Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy
Dulce encarou o veículo e, atônita, ficou com as mãos paralisadas no alto da cabeça. O que estaria fazendo o carro funerário em sua horta? Pelo que sabia, não houvera mortes na área. A cabana de Dulce estava localizada em um penhasco isolado com vista para o mar. Seus vizinhos mais próximos, Cletus MacEwan e a mãe, moravam a cerca de um quilômetro e meio abaixo da inclinação íngreme que conduzia à propriedade Herrera. Certamente, o Sr. Murphy, proprietário do coche, não podia imaginar que um dos MacEwan estivesse morto. E era óbvio que ela estava viva. Alfonso, marido de Dulce, tinha falecido fazia mais de seis meses. E mesmo que o Sr. Murphy gostasse de beber, não poderia ter esquecido que já havia feito o traslado final. A menos – Dulce abaixou os braços, sentindo um frio interior – que Samuel Murphy estivesse ali por outra razão. Não para buscar um cadáver, mas para atirar o chapéu no círculo de pretendentes – como Cletus MacEwan – que a vinham cortejando assiduamente desde que se espalhara a notícia pela costa de sua herança bastante incomum. – Oh, não – Dulce disse em voz alta. A seus pés, Una balançava o rabo alegremente, pensando que a dona falava com ela. – Não o Sr. Murphy. Oh, por favor, não o Sr. Murphy também. Já era ruim o suficiente ter Cletus esperando na soleira de sua porta todas as manhãs. E pior, sempre que ela chegava à aldeia, era perseguida por solteiros de idades e aparências variadas, muitos dos quais, sendo pescadores, tentavam cortejá-la acenando com a pesca do dia. Mas nada disso se compararia com o fato de ser seguida, dia sim e outro também, por uma grande carruagem fúnebre preta. Com as borlas penduradas no alto.
Determinada a não permitir que isso acontecesse, Dulce foi até a cama onde deixara o xale na noite anterior. Jogou o agasalho pesado de lã sobre os ombros, saiu do quarto e foi direto para a porta da frente sem nem ao menos olhar para o gigante encolhido diante do fogo vivo da lareira. A porta da frente de sua cabana era dividida, em estilo holandês, assim Dulce podia abrir a metade de cima para aproveitar a brisa do oceano na primavera e no verão, mas impedindo a criação de entrar em casa. Abriu a parte superior, espiou o coche através da chuva e seu condutor solitário que parecia indiferente à água. Dulce inspirou fundo e gritou mais alto que o barulho da chuva: – Samuel Murphy! O que o senhor está fazendo? É melhor que tenha uma boa razão para fazer sulcos com as rodas na minha horta! Atrás dela, escutou Cletus MacEwan se mexer. – Murphy – ele resmungou, incrédulo. – O que ele está fazendo aqui? O Sr. Murphy, no alto no assento do cocheiro, mesmo sem ouvir a pergunta, cumprimentou-a com o chapéu ensopado, gritando. – Sra. Herrera, eu trouxe uma visita para a senhora! Foi então que Emma percebeu que havia alguém dentro do coche. Era compreensível que ela não houvesse considerado isso, pois ninguém em Faires andaria naquela geringonça a menos que estivesse em um caixão e, portanto, não tinha condições de opinar. Todavia, era evidente que, sob um verdadeiro dilúvio como aquele, quem quisesse visitá-la sem ficar encharcado teria de usar o único veículo fechado da região. Que era, certamente, o carro fúnebre de Samuel Murphy.
– É MacCreigh. – Atrás de Dulce, Cletus se levantou. Teve de tomar cuidado para a cabeça não bater nas vigas acima dele. Dulce estendeu as mãos em sua direção, num impulso, temendo pelos pratos de porcelana que estavam na prateleira superior do aparador do canto e que chocalharam enquanto Cletus andava com firmeza. – Por favor, Sr. MacEwan – ela o acalmou –, queira sentar-se. Não há motivo para pensar que... Dulce viu a expressão perturbada de seu convidado e sabia como ele se sentia a respeito de lorde MacCreigh, que a visitara uma ou duas vezes, embora nunca àquela hora da manhã. Portanto, não se surpreendeu ao ser interrompida. – Eu lhe digo que é MacCreigh! – Cletus insistiu, mas concordou em ficar onde estava. – Tão certo quanto estou aqui. Muito almofadinha para cavalgar na chuva como qualquer um de nós, ele teve de alugar o coche de Murphy... Dulce sentiu que, se tivesse qualquer esperança de conservar a louça intacta, teria de agir com rapidez. Afinal, com sua falta de sorte, não poderia arriscar. Virou o rosto para a chuva e gritou para o ocupante do veículo: – Lorde MacCreigh, estou realmente surpresa com o senhor. Pensei ter deixado perfeitamente claro que minha resposta era... Enquanto ela falava, a porta do carro fúnebre se abriu lentamente, fazendo aparecer um homem alto, vestido com uma rica capa forrada de pele. Ele desceu do carro com considerável rigidez, o que não era de surpreender, pois o interior do coche de Murphy fora desenhado para a segurança dos mortos e não para o conforto dos vivos. Nesse momento Dulce viu que não se tratava de lorde MacCreigh.
