gabriellemarinho: Receio ter demorado gatinha
Demorei mais voltei!!!!
Eu estacionei perto Shake Sack (*é estilo uma lanchonete) e segui em direção ao mar sentindo o caminho sinuoso no escuro, determinada a achar a caverna secreta do Christopher, mesmo que eu tenha estado lá apenas uma vez, o que aconteceu de ser uma outra vez que chegamos realmente perto de fazer. E nós teríamos mesmo, se não fosse por mim. Eu acho que eu tenho uma longa história de apertar os freios quando estamos no momento crucial. Ou isso, ou eu acabo morrendo.
Então obviamente, eu estava esperando que essa noite fosse diferente. Mas no momento em
que meu pé bateu na areia e fez meu corpo cair no seu esconderijo, eu me decepciono ao ver
que estava tudo muito parecido de como tínhamos o deixado: cobertores e toalhas empilhadas na esquina, as pranchas encostadas na parede, um terno molhado em cima da cadeira – mais nada de Christopher.
E com apenas um lugar que faltava na minha lista, eu cruzei meus dedos e corri para o carro,
espantada pela forma que meu corpo se mexia, com velocidade e graça, o jeito que meus pés
tocavam a areia cobrindo a distância tão rápido, eu tinha recém começado a correr e eu já
estava pulando para dentro do meu carro, imaginando a quanto tempo eu era capaz de fazer
isso, e que outros poderes imortais eu podia ter.
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Quando eu cheguei no portão, Sheila, a segurança do portão que estava tão acostumada a me
ver por aqui, eu estou na lista permanente de convidados de Christopher, apenas sorrio pra mim e me mandou seguir em frente. Eu dirijo até o morro da casa dele, e estacionei na sua garagem, a primeira coisa que eu percebi é que todas as luzes estavam desligadas. E quando eu digo todas, eu digo todas elas, incluindo aquela que fica sobre a porta que ele sempre deixa ligada.
Eu sentei no Bug com a ré engatada enquanto eu olhava aquelas janelas frias e negras. Parte
de mim queria arrombar a porta subir as escadas e entrar no seu quarto ”especial” – aquele
onde ele guarda as lembranças dos seus momentos mais preciosos – o retrato dele pintado
por Picasso, Van Gogh e Velazquez, junto com pilhas de coisas raras, primeiras edições,
relíquias de seu passado, tudo junto em uma sala dourada. Enquanto a outra parte prefere
ficar aqui, sabendo que eu não preciso entrar para ter certeza de que ele não está lá.
O frio do lado de fora, com suas paredes coberta de pedras, telhas e janelas, é completamente desprovido de sua presença calorosa.
Eu fecho meu olhos, tentando lembrar das ultimas palavras que ele falou – alguma coisa a ver com pegar o carro, então assim poderíamos fazer um caminho mais rápido. Claro que ele disse nós – que nós deveríamos fazer um caminho mais rápido para que nós finalmente pudéssemos ficar juntos – nossos 400 anos de busca sancionada nessa noite perfeita.
Eu quero dizer, ele não poderia estar procurando um caminho mais rápido para longe de mim – poderia?
Eu respirei fundo e sai do carro, sabendo que o único jeito de ter respostas é continuar se
mexendo. As solas dos meus sapatos estavam molhadas e frias escorregando na calçada
coberta de carvalhos eu tateei pela chave, lembrando mais tarde que eu a deixei em casa,
nunca sonhei que precisaria dela esta noite, de todas as outras. Eu parei na frente da porta
principal memorizando o seu arco, os acabamentos em mogno, e esculturas entalhadas em
negrito, antes de fechar meus olhos e imaginar outra como essa. Vendo minha porta
imaginaria destrancar e abrir, eu nunca tinha tentado fazer isso antes, mais eu sei que é
possível porque eu vi Christopher destrancando o portão da escola – um portão que tinha sido meticulamente trancado alguns momentos antes.
Mais então eu abri meus olhos de novo, tudo que eu fiz foi manifestar outra gigante porta de madeira e sem ter idéia como me livrar disso -até agora eu só manifestei coisas que eu queria ficar- . Me apoiei sobre a parede e inclinei minha cabeça para traz. Tem uma janela na cozinha, uma que fica atrás da pia, que ele sempre deixa destrancada! Então após apoiar meus dedos na janela, eu me arrasto sobre a pia, que está cheia de copos vazios antes de pular para o chão, meus pés com um baque surdo, eu me pergunto se invasão se aplica a namoradas também.
