Fanfic: Pode beijar a noiva(adaptada) | Tema: Vondy

 Pamela piscou para Dulce de maneira conspiradora e fez uma cortesia.

 – Como queira, milorde. – A moça saiu correndo do quarto com uma risadinha que não pôde esconder.

Dulce também desejou rir, mas uma seriedade incomum a impediu de fazê-lo.

 – Esperemos que isso dê alguma cor às suas faces – J Christopher sugeriu no mesmo tom casual que empregara antes, aproximou-se da penteadeira e deixou no colo de Dulce uma caixa longa de veludo preto.

A mente de Dulce estava muito empolgada para notar algo tão mundano como uma caixa de joias em seus joelhos. Ela fitou o marido com preocupação, buscando uma ponta de verdade a respeito do que Fergus dissera.

 O olhar explorador provocou uma sobrancelha erguida em sua direção.

 – Está resfriada, Dulce? – Christopher indagou. – Você me parece um pouco pálida.

 O que fazer? O que dizer? Era óbvio que não podia perguntar ao marido se ele a amava.

 Ela se sentiria arruinada se a resposta fosse uma risada, ou pior, uma negativa direta.

 Dulce estremeceu e olhou para a caixa.

 – Não – ela disse para as próprias mãos. – Estou bem. Então, ela abriu a tampa.

 Dezenas de safiras – azuis como seu vestido e como seus olhos, embora ela não soubesse disso – cintilaram para ela. O colar e os brincos combinados eram as joias mais lindas que já vira.

 – E antes que me repreenda, Dulce – Christopher comentou, pegou o colar, foi para trás de Emma e colocou-o no pescoço alvo –, dizendo que o dinheiro poderia ser mais bem empregado se fosse enviado para uma pobre sociedade missionária em uma miserável aldeia tribal em Swahililand, permita-me assegurar que essas pedras estão em minha família há muito mais tempo do que nós. Não tive nada que ver com a compra delas, mas devo dizer – ele olhou o reflexo de Dulce no espelho – que eu pessoalmente acabo de aprovar o gasto.

 Dulce não entendia como ele podia falar de modo tão leve se experimentava algo parecido com o que ela sentia. Podia ser, se Fergus contara uma verdade, que Christopher estivesse ciente dos próprios sentimentos havia mais tempo do que ela e adquirira prática em esconder a realidade.

 De qualquer maneira, a palidez cedeu lugar ao rubor diante do cumprimento. Dulce, de olhar baixo, passou os dedos nas pedras lisas e frias.

– Obrigada, Christopher – foi tudo o que ela conseguiu dizer.

– Você está linda – o marido garantiu e pegou a nova capa de Dulce enfeitada com arminho. – Como você, também não tenho desejo de ir a esse evento desagradável, mas não vejo maneira de escapar a não ser fingindo doença. E a palidez de antes já desapareceu. Faremos um ato de presença e voltaremos para casa o mais rápido possível.