Fanfic: Porque Você é 'Minha' - ( Adaptada ) | Tema: Vondy

—Infelizmente—, continuou ele, dirigindo a Davie, —minha vergonha
não foi suficiente para me manter longe. Estou começando a pensar que
nenhuma quantidade seria capaz.

Davie o olhou assustado. Ele limpou a garganta e se levantou.

—Talvez eu vá ver como Dulce se sente sobre... o projeto que ela
está trabalhando.

—Não se incomode. Ela não está mais aqui,— Christopher murmurou.

Davie deu uma segunda olhada e parou ao lado de sua cadeira.

—O que você quer dizer?

—Ela escapou pela porta dos fundos cerca de vinte segundos atrás, se
não me engano—, disse ele, folheando as páginas do catálogo. Ele se
aproveitou do choque aparente de Davie perguntar.

—Seu?— Christopher perguntou.

Davie assentiu.

—Eu imagino o que você deve sentir quando o olha. Quando Dulce
o pintou?

Davie piscou e parecia voltar a si mesmo.

—Cerca de dois anos atrás. Vendi-o na Feinstein no ano passado. Eu
estava feliz por vê-lo voltar no mercado de leilões. Eu gostaria de
recuperá-lo, vendê-lo por um preço que é digno da peça, e dar o lucro
extra de volta a Dulce.— Ele franziu a testa. —Ela teve que vender
muitos de seus quadros ao longo dos anos por praticamente nada.

Odeio pensar que ela deve ter deixado alguns deles antes de eu
conhecê-la. Dulce estava vivendo precariamente por anos antes de
nos tornamos amigos. Eu posso não ter sido capaz de vender seu
trabalho pelo preço que acho que vale a pena, já que ela ainda é
relativamente desconhecida, mas pelo menos dei a ela mais do que o
preço de um saco de mantimentos.— Ele acenou para o catálogo. —Se
eu conseguir obter esta peça em particular, estou convencido de que
posso vendê-lo por um preço excelente. Dulce está começando a
fazer um nome para si mesma nos círculos de arte. Tenho certeza de
que o prêmio que ela ganhou de você, e do reconhecimento posterior,
tem ajudado-a.

Christopher levantou-se e abotoou o paletó.

—Estou certo de que seu apoio em também tem ajudado-a. Você tem
sido um bom amigo para ela. Você poderia me dar seu cartão? Há algo
que gostaria de falar com você, mas estou atrasado para uma reunião.

Davie parecia distintamente indeciso, então colocou a mão no bolso com
o ar de um homem que teria que confessar uma coisa importante para
um ente querido.

—Obrigado—, disse Christopher, aceitando o cartão.

—Dulce é uma pessoa maravilhosa. Eu acho... Eu acho que seria
melhor se você ficasse longe dela.

Ele estudou a expressão ansiosa, mas determinada de Davie por vários
segundos. Davie desviou o olhar, desconfortável. O amigo de Dulce
viu muito mais com aqueles olhos suaves, cujos os quais ele deve
normalmente usar com os seus abastados clientes. Uma amargura
subiu nele, a sua própria falta de decência.

—Você está, sem dúvida, certo—, Christopher disse assim que ele começou a se
mover em direção à porta, incapaz de manter a nota de resignação em
seu tom. —E se eu fosse um homem melhor, seguiria esse conselho.

***

Isto é onde as coisas tinham chegado: Ela estava agindo como um
ladrão. A pintura tinha a chamado de volta, apesar das circunstâncias
insustentáveis que a rodeavam.

Dulce misturou suas cores rapidamente, usando o brilho da
lâmpada pequena que tinha colocado sobre uma mesa, a fim de ver,
desesperada para capturar o tom exato do céu da meia-noite antes que
a luz mudasse. O resto da sala estava envolta em sombra, permitindo-lhe
ver melhor os meditativos, edifícios brilhantes contra o pano de
fundo de um céu aveludado.

