Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

Dulce levantou um pouco o queixo em protesto contra o tom sarcástico.

– Viemos para cá – ela explicou, para ajudar os menos afortunados do que nós. Algo que milorde não entende.

– Talvez. Por outro lado, parece que um desses pobres infelizes não ficou muito feliz por essa ajuda, não é? Considerando como ele agradeceu a Alfonso por sua bondade...

– Não foi culpa do sr. O’Malley – Dulce assegurou. – Como não foi culpa de lorde MacCreigh que Clara...

Dulce calou-se com expressão de culpa, como se uma mão invisível houvesse fechado seus lábios. O silêncio foi palpável, quebrado apenas pelo uivar do vento e pelo som do ruminar de Louise.

– Não foi culpa de lorde MacCreigh que Clara... o quê? – Christopher perguntou, suavemente. Pareceu-lhe que Dulce omitira algo importante, se o olhar em seu rosto fosse uma indicação.

– Dulce – Christopher continuou devagar. – O que foi que aconteceu com a noiva de lorde MacCreigh? Você falou que ela fugiu com o criado. Essa é a história toda? Ou há algo mais?

Havia, Christopher viu pela maneira como Dulce empalidecia. Ela sabia perfeitamente que não fora apenas uma simples fuga para se casar, embora não desejasse partilhar aquela informação. Pelo menos, não por enquanto.

– Lorde Denham – ela ergueu o queixo já estendido – não quero discutir isso agora. Estou cansada, assim como imagino que milorde esteja. Acho melhor nós dois voltarmos para a cama.

Dulce viu-o arquear as sobrancelhas, como se houvesse ficado surpreso com a resposta. O conde de Denham não estava acostumado que se livrassem dele com evasivas.

Contudo, dessa vez, ele pareceu aceitar muito bem.

– Creio que você tem razão. Descobri que o meio da noite não é um bom horário para trocar confidências. Isso pode levar a toda sorte de – ele abaixou o olhar para o V onde o roupão de Alfonso afastava-se um pouco do busto de Dulce e ela percebeu – complicações.

Arfando um pouco, ela instintivamente apertou o roupão, antes de se expressar em tom cortante:

– Lorde Denham, não se preocupe, pois nenhuma complicação resultará aqui. Boa noite.

Dulce virou-se, entrou em seu quarto e fechou a porta.

– Dulce? – Christopher olhou a porta fechada, atônito. O que fizera para irritá-la agora? Bom Deus, o pavio dessa mulher era quase tão curto quanto o seu. – Dulce?

Não houve resposta. No quarto, Dulce ignorou o chamado. Complicações, ela exasperou-se, afastou o acolchoado e entrou na cama fria, sem tirar o roupão de Alfonso. Complicações, essa era boa! Se ele de fato pensava que ela... ele não podia pensar que ela...

Duvidava que Christopher Uckermann alguma vez se metera em complicação com alguma mulher. Qual mulher seria suficientemente boa para ele? Christopher esperava perfeição em todas as pessoas que encontrava.

Dulce tinha esperança de que, pela manhã, Christopher fosse embora de Faires. Ela tivera má sorte no ano anterior. Não tinha o direito de pedir apenas essa pequena graça?

Desejava que fosse embora não apenas por ele irritá-la com sua arrogância. Mas também pela maneira como seu corpo, quando estivera perto do dele, a fizera sentir... tanto calor como se tivesse febre e arfante como se houvesse corrido dois quilômetros.

Era inacreditável que um homem pudesse ser tão exasperador e ao mesmo tempo tão atraente!

Infelizmente para Dulce, Christopher não tinha intenção de deixar Faires. Não antes de prover a subsistência da viúva de seu primo.

O que seria um trabalho árduo. Como cuidar de alguém que insiste em não precisar de nada?

Christopher suspirou e tornou a alimentar o fogo. Era preciso ter certeza de que Louise não começaria a queixar-se em algumas horas porque estava com frio. Ele já tivera seu sono perturbado o suficiente por causa desse bovino perdido. Tinha um longo dia pela frente.

Afinal, ainda tinha um barão para matar.