Fanfic: Porque Você é 'Minha' - ( Adaptada ) | Tema: Vondy

Ela inalou irregularmente. Ele fez alguma coisa para ela, para ouvilo
ser tão honesto.

—Foi quando entrei no estúdio e vi o que tinha pintado ontem. É
brilhante, Dulce. De repente, sabia que tinha que ver você.

Ela abaixou a cabeça mais para esconder o prazer que sentia com
suas palavras.

—Tudo bem. Tenho certeza.

Foi ele quem hesitou, mas depois chegou e girou a maçaneta. A
porta se abriu. Ele acenou com a mão e ela entrou no quarto com
cautela. Christopher tocou em um painel de controle e diversas luzes brilhavam
com a luz ambiente dourada.

Era um belo quarto calmo, de bom gosto e luxo. Um sofá e várias
cadeiras estavam dispostas em uma área de estar diante de uma lareira
imediatamente à sua frente. Um arranjo de flor deslumbrante de lírios
vermelhos, copo de leite e orquídeas em um vaso Ming enorme tinha
sido colocado sobre uma mesa atrás do sofá. Sobre a lareira tinha uma
pintura impressionista de um campo de papoulas, se ela não perdesse
seu palpite, era um Monet original. Incrível. Seu olhar foi pego na cama
com dossel enorme esculpida à direita decorada, como o resto da sala,
em um rico marrom marfim e esquema de cores vermelho escuro.

—O senhor dos grandes aposentos—, ela murmurou, dando-lhe
um sorriso trêmulo.

Ele acenou para outra porta com painéis. Ela o seguiu até um
banheiro que era maior do que o quarto dela. Ele abriu uma gaveta e
retirou uma roupa dobrada envolta em plástico transparente. Ele
colocou-a sobre o balcão.

—Vá em frente e tome um banho e coloque esse manto. Apenas o
manto. Deixe todas as suas outras roupas. Você vai encontrar tudo o
que necessita nestas duas gavetas. Você cheira como fumaça e uísque.

—Eu sinto muito que você desaprova.

—Eu aceito o seu pedido de desculpas.

Seu temperamento explodiu novamente em sua resposta rápida.
Um pequeno sorriso inclinando sua boca quando viu o retorno de seu
desafio. Ele obviamente esperava.

—Você me agrada, Dulce. Além da medida.

Sua boca se abriu de surpresa com o elogio. Será que ela nunca
aprenderia a lê-lo?

—Mas você tem de aprender a me agradar no quarto—, disse ele.

—Eu quero—, disse ela em voz baixa, surpreendendo a si mesma
por sua franqueza.

—Ótimo. Então, para começar, eu gostaria que você tomasse
banho e colocasse esse manto. Quando terminar, saia para o quarto, e
vou administrar a sua punição.

Ele começou a sair do banheiro, mas fez uma pausa.

—Oh, e lave o cabelo, por favor. Deveria ser crime deixar seu
glorioso cabelo, cheirando a fumaça —, ele murmurou baixinho antes
de sair, fechando a porta atrás de si com um clique rápido.

Ela só ficou lá por um momento no chão imaculado de mármore
telha. Ele pensava que seu cabelo era glorioso? Ela lhe agradou? Como
ele poderia estar tendo pensamentos como esse sobre ela? Como ele
poderia beijá-la até ela pensar que iria entrar em combustão
espontânea e ainda olhá-la, por vezes, como se ela fosse tão
interessante como uma pintura na parede?

Ela tomou banho completamente, aproveitando a experiência mais
do que pensou que faria. A Box de vidro fechado no vapor rapidamente,
os tentáculos de névoa quente parecendo acariciar e beijar sua pele
nua. Foi bom ensaboar-se com o sabão Inglês de Christopher, cobrir-se em seu
perfume, limpo e picante. Felizmente, ela se depilou antes de sair para o
McGill, de modo que não precisava se preocupar com pernas cabeludas.
Será que ele irá espancá-la enquanto estava nua?

É claro que ele faria, ela respondeu para si mesma quando abriu a
porta de vidro do chuveiro e saiu. Ele foi claro quando disse a ela que a
queria nua sob o roupão. Ela tirou a peça da embalagem plástica. Era
nova? Será que ele mantinha um suprimento de roupas no estoque
para as mulheres que o “entretinham” ? O pensamento a deixou um
pouco doente, então ela empurrou-o fora de seu cérebro, concentrandose
em encontrar um pente para seu cabelo molhado, desodorante, uma
escova de dente nova e uma garrafa de anti-séptico bucal. Tudo foi
organizado tão bem no gabinete que ela teve o cuidado especial de
devolver os itens para seus devidos lugares.

Ela dobrou suas roupas e as colocou em um banquinho estofado.
Seu reflexo no espelho lhe chamou a atenção. Sua imagem encarou de
volta, seus olhos vendo o enorme rosto pálido, com o cabelo úmido
pendurado. Ela parecia um pouco assustada.

Então, e se estiver com medo? Ela pensou consigo mesma. Ele
disse que iria espancá-la e que iria doer. Ela concordou com suas
aparentes práticas sexuais distorcidas, porque ela queria muito Christopher.

Ela não sabia o que era maior: o medo ou o desejo de agradar Christopher.

Ela caminhou em direção a porta e abriu-a. Ele estava sentado no
sofá, um tablet em seu colo. Ele colocou o aparelho na mesa do café,
quando ela entrou na sala.

—Eu acendi o fogo para você—, disse ele, seu olhar correndo sobre
ela da cabeça aos pés. Ele ainda estava vestido com a mesma roupa que
estava usando quando invadiu o salão de tatuagem, calças cinza escuro
sob medida e uma camisa azul-e-branco. Suas pernas longas estavam
cruzadas de forma negligente. Ele parecia totalmente à vontade. A luz
do fogo cintilou em seus olhos. —Esta noite está fria. Eu não quero que
você pegue um resfriado.

—Obrigada—, ela murmurou, se sentindo estranha e incerta.

—Tire a roupa, Dulce—, disse ele calmamente.

Seu coração disparou. Ela se atrapalhou com a faixa e tirou o
manto de seus ombros.

—Coloque-o lá em baixo—, ele instruiu, apontando para a cadeira
ao lado dela, seu olhar nunca a deixando. Ela envolveu a roupa sobre o
encosto da cadeira e ficou ali, desejando que o chão se abrisse e a
engolisse, estudando o intrincado padrão do tapete oriental debaixo
dela como se ele guardasse os segredos do universo.

—Olhe para mim—, disse ele.

Ela ergueu o queixo. Havia algo em seu olhar que ela nunca tinha
visto antes.

—Você é extraordinária. Impressionante. Por que você olha para
baixo, como se estivesse envergonhada?

Ela engoliu em seco. A verdade constrangedora veio libertar de sua
garganta.

—Eu... Eu costumava estar acima do peso. Até os meus 19 anos
ou algo assim. Eu... acho que ainda não tenho muita confiança do meu
corpo—, explicou ela, com a voz quase um sussurro.

Uma expressão sutil cintilou sobre suas características ousadas.

—Ah... Sim. Mas você parece tão segura de si, às vezes.

—Isso não é confiança. É desafio.