Fanfics Brasil - Capitulo 2 (PARTE 2) Pode beijar a noiva(adaptada)

Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 2 (PARTE 2)

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Ela se adiantou e tirou a xícara da mão dele.


– Isso mesmo – Dulce gritou a plenos pulmões. – Era muito benfeito, não era? Pelo menos até milorde irromper aqui e quebrar tudo!


O conde piscou e Dulce teve a impressão de que ele estava confuso, mas sua fúria não a deixou prestar atenção aos sentimentos dele.


– Irromper aqui? – Christopher ecoou como se ela o houvesse atingido até o âmago. – Perdão, Dulce, mas quando cheguei aqui, pareceu-me que você estava sendo atacada. Desculpe-me se eu agi como um cavalheiro, tentando protegê-la!


Dulce fuzilou-o com o olhar. – Eu estava protegendo milorde, seu ignorante. Era milorde que ele tentava atacar e não a mim.


– A mim? – Christopher arqueou as sobrancelhas e fitou Cletus que se levantava, removendo cuidadosamente lascas de porcelana da manga de seu casaco, estremecendo toda vez que os fragmentos espetavam a pele calosa. – Por que ele queria me atacar? – ele trovejou. – Nem mesmo o conheço!


Espantado, Cletus levantou o olhar. – O... o quê? – o jovem gaguejou. Não estava totalmente recuperado dos golpes que recebera ainda, teve de sacudir a cabeça várias vezes, como se tirasse água dos ouvidos, antes de continuar. – Eu... eu não sabia quem era o senhor. Pensei que fosse lorde MacCreigh.


– Lorde MacCreigh? – Christopher voltou-se para a viúva de seu primo. – Quem é esse tal de MacCreigh?


Dulce apenas sacudiu a cabeça, olhando desanimada para a desordem do chão.


– Essa porcelana foi um presente de casamento – ela disse com tristeza. – O único presente que Alfonso e eu recebemos. E tudo destruído, graças à sua estupidez...


– Estupidez! – o conde a interrompeu. – Veja bem...


– Tudo perdido. Tudo. Veja só.


Dulce não era exatamente o tipo de mulher que chorava por causa de porcelana quebrada, mas era preciso admitir que, por um momento, lágrimas começaram a se formar no canto de seus olhos ao ver a xícara em suas mãos. Lembrava-se muito bem de quando o jogo de porcelana chegara na caixa de madeira com a inscrição “Limoges, França” e como ela ficara alegre e excitada ao desembaraçar cada peça da palha que envolvia a porcelana.


Alfonso a repreendera, é claro. Ele nunca valorizava coisas materiais. Esse fora um dos motivos por que Dulce se apaixonara por ele, uma das muitas qualidades que o deixava bem acima dos outros homens que ela conhecera. Alfonso sempre tivera uma natureza verdadeiramente espiritual e de entrega. Dulce jamais conhecera alguém tão devotado para ajudar os menos afortunados e tão fiel às palavras do Senhor. Ela tentara ser como Alfonso, voltar a mente para coisas espirituais e não terrenas...


E nisso, como em tantas outras coisas quando se tratava de Alfonso, ela falhara.


O aparelho de Limoges era um exemplo. Ela guardara os pratos bem no alto para que o sol os iluminasse. Era como um truque. Nem mesmo dera atenção quando Alfonso explicara o processo químico pelo qual a porcelana era feita. Preferira acreditar em magia.


Naquele momento, graças a Christopher Uckermann, o encanto fora destruído.


– Dulce – o conde pigarreou –, diga-me o nome do modelo e providenciarei outro para repor tudo...


Irritada consigo mesma por se incomodar tanto com uma tolice como um monte de pratos – e mais ainda por demonstrar fraqueza diante de Christopher, um homem com quem jurara nunca mais falar –, ela esfregou o canto dos olhos com a renda do acabamento da manga de sua roupa.


– Não é preciso – ela afirmou. – Não importa.


– Importa, sim – Christopher retrucou, teimoso. Se me disser...


– Repito que não tem importância. Apenas... – Emma fitouo, sem lágrimas. – O que está fazendo aqui? Pensei...


Ela foi interrompida por um gemido de Cletus. Ele conseguira tirar toda porcelana da roupa e tentava, com alguma dificuldade, levantar-se. Dulce deixou a xícara sobre o consolo da lareira e ajudou Cletus a ficar em pé.


– O senhor está bem, sr. MacEwan? – ela quis saber. – Ele o machucou?


– Não, não. – Cletus, cujo orgulho doía mais do que tudo, virou-se e viu os destroços do que uma vez fora o aparador de Dulce. – Sra. Herrera – ele gritou com surpresa – eu fiz tudo isso?


– De modo algum – ela respondeu. – Foi ele quem fez. – O olhar fulminante que lançou para Christopher nem foi percebido por Cletus que não afastava os olhos da bagunça.


– Meu Deus – Cletus suspirou. – Farei um novo aparador para a senhora. Prometo. Juro que será novo em folha e melhor que o antigo.


– Obrigada, sr. MacEwan. – Dulce abaixou-se, pegou o chapéu dele, limpou-o e entregou-o ao dono. – Agora é melhor ir embora.


Cletus pegou o chapéu e, sem agradecer, fitou o conde com hostilidade.


– E quanto a ele, Sra. Herrera?


Dulce cruzou os braços na altura do peito.


– E quanto a ele, sr. MacEwan?


– Bem. – Cletus mexeu os pés enormes. – Quem é ele?


– É primo do falecido sr. Herrera – Emma retrucou. – O conde de Denham.


– Deus! – O rapaz espantou-se e começou a amassar nervosamente a aba do chapéu com os dedos grossos. – Um conde – ele murmurou com reverência. – Quase bati em um conde.


