Fanfic: Eu preciso de você

Minha vontade era sair correndo pro meu quarto, deitar na minha cama e chorar como uma imbecil, mas eu sabia que aquilo denunciaria demais que eu estava com ciúme, e aquilo não era o que eu queria, eu poderia muito bem chorar quando eles fossem embora. Respirei fundo e sequei minhas lágrimas rapidamente, se ele me visse chorar assim se acharia muito importante, e de fato ele era, mas não precisava saber disso. 

- Hey Anahí, posso falar com você? - Era Alfonso. Fiquei com vontade de chorar outra vez quando ele disse Anahí, eu odiava que ele me chamasse de Anahí. 

- Você vai respeitar se eu falar que não? - Perguntei com os braços cruzados - E você garota, não sai de trás dele não? Credo, parece uma sombra. - Eles estavam de mãos dadas, e aquilo me irritava. Dulce María apenas me olhou com aquela cara de assustada dela que já nem estava me convencendo mais. 

- Dul, fica aqui com o Chris, eu já volto, tá? - Eu quase vomitei quando ele deu um selinho nela, foi ridículo. Assim que ele tirou sua boca da dela, o que pra ele com certeza foi um alívio, ele me puxou pra um canto, e não foi nada carinhoso, ao contrário, ele praticamente arrancou meus maravilhosos braços 

- Tem certeza que vai deixar sua namoradinha perfeita com o galinha do Christopher? Olha que ele não perde uma. - Realmente, Dulce María e Christopher fariam um bom casal, os dois são insuportáveis, ela é uma mosca morta e ele é um safado, acho que os dois se "concertariam", mas talvez não tivesse concerto. 

- Em confio nela. - Ele respondeu secamente, me fazendo outra vez querer chorar.

- Já te passou pela cabeça que as santas podem esconder víboras? - Ele sorriu ironicamente, e tive vontade de bater nele, eu definitivamente odiava esse sorriso. 

- Você não conhece a Dul. - Eu fiz uma careta.

- Então está mesmo apaixonadinho pela Dul? - Debochei. 

- Eu a amo como nunca amei ninguém, ela é incrível, não sei Anahí, ela me encanta. - Sorri cinicamente. - E foi pra isso que te chamei aqui, quero dizer que não adianta você querer jogar veneno pra cima dela, nos amamos e é isso que basta para um relacionamento dar certo, o amor. E se eu souber que você tentou de alguma forma faze-la sofrer pode ter certeza que você sofrerá também. - Mordi os lábios para não começar a chorar, ele a amava e aquilo era muito óbvio. 

- Eu posso não conhecer sua namorada, mas se você acha que eu vou gastar meu tempo fazendo alguém sofrer significa que você também não me conhece. - Virei de costas e segui para a sala, todos os lugares estavam ocupados, então sentei na escada. Reparei que ninguém me olhava, então eu poderia chorar de cabeça abaixada que estaria tudo bem. Não era possível dessa vez segurar as lágrimas, Alfonso estava me tratando com indiferença, ele que sempre foi o cara mais importante pra mim, ele que foi meu primeiro namorado, ele que eu sempre amei. A pior coisa do mundo, e agora eu sei bem disso, é você amar uma pessoa e ela te tratar com indiferença.

- Anahí, tudo bem? - Virei o rosto e Dulce María estava ao meu lado na escada perguntando se tudo estava bem, irônico isso, não?