Fanfic: Stay With Me-Uma Nova História | Tema: Divergente

P.O.V Cass 

Estamos sentados com os outros iniciandos em um corredor escuro.Os iniciandos nascidos na Audácia treinarão conosco agora.Foi isso que Quatro nos disse antes de desaparecer para dentro de uma porta. 
-E então-diz Lynn,uma garota da Audácia com a cabeça raspada-,qual de vocês está na primeira colocação? 
Ninguém responde,então Peter limpa a garganta e diz: 
-Sou eu. 
-Aposto que eu conseguiria derrotar você.-Diz ela de modo casual.-Estou na segunda colocação,mas aposto que qualquer um de nós conseguiria derrotar você, transferido. 
-Se eu fosse você, não teria tanta certeza disso- diz Peter, com os olhos brilhando.-Quem é o primeiro entre vocês? 
-Uriah-diz ela.-E tenho certeza,sim.Você sabe há quantos anos estamos nos preparando para isso? 
Antes que Peter consiga responder,Quatro abre a porta e diz: 
-Lynn. 
Ele faz um gesto para que ela o acompanhe, atravessando o corredor.Uma luz azul distante rebate em sua cabeça careca. 
-Então,você é o primeiro-diz Will para Uriah. 
Ele dá de ombros. 
-Sou.E daí? 
-E você não acha um pouco injusto que vocês tenham passado a vida inteira se preparando para isso, enquanto nós devemos aprender tudo em poucas semanas?-pergunta Will,com seus olhos semicerrados. 
-Na realidade,não.As habilidades individuais realmente são importantes no primeiro estágio, mas não há como se preparar para o segundo-diz ele.-Pelo menos,foi isso o que ouvi dizer. 
Permanecemos sentados durante vinte minutos.De repente,a porta se abre novamente e Quatro chama outro nome: 
-Peter. 
Pouco a pouco,os iniciandos são chamados,até que sobramos eu,Tris,Uriah e Drew.Permaneço deitada no chão,com os olhos fechados, escutando os murmúrios que vem daquela misteriosa porta. 
Escuto Quatro dizer: 
-Venha,Tris. 
Abro os olhos,e vejo Tris ir.Solto um suspiro e fecho os olhos novamente. 
Três minutos depois,ouço a porta se abrir novamente. 
-Sua vez,Cass. 
Abro os olhos e me levanto.Quando passo por Drew,piso em seu pé, para me vingar de meu tornozelo torcido.Ele solta um pequeno gemido de dor. 
Quando entro na sala,recuo imediatamente. 
No centro da sala,há uma cadeira de metal, parecida com a do teste de aptidão.O que quer que seja,tem algo a ver com simulações. 
-Sente-se -diz Quatro. 
-Pensei que as simulações tivessem acabado- digo,me sentando.-Qual vai ser dessa vez? 
-Bom,nessa simulação,você vai enfrentar seus medos,literalmente.A simulação irá ensiná-la a controlar suas emoções diante de uma situação assustadora. 
Meus medos.Não sei quais são meus medos. O único que conheço,é de virar uma sem-facção. 
Quatro afasta meus cabelos do pescoço.Ele está segurando uma longa agulha em uma das mãos.O líquido dentro da seringa tem uma coloração laranja. 
-Pra que a injeção?-pergunto,tentando disfarçar minha voz trêmula. 
-Nós usamos uma versão mais avançada da simulação aqui-diz ele-,com um soro diferente e sem a necessidade de fios e eletrodos. 
Decido não fazer mais perguntas.Quanto mais eu falo,mais eu fico nervosa. 
Quatro vira meu braço e enfia lentamente a ponta da agulha em meu pescoço.Faço uma careta de dor e belisco minha coxa. 
-O soro fará efeito dentro de seis segundos-diz ele.-Além de conter um transmissor minúsculo, o soro estimulará suas amídalas,que compõem a parte do cérebro responsável pelo processo das emoções negativas,induzindo assim uma alucinação.A atividade elétrica do cérebro é então transmitida para o nosso computador,que cria uma imagem a partir da sua alucinação,que eu posso ver e monitorar.Eu enviarei estas imagens gravadas para os administradores da Audácia.Você permanecerá no estado alucinatório até que consiga se acalmar. 
Começo a sentir os sintomas do medo:suor nas palmas das mãos, coração acelerado,pressão no peito,dificuldade em respirar.Quatro coloca a mão em meu ombro e diz: 
-Seja corajosa,Cass.A primeira vez é sempre mais difícil. 
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Estou no meu quarto na Abnegação, mas ainda estou usando as roupas pretas da Audácia.Isso está errado.Eu devia estar usando cinza. 
Vou até a janela e olho a rua.Está de noite,e a rua está silenciosa.Do outro lado,vejo Tris na janela de seu quarto,mas usando seu uniforme cinza da Abnegação.Ela me vê e acena.Aceno de volta e ela fecha as cortinas. 
De repente,ouço um grito. 
Abro a porta e desço as escadas correndo. Quando chego na sala,meu pai está deitado no chão,e minha mãe ao seu lado,chorando e berrando. Olho chocada para meu pai.Ele está pálido,com seus olhos cinza,antes brilhantes e cheios de vida,agora opacos e vazios. 
-Não!-grita mamãe e abraça o corpo de meu pai.-Não!Jon,fique comigo!Por favor,Jon... 
As lágrimas escorrem de meus olhos quando percebo o que aconteceu. 
Meu pai está morto. 
Me aproximou se seu corpo e me ajoelho ao seu lado,soluçando. 
-Você!-diz minha mãe, apontando para mim.foi culpa sua! 
Ela me olha com raiva,uma raiva que nunca vida ela antes. 
-Mãe,eu... 
-Foi culpa sua,Cassandra-grita ela.-Se você não estivesse nos abandonado,seu pai estaria vivo! Tudo isso por você escolher a Audácia!Por você trocar sua família por um bando de loucos! 
Me levando e saio correndo de casa,deixando minha mãe berrando para trás.Eu tinha razão.Eu os deixei.Eu sou a culpada pela morte de meu pai. 
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-NÃO! 
Acordo berrando e chorando.Uma mão toca meu ombro e empurrou para longe. 
-Me deixa em paz! 
-Cass,tudo bem-diz Quatro.-Já acabou. 
-Eu tinha razão-sussurro.Abraço meus joelhos e balanço meu corpo para frente e para trás.-Eu tinha razão. 
-Cass. 
-Peter estava errado,eles me odeiam. 
-Cass,vou te levar para o dormitório, está bem? 
-Não!-grito e me levanto.-Eu vou sozinha!Eles não vão me ver assim! 
-Eu vou te levar pela porta dos fundos,fique tranquila. 
-Eu já disse que não.Eles vão saber que eu fracassei.Não vou ser a única a ser levada de volta! 
É meio difícil ver seu rosto em meio as lágrimas. 
-Você não fracassou.Você e Tris passaram apenas três minutos na alucinação. Vocês acordaram três vezes mais rápido que os outros.Você não é um fracasso, Cass. 
Limpo meu rosto com a manga da minha camisa.Três minutos,apenas três minutos. 
-Bom-digo-,mesmo assim,não vou querer que você me acompanhe. 
Me viro e saio pela tal porta dos fundos.