Elas me levaram por uma série de ruas, as duas marchando lado a lodo, os seus passos tão medidos, tão rápidos que eu corro pra acompanhar. Nós passamos por vendedores que vendiam todo tipo de biscoitos – tudo feito a mão, pequenas velas e brinquedos de madeira – os seus donos cuidando desses produtos embalados cuidadosamente, oferecendo apenas um tipo de palavra gentil ou um sorriso em troca. Nós caminhamos aos lados das bancas de frutas, lojas de doce, e algumas boutiques, antes de parar em uma esquina onde uma carruagem puxada por cavalos atravessa na nossa frente seguida por um motorista em um Rolls Royce.
E quando eu estou prestes a perguntar como todas essas coisas podem existir em um único lugar, como edifícios antigos podem estar ao lado dos mais modernos prédios. Romy me olha e diz:
— Eu já lhe disse. Summerland tem tudo o que é possível. E desde que pessoas diferentes, desejam coisas diferentes, tudo o que você pode imaginar, já foi trazido a existência.
— Então tudo isso foi manifestado? — Eu falei, olhando incrédula ao meu redor, Romy dá de ombros e Rayne me olhou, e continuou andando. — Mas quem manifestou essas coisas? Eles são visitantes que nem eu? Eles estão vivos ou mortos?
Eu olho entre Romy e Rayne, sabendo que minhas perguntas se aplicam a elas também, porque mesmo sabendo que elas parecem normais por fora, tem alguma coisa bem estranha sobre elas, alguma coisa misteriosa – e sem tempo também.
E quando eu pouso meus olhos em Romy, Rayne decide dirigir-se a mim pela primeira vez no dia, falando.
— Você desejou achar os templos então nós estamos lhe ajudando. Mas não faça confusão, nós não temos obrigação de responder suas perguntas. Algumas coisas em Summerland não são da sua conta.
Eu engulo seco, olhando pra Romy e perguntando se ela vai entrar e pedir desculpas pela sua irmã, mas ela só nos leva para outro poço de uma rua povoada, em um corredor vazio de uma avenida vazia ela para antes de um lindo prédio.
— Me diga o que você vê — ela disse, as duas parando perto de mim.
Eu parei suplicante na frente do prédio glorioso diante mim, meus olhos se molharam e minha boca se abriu, vendo as belas esculturas elaboradas, seu grande telhado inclinado, suas colunas que institui a sua impressionante porta da frente, e todas as suas vastas paredes, e suas rápidas mudanças e transformações, evocando imagens do Parthenon, o Taj Mahal, as grandes pirâmides de Gizé, o templo de Lótus, minha mente cambaleando com as imagens como a construção formula e reformula até que os maiores templos do mundo e os desejos são claramente representados na sua fachada.
Eu vejo – eu vejo tudo! Eu não tinha palavras para expressar. A beleza impressionante diante mim me deixou sem palavras. Eu virei para Romy, imaginando se ela vê o que eu vejo, e vendo quando ela aperta forte o braço de Rayne e diz:
— Eu te falei!
— O templo é construído de energia, amor e conhecimento, todas as coisas boas. — Ela sorri. — Aqueles que conseguem ver, podem entrar.
No segundo em que eu a escuto dizer isso, eu começo a subir os grandes degraus de mármore, mal podendo esperar para fazer parte disso, ansiosa para vê-lo por dentro. Mais só quando eu cheguei perto da enorme porta dupla, eu viro e falo:
— Vocês não veem?
Rayne só me encara, com os olhos cerrados e suspeitos, desejando que nunca tivesse que se preocupar comigo. Enquanto Romy balança a cabeça e diz:
— Suas respostas estão aí dentro, você não precisa mais de nós.
— Mas por onde eu começo?
Romy olha para a sua irmã, um pequeno impasse entre as duas, então ela vira para mim e diz:
— Você deve procurar pelos registros de akashic. Eles são um registro permanente de tudo o que já foi dito, pensado ou feito – ou o que nunca foi dito, pensado e feito. Mais você só vai encontrá-los se você tiver que encontrá-los, se não
Ela dá de ombros, querendo deixar assim mesmo, mais ela viu o meu olhar de pânico, o que a levou a continuar.
— Se você não tiver que encontrá-los, você não vai. Simples assim.
Eu fiquei parada ali, pensando como isso não foi nada reconfortante, sentindo quase alivio quando as duas se viraram para ir.
— E agora nós devemos ir, Srta. Dulce Maria — ela disse, usando meu nome completo, mesmo eu tendo
certeza que nunca o mencionei. — Eu tenho certeza que nos encontraremos novamente.
Eu assisti elas se moverem para longe, lembrando da minha última pergunta eu disse:
— Mas como eu faço para voltar pra casa? Você sabe... Uma vez que eu tenha terminado por aqui.
Vendo Rayne xingando baixo e Romy virando, aparentemente sorrindo quando ela disse:
— Do mesmo jeito que você veio. Pelo portal, claro.