Eu olho ao redor da sala, na mesa e cadeiras de mogno, o rack de panelas inoxidáveis e de alta tecnologia, a cafeteira, liquidificador, a espremedora de laranjas – tudo parte da coleção de uma cozinha moderna que o dinheiro pode pagar -ou Christopher pode manifestar- tudo
cuidadosamente selecionado para dar a aparência de normal, tudo como: acessórios e uma
linda decoração de uma casa modelo, perfeitamente usáveis e completamente sem uso.
Eu olhei dentro da sua geladeira, esperando ver uma quantidade abundante se suco vermelho, só que eu achei apenas algumas garrafas em vez disso. E quando eu entro na copa, o lugar que ele prepara as novas garrafas de suco, fermentava ou marinava o que quer que seja que ele faça em 3 dias no escuro, estava quase vazio também. Eu parei ali, encarando a meia-dúzia de garrafas, meu estômago se apertou, meu coração acelerou, sabendo que alguma coisa estava terrivelmente errada. Christopher é sempre tão obsessivo em manter muitas garrafas de suco –especialmente agora que ele é responsável em me fornecer também – ele nunca permitiria que as coisas chegassem a esse ponto.
Mais ai de novo, ele vem passando por um bocado de coisas terríveis ultimamente, e ele está
bebendo tanto desse suco que seu consumo duplicou. O que parece bom em teoria, claro,
mais não é plausível. Quero dizer, quem eu estou enganando? Christopher é extremamente
organizado com essas coisas, até chato de tanta obsessão. Ele nunca deixaria sua obsessão
com o suco de lado – nem por um dia. Não ao menos que alguma coisa estivesse terrivelmente ruim.
Mesmo que eu não tenha nenhuma prova, eu só pelo meu instinto que eles está agindo tão
estranho ultimamente – com a sua aparência branca que é tão impossível de perder não
importa o quão rápido ela se vai, sem mencionar o suor, as dores de cabeça, a dificuldades
de manifestar objetos comuns, ou acessar o portar a Summerland – bom, quando colocados
desse jeito, é claro que ele está doente.
Só que, Christopher não pode ficar doente.
Mais quando eu vi ele furar o dedo nas rosas, eu que logo depois ele estava curado.
Mais ainda assim, é bom começar a ligar para os hospitais – só para ter certeza. -
Exceto, claro, que Christopher nunca iria a um hospital. Ele veria isso como um sinal de fraqueza, derrota. Ele é mais do jeito que rastejaria como um animal ferido, Escondido em algum lugar em que ele pudesse ficar sozinho. Só que ele nunca teria ferimentos, porque ele se cura instantaneamente. Ele também nunca se esconderia sem me dizer primeiro. Então de novo, eu estava convencida que ele não tinha corrido de mim, e vi como isso mudava.
Eu olhei dentro das suas gavetas, procurando pelas paginas amarelas, - outro acessório, na
minha busca de parecer normal. Porque é verdade, Christopher nunca iria por si mesmo ao
hospital, mais se ouve um acidente, ou outro evento fora do seu controle, é possível que outra pessoa o levasse sem o seu consentimento.
E enquanto isso contradiz completamente a história de Alfonso - provavelmente falsa - de ver Christopher corer para longe, isso não me impediu de ligar para os hospitais em Orange Country, pedindo se Christopher Uckermann foi internado, e chegando cada vez mais vazio.
Quando liguei para o ultimo hospital, eu considerei chamar a polícia, mais logo mudei de idéia. Quero dizer, o que eu deveria dizer ? Que meu namorado imortal de 600 anos está desaparecido? Eu teria muito mais chance de andas pela Coast Highway procurando pela BMW preta, com película escura e um bom motorista dentro, uma agulha no palheiro, como no seriado Laguna Beach.
Ou, eu poderia sentar aqui, sabendo que ele teria que vir para cá eventualmente.
E quando eu subo as escadas para o quarto dele, eu me conforto porque, mesmo que eu possa não estar com ele, eu posso estar com as suas coisas. Quando eu cheguei lá, me sentei no sofá de veludo, olhando as coisas que ele mais prioriza, esperando que eu continue sendo uma delas.
Acho que perdi o jeito meninas, kkk