Fanfic: Meu Ídolo se Apaixonou por Mim. | Tema: Ponny

Qualquer que fosse o motivo de Poncho, realmente não conseguia pensar em um bom. Os que passaram em minha cabeça enquanto ele estava calado de costas pra mim, foram os que qualquer garota pensaria.

Eu não era tão desejável ? Meu gemido bizarro enquanto ele descobria um de meus seios ? Ou meu seio era bizarro ?

Qualquer que fosse, ele tinha que falar algo, antes que eu me atirasse pela janela.

Poncho riu: Olha pra você, Any.

Em fração de segundos, minha baixa auto-estima voltava com força total.

Poncho se virou: É melhor eu te levar pra casa.

Engolindo minha tristeza, assenti: É-é melhor mesmo.

Poncho se levantou, observei-o colocar a camisa branca, e a jaqueta que estava em cima da cama. Seus olhos oliva, se depositaram em mim. Eu levantei. Ele abriu a porta, e saimos. Poncho pegou a chave do carro, e descemos no elevador. Ele nem sequer olhou pra mim. O segui até o carro. Entramos, e ele arrancou.

Vi o tempo correr, enquanto olhava pela janela, a linda noite que fazia. As luzes da cidade, iluminavam o rosto de Poncho, olhei de canto para sua face. Vi por cima de sua pele, seu maxilar se mexer. Ele estava sério, mais que sério, com raiva. Se havia tristeza maior que essa, não queria sentir. Estar com a pessoa que você ama, querendo dizer mil coisas, e ouvir mil explicações, mas estarem em total silêncio. Foi a maior angustia que sentira na minha vida. Desejei com todas as minhas forças e pensamentos que a noite acabasse. E quando chegamos em minha casa, minha respiração falhava. O desgosto era tanto que nada se passava em minha cabeça. Tudo que se podia ouvir era nossos suspiros. 

Minhas bochechas queimaram quando a voz de Poncho preencheu o ambiente.

- Amanhã vou pra Argentina, mas depois de amanhã eu volto.

Eu balancei a cabeça: Okay.

Ele se aproximou de mim, fazendo um barulho enorme no banco, pegou em minha mão. Sua mão estava fria, e o toque não era sincero.

Poncho: Você quer ir comigo ?

Eu desviei o olhar: Não, eu tenho uma vida. - falei rispida, como queria falar. Mas quando ele abaixou a cabeça, meu coração apertou.

Poncho: Tudo bem. Então podemos nos ver depois de amanhã ?

Eu: Se eu conseguir um tempo, talvez.

Poncho: Okay. Se eu te ligar, você vai me atender ?

Eu: É claro.

Poncho riu, mas não consegui fazer o mesmo. Beijou minha testa, segurando meu rosto, mais forte que o normal. Ele levantou minha cabeça, me forçando a olha-lo. Não, não queria olhar nesses olhos. Mas ele me beijou, e eu duramente não correspondi, ele se afastou.

Eu: Tchau, Poncho. - abri a porta do carro, e desci. 

Segui para minha casa, e adentrei, sem ao menos olhar para trás. Já era tarde, e minha mãe já deveria ter ido dormir, mas não, seu rosto brotou de seu quarto, enquanto eu abri a porta do meu. Desejei-lhe boa noite. Troquei de roupa, e me deitei, encarei a parede. E naquele momento, sensações se confudiam. Tinha motivos de sobra, pra me pôr a chorar, mas não consegui esboçar nenhuma reação.

Havia amor dentro de mim amor. Muito amor. Um amor capaz de perdoar qualquer coisa. Até mesmo a indiferença, a desconfiança, a humilhação. Poncho era um tipo bipolar. Difícil de lidar. Sim, ele valia a pena. Mas seria justo viver nessa relação, onde havia alegria sim, mas a tristeza sempre se fazia presente, com muito mais intensidade ? Uma hora conhecia Poncho, e na outra ele voltava a ser um desconhecido. Em um momento me sentia parte do seu mundo, mas em outro ele se fechava em um mundo só dele, me excluindo com sua indiferença desesperadora.