Fanfic: Porque Você é 'Minha' - ( Adaptada ) | Tema: Vondy

Ela deixou cair a mão de seu ombro dolorido e se virou para ele.

—A Sra. Hanson disse que você estaria em Londres esta noite.

—Eu fui chamado de volta mais cedo para uma emergência.

Ela apenas olhou para ele por um momento, sem palavras, vendo as
luzes do horizonte refletido em seus olhos.

—Eu vejo—, ela finalmente disse, virando-se. —Eu estou indo embora.

—Quanto tempo você pretende me evitar?

—Enquanto você existir?— Ela respondeu rapidamente. Ouvindo a
ponta de raiva na voz dele agiu como um fósforo aceso para sua própria
fúria e confusão. Ela a se afastar dele, com a cabeça abaixada, mas ele
estendeu a mão e envolveu sua mão ao redor de seu braço, impedindo-a.

—Deixe-me ir.— Sua voz parecia irritada, mas ela ficou horrorizada ao
sentir as lágrimas queimarem em seus olhos. Já era ruim o suficiente
vê-lo novamente, mas por que ele tem que fazer isso com ela? Pegando-a
inconsciente e vulnerável? —Porque você não pode me deixar em paz?

—Eu gostaria, se pudesse, confie em mim—, respondeu ele, com a voz
tão fria como gelo num inverno rigoroso. Ela se moveu para escapar,
mas ele firmou seu aperto, trazendo-a ao lado de seu corpo. A próxima
coisa que ela sabia era que seu rosto estava pressionado contra a
camisa e peito duro, seus braços a cercava.

—Sinto muito, Dulce. De verdade.

Por um momento, ela perdeu toda a sua vontade e se inclinou para ele,
dando-lhe o seu peso, aceitando a sua força e calor. Seu corpo estremeceu de emoção. Ela se concentrou na sensação de sua mão acariciando seus cabelos. Mais tarde, quando ela analisou seu lapso temporário, percebeu que tinha sido o seu tom de voz que tinha feito.

Ele soou tão estéril e sem esperança e tão desesperado como ela se
sentia. Ele não era o cara mau, ela admitiu. Ele não tinha humilhado-a
para lhe dar um vislumbre do verdadeiro desejo naquela noite.

Ela estava apenas furiosa com ele porque ele não a quis. O suficiente
para ignorar sua inexperiência, de qualquer maneira.
Uma emoção esmagou seu peito. Ela se empurrou contra ele,
encontrando o peso de sua necessidade insuportável. Ele soltou-a
devagar, ainda mantendo-a dentro do círculo de seus braços.

Ela abaixou a cabeça e secou seu rosto, recusando-se a olhar para ele.

—Dulce.

—Não diga mais nada, por favor—, disse ela.

—Eu não sou o homem para você. Quero deixar isso muito claro.

—Certo. Está claro.

—Eu não estou interessado no tipo de relacionamento que uma menina
da sua idade, experiência, inteligência e talento merece. Sinto muito.

Seu coração se partiu ao ouvir aquelas palavras, mas ela sabia que ele
estava certo. Era ridículo pensar de outra forma. Ele não era para ela.
Quão óbvio poderia ser? Não era o Davie dizia repetidamente nos
últimos dias? Ela olhou fixamente para o bolso de sua camisa. Ela
queria fugir, desejava ficar lá nas sombras com Christopher segurando-a. Ele
segurou seu queixo, forçando-a a olhar para ele. Quando ela fez isso
com cautela, viu seu ligeiro estremecer.

Ela se soltou de seus braços de repente, odiando a visão de sua pena.
Ele pegou seu antebraço, e ela fez uma pausa.

—Eu sou abominável quando se trata de mulheres,— ele soltou. —Eu
esqueço datas e compromissos. Sou rude. A única coisa que estou
realmente focado em é se/xo... e fazer do meu jeito—, afirmou
asperamente, fazendo ela parar e o encarar em choque. —Meu trabalho
é tudo para mim. Não posso perder o controle da minha empresa. E não
vou. Este é quem eu sou.

—Por que você está se incomodando em me dizer isso, então? Por que
você veio aqui esta noite?

Seu rosto e maxilar ficaram tensos, como se ele suprimisse dizer algo
muito amargo.

