Fanfic: Um Filho Teu | Tema: vondy adap.

— Christopher?

— Sou eu.

— Sou Mort Brockhiser. Temo que sua mulher não se encontre bem.

— Está no banco?

— Não, já foi. Veio assinar os papéis, mas pouco depois de chegar, correu para o banheiro de senhoras. Esperei-a, mas não voltou a meu escritório, e um dos empregados me disse que saiu do banco faz um tempo.

— Obrigado por avisar-me, Mort — contestou Christopher —. Será melhor que vá pra casa.

Christopher ligou para casa do carro, mas Dulce não tinha chegado ainda. Finn prometeu avisá-lo assim que tivesse notícias dela. Também não estava na galeria, e Penny também não sabia de nada. Ao entrar na garagem de casa, o telefone continuava sem soar. Finn saiu para recebê-lo, preocupado.

— Onde pode estar?

— Não sei — disse Christopher, que se apressou a chamar o hospital.

Dulce não tinha ido à consulta do médico, e também não tinha estado no hospital. O pânico apoderou-se de Christopher , que tratou por todos os meios de se dominar. Por fim decidiu voltar à cidade, ainda que não soubesse muito bem que direção tomar. Se tinha ido ao banco, podia estar sentada em qualquer um dos cafés próximos, ainda que o inquietasse a ideia de que não o chamasse se se sentisse mal ou estivesse de parto, tal e como temia. Por fim no carro, a caminho, soou o telefone.

— Sim?

— Christopher, Dulce está em casa — disse Finn.

— Obrigado, está bem?

— Não sei. Subiu diretamente para seu quarto, e pediu-me que não a incomodasse.

— Estarei ai em cinco minutos.

Christopher girou o volante numa manobra proibida e foi em direção a Brookline. Saiu apressado do carro e subiu os degraus de dois em dois, jogando a jaqueta para Finn e se dirigindo para o dormitório de Dulce.

— Dul! Onde diabo estava? Tenho estado preocupado pensando...

— Pois deixa de preocupar-te. Estou bem. Os bebês estão bem —interrompeu ela com frieza e calma, em contraste com a veemência dele.

— Ocorre algo?

— Não.

Algo mal ocorria, algo terrível, mas Christopher nem sequer podia imaginar de que se tratava. Ficou observando-a por uns segundos.

Estava pálida, mas não parecia se sentir mal. Então se deu conta do que ela fazia: as malas. Dulce esvaziava sistematicamente as gavetas.

— O que está fazendo?

— As malas.

— Por quê? — perguntou Christopher cheio de frustração.

— Porque sim. Vou embora. Este casamento é um erro.

A frustração e o medo de Christopher deram lugar ao terror. À ira.

— Um erro? Que demônios se passa? O senhor Brockhiser me ligou e me disse que saiu de seu escritório, e que está preocupado.