Fanfic: Sejamos Pagu!

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-Vocês não vêem? É um protesto.

-Então é melhor pegarmos outro caminho. –Lucy disse e
começou a retroceder o caminho que tínhamos feito.

-Eu não vou voltar, não agora que estamos quase chegando.
–Comecei a andar em direção da multidão, pois estavam tomando uma parte da
avenida que tínhamos que passar para ir para casa. –E o outro caminho é muito
longo. Vocês vêm ou não?

-Não sei...

-Não tem nada de mais... –Fingi impaciência, apesar de achar
graça que eu, a caçula, e quem havia sofrido muito por culpa de um protesto,
fosse quem estivesse encorajando para que passássemos por outro.

-E se começarem a brigar? - Lucy perguntou, com medo e
provavelmente lembrando-se da morte de sua madrinha, minha mãe.

-Corremos. –Sugeri as meninas, com um nó na garganta.

-Tudo bem, então vamos... –Flor se posicionou do meu lado.
Lucy aceitou, apesar de ainda contrariada.

            Seguimos
juntas, tentando ser naturais, ao menos o quanto fosse possível. Entre
esbarros, adentramos a manifestação de mãos dadas, para não nos perder. Segui
segura e curiosa, e muitos nos olhavam com curiosidade, e muitos mais garotos
nos olhavam com malicia. Olhei parta traz para certificar-me que Lucy e Flor
estivessem bem e vi Lucy flertando através de olhares com alguns garotos. Flor
parecia estar mais curiosa do que eu me mostrava. Olhei para o lado como se
alguém houvesse chamado meu nome, e deparei-me com um olhar também curioso
sobre mim. Era um garoto de aparentemente dezesseis anos. Era alto, moreno de
sol, tinha cabelo castanho escuro longo caído nos olhos de um lado e penteado
para traz do outro, um penteado típico para os meninos da época. Seus olhos
estavam sorrindo, estreitos. Sua boca estava segurando um meio sorriso. Ele
vestia uma jaqueta de couro e calça jeans desbotada. Outro garoto falou algo em
seu ouvido e ao não ter resposta seguiu o olhar do primeiro rapaz. Ao me ver,
pareceu congelar... Tentou disfarçar e olhar para outro lado, mas seus olhos
simplesmente não lhe obedeciam, assim como os meus. Tive o ímpeto de ir até lá
e falar com eles, mas sempre tive um “autocontrole mental” muito forte. Sabia
que era errado, então permaneci no lugar, sem desgrudar os olhos deles... Ou
melhor, dele... O segundo garoto. E, tenho certeza, o primeiro garoto, o qual
havia chamado meu nome com os olhos, parecia não notar que seu amigo e eu
estávamos nos encarando. Lucy sussurrou no meu ouvido:

-Muito bonitos... E vocês falam de mim. Dois ao mesmo tempo
eu nunca consegui.

-Calada... –“Sugeri” a ela.

-Vamos gente... –Flor estava impaciente.

-Você insistiu para que eu viesse e agora está me
apressando. Aqui têm muitos... Garotos legais.