Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

Christopher achava que eles também eram culpados pela conjuntura atual da sobrinha.

Uma situação que ele não considerava tão grave como Dulce acreditava. Ela provavelmente se considerava em uma situação patética – tendo de suportar um casamento nominal com o homem que a traíra, para receber a herança do assassino de seu marido –, mas Christopher pensava de maneira diferente. Dulce era muito amada, embora ignorasse completamente o fato. Qualquer dia ele teria de esclarecer o caso, pois suas ações não eram interpretadas com clareza.

Mas ainda era cedo. Certamente não seria naquele momento que ele captaria um vislumbre de uma ferida aberta que Dulce mantivera tão cautelosamente escondida. Ela ainda tinha muito para curar antes de poder levantar a cabeça e ver o mundo de novo como um lugar seguro e bem-aventurado. Durante o ano que passara, Dulce só conhecera sofrimento. Christopher estava certo de que ela não seria receptiva a nenhuma declaração de amor, dele ou de qualquer outro, até que começasse a sentir uma confiança real em si mesma, sem usar a máscara de segurança que envergava para a família e para todos que podiam ter razão para proferir as três palavras mais detestadas do universo: – Eu a avisei.

Dessa vez Christopher podia aguardar. Não como esperara um ano antes e da forma como acabara. O amor de sua vida se casando com outro.

Apesar disso, as novidades não eram tão ruins. Doze meses depois, não era com ele que Dulce se casara?

Christopher tinha condições de esperar. Estava convencido de que sua paciência seria recompensada. Em algum momento – talvez em poucas semanas – Dulce não estaria sofrendo tanto, haveria de melhorar e enxergaria que ele havia mudado.

Ele tinha esperança que, com esse entendimento, florescesse algo mais forte de que a amizade que já desfrutavam. Amizade e atração mútua. Christopher sabia, por mais que Dulce negasse, que ela o desejava. Embora os lábios contestassem, o corpo dela dizia a verdade. Demoraria muito para ela começar a escutar?

Nesse meio tempo, pelo menos ela dormia a pouco mais de meio metro dele e não do outro lado do país.

Um fato pesava na consciência de Christopher cada vez mais, à medida que a noite avançava. Era ridículo Dulce passar a noite naquelas poltronas. Ele preferia ser amaldiçoado a dormir nelas, mas a alternativa seria procurar outro quarto para ele, o que seria impossível. Sua mãe não lhe permitiria retornar ao assunto.

Por esse motivo, por volta da meia-noite, ele finalmente se decidiu, afastou os lençóis e foi em silêncio até as poltronas diante do fogo.

Dulce estava adormecida e Christopher imaginou que fosse de pura exaustão. A cabeça estava inclinada em um ângulo que, se continuasse muito tempo nessa posição, acabaria sendo doloroso pela manhã.

Christopher curvou-se com um suspiro, levantou-a com a colcha de seda e tirou-a das poltronas.

Dulce despertou imediatamente.

– Solte-me – ela comandou, com voz rouca de sono.

– Eu a deixarei na cama, onde você deveria estar.

– Christopher.. – ela começou.

– Fique quieta – ele disse. – Ou acordará minha mãe. Em instantes ela e muitos outros irromperão aqui. Então a verdade sobre nós será descoberta e, sem dúvida, eles se sentirão no dever de informar o juiz Reardon. Você nunca verá suas dez mil libras ou a bela escola que pretende construir com o dinheiro.

A afirmação a deixou séria.

– Como é que soube da escola?

– Você falou dormindo.

– Eu não! – Dulce pareceu chocada.

– Falou, sim. Mas ainda assim quero partilhar minha cama com você.

Dulce pestanejou, cautelosa.

– Está certo – ela disse, finalmente. – Mas nada de beijos...

Aquela era, certamente, uma ironia muito perfeita para resistir, e um segundo mais tarde Christopher a beijava minuciosamente, dada sua experiência longa e variada nesse assunto. Dulce respondeu como ele esperava, primeiro enrijecendo-se com rebeldia em seus braços e depois relaxando aos poucos até que momentos depois o abraçou pela nuca e pareceu derreter-se, abrindo a boca diante da investida dos lábios de Christopher. Depois disso foi fácil deitá-la na cama, afastar o acolchoado e substituir com o corpo o calor das plumas.

Dulce, quando ele se deitou sobre ela, pareceu recuperar-se um pouco e murmurou algo junto à boca de Christopher. Mas, então, ele pôs a mão debaixo da camisola de Dulce, encontrou um dos seios redondos e macios, e o que ela estava dizendo perdeu-se em um suspiro de aprovação. Christopher abriu-lhe as pernas com um joelho e pôs uma das coxas que pareciam talhadas a ferro na fenda macia entre as pernas. A princípio Dulce tentou resistir, mas suspirou novamente, sentindo a onda de prazer que passava sobre ela diante do contato súbito.

Depois disso, com as pernas trêmulas, ela desistiu de lutar. Era como se Christopher possuísse um toque mágico que a tornava condescendente a seus caprichos. Dulce não se importou se eles permanecessem casados ou não, contanto que ele continuasse tocando naquele lugar, provocando aquelas sensações deliciosas em seu corpo.

Christopher sentiu que Dulce se rendia e aproveitou-se do fato. Talvez não fosse justo usar o poder inegável que tinha sobre a esposa, mas não estava em condições de sentir culpa de nada...

não enquanto a tivesse onde a quisera durante todo o dia. Ele levantou a barra da camisola e acariciou com a mão o que previamente roçara com a coxa, provocando suaves murmúrios de prazer de Dulce que, em algum recanto da mente, achava errado fazer amor com outro homem sob o teto que fora de seu marido. Mas então ela lembrou-se que Christopher era seu marido atual. Além do mais, parecia não importar onde estavam quando Christopher a desejava. Ele sempre parecia capaz de fazer que ela também o desejasse.

Antes de Dulce dar-se conta do que ele fazia, Christopher tirou o roupão e, de repente, a parte dele que ela antes achara alarmante pelo tamanho, mas que passara a apreciar, bateu-lhe na coxa. Com uma intrepidez que não sabia possuir, Dulce segurou-lhe o membro, guiou-o para dentro de si e deu um grito sufocado quando Christopher a preencheu, do mesmo jeito como ele sufocou um grito quando sentiu os dedos de Dulce ao redor de sua virilidade.

Eles caminhavam juntos, como acontecia apenas entre duas pessoas realmente compatíveis, embora uma delas fosse muito teimosa para admitir. Dulce não possuía a experiência diversificada de Christopher nesse terreno e não podia saber como era raro um ajustamento perfeito.

Todavia Dulce pareceu mais do que pronta para admitir o prazer que os dois eram capazes de dar um ao outro, depois de Christopher repetir os impulsos e levá-la ao ápice, naquele deslumbramento que ela apenas conhecera com ele. Após o que ela teria muito para admitir.

Christopher encontrou a libertação e largou-se sobre Dulce, os dois suados, respirando fundo e mal podendo ver um ao outro no quarto escurecido, pois o fogo se apagara. No entanto, quando Christopher deslizou para o lado, procurou-lhe o olhar com o seu e perguntou, afável:

– Agora você ficará na cama como uma boa menina?

A resposta de Dulce foi esconder a face no pescoço de Christopher.

O que foi muito bom para ele.