momento. Mas a única coisa que jamais poderei fazer é mudar o passado. É só isso.
Fico parada olhando o chão, sentindo-me pequena, carente e completamente envergonhada. Odiando que seja incapaz de ocultar meus ciúmes e inseguranças, odiando que eles sejam tão transparentes e claramente expostos. Porque não importa que tipo de escudo psíquico crie, não tem efeito. Ele teve seiscentos anos para estudar o comportamento humano -para estudar meu comportamento-, contra meus dezesseis.
— Só... Só me dê um pouco mais de tempo para me acostumar com tudo isso — lhe digo, brincando com um fio solto no meu travesseiro. — Só faz algumas semanas. — Me encolho, recordando como matei a sua ex-esposa, eu disse que o amava, e selaria o meu destino imortal, há menos de três semanas atrás.
Ele me olha com seus lábios tensos e olhos duvidosos, e mesmo estando apenas alguns centímetros de distância, o espaço que nos separa é tão pesado e preocupante, que parece como um oceano.
— Me refiro a esta vida — lhe digo, minha voz acelerando, tornando-se mais alta, tentando chegar ao vazio e aliviar o ambiente. — Como não posso lembrar minhas outras vidas, é tudo o que tenho. Só preciso de um pouco mais de tempo. Ok? — Rio nervosamente, meus lábios sentindo-se dormentes e desajeitados enquanto os mantenho no lugar, expirando aliviada quando ele se senta ao meu lado, levando seus dedos até minha testa, buscando o espaço onde costumava estar minha cicatriz.
— Bem, isso é uma coisa que nunca nos faltará. — Ele suspira, traçando seus dedos na curva da minha mandíbula enquanto se inclina para me beijar, seus lábios fazendo uma série de pausas em minha testa, meu nariz minha boca.
E quando penso que ele me beijará outra vez, ele aperta minha mão e se afasta caminhando diretamente até a porta e deixando em seu lugar uma linda tulipa vermelha.