Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

Para seu alívio, ele não ouvira. Ou pelo menos era o que parecia. Ele não tocara no assunto durante o trajeto para casa. Na verdade, ele se manteve atencioso e cortês durante a viagem.

Quando, depois de uma parada para pegar Una na casa da faladeira sra. MacEwan (cuja loquacidade rapidamente morreu ao notar lorde Denham; Dulce não duvidou que em breve toda Faires saberia que ela jantaria na cabana sozinha com um homem, sem importar que o homem fosse parente... bem, por casamento, mas parente), o sr. Murphy parou os cavalos ao lado da cabana, Christopher desceu e a ajudou a sair do veículo com tanta galanteria como se estivessem chegando ao St. James Palace e não àquela humilde casa. Foi paciente enquanto ela arrumava tudo, acendia o fogo e as lamparinas, e alimentava os animais – a cadela, a gata e os gatinhos que haviam se refugiado no telheiro de lenha, as galinhas e a cabra – tudo ao mesmo tempo. Na verdade, se ela não soubesse, nunca poderia supor que o Christopher atual e o Christopher de um ano atrás fossem a mesma pessoa.

Agora ele lhe oferecia um pedaço de merengue e falava de modo amigável dos conhecidos mútuos que haviam encontrado no verão de 1832. Christopher sabia ser encantador quando queria. Dulce se sentia quase à vontade com ele; os dois sentados no largo banco de madeira acolchoado que haviam puxado para perto do fogo. O espaldar alto os rodeava como um muro de proteção e os protegia do vento que algumas vezes passava por baixo da porta. Dulce temia que, em seu grande conforto, acabasse por baixar a guarda. Seria tão fácil esquecer que os dois estavam em um penhasco isolado, com o vento do mar uivando contra as vidraças das janelas. Poderiam estar quase de volta a Londres, partilhando de um banquete à meia-noite na casa da cidade, de Christopher, como haviam feito várias vezes um ano antes, depois de dançar a noite toda.

Havia, porém, uma diferença fundamental: Alfonso não estava ali com eles.

Ela imaginou, enquanto escutava Christopher descrever um vestido que Maite usara na ópera havia não muito tempo – ela estava interessada em saber se os dois não estavam casados nem noivos, fato que devia ter aborrecido muito Maite – se ele estava consciente, como ela, da ausência de Alfonso.

Christopher sentiria a falta do primo?, ela perguntou a si mesma. Os dois ficaram sem conversar por seis meses antes da morte de Alfonso, mas eles tinham sido, a despeito das diferenças, tão próximos, como irmãos.

Antes de Dulce interferir, naquele dia na biblioteca de Christopher.

Ah, como ela gostaria de se descontrair! Talvez estivesse sendo tola. Christopher nada sabia a respeito do sr. O’Malley. Como poderia ele saber? Era ridículo ela se...

– Então, Dulce – Christopher disse casualmente enquanto se inclinava e tirava um pedaço de merengue do cesto que estava próximo à lareira. O tom indiferente, a maneira afável, fez Dulce pensar que ele falaria sobre o tempo ou, quando muito, a respeito da péssima saúde do rei William.

Ela estava despreparada para a pergunta que se seguiu.

– O que realmente aconteceu com Alfonso?

Oh, céus.