tatyellevondy: kkkk espero que goste :)
Foi Maite que me ajudou a recuperar minhas memórias. Me guiando através de histórias da infância e me lembrando da vida que costumávamos viver e dos amigos que costumávamos ter, até que tudo começou a voltar. Ela também me ajudou a apreciar minha nova vida no Sul da Califórnia. Porque ver ela ficar tão animada com meu novo quarto legal, meu brilhante conversível vermelho, as incríveis praias, e minha nova escola, me fez perceber que embora não fosse a vida que eu preferia, ainda tinha valor.
E embora a gente ainda brigue e discuta e fique provocando uma com a outra tanto quanto antes, a verdade é, que eu vivo pelas visitas dela. Ser capaz de ver ela de novo me dá uma pessoa a menos para sentir falta. E o tempo que passamos juntas é a melhor parte de cada dia.
O único problema é, que ela sabe disso. Então toda vez que eu toco em assuntos que ela declarou restritos, coisas como: Quando eu vou poder ver mamãe, papai, e Buttercup? E, Aonde você vai quando não está? Ela me pune se afastando.
Mas embora a recusa dela de me contar realmente me incomode, eu sei que não devo insistir.
Não é como se eu tivesse dito a ela que consigo ver auras/ler mentes, ou como isso me mudou, incluindo o jeito que eu me visto.
— Você nunca vai arranjar um namorado vestida desse jeito — ela disse, rindo na minha enquanto me apresso em minha rotina matinal, tentando me aprontar para a escola e sair pela porta – mais ou menos ao mesmo tempo.
— Yeah, bem, nem todos nós podem só fechar os olhos e poof, ter um incrível guarda-roupa — eu digo, enfiando meu pé no meu tênis desgastado.
— Por favor, como se Sabine não fosse entregar o cartão de crédito dela e dizer a você para usar. E qual é a do capuz? Você está numa gangue?
— Eu não tenho tempo para isso — eu digo, pegando meus livros, iPod, e mochila, então me dirigindo para a porta. — Você vem? — eu viro para olhar para ela, minha paciência se acabando enquanto ela franze os lábios e leva tempo para decidir.
— Ok — ela finalmente diz. — Mas só se você pôr a capota para baixo. Eu adoro a sensação do vento no meu cabelo.
— Tudo bem. — Eu vou para as escadas. — Só se certifique de sair quando eu chegar no Christian. Me apavora ver você sentada no colo dele sem permissão.
Até a hora que Christian e eu chegamos na escola, Anahi já está esperando no portão, os olhos dela se arremessando freneticamente, escaneando o campus enquanto ela diz:
— Ok, o sino vai tocar em menos de cinco minutos e ainda nenhum sinal do Christopher. Vocês acham que ele desistiu? — Ela olha para nós, os olhos amarelos bem abertos em alarme.
— Porque ele desistiria? Ele acabou de começar — eu digo, indo em direção ao meu armário enquanto ela caminha ao meu lado, a sola de borracha das botas dela estalando no pavimento.
— Uh, porque a gente não vale a pena? Porque ele é realmente bom demais pra ser verdade?
— Mas ele tem que voltar. Dulce emprestou a ele a cópia dela do O morro dos ventos uivantes, o que significa que ele tem que devolver — Chirstian diz, antes de eu poder impedir ele. Eu balanço minha cabeça, e viro a combinação do meu armário, sentindo o peso dos olhos de Anahi quando ela diz:
— Quando isso aconteceu? — Ela põe as mãos nos quadris e me encara. — Porque você sabe que eu o reivindiquei, certo? E porque eu não fui informada? Porque ninguém me contou sobre isso? Da última vez que eu ouvi você nem tinha visto ele.
— Oh, ela o viu muito bem. Eu quase tive que discar para o 192 , ela surtou. — Christian ri. Eu balanço minha cabeça, fecho meu armário, e vou andando pelo corredor.
— Então deixa eu ver se entendi direito; você é mais um problema do que uma ameaça? — Anahi me encara com olhos estreitos, cheios de delineador, o ciúme dela transformando a aura dela em um tedioso verde.
Eu respiro fundo e olho para eles, pensando em como se eles não fossem meus amigos, eu diria a eles o quão ridículo tudo isso é. Eu quero dizer, desde quando você pode reivindicar outra pessoa? Além do mais, não é como se eu fosse toda disponível para encontros com minha situação atual de ouvir vozes, ver auras, e usando camiseta esportiva larga. Mas eu não digo nada disso. Ao invés disso eu só digo:
— Sim eu sou um problema. Eu sou um horrível problema esperando para acontecer. Mas não sou uma ameaça. Principalmente porque eu não estou interessada. E eu sei que isso provavelmente é difícil de acreditar, com ele sendo tão lindo e sexy e gostoso e combustível ou seja, como for que você chame ele, mas a verdade é que, eu não gosto de Chistopher Uckermann, e eu não sei de que outra forma dizer!
