Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

Oi gatenhas!! Que saudade de postar aqui pra vocês!! quase dois meses sem postar aqui!!

Mas agora voltei com mais capitulos e acredito que ainda nessa semana consigo finalizar a web!! esamos reta-final!!

O azul combina com você – Regina Saviñon declarou. – Mai, o azul sempre combinou com Dulce, não é?

 Maite Saviñon olhou a pilha de vestidos que ficava cada vez maior em um banco próximo e pressionou os lábios. Em pé sobre um escabelo no centro do quarto, Dulce supôs que tudo aquilo devia ser muito difícil para sua prima. Maite sempre gostara muito de moda e, embora seus pais nunca houvessem negado a ela nada que tivessem a condição de lhe conceder, não puderam dar-lhe o que ela mais queria.

 Um marido. Maite não desejava mais usar as cores branca e rosa destinadas às jovens solteiras nos salões de baile. Ver Dulce, dois anos mais jovem do que ela, provando um vestido de noite azul-intenso não ajudara muito no mau humor da srta. Saviñon mais velha.

 – Acho que sim – Maite respondeu, levantou-se da poltrona e foi até uma janela, dando as costas para a confusão de escarlate, esmeralda e dourado que entrava no quarto onde estavam.

Dulce, com expressão preocupada, observou a prima passar. Como poderia dizer para Maite, que se importava tanto com roupas e outras quinquilharias, que tudo aquilo não passava de uma fachada? Que o casamento dela era uma vergonha, uma artimanha, uma zombaria...

 Seria mesmo? Do modo como as coisas vinham se desenrolando, seu casamento com Christopher parecia ter se tornado quase normal, ou pelo menos era o que Dulce supunha como normal, pois seu primeiro casamento fora bem diferente.

 Dulce supôs que nada do que dissesse a Maite faria diferença. A moça parecia determinada a ser infeliz e Dulce não a culpava. Dulce nunca vira tantos vestidos, chapéus, espartilhos, anáguas e sapatos como os que a modista da viúva lady Denham trouxera na manhã seguinte à chegada de Dulce em Londres. Era como se o conde houvesse comprado a loja de roupas inteira.

 E talvez houvesse mesmo feito isso. Dulce entrara no quarto com toda inocência, esperando encontrar a tia e a prima que tinham vindo visitar a mãe de Christopher e ela. Seus olhos quase saltaram das órbitas.

 – Oh, não. – Christopher segurou-a pelas costas e empurrou-a gentilmente para a porta da qual ela havia se afastado. – Dulce, para o melhor ou para o pior, você é minha esposa e não posso deixá-la usar os vestidos do ano passado, embora fique adorável neles. As pessoas pensarão que sou sovina.

 Dulce sabia muito bem quanto custava um enxoval semelhante ao que estava espalhado diante dela.

 – Christopher, se fizesse uma doação para os pobres no valor desses vestidos, ninguém ousaria chamá-lo de sovina. 

 – Dulce, se você agisse apenas por uma manhã como a esposa de um conde, eu poderia recompensá-la dando um cheque destinado à Sociedade para o Progresso da Qualidade de Vida dos Ilhéus de Sandwich ou qualquer outra organização que você estiver ajudando. – Christopher viu o olhar surpreso de Dulce e prosseguiu. 

– Como você bem sabe, não sou contrário a ajudar os pobres. Apenas prefiro ajudá-los a se ajudar. Dê um peixe a um homem... bem, tenho certeza de que conhece o resto.

 Christopher beijou-a na testa, deixou-a aos cuidados da mãe e de Madame Delanges, enquanto levava Fergus à primeira consulta com o respeitado dr. Stoneletter.

  Dulce pensou no que haviam dito naquele momento, e nas palavras bem mais quentes (e muito mais físicas) que haviam trocado na noite anterior e refletiu no comportamento de Christopher. Não era imaginação sua. Ele agia, de fato, como um amante devotado. Não havia outra maneira de explicar o que acontecia.

 Que absurdo. Christopher Uckermann não a amava. Desde que se conheciam, ele só demonstrava desaprovação por tudo que ela fazia. O fato extraordinário que ocorria quando se beijavam... ela não podia explicar. Certamente não era amor. Paixão, talvez. Mas paixão estava a uma grande distância de amor.

 No entanto, aquilo não explicava a bondade para com ela. E com Fergus. Supôs que não pudesse mais negar: Christopher Uckermann, que antes pensava ser o homem de coração mais empedernido que conhecera, havia ficado mais terno desde a última vez que o vira, fazia um ano.

Como e por que ela não sabia. E certamente não era de sua conta. Ela o vinha contrariando desde aquela manhã em que espiara pela janela e o vira em sua horta. Bem, exceto pelo tempo que passavam juntos na cama. Dulce estava descobrindo que era muito difícil ser contra Christopher quando ele estava de roupão... ou pelo contrário,  sempre que não estava.

 – Ah! – A viúva bateu palmas, tirando Dulce de seus devaneios. – É esse! Você deve usá-lo esta noite na casa dos Cartwright!

A tia de Dulce reforçou a opinião.

  – Ele ressalta muito a cor de seus olhos. – Regina falou com Madame Delanges. – A senhora pode aprontá-lo até as oito?

 – Claro. – A rechonchuda francesa exclamou. – Agnes, Mary.

 Allez, allez.

 As duas costureiras apressaram-se em ajudar Dulce a tirar o vestido alinhavado. Enquanto isso, Maite, ainda na janela, exclamou:

– Lady Denham, aí vem mais um.

 – Palavra de honra – a viúva disse. – Eu não tinha ideia de que Christopher fosse tão popular. Nós nem fizemos um anúncio formal e os presentes de casamento já estão chegando. Não posso imaginar aonde vamos acomodar todos eles.

 Dulce, que havia recebido apenas um presente de casamento – a porcelana de Limoges que Christopher destruíra – sentiu um sobressalto ao ouvir aquilo. Ela teria de devolver todos os presentes depois da anulação? Imaginava que sim.

 Lembrou-se do olhar de surpresa de Christopher no dia anterior, quando ela afirmara que queria a anulação. Refletiu por que fizera a afirmação, se estava certa de que não desejava anular o casamento.

Exceto que teria de fazê-lo. Em primeiro lugar, havia a verdade sobre Alfonso. Se Christopher descobrisse, ele jamais consentiria em ficar casado com ela. Era horrível demais.