Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

O conde de Denham, contudo, não se esquecera de Dulce. De maneira alguma.

E como poderia? Tinha uma mão dolorida que o fazia se lembrar do encontro daquela manhã. Depois que seu criado enfaixara os nós dos dedos, Christopher se sentia um pouco melhor.

 Não demorou e ele estava sentado na melhor mesa do pub local, ou pelo menos fora o que a garçonete, uma jovem rechonchuda chamada Mary, lhe assegurou, enquanto limpava a cadeira com um pano antes de ele se acomodar. Christopher não estava com disposição para discutir com ela, pois a mesa se localizava de frente para as portas de vaivém da cozinha. Pelo menos seus pés estavam na direção do calor do fogo.

Não havia cardápio. Mary informou que o lanche camponês era magnífico e perguntou se ele queria cerveja ou sidra para acompanhar. Christopher decidiu que valia a pena arriscar e pediu uísque. Mary ficou extasiada – uma expressão que não a favoreceu, pois relevou a surpreendente falta dos incisivos – e desfiou uma longa lista de uísques a um preço insignificante.

Christopher escolheu um ao acaso, mais para que Mary se afastasse com suas gengivas desdentadas. Poucos momentos depois se viu com um copo pequeno na mão e, ao experimentar o conteúdo, seus olhos ficaram cheios de lágrimas.

Christopher era o único cliente do Sea Cow na hora do almoço de um dia de trabalho. Sentado à mesa, fitava o fogo. Não havia dúvida que se encontrava diante de um dilema. Não tinha a menor noção de como deveria proceder. Pelo que sentiu, não poderia tirar Dulce de Faires, como também não localizaria o lugar do descanso final de seu primo.

O que lhe lembrava outro problema. Alfonso! O que faria a esse respeito? Onde Dulce o teria sepultado, se não fora no campo-santo da paróquia? E por que as pessoas o olhavam com estranheza quando perguntava onde o falecido cura estava enterrado? Supôs que devesse fazer uma pergunta direta a Dulce, mas isso não era coisa que se perguntasse a uma viúva sofredora. Ainda mais que ele não perguntaria com o intuito de levar flores para a campa. Não, ele queria desenterrar o caixão. Não duvidava que Dulce não gostaria nada daquilo.

Christopher não ficara animado com a resposta do ministro quando perguntado se ele sabia onde Alfonso fora colocado para o repouso eterno.

– Foi difícil – o reverendo Peck havia assegurado a Christopher – negar para a Sra. Herrera, a esposa de meu cura, o direito de enterrá-lo aqui, mas o que eu poderia fazer? Não havia mais lugar. – O ministro cochichara. – Meu medo é que onde o Sr. Herrera está sepultado não seja solo sagrado. Descobri que a Sra. Herrera tem algumas ideias estranhas. Uma delas é que todo solo é o solo de Deus. Mas não podemos permitir isso, podemos? Por outro lado, pessoas enterravam os seres amados nos jardins.