– Sim. – Dulce, com os lábios retesados, segurou no braço de Cletus e tentou levá-lo até a porta. – Vá para casa, sr. MacEwan, e conte tudo para sua mãe. – Disse a si mesma que a mulher correria até a aldeia para espalhar a notícia. Em um local pequeno como Faires, nada se podia manter em segredo. Era melhor esclarecer tudo o mais rapidamente possível, e a mãe de Cletus, Dulce aprendera nos últimos meses, era eficaz nesse mister.


– Um conde – Cletus murmurou pela última vez antes de ser empurrado por Dulce de volta para a chuva. Não tirava os olhos de Christopher enquanto conversavam, nem se lembrou de pôr o chapéu.


Foi só quando Dulce fechou a porta que ele se recobrou e ela viu, pela janela, Cletus dirigir-se até o coche. Ela notou que o sr. Murphy estava dentro do veículo onde, sem dúvida, bebericava seu uísque enquanto esperava a volta de seu rico passageiro. Os dois ilhéus, o sr. Murphy e o sr. MacEwan, provavelmente trocariam histórias sobre o personagem ilustre nos meses vindouros.


Dulce, contudo, teria dado sua última peça intacta para ver Christopher imediatamente fora de sua casa. Uma espiada na direção do visitante mostrou que ele não estava ansioso para ir a lugar algum. Ele tirava as luvas – ela supôs que fossem de pelica – e olhava a cabana. Não duvidou que as dimensões diminutas o espantassem. Bem, Alfonso, com o salário de um cura, não teria condições de conseguir nada maior. Mas ela se orgulhava da limpeza e do charme de sua pequena casa. Era tudo muito arrumado, com o telhado de colmo – um pouco frio no inverno, mas pitoresco assim mesmo – e com a porta e as venezianas verdes. Se milorde não pensava o mesmo, não era problema de Dulce.


Um relance para a mesa de jantar – apenas uma prancha grossa de madeira com pés pregados nela – mostrava que a superfície passara pelo crivo do conde, já que Christopher pusera ali o chapéu com as luvas dentro.


Dulce refletiu que, dentro de mais um minuto, ele tiraria as botas e estenderia os pés perto da lareira! Não queria isso. Não serviria de anfitriã para o conde, não depois do que ele fizera com Alfonso. De modo algum.


Por isso resolveu usar o tom mais frio que pôde conceber: –


Se milorde veio buscar as coisas de Alfonso, perdeu seu tempo por nada. – Foi até o canto onde guardava a vassoura e a pá de lixo. Pegou as duas, cruzou a sala e começou a varrer os cacos. – Dei para a igreja todas as coisas e as roupas dele.


As palavras dela levaram alguns segundos para serem registradas.


– Igreja? – Era como se Christopher duvidasse do que ouvira. – Você deu as coisas dele para a igreja?


– Sim – Dulce retrucou. A porcelana varrida para a pá de lixo fez um barulho horrível. – Isso mesmo.


– Está querendo me dizer que algum chefe tribal nos confins da África está se exibindo com a calça de meu primo?



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Autor(a): leticialsvondy

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Dulce deu um sorriso mínimo. – Oh, não. Em Faires há homens pobres em número suficiente que precisam de roupas. Christopher fitou a janela. Dulce sentiu-se triunfante. Ele reconhecera o colete de tecido xadrez que Samuel Murphy usava. – Entendo – Christopher disse, ligeiramente aborrecido. Dulce pensou, mais aliviada, que ele ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • anne_mx Postado em 22/09/2022 - 23:45:10

    Que fanfic lindaaaa! Incrível como as vezes tomamos decisões erradas e só quando vivenciamos as consequências dessas decisões que adquirimos maturidade e tentamos fazer o certo, uma pena que nem sempre dá certo, no cado de Vondy deu certo, mas, infelizmente Alfonso morreu...enfimm, que possamos aprender antes dos erros <3

  • stellabarcelos Postado em 23/08/2015 - 21:18:29

    amei a fanfic ! Parabéns

  • Annie_Puente Postado em 25/07/2015 - 02:48:52

    Oiie! Lembra de mim!? Sumi por un teeempão mais to de volta! Como tu para num momento como esse!? Continua!

  • stellabarcelos Postado em 05/07/2015 - 21:44:25

    Pelo menos ela percebeu a verdade né ! Que agora o casal seja feliz ! Continuaaaaa

  • thatayvondy Postado em 04/07/2015 - 17:54:49

    Será que a Dulce já está gravida? Christopher e a mãe não irão se conter defelicidade tanta felicidadetanta. POSTA maissss...

  • thatayvondy Postado em 03/07/2015 - 11:28:04

    Que bom que apareceu!!! Estou triste pq a fanfic já está na está final e estou torcendo para que agora, a Dulce perceba que Christopher a ama. Posta mais.....

  • stellabarcelos Postado em 02/07/2015 - 21:05:21

    Que bom que você voltou ! Pensei que tinha abandonado a fanfic ! Espero que agora ela perceba o quanto ele ama ela ! Continuaaaaa

  • thatayvondy Postado em 12/06/2015 - 11:03:01

    Nena, mais de um mes VC não posta, estou ansiosa por novos capítulos, então please, apareça e poste para a minha felidade.

  • thatayvondy Postado em 12/05/2015 - 14:55:20

    Preciso de mais capítulos. Posta mais nena. Please!!!

  • stellabarcelos Postado em 07/05/2015 - 00:24:05

    Leitora nova! Estou amando a web ! Esse casal é puro fago e o Chris é pouquinho por ela daqui a pouco ela admite o amor por ele também! Ahhhh tô amando muiTo ! Quero um baby vondy logo continuaaaaa


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