Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

Tudo saíra melhor do que Christopher poderia ter previsto.

 Ele não poderia imaginar que a cadela escolheria uma noite tão fortuita – e um lugar tão confortável – para dar à luz. Isso pelo menos não era crédito dele.

 Mas o resto... fora puro talento de Uckermann. Mais cedo naquele dia, depois de Dulce correr para a escola, Christopher ficara algum tempo em seu quarto na estalagem, pensando no que Fergus lhe dissera: Se quiser realmente conquistá-la, e eu acho que é seu desejo, terá de cortejá-la. Era realmente extraordinário que um conde de trinta anos aceitasse os conselhos de um garoto com menos da metade de sua idade. Não havia dúvida, Christopher sabia que o garoto estava certo.

 Por acaso não errara, um ano antes, quando seguira a própria cabeça? Fora um desastre completo. Seus esforços para mostrar a Dulce a tolice de salvar o mundo só serviram para reforçar-lhe a determinação em fazê-lo. Não duvidava de que sua atitude houvesse feito Dulce mais convicta em casar-se com Alfonso. Sua oposição veemente ao casamento não empurrara os dois mais rapidamente para os braços um do outro?

Não. Dessa vez ele agiria de modo correto.

 E valeria a pena, ele considerou ao analisar o perfil de Dulce sob a luz bruxuleante da vela no seu quarto da estalagem. Dulce era uma mulher diferente de todas que conhecera.

 Por exemplo, a reação dela fora peculiar ao descobrir que sua cama ficara imprestável naquela noite e assim permaneceria até que o colchão pudesse ser lavado e seco.

 – Está tudo bem – ela se apressara em assegurar. – Dormirei no banco. – Milorde e o Sr. Roberts podem voltar à estalagem esta noite. Eu insisto.

E insistira.

 Mas Christopher não cedera. Lembrou-a do que o juiz Reardon pensaria ao saber que os dois passaram a noite de núpcias separados, então Dulce preocupou-se. A testa franzida durava até aquele momento. O melhor quarto da estalagem, segundo a Sra. MacTavish dissera quando mostrara a Christopher, tinha um colchão de penas, talvez não tão luxuoso como Christopher estava acostumado, e uma boa cama. E dava a impressão que, entre ele e Dulce, apenas um a usaria.

 – Ficarei com a poltrona – Dulce afirmou, segurando com determinação o encosto do pequeno banco no canto do quarto.

 – Não me importo.

 – Dulce – Christopher disse pela centésima vez. – Nós somos adultos. Creio que podemos dividir uma cama sem que nenhum de nós ceda a nossos instintos básicos.