—Porque eu não pude ficar longe.

Ela hesitou por alguns segundos, confusa. A memória de sua
humilhação na outra noite a assolou, mais uma vez, deixando sua
mente em branco.

—Se você não consegue ficar longe, vai ter que encontrar outro artista
ou mudar meu espaço de trabalho.

—Dulce, não fuja de mim outra vez—, disse ele, em tom
intimidador. Mais uma vez, seus pés vacilaram.
Ela juntou um pouco de sua dignidade suficiente sair pela porta.

***

Várias noites depois, aquela dor vazia ainda permanecia, mas
Dulce conseguiu compartimentá-la... Contê-la em sua mente e
espírito. Doeu ainda mais quando o telefone tocava e ela viu que Christopher
estava tentando fazer contato. Custou mais do que ela poderia
expressar ignorar essas ligações.

Era bem menos oneroso ignorar seu sofrimento em uma noite de
sábado turbulento como uma garçonete no High Jinks. Ela estava tão
ocupada, que não teve oportunidade de considerar Christopher ou a pintura ou
seu pesar quando o salão estava movimentado a toda velocidade por
volta das duas horas da manhã. High Jinks era a última parada
popular no circuito de bares do Wicker Park Bucktown. Era oferecida
para jovens profissionais urbanos e estudantes mais velhos. Enquanto
muitos bares fechavam as duas, três, ou quatro, High Jinks ficava
aberto até cinco horas da manha nas noites de sábado, servindo
devotados clientes e bêbados. Sábado sempre esgotava Dulce, e
testava sua paciência, mas ela tentou não perder a oportunidades de
trabalho; as gorjetas eram tipicamente três vezes o que ela faria em
qualquer outra noite da semana.

Ela colocou a bandeja na prateleira das garçonetes e chamou o
proprietário, Sheldon Hays, velho, muitas vezes rabugento,
ocasionalmente fofinho como um ursinho de pelúcia, que estava
servindo as bebidas esta noite.

—Você vai ter que dizer ao Anthony para mantê-los na porta—, ela
gritou por cima da música alta e do barulho da multidão. —Já estamos
na capacidade máxima.

Ela tomou um gole do refrigerante soda que manteve na mesa e se
inclinou sobre a barra quando Sheldon acenou, como se quisesse dizer
algo importante.

—Eu preciso de você para ir até a esquina e comprar todo o suco de
limão que eles têm na prateleira—, ele gritou, referindo-se à loja de
conveniência local, que permanecia aberta durante toda a noite. —

Aquele idiota do Mardock se esqueceu de colocar o suco de limão na
ordem de compra, e eu estou tendo chuva de pedidos do drink sidecar.
Ela suspirou. Seus pés já estavam matando-a, e ela não amava a ideia
de andar cinco quarteirões. Embora... seria fantástico parar para
respirar o ar fresco de outono por alguns minutos e dar a seus
tímpanos um descanso da música alta...

Ela assentiu com a cabeça a Sheldon e tirou o avental.

—Diga a Cara para aparecer mais aqui—, ela gritou.

Sheldon acenou e disse para ela não se preocupar, que ele ia cuidar de
tudo. Ele entregou-lhe duas notas de vinte da caixa registradora, e ela
mergulhou no meio da multidão densa.

Havia apenas quatro garrafas de suco de limão na prateleira da loja de
conveniência. A caixa tinha uma aparência sonolenta ergueu-se o
suficiente para localizar outra garrafa no quarto de armazenamento.
Enquanto caminhava de volta para High Jinks, poucos minutos depois,
carregando sua compra, ela notou que a calçada estava cheia de
pessoas caminhando em direção a seus carros e na parada do El. Aonde
ele estavam vindo? Dulce pensou em confusão quando chegou ao
quarteirão onde High Jinks estava localizado. Ela parou na esquina
quando viu uma dúzia de pessoas sair do bar, a porta de madeira
pesada batendo fechada atrás deles.

—O que está acontecendo no High Jinks?—, Ela perguntou enquanto o
trio de homens saia.

—Fogo na sala de armazenamento—, um dos homens disse, seu tom
azedo deixando claro que não apreciavam que sua farra de fim de noite
estava sendo cortada prematuramente por razões de segurança.

Bye e comentem amores *-* <3