Fanfic: Porque Você é 'Minha' - ( Adaptada ) | Tema: Vondy

—Por que você está preocupado em perder o controle? Eu não sou
uma garota de doze anos de idade—, ela conseguiu dizer depois de um
momento. Seu rosto ficou mais quente quando seu olhar caiu sobre ela.

—Não. Mas você poderia muito bem ser—, disse ele, seu tom de
repente soando desdenhoso. A humilhação a inundou. Como ele poderia
ir do quente para o frio tão facilmente? Ela se perguntou, enfurecida.

Ele deu a volta em sua mesa e sentou-se na cadeira de couro flexível. —
Você pode ir agora, se não há mais nada—, ele disse, seu olhar
educado. Indiferente.

—Eu gostaria que você me pagasse quando a pintura estiver
pronta. Não antes—, disse ela, sua voz tremendo de raiva mal contida.

Ele acenou com a cabeça, pensativo, como se considerando o seu
pedido.

—Você não tem que gastar o dinheiro até então, se você preferir.

Mas toda a comissão já foi transferida para sua conta bancária.

Ela ficou boquiaberta.

—Como você sabe o número da minha conta?

Ele não respondeu, apenas levantou as sobrancelhas ligeiramente,
sua expressão branda.

Ela mal conteve uma maldição escaldante que brotava de sua
garganta. Desde que ela não poderia xingar o seu benfeitor por sua
arrogância ou a sua generosidade, não havia mais nada que ela
pudesse pensar em dizer a ele. A fúria fazia um curto-circuito no
cérebro dela. Ela virou-se e começou a caminhar para fora da sala.

—Ah, e Dulce?— Ele chamou calmamente atrás dela.

—Sim—, ela perguntou, olhando para trás.

—Não venha trabalhar aqui na noite de sábado. Estarei me
divertindo. Eu gostaria de privacidade.

Algo parecia cair em seu intestino como uma bola de chumbo. Ele
estava dizendo a ela que iria sair com uma mulher neste fim de semana.
De alguma forma, ela sabia disso.

—Não é problema. Eu estava pensando em sair no sábado à noite e
respirar um pouco de ar fresco com meus companheiros. As coisas
ficaram um pouco abafadas por aqui.
Algo brilhou em seus olhos antes que ela se virasse, mas sua
expressão permaneceu ilegível.

Como de habitual.

***

Davie dirigiu o carro de Justin certamente através do movimentado
tráfego da Wicker Park sábado à noite. Justin estava um pouco tonto
depois de ouvir a Banda Run Around no McGill por duas horas. E
Caden e Dulce estavam falando desse assunto.

Assim a conversa era insana.

—Vamos, Cesca,— Caden Joyner incitou no banco traseiro. —
Todos nós vamos fazer uma.

—Até você, Davie?— Dulce perguntou de onde ela estava no
banco do passageiro.

Davie encolheu os ombros.

—Eu sempre quis uma tatuagem no meu bíceps, uma daquelas à
moda antiga, como uma âncora ou algo assim,— disse ele, piscando-lhe
um sorriso quando ele se virou para a Avenida Norte.

—Ele acha que isso vai fazer dele um pirata—, Justin brincou.

—Bem, não vou fazer uma até que tenha tempo para desenhar o
projeto eu mesma—, disse ela resolutamente.

—Desmancha-prazeres—, acusou Justin alto. —Onde está a
diversão no planejamento para uma tatuagem? Você deveria acordar
totalmente desorientada, numa manhã suja e não ter idéia de como
conseguiu aquilo na noite anterior.

—Você está falando de uma tatuagem ou as mulheres que você
leva para casa?— Caden perguntou.

Dulce caiu na gargalhada. Ela mal ouviu seu celular tocando
em sua bolsa, graças a provocações de seus amigos. Ela olhou para seu
telefone celular, não reconheceu o número.

—Olá—, ela respondeu, obrigando-se a cessar a rir.

—Dulce?

A alegria desapareceu de sua boca.

—Christopher—, ela perguntou, incrédula.

—Sim.

Justin disse algo em voz alta a partir do banco de trás, e Caden
caiu na gargalhada.

—Estou interrompendo alguma coisa?— Christopher perguntou, sua rigidez
voz com sotaque britânico em contraste gritante com as brincadeiras de
seus amigos turbulentos.

—Não. Estou com meus amigos. Por que você está me ligando—,
ela perguntou, surpresa que seu tom de voz saiu mais direto do que
pretendia.

Caden saltou uma gargalhada, e Davie se juntou a ele.

—Vocês... fiquem queto,— Dulce repreendeu e foi
sumariamente ignorada.

—Eu estive pensando sobre uma coisa,— Christopher começou.

—Não! Vire à esquerda,— Justin gritou em voz alta. —Bart’s
Dragon Signs fica em North Paulina.

Ela engasgou quando Davie bateu no freio e ela se levantou contra
o cinto de segurança.

—O que você está dizendo?— Dulce perguntou ao telefone,
mais desorientada pelo fato de que Christopher tinha ligado do que o fato de que
seu cérebro tinha acabado de ser chacoalhado pela mudança abrupta
da Davie de direção. Houve uma pausa longa na outra extremidade da
linha.