— Um, eu não acho que você precise dizer mais nada — Anahi murmura, o rosto dela congelado enquanto ela olha diretamente para frente.
Eu sigo o olhar dela, até onde Chirstopher está parado, com seu cabelo castanho brilhante, olhos suaves, incrível corpo, e sorriso sábio, sentindo meu coração pular duas batidas enquanto ele mantém a porta aberta e diz:
— Hey Dulce, primeiro você.
Eu corro em direção a minha mesa, evitando por pouco a mochila que Stacia coloca no meu caminho, enquanto meu rosto queima de vergonha, sabendo que Chistopher estava logo atrás de mim, e que ele ouviu cada palavra horrível que eu disse.
Eu jogo minha mochila no chão, deslizo para o meu assento, ergo meu capuz, e ligo meu Ipod, esperando diminuir o barulho e desviar o que acabou de acontecer, me assegurando que um cara como esse – um cara tão confiante, tão lindo, tão completamente incrível – é legal demais para se incomodar com palavras descuidadas de uma garota como eu.
Mas quando eu começo a relaxar, eu sinto um choque devastador – uma carga elétrica infundindo minha pele, batendo nas minhas veias, e fazendo meu corpo todo formigar.
E é tudo porque Chistopher colocou sua mão sobre a minha.
É difícil me surpreender. Desde que eu me tornei psíquica, Maite é a única que consegue fazer isso, e acredite em mim, ela nunca cansa de encontrar jeitos novos. Mas quando eu olho da minha mão para o rosto de Chirstopher, ele só sorri e diz:
— Eu queria devolver isso. — E então ele me dá a minha copia do Omorro dos ventos uivantes.
E embora eu saiba que isso parece estranho e mais do que um pouco maluco, no momento que ele falou, a sala toda ficou silenciosa. Sério, como se num momento estivesse cheio de sons de pensamentos aleatórios e vozes, e no próximo:____.
Ainda sem saber o quão ridículo é, eu balanço minha cabeça e digo:
— Tem certeza que não quer ficar com ele? Porque eu não preciso, eu já sei o final. — E embora ele tenha tirado a mão dele da minha, é um momento antes de todo formigamento morrer.
— Eu sei como termina também — ele diz, olhando para mim em um jeito tão intenso, tão insistente, tão íntimo, que eu rapidamente desvio o olhar.
E quando estou prestes a recolocar meus fones de ouvido, para que eu possa bloquear o som dos comentários cruéis de Stacia e Honor, Chirstopher coloca sua mão de volta na minha e diz:
— O que você está ouvindo?
E a sala toda fica silenciosa de novo. Sério, por aqueles breves segundos, não existe onda de pensamentos, nenhum sussurro apressado, nada a não ser o som da voz doce e lírica dele. Eu quero dizer, quando aconteceu antes, eu achei que tinha sido algo comigo. Mas dessa vez eu sei que é real. Porque embora as pessoas ainda estejam falando e pensando e fazendo todo tipo de coisa normal, tudo está completamente bloqueado com o som das palavras dele.
Eu dou uma olhada, notando como meu corpo ficou todo quente e elétrico, me perguntando o que poderia estar causando isso. Eu quero dizer, não é como se eu não tivesse tido minha mão tocada antes, embora eu ainda não tenha experimentado nada remotamente parecido com isso.
— Eu perguntei o que você está ouvindo. — Ele sorri. Um sorriso tão privado e íntimo, que eu sinto meu rosto corar.
— Oh, um, é só uma mistura gótica que minha amiga Anahi fez. É principalmente velho, coisa dos anos 80, você sabe como o Cure, Siouxsie e os Banshees, Bauhaus.
— Você gosta de coisas góticas? — ele pergunta, as sobrancelhas erguidas, olhos céticos, olhando para meu longo rabo de cavalo vermelho, camiseta azul escura, e pele sem maquiagem e limpa.
— Não, na verdade não. Anahi gosta. — Eu rio – um som nervoso e quebrado – que batem nas quatro paredes de volta para mim.
— E você? Você gosta? — Os olhos dele ainda em mim, o rosto claramente divertido.
E quando estou prestes a responder, o Sr. Robins entra, as bochechas dele vermelhas e coradas, mas não pela caminhada como todos pensam. E então Chistopher se senta para trás em seu assento, e eu respiro fundo e baixo meu capuz, me afundando de volta no som familiar de angústia, preocupação com provas, e problemas com imagem corporal, dos adolescentes, os sonhos acabados do Sr. Robin, e Stacia, Honor, e Craig todos se perguntando o que um cara gostoso poderia ver em mim.