Além do mais, a despeito do que Cletus dissera, lorde MacCreigh não era tão afetado a ponto de alugar o veículo de Murphy por causa de uma pequena tempestade – ele era um exímio cavaleiro que não se perturbava com as condições adversas do tempo – e o recém-chegado não se parecia com seu pretendente implacável. Aquele homem era loiro, enquanto Geoffrey Bain – o barão MacCreigh – era ruivo; este era barbeado e Geoffrey Bain usava bigode. Debaixo do manto, aquele camarada usava calças castanho-claras e um colete verde, de cetim; Geoffrey Bain, desde que fora abandonado pela jovem noiva no começo do ano, vestia apenas preto. Ainda que a idade, cerca de trinta anos, e o tamanho, pouco mais de um metro e oitenta, fossem semelhantes, os dois cavalheiros eram diferentes no resto. Esse homem era um desconhecido para Dulce, o que parecia bem estranho. Desconhecidos não vinham a Faires. E muito menos para vê-la. Sem dúvida, deveria ser um engano. A menos que a notícia de sua herança houvesse se espalhado para fora do país – ah, como Dulce rezava para que isso não ocorresse! – não havia nenhum motivo para um estranho vir procurá-la. Nisso o recém-chegado começou a aproximar-se da cabana e Dulce, olhando-o com atenção pela primeira vez, entendeu que esse dia seria o pior de todos. Aquele homem não era nenhum desconhecido.
Autor(a): leticialsvondy
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anniepuente: Seja bem-vinda gatenha!! fico feliz que tenha gostado da fic!! Oh, Deus – Dulce murmurou, segurando com força a metade inferior da porta holandesa. Ela o reconheceu de imediato. A semelhança entre aquele homem e seu falecido esposo sempre fora digna de nota: o olhar cor de avelã brilhante e embaraçoso; os cabelos usad ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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anne_mx Postado em 22/09/2022 - 23:45:10
Que fanfic lindaaaa! Incrível como as vezes tomamos decisões erradas e só quando vivenciamos as consequências dessas decisões que adquirimos maturidade e tentamos fazer o certo, uma pena que nem sempre dá certo, no cado de Vondy deu certo, mas, infelizmente Alfonso morreu...enfimm, que possamos aprender antes dos erros <3
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stellabarcelos Postado em 23/08/2015 - 21:18:29
amei a fanfic ! Parabéns
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Annie_Puente Postado em 25/07/2015 - 02:48:52
Oiie! Lembra de mim!? Sumi por un teeempão mais to de volta! Como tu para num momento como esse!? Continua!
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stellabarcelos Postado em 05/07/2015 - 21:44:25
Pelo menos ela percebeu a verdade né ! Que agora o casal seja feliz ! Continuaaaaa
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thatayvondy Postado em 04/07/2015 - 17:54:49
Será que a Dulce já está gravida? Christopher e a mãe não irão se conter defelicidade tanta felicidadetanta. POSTA maissss...
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thatayvondy Postado em 03/07/2015 - 11:28:04
Que bom que apareceu!!! Estou triste pq a fanfic já está na está final e estou torcendo para que agora, a Dulce perceba que Christopher a ama. Posta mais.....
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stellabarcelos Postado em 02/07/2015 - 21:05:21
Que bom que você voltou ! Pensei que tinha abandonado a fanfic ! Espero que agora ela perceba o quanto ele ama ela ! Continuaaaaa
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thatayvondy Postado em 12/06/2015 - 11:03:01
Nena, mais de um mes VC não posta, estou ansiosa por novos capítulos, então please, apareça e poste para a minha felidade.
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thatayvondy Postado em 12/05/2015 - 14:55:20
Preciso de mais capítulos. Posta mais nena. Please!!!
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stellabarcelos Postado em 07/05/2015 - 00:24:05
Leitora nova! Estou amando a web ! Esse casal é puro fago e o Chris é pouquinho por ela daqui a pouco ela admite o amor por ele também! Ahhhh tô amando muiTo ! Quero um baby vondy logo continuaaaaa