Ela parou abruptamente e olhou para a
porta fechada do estúdio, esperando tensa, seu coração começou a
bater em seus ouvidos no silêncio assustador. As sombras pareciam
engrossar e formar-se no fundo da sala, enganando os olhos. A Sra.
Hanson assegurou-lhe que ela estaria sozinha de noite na cobertura.

Christopher estava em Londres, e a Sra. Hanson estava indo visitar um amigo
no subúrbio.

No entanto, ela não se sentia sozinha por um segundo desde que saiu
do elevador para o território de Christopher.

Poderia um lugar ser assombrado por uma pessoa viva? Era como se
Christopher permanecesse na cobertura de luxo, a sua presença pesando em
sua mente, em sua pele, deixando em sua consciência um
formigamento como um toque invisível.

Estúpida, Dulce castigou-se, colocando o pincel na tela e fazendo
cursos longos, energéticos. Fazia quatro noites desde que ficou nua e
exposta no quarto de Christopher. Ele tentou entrar em contato com ela. Ele a
ligou em várias ocasiões, e tinha havido esse episódio constrangedor na
casa dela quando ela correu pela porta dos fundos como uma tola. Ela
se sentia esmagada ao pensar em vê-lo novamente... realmente
assustada.

Você está com medo do que vai acontecer se vê-lo, ouvi-lo. Você tem
medo de que vai acabar pedindo-lhe como uma tola para terminar o que
tinha começado na outra noite.

Seu braço fez um movimento de corte na tela. Nunca. Ela nunca
imploraria nada aquele idiota arrogante.

O cabelo em seus braços se levantaram, e ela olhou por cima do ombro.
Ouvindo e vendo nada fora do normal, ela voltou seu foco para a
pintura. Não deveria ter voltado aqui, mas tinha que terminar esta peça.
Ela nunca descansaria, se não terminasse, e não porque Christopher já tinha
pago. Uma vez que a pintura ficava em seu sangue, não lhe dava
liberdade até que fosse concluída.

Ela disse a si mesma para se concentrar. O fantasma de Christopher, o
fantasma dela, a atormentavam.

Você estava lá como uma idiota enquanto ele golpeou-a com uma
colher, você se colocou em seu colo, completamente nua, e o deixou
bater em você como uma criança.

A vergonha dominou sua consciência. Estava ela tão desesperada,
seguindo a maior parte da vida acima do peso, que ter um homem como
Christopher a desejando mostrava a ela que estava disposta a sacrificar a sua
dignidade? De que outra forma teria se permitido ser humilhada
naquela noite? Até onde ela teria ido para satisfazer as vontades de Christopher Uckermann?

Seus pensamentos a mortificavam. Ela atirou a sua angústia sobre a
tela, finalmente, encontrou a zona cobiçada de concentração criativa,
que procurava desesperadamente. Uma hora mais tarde, colocou de
lado sua paleta de pintura e enxugou o excesso de tinta fora de seu
pincel. Ela esfregou o ombro para aliviar a tensão de seus constantes
movimentos amplos. Seus amigos sempre ficavam surpresos quando ela
dizia o quanto desgastante fisicamente pintar um grande peça poderia
ser.

O cabelo em sua nuca se arrepiou e seus dedos pararam. Ela se virou.

Ele usava uma camisa branca que se destacava mais claramente nas
sombras do que o resto do seu traje escuro. Ele estava sem jaqueta, e
as mangas estavam dobradas. O ouro de seu relógio brilhava na
escuridão. Ela ficou ali, imóvel, sentindo como se estivesse sonhando.

—Você pinta como se um demônio a possuísse.

—Você fala como se soubesse o que é isso—, ela respondeu com uma
voz firme.

—Eu acho que você sabe que eu sei.

A imagem de Christopher andando sozinho pelas ruas desertas estalou em sua
imaginação. Ela esmagou a onda de compaixão e sentimento profundo
que sua memória sempre evocava.