Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

A luta cessou de repente. Duas cabeças se levantaram; uma escura e outra cor de cobre lustroso. As duas giraram para espiar na direção de Dulce.

Dulce, pouco à vontade com o escrutínio dos dois olhares intensos, deu um passo para trás.

– Oh, não – ela declarou com firmeza. – Não.

– Correto – Cletus adiantou-se com o peito estufado. – A Sra. Herrera vai se casar comigo, e não com um desses dois.

O juiz Reardon observou o protesto do jovem com interesse.

– A senhora vê – ele falou com Dulce, apontando para Cletus com o bocal do cachimbo – que não acabará com tudo isso até que faça sua escolha?

– Escolha! – Dulce gritou, sem acreditar no que escutava nem no que via. O barão e o conde haviam se largado, empertigavam-se e tentavam endireitar as roupas. – Que espécie de escolha eu tenho? Terei de casar-me com alguém para evitar um assassinato? Isso é completamente...

– Case-se com Geoff – Natália aproximou-se de lado para cochichar maliciosamente com Dulce. – Ele se comportará bem com você, Dulce. Eu me encarregarei disso.

– Lorde MacCreigh! – A sra.MacTavish, que não gostava do barão, bufou. – Um homem que matou a própria noiva?

– Pela última vez – lorde MacCreigh começou com voz cansada. – Eu não matei Clara. Ela fugiu com aquele meu criado presunçoso e nunca mais ouvi falar dela!

– Essa é sua versão, milorde. – A sra.MacTavish não pareceu muito convencida. – E sugiro que a mantenha. – Enquanto isso, Srta. Dulce, se pretende casar-se com alguém que não seja o meu Sean, por direito deve ser com lorde Denham. Ou – a mulher estreitou os olhos, com expressão significativa – ele não passou a noite inteira em sua cabana?

A insinuação sombria fez Geoffrey Bain exaltar-se.

– Dulce! Isso não é verdade, é?

– Claro que é – a Sra. MacTavish respondeu com satisfação. – E quando o ministro descobrir, certamente se manifestará sobre o caso. Ouça o que eu digo.

Dulce encarou a dona da estalagem.

– A senhora ficou louca. – Ela espiou Christopher e o barão de revés. Os dois a observavam arfantes e com brilho no olhar, um da cor do âmbar e o outro da cor de um céu em dia quente de verão.

– Estão todos loucos – Dulce acrescentou, com calor repentino. – Se acham que vou ficar parada aqui e deixar que me manipulem para eu me casar com algum dos senhores, estão redondamente enganados.

Então, com o coração disparado, Dulce virou-se e tentou fugir do hall. Ignorava para onde iria. Só queria escapar dos olhares que estavam fixos nela... um dos quais eraparticularmente perturbador, embora Dulce não pudesse explicar o motivo. Afinal, esse olhar pertencia ao conde de Denham que, embora começasse a imaginar que não o odiava tanto como antes (e como poderia, lembrando da noite anterior, quando ele a segurara e como seu corpo traidor reagira ao toque dele?), ele era quem tentara, da melhor maneira que encontrara, afastá-la do homem a quem ela amava... ou pensava que amava?

E foi ainda mais alarmante quando, no momento em que estava procurando segurança em uma porta próxima, sentiu uma mão firme em seu braço e ouviu uma voz bem familiar que disse com urgência:

– Dulce, espere.

Antes que ela pudesse pronunciar uma palavra de protesto, Christopher a puxou, não de volta ao grande hall, mas para a porta pela qual ela pretendia sair.

– Milorde. – Dulce fez uma tentativa inútil de pregar os pés no chão, o que não adiantou. Christopher passou-lhe um braço na cintura e levantou-a até passarem pela porta que ele fechou com um pontapé atrás deles. Dulce tentou manter toda dignidade possível, mesmo com ele a encostando na parede para evitar uma fuga. – Não estou interessada em discutir...

– Dulce, fique quieta um minuto e escute – Christopher disse, conciso.

Dulce calou-se, mas não pelo desejo de obedecer. Não disse mais nada por espantar-se com a frieza dele. O que acontecera, ela pensou, com o conde de Denham, sempre suavemente sarcástico? Christopher nunca falara assim com ela. Sempre fora sensato, pronto para ajudá-la com os problemas e limpar suas lágrimas. E ali estava ele, mais agitado do que ela! Era um choque.