Fanfic: Um Filho Teu | Tema: vondy adap.

— E eu detesto estar longe de você — contestou ela comovida por sua veemência —. Mas não tinha porque se preocupar, estou bem. Finn teria lhe ligado se tivesse tido algum problema.

— Não o digo porque estivesse preocupado — disse então ele beijando seu olho —. Tive saudades, Dul. Não posso imaginar a vida sem você.

Dulce ficou atônita. Um prazer muito diferente ao que acabava de sentir a embargou. E a esperança reavivou. Seria possível que Christopher esquecesse o passado e começasse a amá-la? Sua voz soava diferente de outras vezes, tinha algo que nunca antes tinha ouvido. Mas dava-lhe medo nomeá-lo. Dulce se agarrou contra ele e fechou os olhos, se sentindo esperançosa.

Depois daquela noite seus encontros fizeram-se habituais, e Christopher foi mais feliz nessas semanas do que tinha sido em toda sua vida. Dulce trabalhava só meio período, pelas tardes. Quando ele chegava em casa à noite, ela tinha tomado banho e lhe perguntava pelo trabalho com interesse. Depois do jantar viam televisão, conversavam ou discutiam sobre a decoração do quarto infantil. E depois... Depois chegava o momento que Christopher mais esperava, desde o instante de abrir os olhos pela manhã.

Segundo parecia, sua recém estreada felicidade era evidente, porque todo mundo lhe comentava algo ou o felicitava, aonde quer que fosse.

Num dia Christopher abandonava um restaurante, após comer, quando um homem o chamou ao passar. Era o senhor Brockhiser, o presidente do Boston Savings Bank, encarregado do departamento de empréstimos, além de amigo de Ryan.

— Alegro-me de vê-lo, Christopher — disse Mort estreitando-lhe a mão —. Laura e eu queríamos se dar os parabéns, por seu recente casamento.

— Obrigado, Mort, tudo bem sua família?

— Bem, bem. O pequeno termina este ano a universidade. Talvez você e sua mulher queiram vir jantar uma noite com Laura e comigo. Onde conheceu à dama? Laura morre pelos detalhes.

— Crescemos juntos — contestou Christopher —. Seu nome de solteira é Saviñon, Dulce Saviñon.

— Saviñon, da Saviñon Gallery? — perguntou Mort sem dissimular sua surpresa.

— A mesma.

— Faz um mês pediu-nos um empréstimo. Fui visitar sua loja. É maravilhosa. Teria gostado de conceder-lhe o crédito, mas já sabe como se mostra a comissão ultimamente. As finanças não eram precisamente o seu forte — riu Mort —. Ainda que suponha que agora sim lhe vai bem.

— Dulce é uma mulher muito independente, e é uma excelente vendedora — comentou Christopher —. Se eu fosse você, respaldaria tudo o que ela se propusesse.

— Humm — assentiu Mort —. Bem, uma noite destas nos vemos para jantar.

— Sim, acho que Dulce gostaria, mas será melhor esperar. Esperamos gêmeas.

— Deus meu! — exclamou Mort abrindo enormemente os olhos —. Vai estar muito ocupado!

— Eu sei.

As semanas e as estações foram passando. A primavera deu lugar ao verão, e Dulce começou a engordar e a engordar, enquanto os bebês cresciam em seu ventre. Ainda podiam fazer amor, e para delícia de Christopher, Dulce demonstrava ter muita imaginação e bastante agilidade apesar do que seu estado sugeria. Depois, quando deitavam juntos sobre a cama, o coração de Christopher inchava até quase estalar, tratando de ocultar seus sentimentos.

Uma noite, Christopher deu a tarde livre a Finn e voltou pra casa antes da hora para preparar uma surpresa para Dulce. Tinha comprado rosas, e Finn tinha deixado o jantar feito. Christopher tinha-o chamado por telefone pela manhã para pedir-lhe que pusesse a mesa com candelabros no terraço.